quarta-feira, 31 de julho de 2019

Estomatite infantil: sintomas, tratamento e prevenção

Estomatite infantil: sintomas, tratamento e prevenção

31 de janeiro de 2018 , por Debora Stevaux

Afta na boca, na garganta e dificuldade para engolir: saiba as causas, o tratamento e quando a estomatite infantil pode se tornar grave.




Afta na boca, afta na garganta, dificuldade para engolir até mesmo o leite materno e febre alta. Os sintomas indicam uma inflamação na mucosa da boca, que embora também possa afetar adultos, causa mais desconforto e dor em crianças pequenas: a estomatite.

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O que é estomatite infantil?

A estomatite é uma infecção da mucosa bucal, como é chamada a parede que reveste a nossa boca, causada por dois tipos de vírus: o da herpes simples do tipo 1, conhecido pela sigla HSV-1, ou pelo coxsackie. Enquanto o primeiro é extremamente comum de ser adquirido até que as crianças completem 6 anos de idade – 90% da população brasileira possui, segundo dados divulgados pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, o segundo é responsável por causar a síndrome mão-pé-boca, que além das feridas na boca, também acarreta o surgimento de bolhas nos pés e mãos.

Sintomas da estomatite infantil

Além das aftas que surgem na boca, língua, garganta e gengiva, e que podem variar de 1 a 5 milímetros de tamanho e de coloração cinza, amarela no meio e bastante vermelhas por fora, as crianças apresentam hálito forte, febre alta de até 40ºC, inchaço das amígdalas, baba constante, e redução significativa do apetite e da sede por conta da dificuldade de engolir. 

Outra complicação acarretada pela estomatite é a gengivite, como é o nome técnico da inflamação das gengivas que provoca sangramentos na região. Caso os pais notem esse conjunto de sintomas, é fundamental procurar o pediatra para que seja feito o diagnóstico e o especialista dê início ao tratamento adequado.

Estomatite infantil é grave?

Não, se descoberta no início e tratada corretamente, não representa riscos para a criança. O único fator de risco, nesse caso, está relacionado ao vírus da herpes, que também pode atingir os olhos. 

Portanto, se você perceber que seu filho está com os olhos avermelhados, irritados e sensíveis, além dos sintomas citados acima, procure imediatamente um médico ou o serviço de pronto-atendimento mais próximo, pois pode ser que a infecção viral tenha atingido a córnea. Isso pode acarretar danos graves e permanentes na visão das crianças.

Como se pega estomatite infantil?

Tanto o vírus da herpes quanto o coxsackie são transmitidos por qualquer tipo de contato entre crianças ou adultos infectados. 

Por isso, orienta-se a não enviar um bebê com estomatite para a creche ou escola. A primeira estomatite é sempre a pior, visto que o sistema imunológico das crianças é ‘pego de surpresa’ e ainda não está forte o suficiente para se defender da ação viral, pois ainda está em fase de desenvolvimento. Embora infectadas para o resto da vida com os vírus, as crianças, caso sejam tratadas corretamente, dificilmente sofrerão com outros episódios de estomatite ao decorrer da vida.

Como tratar estomatite infantil?

O tratamento é sintomático, ou seja, visa combater os sintomas da infecção. O pediatra é quem definirá os medicamentos a serem administrados – que poderão ser mais fortes ou mais fracos, dependendo da dor, do número e do tamanho das lesões – e antitérmicos para que a febre seja controlada. 


Outro ponto importante é manter a boquinha da criança sempre limpa, para reduzir as chances da infecção se agravar. A limpeza pode ser feita com gaze e água fresca ou por meio da escovação habitual dos dentes. Normalmente, as aftas saram em uma ou duas semanas. Os pais também precisam ficar atentos aos sinais de desidratação: como a criança está com dificuldades para engolir, é comum que ela deixe de mamar ou até mesmo de tomar água.


Referências bibliográficas
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo – “Revisão – Etiologia e tratamento da estoma estomatite aftosa recorrente”, 2012.
Revista de Clínica e Pesquisa Odontológica – ”Ulceração aftosa recorrente em crianças: revisão”, 2005

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