sábado, 2 de outubro de 2021

Cosme de Farias- TODOS OS BAIANOS DEVERIAM CONHECER ESTE FENÔMENO

 Memórias do Major Cosme de Farias - Página inicial | Facebook

Cosme de Farias

Cosme de Farias (Salvador, 2 de abril de 1875 — Salvador, 14 de março de 1972) foi um rábula e político brasileiro, tornado célebre na capital baiana pela sua defesa dos pobres no foro, a luta contra o analfabetismo e a defesa das liberdades democráticas. 

 

Cosme de Farias nasceu no subúrbio distante de São Tomé de Paripe, bairro que integra o subdistrito de Paripe. Sua formação foi apenas do curso primário, mas tornou-se advogado provisionado (rábula) e passou a vida defendendo milhares de clientes que, sem condições financeiras, de outra forma não teriam condições de uma defesa. 

 

Em 1915 fundou a "Liga Baiana contra o Analfabetismo", instituição que funcionou até a década de 1970, publicando cartilhas e mantendo escolas para a população mais pobre, da capital e de algumas outras cidades baianas. 

 

Foi casado com Semíramis Farias, falecida em 1963, sem filhos. O único irmão de que se tem notícia era-lhe gêmeo e morreu muito cedo.

Foi patenteado "Major" pela Guarda Nacional (1909). 

 

Na advocacia, sua maior realização foi o habeas corpus em favor de Sérgia Ribeiro da Silva, a cangaceira Dadá, viúva de Corisco, em 1942

 

Iniciou-se na carreira política eleito deputado estadual, em 1914, e por várias legislaturas seguintes. Foi, também, vereador por diversos mandatos. Quando morreu, em 1972, ocupava uma cadeira na Assembleia Legislativa da Bahia, sendo à época o mais velho parlamentar do mundo (vide fonte 1, abaixo). 

 

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DPU quer R$ 60 milhões do CFM por ainda indicar cloroquina para covid-19

 

DPU quer R$ 60 milhões do CFM por ainda indicar cloroquina para covid-19

(crédito: Agência Pará/Divulgação)

 

Além da indenização, a defensoria pede que o CFM oriente a comunidade médica e a população sobre a ineficácia das medicações contra a covid-19

A Defensoria Pública da União (DPU) ajuizou uma ação civil pública, nesta sexta-feira (1º/10), contra o Conselho Federal de Medicina (CFM). O objetivo é cobrar indenização, de pelo menos R$ 60 milhões por danos morais, pela indicação do uso de cloroquina e hidroxicloroquina no tratamento da covid-19, uma vez que a ineficácia desses medicamentos no tratamento da doença foi comprovada. 

Além da indenização, a defensoria pede que o CFM oriente a comunidade médica e a população sobre a ineficácia das medicações contra a covid-19. 

A ação, protocolada na 22° Vara Cível Federal de São Paulo, argumenta que o CFM mantém válido, até hoje, um parecer de maio de 2020, no qual a autarquia considera “o uso da cloroquina e hidroxicloroquina, em condições excepcionais, para o tratamento da covid-19”. No documento, o conselho recomenda o uso dos remédios para diversos tipos de pacientes com covid-19, desde os que têm sintomas leves até para pacientes mais críticos.

Os defensores públicos argumentam que “não há justificativa em recomendar ou ao menos ‘autorizar’ o uso destes medicamentos, mesmo que para fins experimentais, e muito menos possibilitar que fique à mercê da autonomia do médico a decisão de sua prescrição, como se isso não configurasse, no atual estágio de conhecimento científico, erro médico crasso, em total detrimento das evidências científicas coletadas”.

Por isso, a DPU pede a suspensão do parecer do CFM e cobra pelo menos R$ 60 milhões de indenização por danos morais coletivos. Além disso, ela quer que o conselho indenize individualmente as famílias que tiveram parentes tratados com o medicamento, tiveram o quadro de saúde piorado e morreram.

Procurado pelo Correio, o CFM afirmou que “até o momento não recebeu qualquer comunicação judicial sobre a ação”. “Caso seja acionado, oferecerá todas as informações pertinentes”. 

