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Síria: desertores matam 30 soldados de Assad, que prevê desastre em caso de intervenção internacional
Publicada em 30/10/2011 às 17h16m
O GloboCom agências internacionais DAMASCO e BEIRUTE - Pelo menos 30 soldados sírios foram mortos nas últimas 24 horas por desertores do Exército, a maioria em Homs, reduto da oposição ao presidente Bashar al-Assad. O país vive um dos momentos mais violentos da revolta por reformas democráticas, que já dura sete meses e, segundo a ONU, deixou mais de 3 mil civis mortos.
Neste domingo, grupos de defesa dos direitos humanos alertaram que a pressão internacional não ajudou a conter a repressão. Segundo a ONG Comitês de Coordenação Local, mais de 340 pessoas foram mortas, incluindo 20 crianças, desde 16 de outubro, quando a Liga Árabe estabeleceu um prazo de 15 dias para que o governo Assad interrompesse a violência.
As mortes de soldados foram reportadas pelo Observatório Sírio de Direitos Humanos, que tem base no Reino Unido. Vinte delas foram neste domingo em Homs, onde houve também 53 feridos. As outras dez aconteceram na noite de sábado, em Idlib (noroeste), numa emboscada contra um ônibus do Exército sírio.
Os protestos na Síria ganharam nova força desde a captura e morte do ditador líbio Muamar Kadafi. Na sexta-feira passada, apesar da repressão, milhares foram às ruas do país pedir uma intervenção militar internacional, como a realizada na Líbia, para proteger civis. Mais de 40 foram mortos.
Em uma entrevista incomum publicada neste domingo, Assad alertou que haverá um "terremoto" se o Ocidente intervir no país. Assad disse ao diário britânico "Sunday Telegraph" que uma ação estrangeira pode transformar a Síria em "outro Afeganistão".
"A Síria é o foco da região agora. É a falha geológica e se você mexer com o solo você vai causar um terremoto", afirmou o presidente ao "Telegraph", aparentemente mais preocupado desde a morte de Muamar Kadafi, na Líbia, onde operações da Otan ajudaram os rebeldes a derrubarem o ditador. "Qualquer problema na Síria vai incendiar toda a região. Se o plano é dividir a Síria, é dividir a região toda".
Assad admitiu que suas tropas cometeram "muitos erros" no início da revolta popular que ameaça o governo de décadas de sua família, mas insistiu que "apenas terroristas" são alvos de seus soldados. Em outra passagem, ele pergunta: "Vocês querem ver outro Afeganistão, ou dezenas de Afeganistões?"
Ele também descreveu a crise síria como uma disputa entre o islamismo e o pan-arabismo e afirmou que seis dias após o início dos protestos, deu início a reformas.
"Nós lutamos contra a Irmandade Muçulmana desde os anos 50 e ainda estamos lutando contra eles", afirmou o presidente.
A maioria dos líderes da oposição síria é contra uma intervenção estrangeira no país, à qual os EUA e outras potências ocidentais também parecem se opor por enquanto. Mas o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e a Liga Árabe já elevaram o tom contra Assad.
Ban afirmou em seu último comunicado que o presidente precisa responder às demandas por mudanças e reformas sérias, e pediu a imediata suspensão das operações militares. Na sexta-feira, a Liga Árabe mandou uma "mensagem urgente" ao governo sírio, denunciando a "contínua morte de civis".
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