quinta-feira, 16 de abril de 2020

Antônio Gonçalves Dias (Caxias, 10 de agosto de 1823 — Guimarães, 3 de novembro de 1864)

Gonçalves Dias, o poeta nacional | Estante Virtual Blog







Gonçalves Dias (Antônio Gonçalves Dias), poeta, professor, crítico de história, etnólogo, nasceu em Caxias, MA, em 10 de agosto de 1823, e faleceu em naufrágio, no Maixio dos Atins, MA, em 3 de novembro de 1864. É o patrono da cadeira n. 15, por escolha do fundador Olavo Bilac

Foi um poeta, advogado, jornalista, etnógrafo e teatrólogo brasileiro.[2] Um grande expoente do romantismo brasileiro e da tradição literária conhecida como "indianismo", é famoso por ter escrito o poema "Canção do Exílio", o curto poema épico I-Juca-Pirama e muitos outros poemas nacionalistas e patrióticos, além de seu segundo mais conhecido poema chamado: Canções de Exílio que viriam a dar-lhe o título de poeta nacional do Brasil. Foi um ávido pesquisador das línguas indígenas e do folclore brasileiro.

É o patrono da cadeira 15 da Academia Brasileira de Letras


Canção do exílio

Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

 
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

 
Em  cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

 
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar �sozinho, à noite�
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

 
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que disfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá. 








quarta-feira, 15 de abril de 2020

Mandetta “cruzou a linha da bola” em entrevista, diz Mourão





Mandetta “cruzou a linha da bola” em entrevista, diz Mourão

Mourão afirmou que ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, cometeu "falta grave" porque "não precisava ter dito determinadas coisas"




O vice-presidente Hamilton Mourão criticou nesta terça-feira a entrevista dada pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, ao Fantástico, da TV Globo, no último domingo. Mourão disse que Mandetta “cruzou a linha da bola”, utilizando uma expressão do polo para uma “falta grave”, porque “não precisava ter dito determinadas coisas”. Na entrevista, o ministro defendeu uma unificação do discurso
no combate ao novo coronavírus.



“Vou usar a expressão do polo (esporte), o ministro cruzou a linha da bola ali. Ele não precisava ter dito determinadas coisas”, disse Mourão, em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo”, explicando depois: “É uma falta grave no polo. Nenhum cavaleiro pode cruzar na linha da bola. Ele pode acompanhar lado a lado. Ao cruzar a linha da bola, você comete uma falta. Dá um cartão”.
Apesar das críticas, Mourão disse que Bolsonaro não deverá demitir Mandetta neste momento e defendeu uma conversa entre os dois:


“Eu acho que existe, no presente momento, muita especulação, muito tititi. Eu julgo que o presidente não deve trocar o ministro nesse momento”, disse, acrescentando: “Acho que cabe muito mais uma conversa ali, chamar o Mandetta e dizer: ‘vamos acertar a passada, você tem sua opinião, eu tenho a minha, mas quando a gente tiver que discutir esse assunto, a gente discute intramuros e não via imprensa”.


A entrevista diminuiu o apoio de Mandetta dentro do governo. Parte da ala militar do Planalto entende que o ministro não poderia ter criticado publicamente o presidente. Esse grupo considerou a entrevista como uma tentativa de “forçar a sua demissão”. Além disso, a ala de ministros considerados técnicos do governo, como Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) e Paulo Guedes (Economia), se surpreendeu com a entrevista. Segundo aliados, esse grupo espera que Mandetta continue, mas não haverá exposição em sua defesa.

Na entrevista desta terça-feira, Mourão afirmou que não conversou com os ministros militares sobre a fala de Mandetta, mas disse esperar que eles irão “relevar pequenas coisas” e “buscar a melhor solução para o país”:


“Não vou dizer que seja menor (o apoio a Mandetta), até porque não tive uma conversa com eles para saber da visão efetiva em relação aos fatos que ocorreram”, relatou.” É uma situação de calamidade, mesmo, complicada. De modo que nessa hora a gente tem que relevar pequenas coisas e avançar no sentido de buscar a melhor solução para o país. Vejo que os nossos companheiros vão trabalhar nesse sentido”.

CONVERSA COM UM ANCIÃO. SEU QUINCÓ, 86 ANOS. O ENVELHECER COM SABEDORIA E SEGURANÇA FINANCEIRA

                                             MENSAGENS DA UMBANDA - Mensagem de Preto Velho via Pai Cipriano




                CONVERSA COM UM ANCIÃO.
SEU QUINCÓ, 86 ANOS.
O ENVELHECER COM SABEDORIA E SEGURANÇA FINANCEIRA

Seu Quincó é um amigo da família, é um homem sem escolaridade e da estirpe do Patativa do Assaré, frequentou assiduamente a Escola Primária, Secundária e Superior da Vida, a sua Universidade foi e continua sendo o tempo, os seus livros o mundo, os professores os reinos da natureza, o papel utilizado foi a terra , a caneta foi   a sua  enxada , a tinta o suor do seu rosto , tudo arquitetado pelo privilegiado cérebro, propriedade pertinente aos humanos.



