terça-feira, 22 de setembro de 2020

A Independencia de um Povo. O Poder das Artes. Portugal foi Alforriado pela Cultura- Amalia Rodrigues

  Casa da Cultura de Paredes recebe musical dedicado a Amália Rodrigues - A  Verdade

                                                                             Lisboa é a capital mais legal da Europa! - Viajo logo Existo

 Faltam 1.600 brasileiros por repatriar em Lisboa, diz Embaixada do Brasil -  Jornal Mundo Lusíada

O Poder das Artes.

De 1910 a 1950 era a Europa e o Mundo,  principalmente os países próximo à França,  domínio cultural desta nação , as roupas, as musicas, os perfumes, a culinária, os vinhos, enfim, tudo que se assistiam, que se ouviam e que se consumiam era oriundo , patenteado, fabricado ou autorizado pelos franceses.
 
Portugal uma das menores nação do mundo, uma das mais próximas,  se encontrava em ruínas, uma vez que as suas riquezas encontravam-se em baixa, após a segunda Guerra Mundial  a coisa piorou, os políticos, os industriais, os comerciantes, os agricultores e pecuaristas compraram uma grande briga, levantar Portugal, mas foi tudo em vão, a máquina Francesa estava azeitada, era forte e dominava tudo nos mínimos detalhes, quando nada mais restava a fazer, os  artistas portugueses (músicos, pintores, atores, cozinheiros, costureiros, perfumistas,  cantores e outros)  não aguentando a pressão resolveram reagir e atuar, fizeram uma campanha nacional pelo nacionalismo, abriram os teatros, os cinemas, as casas de shows, as perfumarias e  as grandes galerias.  
 
 Foi chamado um grande compositor e pediram para escrever uma pagina musical que seria cantada  pela maior estrela portuguesa de todos os tempos, a grande estrela AMALIA RODRIGUES.
 
 O compositor foi o José Galhardo(letra) e a música do grande Raul Ferrão.
 
 Em 1952 foi apresentado no Teatro Avenida  em Lisboa, de portas abertas, o FADO Intitulado  - Lisboa Não Sejas Francesas , foi o maior espetáculo já visto naquele país  para o mundo, o evento ganhou as ruas, as igrejas, as escolas e as Universidades.
 
No outro dia os produtos Franceses começaram a apodrecer nas prateleiras, os perfumes jogados no lixo, roupas armazenadas, ninguém lia os livros ou escutava as suas músicas , enquanto os produtos Portugueses  em alta, tudo cheirava a Portugal, as crianças cantavam, os adultos choravam e Portugal conseguiu se levantar, a cantora Amália rodou o mundo, cantou muitas vezes em Paris.
 
Eu tinha que contar esta história, eu sabia que vocês iriam gostar e foi assim que Portugal conseguiu nos pós guerra,  mais uma vez a sua independência. 
 
A cultura é a maior arma de um povo, um povo que não canta, que não se encanta, que não faz o outro cantar a sua cultura, não merece ser um povo independente. 

Iderval Reginaldo Tenório
 
Lisboa Não Sejas Francesa
 

Amália Rodrigues

Não namores os franceses
Menina, Lisboa,
Portugal é meigo às vezes
Mas certas coisas não perdoa
Vê-te bem no espelho
Desse honrado velho
Que o seu belo exemplo atrai
Vai, segue o seu leal conselho
Não dês desgostos ao teu pai

Lisboa não sejas francesa
Com toda a certeza
Não vais ser feliz
Lisboa, que idéia daninha
Vaidosa, alfacinha,
Casar com Paris
Lisboa, tens cá namorados
Que dizem, coitados,
Com as almas na voz
Lisboa, não sejas francesa
Tu és portuguesa
Tu és só pra nós

Tens amor às lindas fardas
Menina, Lisboa,
Vê lá bem pra quem te guardas
Donzela sem recato, enjoa
Tens aí tenentes,
Bravos e valentes,
Nados e criados cá,
Vá, tenha modos mais decentes
Menina caprichosa e má
Lisboa não sejas francesa

 

Lisboa nao sejas francesa - Amália Rodrigues - YouTube

www.youtube.com/watch?v=6-ad1H5zj3Q


14/02/2013 - Vídeo enviado por fadistasaudade
Lyrics: Não namores os franceses Menina, Lisboa, Portugal é meigo às vezes Mas certas coisas não ...



