O deslize do governo. O Brasil e a desindustrialização.
O deslize do governo brasileiro foi desacelerar a
indústria nacional, vender as matérias primas para o exterior, sem agregação de
valor, sem o incentivo ao desenvolvimento de novas tecnologias e a preço
vil. A participação da indústria no PIB em 1990 era 21,5%, em 2020 caiu para 11%.
Exportava-se um navio de ferro e voltavam um mero faqueiro, uma caixa de ferramentas, uma fechadura, um canivete ou um cortador de unhas; exportava-se uma tonelada de café in natura e voltava uma caixa de café em cápsula, além de obrigar a importação das máquinas que poderiam ser produzidas dentro do país, constituindo a famosa venda casada; não diferente dos anos 60, quando a Inglaterra obrigava aos subdesenvolvidos, a importação do óleo de fígado de bacalhau para cada máquina importada. O modo de escravização econômica é o mesmo, o comportamento é leonino.
É do conhecimento de todos, que uma nação que não tem indústrias e pouco produz, enquanto maior for o consumo, maior será o envio de divisas para as nações industrializadas, gera desempregos interno e cria empregos nas nações exportadoras. Este foi o mote do Brasil nestes últimos 30 anos. Os economistas e a mídia sabem e continuam a enganar o pobre povo brasileiro.
Para os governos destas últimas três décadas o importante era:
1- Conseguir os dólares necessários, para tocar a nação, com a venda das commodities.
2-Incentivar o consumo de descartáveis, importados, em todas as classes sociais.
3-Incentivar os empréstimos, de todas as maneiras, principalmente os consignados, deixando a população engarguelada e endividada.
4-Proporcionar o enriquecimento, geralmente ilícitos, de todos os apoiadores.
5- Mostrar ao povo brasileiro que é chique e atualizado o consumo de produtos sofisticados e das grandes marcas estrangeiras, como também viajar mundo afora sem conhecer a sua própria casa.
Para este intento, permitiu a danificação, sem precedentes, do meio ambiente para a produção desordenada das commodities minerais, vegetais e animais, as únicas fontes de riquezas para a exportação.
De eito derrubaram morros, chapadas e florestas, contaminaram o solo, as águas e perfuraram o subsolo em busca dos minerais, exemplo maior Brumadinho, Mariana em Minas Gerais e Salgema nas Alagoas. As consequências só acontecem 10 a 15 anos depois, quando o ecossistema perde as bases de sustentação, grita por socorro e desmorona.
Para a criação do gado e a produção da soja contaminou o lençol freático, derrubou florestas, consumiu as águas dos rios, lagos, lagoas e aquíferos. Matou animais que mamam, que voam, que rastejam, que vivem no solo úmido, como as minhocas; envenenou os insetos e todos os tipos de vida com defensivos agrícolas e inceticidas. O que interessava era a produção dos dólares. Às favas o ecossistema e o bioma com todos as suas diversidades.
Iderval Reginaldo Tenório
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