__Seu Quincó fale um pouco do mundo, fale  o que o senhor sabe desta nossa maravilhosa e desconhecida senhora chamada  Vida.



Seu Quincó arrumou o enxuto corpo na   cadeira, retirou o tradicional chapéu de palha da sua branca cabeça , olhou ao seu redor, olhou para o céu , mirou os olhos para a cabeceira da Chapada do Araripe tangenciando as copas da capoeira e da caatinga  até onde a vista alcança ,  lá onde se forma uma grande linha azul que liga o Céu com a terra, diz seu Quincó que é neste encontro onde mora o Criador e falou.



__Na trajetória da vida , a vida prega muitas coisas que não se encontra explicação, aqui estou sentado nesta cadeira debaixo deste pé de juazeiro a ouvir o cantarolar dos pássaros e o coaxar dos sapos,  vivo aqui sem pensar muito no mundo, mesmo porque do mundo quase nada conheço, nunca arribei e nem tirei os meus pés desta terra que um dia haverá de comer este sofrido corpo.   



 Fui criado como um animal, pasto, água e guarida , foi o que precisava e ainda hoje preciso,  durante o dia vivo o sol, a sua luz ,  a sua energia e o seu brilho, vivo a sua claridade , o seu calor e a sua valentia,    é o Sol o dono e o pai do nosso mundo, tudo depende dele.  Dizia a minha avó que existem outros mundos muito distantes do nosso e cada um tem o seu sol, são coisas de meninos, só Deus é quem sabe destes mistérios e  durante a noite vivo a lua e as estrelas, vivo o cintilar das longínquas luzes azuladas aos milhares , a sedosidade da majestosa lua e a  imagem de São Jorge encastoada  na sua cara redonda, vivo também a escuridão entre uma estrela e outra, vivo o passar lento das brancas e das cinzas  nuvens, não vivo o dia e nem a noite, o dia é cheio de  entraves, de tarefas, de agruras e de dissabores, a noite traz com  ela a insônia, a noite é repleta de sentimentos, de tristezas, de alegrias, de pensamentos e de reflexões, quem vive a noite repete todos os sofrimentos, as decepções, as agruras, os entendimentos , os desentendimentos, os acertos e  os desacertos do dia, o sono é quem gosta  da paz , do sossego, do descanso e do ganho de tempo para o usufruto da vida, o sono tem como os seus maiores  amigos os sonhos, eles se encontram e se misturam trazendo muitas verdades para a nossa vida, já a  insônia tem como os seus maiores amigos  o travesseiro e o dia,  os três como pássaros se juntam e voam por tudo que transcorreu durante o dia , por tudo que já se passou por sua vida e como uma vaca   mastiga, rumina, engole   e depois  mastiga e rumina   tudo outra vez, quem vive a noite  não tem nem o direito de sonhar, quem vive a noite e o dia revive os sofrimentos e as decepções , como recompensa ganha a fraqueza, o cansaço, a perda de energia e da  paciência, o seu maior prêmio é se arranchar na casa das   doenças.



Durante o dia o que se vive é o sofrimento, o desgaste, o embate entre as forças, a discórdia entre as vontades, o compromisso, a adaptação aos outros para se  poder  conviver, quem vive o dia não vive a sua pessoa , vive um substituto, um impostor que tem que obedecer a diversas ordens, quem vive a noite repete todo o dia que passou, o dia com os seus entraves, os dissabores e com as sua obrigações, eu hoje desconheço o dia e desconheço a noite, vivo em parceria com o sol, as estrelas, a lua, a escuridão entre os astros, o vento, o calor, o frio, o brilho, o cintilar das estrelas e a maciez da prateada luz da lua, tudo isto mesclados com as maravilhas da terra, ás águas, os ventos, as árvores, as relvas, o vai e vem dos animais , das borboletas, o canto dos pássaros e dos grilos, o cheiro das flores, das frutas, dos estercos dos animais e  da terra molhada. 



O melhor lugar do meu mundo é a  minha morada, é nela que me sinto seguro, é nela que o meu coração vibra,  sei que todos vivem das incertezas e das esperanças, a incerteza sempre será uma desconhecida, uma incógnita  e a esperança éea mãe de todos os homens, sei também que existe a presa e o predador, aquele que é pego e o que  pega, para o predador a morte é vida, um tem que morrer para alimentar o outro, assim é a vida aqui na terra.



