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Síndrome de Savant é um mistério que fascina e intriga a ciência!
A síndrome de Savant é um distúrbio psíquico onde o indivíduo portador possui graves défices intelectuais. O portador desta síndrome tem dificuldades em se comunicar, compreender o que lhe é transmitido e estabelecer relações interpessoais. Mas, por outro lado, possui inúmeros talentos, principalmente ligados a uma extraordinária memória.
Alguns dos principais sintomas da síndrome de Savant são dificuldades para se relacionar com outras pessoas, resistência aos métodos de ensino, dificuldade em expressar as suas necessidades e habilidades motoras irregulares que aparecem ainda na infância. A síndrome tem maior incidência nos meninos.
Existem três tipos de Savant: os habilidosos, talentosos e os prodígios, que possuem facilidades em lidar com arte, cálculo e mecânica. A doença não é diagnosticada facilmente e pode ser confundida com o autismo. Mas a partir da observação das características do indivíduo é possível fazer o diagnóstico correto.
As causas da doença são desconhecidas e não existe cura para essa síndrome. Seu tratamento é direcionado para amenizar os sintomas, com o uso de terapia ocupacional, terapia da fala e hipoterapia, que proporcionam uma melhor qualidade de vida para os portadores da síndrome e para sua família
«Eles desenvolvem habilidades excepcionais numa determinada área, mas mal conseguem comunicar-se e relacionar-se com as outras pessoas. Costumamos dizer que são como ilhas de excelência num mar de deficiências», conta a O Globo o psiquiatra Estêvão Valdaz, coordenador do Projecto Autismo do Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Quem primeiro descreveu o savantismo foi o médico Langdon Down – que ficou famoso por ter identificado a síndrome de Down (vulgo mongolismo). Em 1887, Down apresentou à sociedade médica de Londres a história de dez pacientes que ele chamou, na época, de "idiots savants" ou sábios idiotas. De lá para cá, pouco se avançou no sentido de se descobrir as causas que levam essas pessoas a terem uma memória extraordinária. Muitos cientistas acreditam que a síndrome está relacionada a algum tipo de dano no hemisfério esquerdo do cérebro que forçaria o lado direito a compensar essa falha. Isto porque as habilidades desenvolvidas pelos portadores da síndrome, normalmente nas áreas de música, pintura, desenho e cálculo são todas relacionadas com esse hemisfério. Já as funções ligadas ao lado esquerdo, como a linguagem e a fala tendem a ser pouco desenvolvidas.
O uso de aparelhos que permitem «scanear» o cérebro, como a tomografia e a ressonância magnética, vem reforçando ainda mais essa teoria. O jornal O Globo refere ainda um estudo coordenado pelo americano Bruce Miller, da Universidade da Califórnia: mostrou que idosos que desenvolveram uma espectacular habilidade para a pintura depois de passarem a sofrer da doença de Alzheimer estavam com o lado esquerdo do cérebro danificado.
O psiquiatra Estêvão Valdaz conta ainda àquele jornal brasileiro que no hospital das clínicas onde trabalha, dos 1.500 pacientes autistas cerca de 150 são portadores da síndrome. A maioria tem uma incrível habilidade com os números, muitos fazem contas complicadíssimas em décimos de segundos – tão rápidos quanto uma máquina. Também são expert em calendários, conseguem calcular rapidamente, por exemplo, em que dia da semana vai cair uma determinada data, mesmo que seja um dia qualquer do próximo século.
«Apesar de possuíram uma memória espectacular, essas pessoas não sabem o que fazer com tudo aquilo o que aprendem. Não sabem como aplicar esse conhecimento na sua vida quotidiana. São, na verdade, grandes decorebas», avalia o psiquiatra nas suas declarações a O Globo.
A Síndrome de Savant, que é quatro vezes mais frequente entre os homens, pode ser congénita ou adquirida após algum tipo de dano cerebral. Não é uma doença de diagnóstico fácil. Principalmente, quando surge em consequência do autismo, que costuma se manifestar na infância. Estêvão Valdaz diz que a maioria dos pais costuma ficar tão maravilhada com as habilidades do filho que custa a crer que na verdade a criança tenha algum problema.
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