quinta-feira, 14 de dezembro de 2023

O deslize do governo. O Brasil e a desindustrialização.

 

 

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                O deslize do governo. O  Brasil e a desindustrialização.

O deslize do governo brasileiro  foi desacelerar a indústria nacional, vender as matérias primas para o exterior, sem agregação de valor,  sem o incentivo ao desenvolvimento de novas tecnologias e a preço vil. A participação da indústria no PIB em 1990 era 21,5%, em 2020 caiu para 11%.

Exportava-se um navio de ferro  e voltavam um mero faqueiro, uma caixa de ferramentas, uma fechadura, um canivete ou um cortador de unhas; exportava-se uma tonelada de café in natura e voltava  uma caixa de café em cápsula, além de obrigar a importação  das máquinas que poderiam ser produzidas dentro do país, constituindo a famosa venda casada; não diferente dos anos 60, quando a Inglaterra obrigava aos subdesenvolvidos,  a importação do óleo de  fígado de bacalhau para cada  máquina importada. O modo de escravização econômica é o mesmo, o comportamento é leonino. 

É do conhecimento de todos, que uma  nação que não tem  indústrias e pouco produz, enquanto maior for o  consumo, maior será o envio de divisas para as nações industrializadas, gera desempregos interno e cria empregos nas nações exportadoras. Este foi o  mote do Brasil nestes últimos 30 anos. Os economistas e a mídia  sabem e continuam a enganar o pobre povo brasileiro. 

Para os governos destas últimas três décadas  o importante era: 

1- Conseguir os dólares necessários, para tocar a nação, com a venda das commodities. 

2-Incentivar o consumo de descartáveis, importados, em  todas as classes sociais. 

3-Incentivar os empréstimos, de todas as maneiras, principalmente os consignados, deixando  a população engarguelada e endividada.

4-Proporcionar o enriquecimento, geralmente ilícitos, de todos os apoiadores. 

5- Mostrar ao povo brasileiro que é chique e atualizado o consumo de produtos sofisticados e das grandes marcas  estrangeiras, como também viajar mundo afora sem conhecer a sua própria casa.

Para este intento, permitiu a danificação, sem precedentes, do meio ambiente  para a produção desordenada das commodities minerais, vegetais e animais, as únicas fontes de riquezas para a exportação. 

De eito derrubaram morros, chapadas e florestas, contaminaram o solo, as  águas  e perfuraram o subsolo  em busca dos minerais, exemplo maior Brumadinho, Mariana em Minas Gerais  e Salgema nas Alagoas. As consequências só acontecem 10 a 15 anos depois, quando o ecossistema perde  as bases de sustentação, grita por  socorro e desmorona.

Para a criação do gado e a  produção da soja contaminou o lençol freático, derrubou florestas, consumiu as águas dos rios, lagos, lagoas e aquíferos. Matou animais que mamam, que voam, que rastejam, que vivem no solo  úmido, como as minhocas; envenenou  os insetos e todos os tipos de vida com defensivos agrícolas e inceticidas.   O que interessava era  a produção  dos dólares. Às favas o ecossistema e o bioma com todos as suas diversidades. 

Iderval Reginaldo Tenório

 

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