Entrei calado e calado fiquei diante do seu pronunciamento e  emocionante   relato , veio uma pequena chuva, corremos para a pequena casa, tomei um forte e quente café feito por sua octogenária esposa, Dona Clementina,  café ainda fumegante e com mescla de pó grosso, a xícara  não tinha asa, lembrei da minha mãe que,  tomava café com as duas mãos abraçando a sua caneca e com os olhos fechados, independente de possuir  ou não possuir  asa, ela dizia que o calor do  café enchendo a palma da mão melhorava o seu sabor e quando fechava os olhos caia na casa de sua mãe numa regressão à década de 1930, na verdade na verdade a xícara de seu Quincó não era uma xícara, era um copo, um vasilhame  feito de barro  assado na brasa , era uma cerâmica marrom artesanal, do mesmo material das  panelas de barro , voltei à minha infância com  este velho amigo e  caí no colo aconchegante de minha mãe que dizia só para mim :  “ fique calmo menino  que vou tomar o meu café” .



Passada a chuva,  pedi para escrever este encontro com a finalidade das pessoas tomarem conhecimentos, o mestre me perguntou quem da cidade queria saber de suas baboseiras, veio um sorriso no meu rosto, um arrependimento de ter estudado e de ter acesso à problemática da vida. 



Quem está certo é seu Quincó  que vive o sol e não o dia, vive  a lua, as estrelas, o escuro entre elas e não a noite , vive os fenômenos naturais da terra, os animais, os vegetais , os minerais, as borboletas e tudo quando for benéfico à vida, seu Quincó vive a vida.. 



Esta filosofia é o passaporte para uma vida longa e com saúde, é literalmente viver a vida e não as coisas do mundo.



Seu Quincó , parabéns. 



Iderval Reginaldo Tenório

ESCUTEM AS DUAS MAIORES ESTRELA DA MUSICA BRASILEIRA DE TODOS OS TEMPOS  , SEM DESRESPEITAR AS DEMAIS .   DONA IVONE LARA E DONA CLEMENTINA DE JESUS





Reprodução automática






Clementina de Jesus e Dona Ivone Lara Sonho Meu

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P.C.J. (Partido Clementina De Jesus)

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Clementina de Jesus - "Marinheiro Só" (1982)

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Sorriso negro

Dona Yvonne Lara - Topic


terça-feira, 14 de abril de 2020

...e o sono da razão ainda produz monstros. Um breve ensaio contemporâneo acerca da ignorância e do desprezo pela intelectualidade

                 








                   

...e o sono da razão ainda produz monstros. Um breve ensaio contemporâneo acerca da ignorância e do desprezo pela intelectualidade




É factível termos um assomo subconsciente, quase epifânico, diria- outros talvez necessitem algum tempo para vir à sua mente-, quando ouvimos, mais uma vez, depois de ter sido essa máxima histórica usada em discursos de índole filosófica, escritos eruditos e entraves políticos, éticos, sociais e de múltiplas naturezas, que o sono da razão produz monstros.



A robustez desta redação concebida por Francisco de Goya, artista plástico espanhol contemporâneo ao período do romantismo e rococó europeus, numa de suas telas em que a oração faz-se mais inolvidável do que a própria pintura, versa acerca da aversão aos estudos; apego à ignorância; desprezo pela intelectualidade e a fácil sujeição à constante sugestionabilidade. Mentes perigosas; antros das mais insensatas conclusões; das mais insustentáveis convicções pautadas na desinformação, estão fadadas a cair na vala comum, sem qualquer licença e propriedade argumentativa.



É a figura humana provida da capacidade de deliberar acerca de um objeto, de uma tese ou de argumento, por tão somente ser dotada da razão, não obstante uma ignóbil parcela de indivíduos prefira não se utilizar desta faculdade tão poderosa. Mais do que nunca o cenário global está polarizado, as opiniões se dividem entre certos e errados, dificilmente entre quem respeita as duas óticas e esses, não raro,  são quase rechaçados por não tomarem um dos lados.



A formação e o cumprimento do papel de cidadão com a prática da justiça, com a idoneidade, com a música, com a leitura, com a escrita – atreladas à práxis da gramática e das artes-, formam o homem perfeito idealizado por Platão. Todavia sem buscar a maestria, que não nos utilizemos da falsa erudição, de pensamentos corrompidos, de opiniões respaldadas na necessidade que iludem o incauto que, atraído como que inseto pela luz ofuscante não enxerga os fatos à sua frente.



Marcus Alves – 10/04/2020