sábado, 15 de fevereiro de 2025

A FORMAÇÃO DO POVO BRASILEIRO, POLÍTICAS PÚBLICAS, RAÍZES DO BRASIL E EVOLUÇÃO DA POLÍTICA DO BRASIL.

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                          Artigo | Miscigenação: Herança do Estupro Colonial | Opinião

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Senzala voltada para o terreiro de café com acesso para a casa de morada;  sino preso à fachada. | Identidades do Rio

Clássicos do Catálogo: 'Da senzala à colônia', de Emília Viotti da Costa -  Fundação Editora Unesp

A FORMAÇÃO DO POVO BRASILEIRO, POLÍTICAS PÚBLICAS, RAÍZES DO BRASIL E EVOLUÇÃO DA POLÍTICA DO BRASIL.

 

O Caio Prado Jr, junto ao Sérgio Buarque de Holanda e ao Gilberto Freyre, em suas grandiosas obras, conseguiram complementarem-se no forjamento do povo brasileiro, na miscigenação, nas raízes e na evolução política. Os três são oriundos das elites financeira, política e intelectual do país.

Nas suas obras conseguiram abastecer de informações precisas, após longos anos de pesquisas, tendo inclusive recorridos aos anais da história em outros países, notadamente da Europa, os colonizadores do novo mundo.

A leitura das obras destes três brasileiros, é indispensáveis  para entender o Brasil e a sua trajetória até a atualidade.  É importante mergulhar no Gilberto Freyre em Casa Grande e Senzala, no Sérgio Buarque de Holanda em Raízes do Brasil e no Caio Prado Jr em Evolução Política do Brasil.

Caio Prado Jr, homem versátil, oriundo de família rica, intelectualizada e capitalista brasileira, fruto do sistema patriarcal, paternalista, agrário e conhecedor profundo da miscigenação, das lutas do senhor/escravos (índios e negros),  da evolução política e econômica do Brasil.

Viajou e conheceu de perto todas as regiões e a problemática de cada uma, foi eleito deputado por mais de uma vez,  lutou contra opressão dos mais pobres e foi preso na década de cinquenta,  e mais uma vez no governo militar em 1964, por não concordar com o sistema ditatorial.

Para escrever sua obra ingressou no partido comunista, viajou ao redor do mundo e conseguiu documentos fidedignos da real história do Brasil, muitas vezes camufladas por escritores, historiadores, professores e jornalistas que se conformavam com pesquisas superficiais, incompletas e sem documentos comprobatórios.

Mergulhou na obra do Gilberto Freyre, Casa Grande e  Senzala, concordou com seus escritos, se aprofundou e mostrou que a história política do Brasil tem caráter mais profundo que a história brasileira. Afirma com fidedignidade e segurança que a economia  agrária é refletida na sociedade brasileira atual.  É claro quando confirma, que a exploração da terra, o senhor manipulador das riquezas, a monocultura do açúcar, depois a do café,  o sistema patriarcal, o coronelismo, o prestígio e o domínio de todos que estavam sob seu comando, são os ingredientes que forjaram a sociedade brasileira. 

Quando cita o sistema de capitanias hereditárias, os grandes latifúndios e a monocultura, está dizendo que é um sistema de exploração dos recursos naturais para abastecer de commodities a Europa e as nações hegemônicas da época, corroborando o que escreveu o Gilberto Freire sobre a formação do povo e o sistema senhoral.  Este descreve que o excesso de poder do senhor de engenho,  a força política e econômica do núcleo familiar, leva à formação de núcleos fortes, e quase que desligados dos ditames da Coroa, uma vez que pela grandeza do território brasileiro, a Coroa só enxergava a sua sede e os povoados ao seu redor, isto é, a Coroa não abarcava a turbulência, a força e nem a arrogância dos colonos.  Complementa que cada núcleo funcionava isolado e  sem ligação política  com o Governo Geral, chegando a chamar cada unidade regional dos senhores/escravos, como bandos,  sob a tutela do chefe. Informando que a ausência do Estado, foi a característica da primeira fase da colonização brasileira.

A colônia tomou outro destino, com a chegada dos Holandeses,  muitos desses grupos isolados, ficaram contra a coroa, o que gerou  uma guerra  que  culminou com a expulsão dos Holandeses. Era um povo rico, trabalhador, empreendedor e queria dominar o Brasil, notadamente o Nordeste, tendo como cabeça Pernambuco e os braços abarcando as regiões que incluía o    Ceará, Alagoas  e a Paraíba.

