'Temos a configuração de uma nova forma de aprender', diz especialista no Educação 360 STEAM
Alexsandro Santos destaca que mudança no modo de ensinar é urgente diante de crianças que nasceram na era digital
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RIO — A forma de aprender mudou. Os cérebros das crianças que nascem na
era digital são moldados de uma maneira diferentes daquelas pessoas que
chegaram ao mundo ainda na era analógica. Por isso, existe uma nova
epistemologia e, como consequência, um novo jeito de ensinar é urgente.
Esse é o raciocínio de Alexsandro Santos, especialista-consultor em
educação do Instituto Unibanco, que participou nesta segunda-feira do
Educação 360 Steam e aponta essa abordagem como uma das possibilidades
de reformar a transmissão do saber.
— Se as crianças estão interagindo com tecnologia desde os 3 anos, todo o
aparelho cognitivo delas terá uma formatação diferente de quem foi
moldado no mundo analógico. Assim temos configuração de uma nova
epistemologia, um novo jeito de conhecer. O STEAM é uma modalidade
interessante nesse novo cenário porque facilita a interdisciplinaridade e
usa muito a tecnologia, que ajuda a potencializar as pedagogias por
projetos — afirma o especialista, que alerta: — O Brasil, no entanto,
ainda precisa reduzir desigualdades de uma série de grupos sociais, como
negros, mulheres e LGBTs, ao mesmo tempo em que garanta a cidadania
digital para todos.
O Educação 360 STEAM é uma realização dos jornais O GLOBO e Extra, com
patrocínio de Sesi, Instituto Unibanco, Colégio pH e Fundação Telefônica
Vivo, apoio de L'Oréal Brasil e apoio institucional de Revista Galileu,
site TechTudo, TV Globo, Canal Futura, Unicef e Unesco.
Alexsandro se apresentou na mesa “Steam nas Reformas — BNCC e Ensino
Médio — e Cultura Digital no Brasil” ao lado de Maria Conceição
Caldeira, gerente de Educação do Sistema Fiemg; Anna Penido, diretora do
Instituto Inspirare, Sérgio Ghiu, professor de Matemática e educador
maker do colégio pH; e Lilian Bacich, fundadora da Tríade Educacional.
Os participantes debateram a necessidade de reinvenção da educação em um
contexto de reformas estruturais.
— É de extrema relevância esse evento nesse momento. É muito claro para
todos nós que a educação precisa evoluir. — diz Maria Conceição
Caldeira, do Sesi. — Precisamos mudar nossa educação para termos uma
escola que seja mais interessante e dialogue com esse aluno do século
XXI. Nesse sentido, o evento tem sido muito importante, porque tratamos
da educação STEAM, que tem tudo a ver com o jovem que está na educação
básica.
O tema deste ano trata do movimento STEAM, que surgiu nos EUA após a
constatação de que o modelo de ensino estava defasado em relação ao
aumento da tecnologia na sociedade. Ele pressupõe a integração entre as
cinco áreas que estão contempladas pela sigla (Ciência, Tecnologia,
Engenharia, Artes e Matemática) com aulas práticas, desafios e a escola
estruturada a partir de projetos interdisciplinares.
Anna Penido, do Inspirare, acredita que as técnicas da abordagem STEAM
se relacionam profundamente com as “Competências gerais” definidas pela
Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do ensino fundamental, como
empatia, cultura digital, pensamento criativo, científico e crítico.
Essa é uma ideia compartilhada com o professor do pH Sérgio Ghiu. Para
ele, no entanto, é fundamental a participação dos envolvidos na educação
para que a BNCC atingia o que se propõe:
— Mudar a educação é como manobrar um transatlântico. Não é tarefa
fácil. É preciso que o professor faça parte desse processo, se não a
coisa não funciona. Tem que ter a participação dos responsáveis e também
é preciso colocar o aluno no centro do aprendizado. Não dá para que ele
seja um penduricalho. Assim, dá para fazer as coisas diferentes —
garante Ghiu
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