Correio Braziliense

01 de outubro de 2021

 

sexta-feira, 1 de outubro de 2021

NUMERO DE IDOSOS ULTRAPASSA O NUMERO DE CRIANÇAS ATÉ OS 09 ANOS DE IDADE.

 

Dia do Idoso é celebrado com saúde e cuidado

O número de idosos no País supera o número de crianças até 9 anos de idade, segundo dados do IBGE (Foto: Paulo Paiva /DP Foto)

O número de idosos no País supera o número de crianças até 9 anos de idade, segundo dados do IBGE

Venezuela elimina seis zeros de sua moeda pela hiperinflação

 

Venezuela elimina seis zeros de sua moeda pela hiperinflação

Por: AFP

Publicado em: 01/10/2021 09:33

(Foto: Yuri CORTEZ / AFP)
Foto: Yuri CORTEZ / AFP
A cotação oficial do dólar passou de 4,18 milhões de bolívares na quinta-feira (30) para 4,18 nesta sexta-feira (1). Recuperação milagrosa da moeda da Venezuela? Não... O país caribenho, atolado na hiperinflação, removeu seis zeros para facilitar as operações.

"Tudo expresso na moeda nacional se dividirá em um milhão", comunicou o Banco Central da Venezuela (BCV) ao anunciar a terceira reconversão realizada neste país em crise desde 2008. Em treze anos, 14 zeros foram eliminados do bolívar.

Acompanhando a medida, que entrou em vigor nesta sexta-feira, entra em circulação um nova linha monetária (conjunto de notas e moedas), com uma moeda de um bolívar e notas de 5, 10, 20, 50 e 100.

A denominação máxima será equivalente a cerca de 24 dólares de acordo com as taxas do BCV.

A maior nota da velha família, de um milhão, mal representa 25 centavos de dólar e não compra nem uma bala. Ela permanecerá em circulação com as novas por alguns meses.

A situação reflete "a pouca capacidade que os atores econômicos da Venezuela têm para controlar a hiperinflação", um fenômeno que "empobreceu muito a população", comentou à AFP Luis Arturo Bárcenas, economista da empresa Ecoanalítica.

Três em cada quatro famílias venezuelanas estão na extrema pobreza, com renda insuficiente para cobrir suas necessidades alimentares, de acordo com os resultados da Pesquisa Nacional de Condições de Vida, coordenada por uma das principais universidades do país, divulgada na quarta-feira.

A primeira reforma do bolívar foi lançada pelo ex-presidente Hugo Chávez (1999-2013), que retirou três zeros da moeda.

Seu sucessor, Nicolás Maduro, empreendeu uma nova em 2018, com cinco zeros a menos, e agora tira mais seis zeros da equação apenas três anos depois.

A inflação, projetada em 1.600% em 2021 pela Ecoanalítica, tem sido destrutiva, e combinada com desvalorizações gigantescas e depreciações constantes, 73,34% só este ano, esvaziou o bolívar de valor.

Tudo isso levou a uma dolarização informal, na medida em que os venezuelanos tentam proteger sua renda com a moeda estrangeira, que Maduro chamou de "válvula de escape" em um país que está em recessão há oito anos.

Embora o líder socialista não tenha suspendido formalmente o controle cambial imposto em 2003, ele foi forçado a flexibilizá-lo devido ao colapso da receita do país causado pela queda da indústria do petróleo e às restrições de financiamento devido às sanções do Estados Unidos para tentar retirá-lo do poder.

Os bancos locais, apesar das limitações, têm permissão para movimentar dólares após uma proibição de 15 anos. Dois terços das transações na Venezuela são feitas em dólares, segundo a Ecoanalítica.

Nervosismo
Nas 24 horas anteriores à reconversão, o dólar disparou no mercado paralelo que surgiu em resposta aos controles cambiais, embora tenha permanecido estável nos preços oficiais do BCV.

As taxas de câmbio paralelas dispararam de 4,3 milhões de bolívares por dólar para mais de 5 milhões.

Com medo de problemas operacionais devido à reconversão, muitos comércios em Caracas limitaram as transações em bolívares, a grande maioria com cartões de débito ou transferências bancárias devido à falta de dinheiro.

O governo de Maduro pediu calma.

