Poder, crime e sexo.
Luiz Holanda
O título não poderia ser mais sugestivo. Tanto em reportagens
postadas na internet como em revistas de grande circulação (sem mencionar os
jornais que, diariamente, denunciam as falcatruas do PT e de seus aliados ao
longo desses doze anos de administração petista), o poder, o crime e o sexo
caminham juntos nesta república da corrupção. É inegável que qualquer povo
apresenta características particulares de temperamento. O nosso, em especial,
tanto coletivacomo individualmente, é tido como tolerante e avesso a qualquer
exigência que demande tempo para sua solução. Dotado de um temperamento cordial
e festeiro, o brasileiro, na análise dos povos civilizados, chega a ser considerado
irresponsável quando se trata de zelar pela coisa pública. Daí não ser nenhuma
surpresa a tolerância com a criminalidade.
Não se vê nenhuma reação contundente diante das prováveis
publicações de certos documentos que comprovariam a participação de alguns
políticos num desfalque milionário nos cofres da Petrobrás e de outras
estatais. Pessoas ligadas a essa gente ameaçam divulgar documentos que
tumultuariam as eleições, caso não sejam devidamente remuneradas. A anestesia
social, diante desses fatos, sequer indaga o que levou a aparecer em nosso país
esse tipo de político, capaz de figurar, com distinção, em qualquer galeria de
criminosos universais. Antes de essa gente chegar ao poder não se contava com
tanta indiferença popular, mas as bolsas eleitoreiras, estimuladoras do consumo
de drogas, conseguiram convencer o brasileiro de que a corrupção é um modelo
normal de administração, justo e necessário.
Não é preciso muito esforço para se verificar que o crime é
garantido pela frouxidão do nosso judiciário, que não pune nenhum
poderoso.Indiferente para com a justiça e descrente na forma moral do direito,
a maioria circunstancial existente em nossos tribunais garante a impunidade dos
corruptos.Apático, o povo sequer protesta, submetido que está, durante anos, a
uma propaganda que propaga o medo como forma de manutenção do poder. Não é de estranhar, pois, que o povo,
anestesiado, considere normais as notícias sobre a participação de alguns
próceres do governo no desfalque de dinheiro público. Dizem que o ex-presidente
Lula e o seu chefe da Casa Civil, Gilberto Carvalho podem ser citados se o
doleiro Alberto Youssef falar.
Todo munda sabe que os corruptos são capazes de tudo quando
ficam impunes. A liberdade dos mensaleiros comprova isso. Certos de que,
passada a comoção, tudo volta ao normal, os corruptos acreditam que podem ser
beneficiados como o foram os mensaleiros, premiados com as recentes decisões do
Supremo Tribunal Federal (STF). Daí confiarem na maioria circunstancial que o
governo tem nesse tribunal. A universidade de Cambridge, que analisou 166 casos
de corrupção ocorridos em 52 países nestas últimas três décadas, chegou a essa
conclusão.
Entre os casos estudados pelos pesquisadores, o suborno foi
maior nos países como o Brasil, onde a justiça e as instituições são mais
tolerantes com o crime. O esquema denunciado é sempre o mesmo: uma empresa suborna
políticos ou funcionários públicos para obter vantagens ilegais, como fechar
contratos irregulares ou burlar uma licitação. E, em todos os casos, a empresa
que pagou propina obteve um retorno financeiro equivalente a 1000% do dinheiro “investido”.
Segundo um dos pesquisadores, “o risco de ser apanhado e condenado não é tão
grande o suficiente para impedir as empresas de subornar”. E mesmo que sejam
apanhadas, a impunidade garante o crime. No Brasil a garantia é maior: abrange,
inclusive, o pagamento de passagens aéreas de dezenas de mulheres pagas para
satisfazerem as taras de muitos de nossos políticos.
Sobre as ligações do mensalão com o assalto aos cofres da
Petrobrás basta ler o depoimento de um empresário detalhando para a Polícia
Federal o papel dos prisioneiros na Operação Lava Jato. Esse depoimento foi
prestado em julho deste ano, envolvendo também partidos da base aliada do
governo. Não é sem razão, pois, que o poder vale tanto quanto o crime, porque
nem sempre o crime basta para garantir o poder, mas o
poder sempre basta para garantir o crime.
! Agradeço ao meu pai
Belchior - Populus - YouTube
www.youtube.com/watch?v=RWOOxFEnOR4
02/10/2010 - Vídeo enviado por Alfredo Pessoa
Que saudade que eu tenho de minha infância, quando eu ouvia Belchior sempre
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