 

segunda-feira, 21 de setembro de 2020

Wilton Bezerra , um radialista de valor.

                                                 

Wilton Bezerra , um radialista de valor.

WILTON BEZERRA NO SISTEMA VERDES MARES



O comentarista esportivo Wilton Bezerra deixou a Rádio Globo de Fortaleza, a TV Ceará e a TV Cidade se tornando exclusivo do Sistema Verdes Mares de Comunicação. Na manhã desta quarta-feira, ele assinou contrato com o SVM e manteve um primeiro contato com os telespectadores da TV Diário dentro do programa a Grande Jogada apresentado pelo seu amigo Sebastião Belmino. Por àquele canal, o cronista esportivo caririense vai comentar os jogos do Campeonato Cearense as quintas e sábados.

 
O comentarista também fará parte da equipe esportiva comandada pelo narrador esportivo Gomes Farias na Rádio Verdes Mares analisando os jogos disputados aos domingos e quartas-feiras. 

 

A mudança repercutiu bastante nos meios esportivos e da Imprensa em Fortaleza a exemplo do que ocorrerá no Cariri onde Wilton Bezerra trabalhou em emissoras de rádio de Crato e Juazeiro do Norte.
Na capital, o radialista Nonato Albuquerque destacou em seu Blog Gente de Mídia a "mudança de prefixo de um dos nomes mais importantes na área esportiva". Ele aproveita para apimentar questionando quem será o titular como comentarista na Rádio Verdes Mares: "Ele ou Sérgio Pinheiro?". O certo é que, da mesma forma que os clubes, as equipes esportivas estão contratando e promovendo mudanças para a temporada do futebol que está começando.


José Wilton Bezerra nasceu no dia 29 de setembro de 1948 no Distrito de Várzea da Conceição na zona rural de Cedro. Ele chegou ao Crato no ano de 1957 com apenas nove anos de idade, onde viveu a infância e a adolescência. No início da década de sessenta, Wilton começou a trabalhar na Amplificadora Cratense, pertencente à Diocese, onde exerceu a função de operador de áudio. 

Posteriormente, teve passagens pelas rádios Educadora e Araripe.


Em 1967, já morando em Juazeiro do Norte, fez parte do grupo de profissionais que, sob o comando dos irmãos Geraldo e João Barbosa, inaugurou a Rádio Progresso AM trabalhando como operador de áudio, discotecário, programador, disque-jóquei e comentarista esportivo. Em 1979, convidado por Moésio Loiola, então chefe da equipe esportiva da Rádio Uirapuru, mudou-se para Fortaleza aonde permanece até hoje com grande prestígio na crônica esportiva cearense.

(Demontier Tenório)

ASSINO EMBAIXO   

Iderval Reginaldo Tenório

Wilton Bezerra , um radialista de valor.

WILTON BEZERRA NO SISTEMA VERDES MARES


O comentarista esportivo Wilton Bezerra deixou a Rádio Globo de Fortaleza, a TV Ceará e a TV Cidade se tornando exclusivo do Sistema Verdes Mares de Comunicação. Na manhã desta quarta-feira, ele assinou contrato com o SVM e manteve um primeiro contato com os telespectadores da TV Diário dentro do programa a Grande Jogada apresentado pelo seu amigo Sebastião Belmino. Por àquele canal, o cronista esportivo caririense vai comentar os jogos do Campeonato Cearense as quintas e sábados.

 
O comentarista também fará parte da equipe esportiva comandada pelo narrador esportivo Gomes Farias na Rádio Verdes Mares analisando os jogos disputados aos domingos e quartas-feiras. 