"(O bolívar) não vai valer mais, não vai valer menos, é apenas uma escala monetária que estamos aplicando suprimindo seis zeros para facilitar as transações", disse a vice-presidente Delcy Rodríguez na segunda-feira.

O presidente Nicolás Maduro fala em "bolívar digital", pedindo a "digitalização" total dos pagamentos. Essa ideia é uma rendição antecipada, afirma Luis Arturo Bárcenas, da Ecoanalítica.

"Certamente não haverá caixa suficiente (...). Está reconhecendo que não tem capacidade de emitir todas as notas do bolívar de que precisa", explica o economista.

As reconversões eram comuns na América Latina, especialmente em tempos de hiperinflação em países como Argentina, Brasil e Peru nas décadas de 1980 e 1990.

NUMERO DE IDOSOS ULTRAPASSA O NUMERO DE CRIANÇAS ATÉ OS 9 ANOS DE IDADE

 

NUMERO DE IDOSOS ULTRAPASSA O NUMERO DE CRIANÇAS ATÉ OS 9 ANOS DE IDADE

 

 


 

NUMERO DE IDOSOS ULTRAPASSA O NUMERO DE CRIANÇAS ATÉ OS 9 ANOS DE IDADE

 

 


 

Dia do Idoso é celebrado com saúde e cuidado

 


quarta-feira, 29 de setembro de 2021

A Invenção da Infância- A INFANCIA ESTÁ DESAPARECENDO? Milagre na Rua 34

Vetores de Crianças Alegres Em Um Salto e mais imagens de Criança - iStock 

Especialista afirma que será possível conversar com animais em 10 anos – Ah  Duvido

 A Invenção da Infância.

A infância está desaparecendo ?

Assim falou o  jovem Zezinho, hoje com 18 anos.

"Amigos , quando escutei um adulto, uma Ministra de Estado,  falar que quando criança, aos 05 anos de idade, viu Jesus sentado no galho de uma goiabeira,  logo  me reportei à primeira infância, quando até os 06 anos de idade o mundo real, para o ser humano, se confunde com o mundo irreal, com o mundo da fantasia. 

Segundo os estudos da neurociência,  para uma criança nesta fase da vida  tudo é real , ela não sabe fazer a diferenciação  dos fatos, tudo é possível no seu imaginario , é nesta propriedade que se encontra a inocência de uma criança. Como adulto não achei estranho.

Outro dia, uma criança, de 05 anos de idade,   falou que viu o Homem Aranha escalando uma grande Torre ,   estava  pendurado na parede das torres gêmeas  da avenida Tancredo Neves em Salvador,  dois imponentes prédios empresariais de 30 andares revestidos de grandes e prateadas placas de vidro a refletir pomposidade .

Pediu que  não falasse para os seus pais, pois eles não viram e não acreditaram quando  falou  que viu o Homem Aranha.  Na sua mente  eles são adultos e os adultos não enxergam tudo, só as crianças têm a capacidade de ver e conviver com o mundo como um todo.

Nada mais era do que um trabalhador de uma   empresa contratada para consertar as janelas ou limpar os vidros, a farda era azul e vermelha,   para o mundo da criança era o Homem Aranha em carne e osso, inclusive balançou as mãos para o seu herói .


O Mundo de uma criança está na sua cabeça, é como o PAPAI NOEL.   Ele existe , tem a barba branca, veste vermelho, tem um saco nas costas , fala, brinca e   viaja no seu trenó pelo mundo na entrega de presentes . O Papai Noel tem sido tema de muitos filmes ao redor do mundo, muitos com a seguinte pergunta: PAPAI NOEL existe?

Quem, mesmo depois de adulto, nunca conversou com o seu cachorro, gato,  cavalo, papagaio ou outro animal de estimação? quem nunca conversou com a mangueira, a laranjeira , a goiabeira do quintal de sua casa ou do sítio da familia? .

Atire a primeira pedra aquele que não conversou com o seu travisseiro, sua rede ou sua cama, aquele que não bateu aquele papo com a sua bicicleta, seu carro,  sua bola, sua boneca , seu boneco, seu espelho ou a sua motocicleta, aquele que nunca olhou para o alto e falou com Deus ou o seu santo preferido, aquele que nunca  enxergou nas nuvens o rosto de Jesus ou na lua a imagem de São Jorge com o seu imponente cavalo a perseguir o dragão. Atire a primeira pedra, atire.

