terça-feira, 2 de junho de 2015

CORONEL HORÁCIO DE MATOS

CORONEL HORÁCIO DE MATOS

  
A história  tem  heróis e contra-heróis, homens do mal e homens do bem. Horácio de Matos foi um lutador, defendeu seus princípios, fez  parte da história.
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Horácio Queirós de Matos, mais conhecido como Horácio de Matos, político e coronel do sertão, chefe de uma verdadeiro exército de jagunços, nasceu na Chapada Velha de Brotas de Macaúbas, no dia 18 de março de 1882.
Aos 15 anos de idade  demonstrou  sua  bravura quando a fazenda de seus pais foi invadida por uma patrulha da polícia e o comandante,  tenente Policarpo, exigiu que ele revelasse onde estavam os diamantes e seus familiares.  Horácio reagiu e negou-se a falar.
Inicialmente, o jovem Horácio morou na cidade de Morro do Chapéu, apadrinhado pelo Coronel Dias Coelho. Ali se estabeleceu como comerciante, até que seu padrinho comprou para ele uma patente de tenente-coronel da Guarda Nacional. Com  esta patente iniciou sua liderança na região. Herdou o comando da família e, após longo enfrentamento com adversários, transformou-se em senhor absoluto da Chapada Diamantina.  
A “Chapada “  era uma zona  rica de diamantes e habitada por forasteiros. Tinha em Horácio de Matos um líder que  desafiava o governo e tratava de igual para igual autoridades e  governantes. Ele e seus comandados obedeciam cegamente os seguintes princípios:
“Não humilhar ninguém, mas também nunca se deixar humilhar por quem quer que seja:
Não roubar jamais, sejam quais forem as circunstâncias, nem permitir que alguém roube e fique impune;
Ser leal com os parentes e amigos, protegendo-os sempre;
Ser leal com os inimigos, respeitando-os em tempos de paz e enfrenando-os em tempos de guerra;
Não provocar, nem agredir, mas se for ofendido, colocar a honra acima de tudo e reagir, porque de nada adianta viver sem a dignidade”.
Defendendo  estes postulados, Horácio comandou um exército de seguidores. Fez  justiça com as próprias mãos, desafiou o poder constituído, derrotou a Coluna Prestes e atacou a vila de Campestre, vencendo uma batalha que durou  42 dias. Cercou o povoado e enfrentou seus defensores (cerca de 200 homens, dentre os quais 50 soldados da polícia biana). Horácio manteve o cerco e, ao cabo de mês e meio o comandante e seus comandados abandonaram  a cidade e fugiram.
Muitas outras lutas enfrentou Horácio, no comando de seus jagunços. Duas vezes combateu as tropas da polícia  e, com o apoio de outros coronéis, conquistou Lençóis que se entregou sem disparar um só tiro e o fez seu Intendente.
Sua coragem não conhecia limites. Tendo conquista Lençóis, ameaçou invadir Salvador.
Vitoriosa a Revolução de 1930, os detentores do poder propuseram a deposição das armas e o fim dos conflitos. Horácio de Matos, apesar de tudo, era  um defensor da paz  no Sertão. Motivo por este desejo, aceitou   a proposta. A Comissão de Desarmamento foi ao encontro de Horácio, em Lençóis, onde foi recebida  de modo amistoso.
A Revolução, todavia, tão logo desarmou o sertão, mandou prender Horácio de Matos que foi feito prisioneiro, no dia 30 de novembro de 1930.
Conduzido a Salvador, é solto condicionalmente e na noite de 15 de maio de 1931, saindo  para  passear com a filha de seis anos de idade, foi morto pelo agente policial Vicente Dias dos Santos que o alvejou com três tiros pelas costas.
Assim morreu  Horácio de Matos, o maior Coronel da Bahia.

DA HISTÓRIA DA BAHIA 

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