 

A mudança repercutiu bastante nos meios esportivos e da Imprensa em Fortaleza a exemplo do que ocorrerá no Cariri onde Wilton Bezerra trabalhou em emissoras de rádio de Crato e Juazeiro do Norte.
Na capital, o radialista Nonato Albuquerque destacou em seu Blog Gente de Mídia a "mudança de prefixo de um dos nomes mais importantes na área esportiva". Ele aproveita para apimentar questionando quem será o titular como comentarista na Rádio Verdes Mares: "Ele ou Sérgio Pinheiro?". O certo é que, da mesma forma que os clubes, as equipes esportivas estão contratando e promovendo mudanças para a temporada do futebol que está começando.


José Wilton Bezerra nasceu no dia 29 de setembro de 1948 no Distrito de Várzea da Conceição na zona rural de Cedro. Ele chegou ao Crato no ano de 1957 com apenas nove anos de idade, onde viveu a infância e a adolescência. No início da década de sessenta, Wilton começou a trabalhar na Amplificadora Cratense, pertencente à Diocese, onde exerceu a função de operador de áudio. 

Posteriormente, teve passagens pelas rádios Educadora e Araripe.


Em 1967, já morando em Juazeiro do Norte, fez parte do grupo de profissionais que, sob o comando dos irmãos Geraldo e João Barbosa, inaugurou a Rádio Progresso AM trabalhando como operador de áudio, discotecário, programador, disque-jóquei e comentarista esportivo. Em 1979, convidado por Moésio Loiola, então chefe da equipe esportiva da Rádio Uirapuru, mudou-se para Fortaleza aonde permanece até hoje com grande prestígio na crônica esportiva cearense.

(Demontier Tenório)

ASSINO EMBAIXO   

Iderval Reginaldo Tenório

 

Uma pagina da poesia nordestina de Zé Praxedes. DOUTOR INTÉ OUTRO DIA

Amigos, nordestinamente falando, caatingueiramente declamando, agrestemente pensando e humanamente agradecendo  contarei um pouco da grande região cearense e alguns dos seus baluartes , o Cariri, o Sul , a Chamada do Araripe, Eloy Teles de Moraes, João Sobreira, Coelho Alves e outros de igual importância , utilizarei  as palavras do grande Potiguar JOSÉ PRAXEDES BARRETO  ou apenas  Zé Praxedes, um dos ícones da cultura do Brasil.

 

O Nordeste brasileiro é um celeiro de Cultura. 

Iderval Reginaldo Tenório

 



ZÉ PRAXEDES

JOSÉ PRAXEDES BARRETO (1916 - 1983), nasceu a 15 de novembro na fazenda ‘Espinheiro’, município de Currais Novos, atualmente Cerro Corá (RN).
 Filho de Francisco Praxedes Barreto e Maria Segunda Barreto.
Casou-se com Hilda Pinheiro, em 1941, e geraram José Praxedes Filho.
 Em 1950, como quase todos os nordestinos faziam à época, tomou um ITA, navio, juntamente com a mulher e o filho, e desembarcaram  no Rio de Janeiro




Uma pagina da poesia nordestina de Zé Praxedes. DOUTOR INTÉ OUTRO DIA

Uma pagina da poesia nordestina de Zé Praxedes. DOUTOR INTÉ OUTRO DIA

Amigos, nordestinamente falando, caatingueiramente declamando, agrestemente pensando e humanamente agradecendo  contarei um pouco da grande região cearense e alguns dos seus baluartes , o Cariri, o Sul , a Chamada do Araripe, Eloy Teles de Moraes, João Sobreira, Coelho Alves e outros de igual importância , utilizarei  as palavras do grande Potiguar JOSÉ PRAXEDES BARRETO  ou apenas  Zé Praxedes, um dos ícones da cultura do Brasil.

 

O Nordeste brasileiro é um celeiro de Cultura. 