Eu, do árido Nordeste, por exemplo,   nunca fui visitado por um Papai Noel de verdade. Na minha terra natal,  no Natal,  o Papai Noel  só visitava os filhos dos ricos, os que moravam na cidade, os mais apaniguados.  Eu não entendia aquele despreso aos menos privilegiados, aos menos estudados, aos que trabalhavam na lavoura no cabo da enxada desde pequenos , nunca entendia o seu comportamento para todos daquela região,  só depois dos sete anos compreendi o que era o Papai Noel.

Foi aí que enxerguei o verdadeiro Papai Noel, o meu pai e a minha mãe, que  tão bem souberam conduzir os seus filhos , afilhados, sobrinhos  e os filhos dos funcionários    os colocando na escola e não deixando faltar o pão de cada dia . Foi assim que passei a compreender e a viver todas as fases da vida com afinco, respeito , muita coragem e sem perder a esperança de dias melhores."  

Abraços , do seu amigo Zezinho.

Iderval Reginaldo Tenório 

Assistam a entrevista da Rosely Sayão (38 muinutos)  

A INFÂNCIA ESTÁ DESAPARECENDO?

 

O curta metragem (30 minutos)

A Invenção da Infância-  , um dos curtas mais premiados do Brasil 

  

 O Filme Milagre na Rua 34. 

 Uma bela comédia americana, um clássico do Cinema sobre o Papai |Noel  .

                                      "Milagre na Rua 34"   

Sinopse

A mãe de Susan, seis anos, contou a ela vários anos atrás sobre o Papai Noel, mas Susan duvida que ele realmente exista. Em uma loja de departamentos, Susan (Mara Wilson) encontra o Papai Noel e fica realmente convencida que ele é real, dando a ela algo em que acreditar, que os sonhos se tornam reais quando você realmente acredita.

 

1-Milagre na Rua 34 - Filme 1994 - AdoroCinema


É a melhor história de natal que existe. Um ótimo filme para assistir na véspera de natal. Além disso, o ...
18 de dez. de 2014

 

A infância está desaparecendo? Rosely Sayão fala sobre ser criança nos dias de hoje Dia das Crianças é ...
há 1 dia

 3-A Invenção da Infância-

segunda-feira, 27 de setembro de 2021

HISTÓRIA DO BRASIL. Há 56 anos, o pai de Fernando Collor matava um senador dentro do Congresso

 

 

HISTÓRIA DO BRASIL.

Há 56 anos, o pai de Fernando Collor matava um senador dentro do Congresso

Em 1963, o senador Arnon de Mello disparou contra um adversário, errou o alvo e acabou por matar o colega José Kairala

Rodrigo Casarin Publicado em 04/12/2019, às 10h38

Arnon de Mello, governador de Alagoas de 1951 a 1956
Arnon de Mello, governador de Alagoas de 1951 a 1956 -

“Senhor presidente, com a permissão de Vossa Excelência, falarei de frente para o senador Silvestre Péricles de Góes Monteiro, que me ameaçou de morte.” Com essas duras palavras, o também senador Arnon de Mello, de Alagoas, inaugurou os serviços no Senado no dia 4 de dezembro de 1963.

Os desentendimentos entre Arnon e Silvestre se arrastavam havia tempos, desde que tentaram medir quem era mais influente em Alagoas, estado de origem de ambos. O presidente da Casa, o paulista Auro de Moura Andrade, já dava evidências da preocupação que tinha com o clima de tensão que ali vinha se instalando. A fala de Arnon diretamente dirigida ao seu inimigo político foi o estopim para que se iniciasse um faroeste caboclo no Senado.

Silvestre não aceitou o desaforo e atacou verbalmente Arnon, que, por sua vez, sacou o revólver que carregava consigo – um Smith Wesson 38, ou três-oitão, na linguagem popular, de cano longo e cabo de madrepérola – e disparou várias vezes. Nenhum dos tiros atingiu Péricles, que também estava armado, mas que “jogou-se no chão e rastejou entre as fileiras de poltronas com seu revólver na mão”, como relata reportagem do Jornal do Brasil, antes de ser amparado e desarmado pelo colega paraibano João Agripino.

