PIB da Bahia cai o dobro da média nacional puxado pela agropecuária
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O
Produto Interno Bruto (PIB ) - que soma todos os bens produzidos - da
Bahia para o ano de 2016 foi de R$ 258,6 bilhões, dos quais R$ 228,2
bilhões equivalem a valor adicionado bruto (renda líquida gerada pelas
atividades econômicas) e R$ 30,4 bilhões são referentes aos impostos,
líquidos de subsídios, sobre produtos. De acordo com dados divulgados
nesta sexta-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), com esse resultado, a economia baiana mostrou recuo
de 6,2%, entre 2015 e 2016, 2ª retração consecutiva e a 4ª queda mais
intensa entre os 27 estados, menor apenas que os recuos no Amazonas
(-6,8%), Piauí (-6,3%) e em Mato Grosso (-6,3%).
Segundo o IBGE a queda do PIB baiano em 2016 foi
quase o dobro do recuo do PIB nacional no mesmo ano (-3,3%). Em 2016, o
único estado brasileiro a não apresentar retração econômica foi Roraima,
cujo PIB teve variação positiva de 0,2% frente a 2015. O PIB do
Distrito Federal, por sua vez, manteve-se estável (0,0%) entre 2015 e
2016.
Na Bahia, em 2016, todos os três grandes
setores produtivos tiveram resultados negativos, com destaque importante
para a agropecuária, cujo volume de riqueza gerada caiu 23,8% em
relação a 2015. Em seguida vieram a indústria, com queda de 5,7%, e os
serviços, que tiveram a menor retração (-4,0%).
Apesar do desempenho negativo da economia, a Bahia
manteve, em 2016, seus 4,1% de participação no PIB brasileiro e até
ganhou uma posição nesse ranking, ultrapassando Santa Catarina e subindo
de 7º para 6º maior PIB estadual do país.
Isso ocorreu porque Santa Catarina foi um dos três
estados que reduziram sua participação no PIB do país, entre 2015 e 2016
(de 4,2% para 4,1%). Os outros dois foram Rio de Janeiro (de 11,0% para
10,2%) e Espírito Santo (de 2,0% para 1,7%). Mato Grosso foi o estado
que mais ganhou participação no PIB brasileiro entre 2015 e 2016 (de
1,8% para 2,0%), seguido por São Paulo (de 32,4% para 32,5%) e pelo
Distrito Federal (3,6% para 3,8%).
Dentre os estados do Nordeste, Maranhão (de 1,3%
para 1,4%) e Pernambuco (de 2,6% para 2,7%) foram os únicos com ganhos
de participação no total da economia do país, entre 2015 e 2016. Nesse
intervalo de tempo, a região Nordeste como um todo também ganhou
participação no PIB brasileiro, de 14,2% para 14,3%.
Resultado ruim da agropecuária derrubou o PIB
O desempenho da agropecuária baiana em 2016, com valor adicionado de R$ 16,533 bilhões e forte queda em volume (-23,8%) em relação a 2015, foi reflexo, em grande parte, dos problemas climáticos e seca enfrentado pelos produtores do estado naquele ano.
O desempenho da agropecuária baiana em 2016, com valor adicionado de R$ 16,533 bilhões e forte queda em volume (-23,8%) em relação a 2015, foi reflexo, em grande parte, dos problemas climáticos e seca enfrentado pelos produtores do estado naquele ano.
Como resultado da queda no valor gerado pelo setor,
ele foi o que mais perdeu participação no PIB baiano, entre 2015 e 2016,
de 8,3% para 7,2% do valor adicionado bruto (PIB menos impostos).
O baixo desempenho do setor resultou, sobretudo, da
atividade de Agricultura, inclusive apoio à agricultura e a
pós-colheita, que teve queda de 33,1%. Os principais produtos agrícolas
do estado apresentaram quebra de safra entre 2015 e 2016, destacando-se a
queda de produção da soja e do algodão.
Dos três segmentos da agropecuária, apenas a
produção florestal, pesca e aquicultura teve um discreto ganho de
participação na riqueza gerada na Bahia, de 0,6% do valor adicionado
bruto em 2015 para 0,7% em 2016.
Em 2016, o setor industrial baiano gerou um valor
adicionado de R$ 54,1 bilhões, caindo 5,7% em relação a 2015. Ainda
assim, o setor teve ganho de participação no total da economia do
estado, de 22,1% para 23,7%, nesse período.
A única atividade industrial que não teve recuo
entre 2015 e 2016 foi a de Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades
de gestão de resíduos e descontaminação, que cujo volume de valor gerado
cresceu 5,3%. As Indústrias extrativas (-10,7%), as Indústrias de
transformação (-3,8%) e a Construção (-11,4%) tiveram quedas.
Já os serviços adicionaram R$ 157,6 bilhões à
economia baiana em 2016, uma queda de 4,0% no volume, em relação a 2015,
o que levou o setor a uma pequena perda de participação, de 69,6% para
69,1%.
De todas as atividades de serviços investigadas,
apenas Educação e saúde privadas (2,9%) e Atividades imobiliárias (1,1%)
tiveram desempenhos positivos na passagem de 2015 para 2016.
Apesar do desempenho negativo da economia baiana em
2015 e 2016, quando se avalia o período de 2002 a 2016, o estado tem um
crescimento médio anual de 2,8%, levemente superior à média do país (de
2,5% ao ano) e igual à média do Nordeste (2,8% a.a.).
Ainda assim, o avanço médio anual da economia baiana
entre 2002 e 2016 foi o 7º menor dentre os 27 estados. Tocantins (5,2%
ao ano), Mato Grosso (4,7% a.a.) e Roraima (4,3% a.a.) tiveram os
maiores crescimentos anuais médios, enquanto Rio de Janeiro (1,6% a.a.),
Rio Grande do Sul (1,8% a.a.) e Minas Gerais (2,1% a.a.) ficaram com as
menores médias.
Em 2016, o PIB per capita baiano ficou em R$
16.931,10. É o 8º PIB per capita mais baixo entre os estados e bem menor
que o do país (R$ 30.411,30).
Na região Nordeste, o valor do PIB per capita da
Bahia perde para os de Pernambuco (R$ 17.777,25) Rio Grande do Norte (R$
17.168,60) e Sergipe (R$ 17.153,91).
O maior PIB per capita brasileiro continuou sendo,
em 2016, o do Distrito Federal: R$ 79.099,77, cerca de 2,6 vezes maior
que o PIB per capita do país.
Por outro lado, Maranhão (R$ 12.264,28 ) e Piauí (R$
12.890,25 ) foram os menores PIB per capita do Brasil em 2016. Desde
2002, quando se iniciou a série das Contas Regionais, esses dois estados
alternam-se nas duas últimas posições nesse ranking.
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