Iderval Reginaldo Tenório

 



ZÉ PRAXEDES

JOSÉ PRAXEDES BARRETO (1916 - 1983), nasceu a 15 de novembro na fazenda ‘Espinheiro’, município de Currais Novos, atualmente Cerro Corá (RN).
 Filho de Francisco Praxedes Barreto e Maria Segunda Barreto.
Casou-se com Hilda Pinheiro, em 1941, e geraram José Praxedes Filho.
 Em 1950, como quase todos os nordestinos faziam à época, tomou um ITA, navio, juntamente com a mulher e o filho, e desembarcaram  no Rio de Janeiro

ZÉ PRAXEDES-DOTÔ INTÉ ÔTO DIA -Dando continuidade a pagina literária de minha raíz,

 

ZÉ PRAXEDES

JOSÉ PRAXEDES BARRETO (1916 - 1983), nasceu a 15 de novembro na fazenda ‘Espinheiro’, município de Currais Novos, atualmente Cerro Corá (RN).
 Filho de Francisco Praxedes Barreto e Maria Segunda Barreto.
Casou-se com Hilda Pinheiro, em 1941, e geraram José Praxedes Filho.
 Em 1950, como quase todos os nordestinos faziam à época, tomou um ITA, navio, juntamente com a mulher e o filho, e desembarcaram  no Rio de Janeiro
                                                                                
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DOTÔ INTÉ ÔTO DIA

      Dotô  inté  ôto dia              
       basta vancê precisá            
     de um criado as  suas orde

na Serra do Jatobá

Pro armôço tem galinha
tem quaiada pro jantá
água cheirosa de tanque
pra vosmicê se banhá

Leite quente ao pé da vaca
quando o dia amanhecê
café torrado no caco
de quando invez pra vancê

Aguardente potiguá
caso goste de bebê
capim mimoso verdinho
pra seu cavalo comê

Pra vosmicê fazê lanche
mé de abeia  cum farinha
tem da fonte milagrosa
água fria na quartinha

Pra vosmecê se deitá
uma rede bem arvinha
Mas leve a sua muié
proque lá só tem a minha
      (Zé Praxedes)
ZÉ PRAXEDES


ZÉ PRAXEDES

JOSÉ PRAXEDES BARRETO (1916 - 1983), nasceu a 15 de novembro na fazenda ‘Espinheiro’, município de Currais Novos, atualmente Cerro Corá (RN).
 Filho de Francisco Praxedes Barreto e Maria Segunda Barreto.
Casou-se com Hilda Pinheiro, em 1941, e geraram José Praxedes Filho.
 Em 1950, como quase todos os nordestinos faziam à época, tomou um ITA, navio, juntamente com a mulher e o filho, e desembarcaram  no Rio de Janeiro



Dando continuidade a pagina literária de minha raíz,  postarei uma poesia do grande Zé Praxedes, obra que muito marcou no Cariri Cearense a vida daquela juventude sedenta por saber, ao mesmo tempo faço pequenos agradecimentos aos homens que plantaram  a pura e verdadeira cultura na hora certa e para as pessoas certas.

Acredito que pela pureza destes baluartes do Rádio  Caririense, os mesmos  não tinham  idéia e nem  percepção da importância dos seus atos para o futuro do seu povo  ao recitarem despojadamente, os grande poetas populares do século .

Como  Deus ao lançar a sua luz  para todos do Universo sem distinção, estes baluartes nos seus programas matutinos lançavam esta providencial cultura a todos que tivessem ouvidos e consciência para saborear.


Aproveito o encejo e envio para ser saboreada uma poesia por demais conhecida pelos cancioneiros nordestinos. Nós aí do Cariri ouvíamos todas as manhãs o grande Eloy Teles de Morais plantar e dividir os frutos com todos os privilegiados que tinham acesso à Radio Araripe do Crato .

Acho inclusive que nós do Cariri deveríamos prestar uma homenagem a todos os ícones do Radio Caririense que transmitiam cotidianamente estas pérolas enriquecendo a nossa cultura, não sei se os mesmos tinham a noção da   grandeza , da importância ao transmitir   para o futuro da juventude nordestina aquelas enxurradas de cultura , transmitidas cotidianamente pelas ondas curtas e sonoras das  Radios AM.