Dois projéteis, no entanto, acertaram José Kairala, senador do PSD do Acre, que, junto com Agripino, procurara conter os “excelentíssimos senhores” de armas em punho. Kairala tinha 39 anos e substituía momentaneamente José Guiomard, do mesmo partido. Eram suas horas derradeiras no exercício da função, pois devolveria o cargo no dia seguinte ao titular. Ele foi baleado na frente do filho pequeno, da esposa e da mãe, que haviam ido prestigiá-lo no último dia de tão nobre trabalho. O disparo acertou seu abdômen. Embora tenha sido socorrido rapidamente e levado ao Hospital Distrital de Brasília, ele faleceu no mesmo dia, pouco depois das oito horas da noite.

Inocentes

Nascido em setembro de 1911 no estado pelo qual foi eleito, Arnon de Mello tornou-se jornalista já quando morava em terras fluminenses, para onde mudou aos 19 anos. Pouco depois, se formou em direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Sua carreira política começou em 1945, com o fim do Estado Novo, quando entrou para a UDN, partido pelo qual foi eleito suplente de deputado federal e, em 1950, governador de Alagoas, cargo que ocupou ao longo de cinco anos. Depois, em 1962, um ano antes de cometer o assassinato, foi eleito senador pela mesma unidade federativa.

Sua trajetória, evidentemente, não apagou seu crime, mas ajudou a contorná-lo. Pressionados pela população, logo os demais parlamentares aprovaram, por 44 votos a 4, a prisão dos dois colegas pistoleiros. Apesar de serem presos em flagrante, assim como ocorre hoje, os outros senadores precisavam dar o aval para que Arnon e Silvestre fossem encarcerados – mesmo com o segundo garantindo ser uma “vítima desprevenida”, conforme registra o Jornal do Brasil na época. No entanto, não demorou para que ambos estivessem soltos novamente. Antes do meio do ano de 1964, tanto Arnon quanto Péricles foram declarados inocentes pelo Tribunal do Júri de Brasília.

Revólver na cintura

Ainda que Arnon tenha desmentido, histórias contadas e recontadas na época garantem que, enquanto permaneceu na cadeia, o senador mantinha o seu Smith Wesson 38 sempre consigo, o que intimidava os policiais responsáveis por garantir a segurança do presídio – que se recusavam a se aproximar da cela do parlamentar detido.

Na época, curioso também foi um dos editoriais do jornal O Globo a respeito da prisão de Arnon, então amigo e sócio de Roberto Marinho, proprietário do periódico. “A democracia, apesar de ser o melhor dos regimes políticos, dá margem, quando o eleitorado se deixa enganar ou não é bastante esclarecido, a que o povo de um só estado – como é o caso – coloque na mesma casa legislativa um primário violento, como o senhor Silvestre Péricles, e um intelectual, como o senhor Arnon de Mello, reunindo-os no mesmo triste episódio, embora sejam eles tão diferentes pelo temperamento, pela cultura e pela educação”, publicou o jornal, deixando claro o lado que apoiava, ao usar adjetivos como “primário violento” para Péricles e “intelectual” para Arnon, e fazendo questão de também separá-los pelo temperamento”, pela “cultura” e pela “educação”, ainda que fosse o incensado o responsável direto pelo crime.

Crime, aliás, que voltou a ser notícia em Brasília em 2009, pelas lembranças do senador Pedro Simon, que, após uma discórdia com Fernando Collor de Mello, afirmou: “É incrível! Me veio a imagem do pai dele, que atirou no senador Kairala e o matou. O pai do Collor errou o tiro, mas ontem [parecia] que ele estava na minha frente, na minha reta! Foi assustador, saía fogo dos olhos do senador Fernando Collor (...). E eu não falei nada demais dele, quando o vi entrar correndo, completamente transtornado”. Sim, Arnon de Mello era pai do ex-presidente do Brasil Fernando Color de Mello, que renunciou ao cargo em 1992 durante processo de impeachment e atualmente é senador por Alagoas, como o pai havia sido.

Depois de deixar a prisão, Arnon foi nomeado novamente em 1970 para o mesmo cargo que ocupara antes. E, quando faleceu, em 1983, ainda representava o estado de Alagoas no Senado.