Meio ou meia: aprenda quando usar
Professor João Bolognesi ensina como evitar um dos erros mais comuns em língua portuguesa
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16 maio 2012, 06h00
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Dica de João Bolognesi, professor de português do Complexo Educacional Damásio de Jesus
Somos um povo enfático, até exagerado às vezes. Por isso, palavras que
expressam intensidade estão na boca do povo. A palavra “meio” é uma
delas e merece atenção.
É muito comum no dia a dia o uso de “estou meia cansada, meia
distraída, meia louca, meia triste”. Isso ocorre principalmente às
mulheres por causa da concordância feminina.
Alguém desatento logo diria que “meia triste” é uma meia, aquela que
usamos no pé, com fragrância prejudicada, com odor negativo, com fedor,
ou seja, com o popular chulé. Meia triste só pode ser isso. A mulher, se
não está completamente feliz, deve dizer “Estou meio triste”.
A dúvida existe porque “meio” tem mais de um uso. Atente-se à diferença:
Meio = numeral fracionário. Virá vinculado a um substantivo e concorda normalmente: meia-noite, meia garrafa, meia folha.
Meio = advérbio de intensidade. Virá vinculado a um
adjetivo e não se flexiona: meio cansada, meio distraída, meio louca,
meio triste.
Para sair de vez da dúvida, pense na palavra muito: se muito não varia, meio também não. Compare:
Ela estava muito feliz.
Ela estava meio feliz.
Ela estava meio feliz.
A mulher era muito rápida.
A mulher era meio rápida.
A mulher era meio rápida.
Embora o sentido seja diferente, o uso é igual e, por isso, serve de comparação. Diga com tranquilidade: “Ela estava meio triste, mas depois ficou muito feliz”. Mas “meia triste” nunca mais.
João Bolognesi é professor de português para concursos no Complexo Educacional Damásio de Jesus
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