Caça severa na cidade de Disoriente Razo.
Familias se desentendem outra vez.
Um episódio surreal
Na cidade de Disoriente Razo, os irmãos Ramágio Islâno e Rumágio Islâno, no meio da madrugada, assassinaram um grande empresário, sua esposa, filhos, netos, agregados, funcionários, alguns vizinhos e até mesmo animais domésticos, uma verdadeira chacina.
Foi um crime covarde, premeditado, eivado de ódio, raiva e vingança. Um ato inesperado e que não deu oportunidades de defesa por parte do empresário e seus seguranças.
Detalhe, eles são primos e guardam magoas familiares por anos. Diz a justiça, que as suas famílias vivem em eternas disputas internas por sítios, fazendas, chácaras e discórdias religiosas.
O empresário pertence ao lado dos primos ricos. Segmento que prosperou na educação, economia, na pesquisa científica e em desenvolvimento como um todo, e que cotidianamente se distancia dos custumes dos primos pobres, que seguem ao pé da letra os costumes dos seus ancestrais. As famílias não se entendem há anos. Uns tem muito e outros pouco,
são desunidos ao extremo, brigam sanguinariamente primos contra primos e
irmãos contra irmãos. As crianças da família, do segmento pobre, são ensinadas na primeira infância, a encarar os familiares ricos como inimigos, desumanos, dominantes e violentos.
A polícia militar, civil e o exército, sob o comando dos
chefes maiores, resolveram ir à procura para eliminá-los. Teve início uma força tarefa, em apoio aos que sofreram a chacina, em busca dos irmãos Ramágio e
Rumágio. A ordem é acabar, matar, exterminar e tirar do mapa da cidade.
Os irmãos Islanos e seus agregados tomam conta de um dos bairros da cidade, dominam os moradores a ferro e fogo, são conservadores ao extremo, não aceitam a evolução que os primos ricos estão vivendo e que insistem em expulsá-los do seu bairro. A raiva é tão grande, entre eles, que segundo os irmãos Romágio e Rumágio, acabariam de uma vez com todos os primos ricos, uma vez que estes dominam com bastante rigor todos os pobres moradores do seu reduto.
O inusitado, é que os verdadeiros donos do
bairro, os que ditam as ordens, moram em bairros nobres e gozam do mesmo luxo dos primos ricos. Eles
conseguem com muito dinheiro e lavagem cerebral convencer os irmãos Islânos e
os seus agregados a defenderem com a vida o desgarrado bairro. Um logradouro periférico, sem esgotamento sanitário, energia, água, poucas escolas, hospitais deficientes e sem direitos a serviços dignos para os humanos. Vivem no limbo da sociedade, são seres humanos discriminados pelas elites da cidade.
Para eliminá-los, as autoridades não mediram esforços. Mandaram detonar todos os redutos em busca dos reais responsáveis. Como o bairro é pequeno e sem estruturas, eles vivem misturados com os moradores e se escondem em igrejas, creches, escolas e hospitais.
Vivem camuflados e prontos a aplicar os planos arquitetados pelos seus
reais comandantes. Chefes estes que moram em mansões ricas noutros bairros ou noutras cidades, regados a vinhos, whiskies, queijos, caviar e muito luxo,
fazendo planos para acabar com os primos ricos. Dizem que estão
vingando a morte dos seus ancestrais: avós, pais, irmãos, tios e parentes, só pararão
quando concluírem a vingança e retomarem as suas terras. Os Islânos são seus representantes no bairro.
A detonação praticada pelos policiais foi indiscriminada. Mataram muitos moradores do bairro, entre eles crianças, idosos, mulheres e cadeirantes.
Destruíram igrejas, escolas, ruas, pontos de ônibus, hospitais, postos de saúde e creches à procura dos Islânos e os seus seguidores, uma vez que estes usam os moradores e as instituições do bairro como escudos. Porém não procuraram e nem encontraram os reais comandantes. SERÁ QUE ESTA ATITUDE FOI CORRETA?
Será que não seria prudente aplicar a
inteligência para encontrar estes dois elementos, os seus seguidores e os comandantes que moram noutros redutos?
Falam as autoridades, que é muito difícil separá-los dos moradores comuns, pois são exímios na camuflagem, são sanguinários, perversos e nada têm a perder. A única maneira de exterminá-los é eliminar indiscriminadamente todos do bairro. Para amenizar a situação, os primos ricos orientam aos moradores que deixem as suas casas e migrem para áreas menos perigosas, pois irão detonar todos os prédio à procura dos responsáveis pelo orrendo crime. Depois de derrubadas as igrejas, hospitais, escolas e creches, os criminosos serão procurados nos escombros.
Foi aplicado o caos na cidade e ninguém sabe para
onde fugiram os dois irmãos ou se foram abatidos como comuns ou ignorados.
Ambos os inimigos estão perdidos e atiram para todos os lados, salvem-se quem puder. As brigas de famílias encontram fundamentos no DNA. A diferença está nos tipos de armas utilizadas nos embates. Aqueles que não morrerem à bala, morrerão de fome, sede e de doenças peculiares ao fatídico episódio.
O castigo será aplicado em todo o bairro. Todas as casas irão ao chão e muitas vidas sucumbirão. O objetivo é eliminar os irmãos Islânos custe o que custar.
O que acontecerá daqui para frente? Será que os amigos dos que cometeram a chacina e muitos moradores inocentes, que perderam os familiares, os bens e a liberdade não vão aplicar o mesmo modo como vingança?
Provavelmente esta cidade não dormirá em paz por
muitos anos, e fatos deste quilate poderão ocorrer com mais frequência por
todos os bairros da cidade e até noutras cidades ou estados onde moram parentes dos mortos.
Apesar de existirem comandantes, quem pagará são os inocentes de ambos os lados, uma vez que os chefes possuem diversas maneiras para se protegerem.
Possuem a máquina mundial e muito dinheiro
Os que escaparem deste conflito, de ambos os lados, guardarão na memória os episódios de ódios, raivas e de sangue. NÃO HAVERÁ MAIS PAZ NESTA CIDADE.
Com a palavra as autoridades da cidade e os seus apoiadores.
Iderval Reginaldo Tenório