Dando prosseguimento apresento aos senhores um dos homens que mais contribuíram para a cultura brasileira , o compositor baiano Assis Valente. Poucos conhecem a sua obra,pergunto:quem nunca cantou a música natalina-"EU PENSEI QUE TODO MUNDO FOSSE FILHO DE PAPAI NOEL..." é do Assis Valente.
São centenas de músicas eternizadas por Carmem Miranda.
Quero a sua opinião
Iderval Reginaldo Tenório
José de Assis Valente (Santo Amaro, 19 de março de 1911 — Rio de Janeiro, 6 de março de 1958) foi um compositor brasileiro, levado ao suicídio por dívidas. É conhecido por compor diversos sucessos para Carmem Miranda, além da canção "Brasil Pandeiro", que foi recusado por ela, mas tornou-se um imenso sucesso com os Anjos do Inferno e principalmente os Novos Baianos.
Era filho de José de
Assis Valente e D. Maria Esteves Valente. Segundo relatava, tinha sido roubado
aos pais, ainda pequeno, sendo depois entregue a uma família Santoamarense, que
lhe deu educação, ao tempo em que o iniciou no trabalho, algo extenuante.
Já aos dez anos de
idade revelava-se admirador de grandes poetas, como Castro Alves e Guerra Junqueiro, cujos versos declamava,
encantando aos que ouviam. Por essa idade segue com um circo mambembe, até que finalmente
radicou-se em Salvador, onde faz-se aluno do Liceu de Artes e
Ofícios da Bahia,
aprendendo também a confeccionar dentaduras.
Em 1927 muda para o Rio, onde se emprega como protético e
consegue publicar alguns desenhos. Na década de 1930 compõe
seus primeiros sambas,
bastante incentivado por Heitor dos Prazeres.
Muitas de suas
composições alcançam o sucesso, nas vozes de grandes intérpretes da época, como Carmem Miranda, Orlando Silva, Altamiro Carrilho e muitos outros. Sua admiração por
Carmem fê-lo até procurar aprender a tocar, pensando que o professor fosse pai
adotivo da cantora - o que não procedia. A paixão não impediu que para ela
compusesse várias canções, sempre presentes em seus discos.
Graças a uma dívida
cobrada por Elvira Pagã, que lhe cantara alguns sucessos,
junto com a irmã, tenta o suicídio pela primeira vez, cortando os pulsos.
Casou-se, em 23 de dezembro de 1939,
com Nadyli da Silva Santos. Em 1941 (13 de maio) havia tentado o suicídio mais uma
vez, saltando do Corcovado –
tentativa frustrada por haver a queda sido amortecida pelas árvores.
Em 1942 nasce sua única filha, Nara Nadyli, e
separa-se da esposa.
O
suicídio
Desesperado com as
dívidas, Assis Valente vai ao escritório de direitos autorais, na esperança de
conseguir dinheiro. Ali só consegue um calmante. Telefona aos empregados,
instruindo-os no caso de sua morte, e depois para dois amigos, comunicando sua
decisão.
Sentando-se num banco
de rua, ingere formicida, deixando no bolso um bilhete à
polícia, onde pedia ao também compositor e amigo Ary Barroso que
lho pagasse dois alugueres em atraso. Morria às seis horas da tarde. No
bilhete, o último "verso":
"Vou parar de escrever, pois estou
chorando de saudade de todos, e de tudo."
Seu trabalho foi um
dos mais profícuos da música, constando que chegava a compor quase uma canção
por dia – muitas delas vendidas a baixos preços para outros, que então
figuravam como autores.
Seu primeiro sucesso,
ainda de 1932, foi "Tem Francesa no Morro", cantando por Aracy Cortes.
Foi autor, também, de
peças para o Teatro de revista, como Rei Momo na Guerra, de 1943,
em parceria com Freire Júnior [1].
Após sua morte, foi
sendo esquecido, para ser finalmente redescoberto nos anos 1960, nas vozes de grandes intérpretes da MPB,
como Chico Buarque, Maria Bethânia, Novos Baianos, Elis Regina, Adriana Calcanhoto,
etc.
[Suas canções foram muitas vezes regravadas,
mesmo depois de sua morte, atingindo sucessivas gerações, no Brasil. Suas composições
trazem um conteúdo poético, que buscam emocionar, algumas com um teor mais
reflexivo. Alguns exemplos:
"Já faz tempo que eu pedi
Mas o meu Papai Noel não vem
Com certeza já morreu
Ou então felicidade
É brinquedo que não tem"
(de: "Boas
Festas")
"Chegou a hora dessa gente bronzeada
mostrar seu valor
Eu fui à Penha e pedi à padroeira para
me ajudar
Salve o Morro do Vintém, pendura a
saia que eu quero ver
Eu quero ver o Tio Sam tocar pandeiro
para o mundo sambar"
(de: "Brasil
Pandeiro").
Um comentário:
Olá, Iderval!
A mente humana é mesmo uma incógnita, não é mesmo?
Como um ser humano com de alma poética pode cometer suicidio. Ao meu ver são dois extremos.
Não sei explicar, muito menos compreender!
"Assis Valente", como disseste, grande brasileiro!
Não o conhecia. Foi bom saber o autor de músicas que gosto muito.
Desejo a você uma maravilhosa semana!
Beijos!
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