No segundo Império o Brasil entrou com toda  força no mundo capitalista e junto à África se tornaram os maiores fornecedores de commodities para o mundo, nesta época o país, já era mais importante economicamente do que a metrópole.  Era um  país independente e que lutava para mudar o regime de imperialismo para república.

Com estes pensamentos, os homens de destaque do Brasil fizeram diversos movimento em busca da república. Este intento foi reforçado pela abolição da escravatura em 1888, e a república em 1889 com a expulsão de Dom Pedro II para Paris na França, assumindo o governo o Marechal Manuel Deodoro da Fonseca.

Na leitura cuidadosa da realidade histórica, chega-se à conclusão, que a união dos empresários, dos latifundiários, dos políticos, clero, dos intelectuais e dos artistas foi o pivô para que o Brasil passasse a pensar no social, na saúde do povo, nos costumes e na cultura para todos os brasileiros. 

Segundo o que documentaram os grandes pensadores, dentre eles o Caio Prado Jr. só depois da Segunda Guerra Mundial o Brasil entrou no raio de visibilidade do mundo, apresentando progresso,  saindo do coronelismo para uma nação democrática, passando a pensar em políticas pública, na industrialização e na manufatura das suas commodities. 

Concluíram que só depois de 1950, com as leis trabalhistas, com a criação da Petrobrás, Bancos de desenvolvimentos, agências regionais como o SUDENE, SUDAM e a SUDECO o país passou a pertencer a todos os brasileiros.

Iderval Reginaldo Tenório

Dona Ivone Lara - Sorriso Negro

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Gilberto Gil e Chico Buarque em "A mão da limpeza"

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Neste clip, de 1984, os dois cantores interpretam o funk "A mão da limpeza", um protesto contra o racismo gravado por Gilberto Gil no LP ...
YouTube · Música e Letra · 29 de out. de 2008

 

CASA GRANDE E SENZALA/por IDERVAL REGINALDO TENÓRIO

Casa Grande e Senzala – TOK de HISTÓRIA 

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                                                           Casa-Grande & Senzala": o livro que definiu a miscigenação do Brasil

                                 CASA GRANDE E SENZALA

Torna-se fundamental saber, que Casa grande e Senzala é um dos mais importantes relatos verídicos do nosso país. O Gilberto Freyre, considerado por muitos, como preconceituoso e racista, nada mais era do que um homem da época e atuava como  os grandes sociólogos e pensadores do século, em sendo assim, todos eram racistas.

No mundo, até 1950, era discutido o perfil das raças e tinha a raça ariana como superior, a raça dominante;  as demais eram inferiores, notadamente a raça negra e   a  indígena .

Quem colonizou o Brasil foi um povo ibérico, os portugueses. Frisa--se, que na Europa, os portugueses eram os povos mais adaptáveis as intempéries e às dificuldades,  eram desprovidos de quaisquer tipos de preconceitos raciais.

Como Portugal era um país pequeno, pobre e não agriculturável, se destacava nas conquistas pelos mares, tanto que possuía colônias em quase todos os continentes com povos, climas e riquezas diferentes.  Os portugueses não temiam o clima e  os acidentes geográficos, resistiam ao frio, calor, chuvas, secas,  ao causticante sol, pouco exigentes na alimentação e eram amigáveis aos povos conquistados.

Segundo o Freyre, os portugueses não eram afeitos ao trabalho, não tinham resistência para a lida e eram aficionados ao sexo sem distinção de raças, uma vez que viviam da exploração das colônias, tinham convívio   com vários tipos de raças ao redor do mundo e logo se adaptavam ao novo povo. Não eram adeptos da diversidade religiosa e tinham o catolicismo conservador  a religião oficial. Relata que, para os portugueses, crimes contra os ditames da Igreja eram crimes maiores do que o assassinato, tanto que  para castigar os infratores da Igreja em Portugal, eram enviados para a sua colônia Brasil, daí a grande população de degradados  masculinos, chegando ao ponto das autoridades pedir ao Rei o envio de mulheres para equacionar este fato, que virou um grande problema com excesso de homens e a falta de mulheres.

