segunda-feira, 26 de novembro de 2018

'Temos a configuração de uma nova forma de aprender', diz especialista no Educação 360 STEAM




'Temos a configuração de uma nova forma de aprender', diz especialista no Educação 360 STEAM

Alexsandro Santos destaca que mudança no modo de ensinar é urgente diante de crianças que nasceram na era digital
Alexsandro Santos destaca que crianças interagem com tecnologia desde os 3 anos de idade Foto: Adriana Lorete / Agência O Globo
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Alexsandro Santos destaca que crianças interagem com tecnologia desde os 3 anos de idade Foto: Adriana Lorete / Agência O Globo
RIO — A forma de aprender mudou. Os cérebros das crianças que nascem na era digital são moldados de uma maneira diferentes daquelas pessoas que chegaram ao mundo ainda na era analógica. Por isso, existe uma nova epistemologia e, como consequência, um novo jeito de ensinar é urgente. Esse é o raciocínio de Alexsandro Santos, especialista-consultor em educação do Instituto Unibanco, que participou nesta segunda-feira do Educação 360 Steam e aponta essa abordagem como uma das possibilidades de reformar a transmissão do saber.
— Se as crianças estão interagindo com tecnologia desde os 3 anos, todo o aparelho cognitivo delas terá uma formatação diferente de quem foi moldado no mundo analógico. Assim temos configuração de uma nova epistemologia, um novo jeito de conhecer. O STEAM é uma modalidade interessante nesse novo cenário porque facilita a interdisciplinaridade e usa muito a tecnologia, que ajuda a potencializar as pedagogias por projetos — afirma o especialista, que alerta: — O Brasil, no entanto, ainda precisa reduzir desigualdades de uma série de grupos sociais, como negros, mulheres e LGBTs, ao mesmo tempo em que garanta a cidadania digital para todos.
 
O Educação 360 STEAM é uma realização dos jornais O GLOBO e Extra, com patrocínio de Sesi, Instituto Unibanco, Colégio pH e Fundação Telefônica Vivo, apoio de L'Oréal Brasil e apoio institucional de Revista Galileu, site TechTudo, TV Globo, Canal Futura, Unicef e Unesco.
Alexsandro se apresentou na mesa “Steam nas Reformas — BNCC e Ensino Médio — e Cultura Digital no Brasil” ao lado de Maria Conceição Caldeira, gerente de Educação do Sistema Fiemg; Anna Penido, diretora do Instituto Inspirare, Sérgio Ghiu, professor de Matemática e educador maker do colégio pH; e Lilian Bacich, fundadora da Tríade Educacional. Os participantes debateram a necessidade de reinvenção da educação em um contexto de reformas estruturais. 

— É de extrema relevância esse evento nesse momento. É muito claro para todos nós que a educação precisa evoluir. — diz Maria Conceição Caldeira, do Sesi. — Precisamos mudar nossa educação para termos uma escola que seja mais interessante e dialogue com esse aluno do século XXI. Nesse sentido, o evento tem sido muito importante, porque tratamos da educação STEAM, que tem tudo a ver com o jovem que está na educação básica. 

O tema deste ano trata do movimento STEAM, que surgiu nos EUA após a constatação de que o modelo de ensino estava defasado em relação ao aumento da tecnologia na sociedade. Ele pressupõe a integração entre as cinco áreas que estão contempladas pela sigla (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática) com aulas práticas, desafios e a escola estruturada a partir de projetos interdisciplinares. 

Anna Penido, do Inspirare, acredita que as técnicas da abordagem STEAM se relacionam profundamente com as “Competências gerais” definidas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do ensino fundamental, como empatia, cultura digital, pensamento criativo, científico e crítico. Essa é uma ideia compartilhada com o professor do pH Sérgio Ghiu. Para ele, no entanto, é fundamental a participação dos envolvidos na educação para que a BNCC atingia o que se propõe: 

— Mudar a educação é como manobrar um transatlântico. Não é tarefa fácil. É preciso que o professor faça parte desse processo, se não a coisa não funciona. Tem que ter a participação dos responsáveis e também é preciso colocar o aluno no centro do aprendizado. Não dá para que ele seja um penduricalho. Assim, dá para fazer as coisas diferentes — garante Ghiu

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