A nossa infância e a nossa juventude fazem parte do rol das melhores do mundo, pois nascer na Serra do Araripe ou no seu pé, conviver com Eloy Teles, Luiz Gonzaga, Patativa do Assaré, Pedro Bandeira de Caldas, João Sobreira( O LAMPIÃO), Alcely Sobreiras, Daniel Walker , Cego Oliveira e uma plêiade de nomes do mais alto cabarito é privilégio de poucos, ainda por cima na terra do Padre Cícero Romão Batista(JUAZEIRO DO  NORTE) por onde peregrinou o grande Frei Damião.

Bela infância, abençoada juventude.

Obrigado a Eloy Teles de Moraes pelas aulas de cultura reverberadas para quem quisesse ouvir.

Um abraço- Iderval  Reginaldo Tenório 



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domingo, 20 de setembro de 2020

MANHÃ DE DOMINGO NA SERRA DO ARARIPE

                                                                                   



 

MANHÃ DE DOMINGO NA SERRA DO ARARIPE

Domingo , seis da manhã, caminhonete  Chevrolet na porta, carroceria varrida, pneus lavados e calibrados, água do radiador conferida e completada, vidros limpos, nível do óleo do motor e água da bateria conferidos e completados, documentos repassados, sacos de farinha arrumados, alguns animais amarrados num mourão da cerca que faz continuidade com a parede da casa, chegando aos poucos os diversos cidadãos que também irão ao vilarejo  para a grande feira ou para a cidade de Bodocó.

Na sala dos fundos uma bacia com água barrenta, um espelho retangular marrom 20cm por 30cm,  pincel feito de calda de cavalo, um barbeador alimentado por uma banda de lâmina de barbear Gillete, espuma produzida por sabonete Gessy , é o dono da casa e patrão dando um trato na barba, enquanto isso a patroa prepara o gostoso desjejum.

Momentos depois, já na sala do café, numa longa mesa  o grande anfitrião , alguns filhos e os amigos mais chegados saboreando um prato de coalhada,  café preto torrado no caco, café com leite , queijo , tapioca, ovos estrelados e um bom cuscuz de milho pisado em casa.  

A patroa vai até o grande terreiro e convida todos os cidadãos para um bom café, todos  se aproximam e abastecem o corpo com um bom papo, um reconfortante café. Abastecidos os corpos com o saboroso desjejum ,  os funcionários são chamados um por cada vez  para receber o salário da semana, modo este  com o intuito de manter a privacidade necessária .

 Terminada esta fase, todos bem vestidos , barbas tiradas, chapéus novos, peixeiras nos quartos se aboletam na carroceria do veículo, ajeitam os pequenos animais, seus sacos e  suas tralhas , os mais velhos na boleia com o patrão ou compadre e partem para a grande feira do Domingo em Feira Nova.

O motorista que é o patrão e anfitrião com o seu belo chapéu preto de massa, camisa branca mangas compridas, calça de linho, sapato preto passo double  liga o carro, passa a primeira marcha, pega a retilínea estrada defronte de sua casa e some com destino ao povoado, estrada esta, fruto de sua lavra, pois , mesmo sem estudo, era um verdadeiro  engenheiro praticante,  eram assim os domingos nas minhas férias na Serra do Araripe logo ao amanhecer.

O resto do dia era cheio de outras atividades, era o dia do banho semanal, pois nos outros dias apenas se lavavam os pés para dormir, iniciava-se visitas a parentes, partidas de futebol com todos da redondeza, cortes de cabelos na casa de Dão Paulino,  muitas vezes aparecia um rábula para extração dentária, era um dia de festa que esquentava no fim da tarde com a chegada dos que tinham ido à feira sempre carregados de novidades, traziam na bagagem roupas, espingardas, munição, pregos, martelos, sabonetes, remédios, biscoitos, víveres que só se encontram nas cidades e até mesmo o saboroso pão , coisa rara naquele sertão e disputados por todas as crianças que aguardavam ansiosas pelos pais naquele momento.

Domingo era o melhor dia da semana, como era bom acordar cedo aos domingos, como era bom, eram assim os domingos nos longínquos sertões na Chapada do Araripe.

 Viva a infância e viva a minha querida Serra aonde todos de lá são compadres.

Iderval Reginaldo Tenório