A característica da   colonização portuguesa, foi a formação de uma sociedade agrária, escravocrata e  híbrida. Apesar da  intolerância religiosa, agregava com facilidade  a diferença racial, porém procurava catequisar  para o catolicismo os negros e os índios, alegando que as matrizes africanas e os costumes indígenas poderiam ser bruxarias; e quanto a culinária criou diversos tabus para controlar os costumes dos povos conquistados:  "leite com fruta faz mal", "tomar banho depois do almoço" e outros utilizados anda hoje pelos brasileiros.

O Freyre aponta  pontos negativos da colonização agrária: Os grandes latifúndios, a monocultura e as condutas dos médios agricultores, eram povos dedicados ao plantio da Cana-de-açúcar para exportação, esqueciam-se de outras lavouras, notadamente legumes, tubérculos, frutas e verduras, o que levou muitos à desnutrição, a passar fome e não prosperarem, exceção para os grandes  latifundiários e os seus escravos. Os senhores pela riqueza e os escravos  por serem considerados patrimônios e máquinas de trabalhos, chegando a funcionar por mais de 18 horas ininterruptas, os alimentos funcionavam como combustíveis.  

A formação de um povo.

Existiam três raças habitando o país: A Raça branca(os portugueses), a Negra(os africanos) e os Índios( os autóctones). Foi a miscigenação destas três raças  que originou o brasileiro. Inicialmente a hibridez era entre Português/Índio, depois Português/Negro e Índio/Negro. Cada raça tinha a sua peculiaridade para a miscigenação: O Português era o conquistador, tinha o poder e não tinha  preconceito racial, faltava mulheres negras para os negros escravizados e sobravam para os brancos, enquanto as índias em abundancia, bonitas, limpas e atraentes se ofereciam aos portugueses, estas propriedades  arrefeceram os relacionamentos sexuais entre as três raças.

O Freyre documenta  que os latifundiários, os senhores de engenhos, os seus padres, os índios e negros formavam comunidades independentes e arredias  à metrópole, à Igreja e ao Rei de Portugal, eram quase independentes. Segundo o autor, a sujeira, a má nutrição, a promiscuidade, o alcoolismo e a monocultura foram os principais fatores para a degeneração da miscigenação brasileira.

Vê-se que o Brasil foi forjado de três raças e sob o binômio SENHOR/ESCRAVO, ora com brutalidade e ora com confraternização, tanto que o fruto miscigenado tinha a possibilidade e alçar prestígio, mostrando que o senhor não seria senhor sem os escravos e nem estes nada seriam sem os seus senhores.

Casa-grande e senzala simbolizam, respectivamente, o poder patriarcal e a opressão escravocrata, representando a dualidade entre a elite colonial e os escravizados na formação da sociedade brasileira.

As senzalas eram espaços de extrema repressão, onde os escravos eram submetidos a jornadas exaustivas de trabalho e, muitas vezes, a castigos físicos.

Hoje, fruto deste modelo patriarcal, ainda existe muita subserviência dos mais pobres, uma vez que, no sistema patriarcal do passado predominava o coronelismo.

" Hoje, as tensões políticas e culturais desmentem a tese freyriana da ‘democracia racial’. O celebrado autor pernambucano, ao querer solucionar o dilema brasileiro, nada mais fez que varrer o potencial violento do pais em baixo do tapete". Leonardo Boff.

Este trabalho foi fruto da leitura do I capítulo do livro Casa grande  e Senzala, do Gilberto Freyre, de outros artigos que analisaram o livro e da robusta aula da lavra da Professora Amanda Alves  no transcorrer do curso, Gênero e Diversidade.

O livro mostra  a relação de poder do Senhor e o escravizado, a exploração e a violência. Argumenta que a mistura de raças, o poder econômico e a cultura moldaram a civilização  brasileira, chegando a afirmar que  em relação ao sexo  "A mulher branca era para casar, a preta  para o trabalho e a mulata para fuder". Neste diapasão afirma que a iniciação sexual começava muito cedo, sem seletividade, com promiscuidade e a  disseminação de doenças venéreas. A sífilis grassava em toda a população, chegando ao ponto de afirmar que a Civilização brasileira veio depois da Sifilização da população, este é o Brasil miscigenado com a mistura de três raças,  que  precisa de medidas governamentais, de inclusão, para sanar muitas feridas que ainda estão abertas, precisamente na educação, saúde, formação profissional e de muitos preconceitos.

 

Iderval Reginaldo Tenório 

Dona Ivone Lara - Sorriso Negro

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Gilberto Gil e Chico Buarque em "A mão da limpeza"

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Mão da Limpeza - Gilberto Gil

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