A MORTE DE UMA PROFISSÃO DE RESPEITO.
Os cenários políticos e econômicos da
nação vaticinam para dias dificeis para a medicina
brasileira e os Esculápios.
Muitos foram, são e serão os eventos que levarão a Medicina Brasileira à bancarrota e escancaradamente a empurram para as laterais .
1-A abertura indiscriminada de Escolas Privadas, a entrada de milhares de médicos pelo Mercosul sem o Revalida e o
abandono das
Escolas publicas de qualidade.
2- O
sucateamento dos Hospitais Escolas , o fechamento de milhares de leitos SUS, dos pequenos hospitais e clínicas em quase todo os 5700 municípios brasileiros.
3-A Desvalorização dos professores, dos assistentes
e dos mestres .
3-A entrega da medicina aos políticos, transformando-a em manobra eleitoreira , retirando
das mãos dos médicos a sua condução, sendo estes reles prestadores de serviços com empregos
precarizados.
4-A medicina Suplementar atuando como intermediária
entre o profissional e o seu paciente aplicando baixos valores ao intelecto .
5-O aparelhamento da medicina diminuindo o valor da
semiologia e da Clinica.
6-O fechamento dos consultórios artesanais e a
abertura de Empresas Médicas encarando o exercício da medicina comercialmente.
7-O distanciamento e a morte do relacionamento
Médico-Paciente.
8-A invasão do ato
médico por outros profissionais em quase todas as especialidades, da clínica médica à oftalmologia.
9-O desinteresse dos esculápios pelo viés político e social da medicina , encarando-a apenas como meio de vida e de
sobrevivência. Trabalham apenas para pagar os vultosos encargos e tributos pertinentes ao exercício da profissão .
10-Os baixos salários das suas jornadas de trabalho, tendo que labutar cotidianamente em vários empregos, sendo uma das formas de óbitos de médicos jovens nas estradas da morte, de município em município a defender a vida e o padrão.
11-Os governantes, peremptoriamente, fazem de tudo para jogar a sociedade contra os
médicos , tentam colocar no seio da sociedade que os profissionais estão mais
ligados à pecúnia do que à saúde. Criam muros, fossos, lagos e cercas entre o
povo , a medicina e os que a exercem com ética e lisura.
Este modus operandi levou a diversos episódios.
Primeiro os médicos perderam a prioridade nos cargos diretivos governamentais tanto Municipais, Estaduais e Federais. Os Secretários de Saúde e o Ministro não precisam ser médicos, e quando médicos de formação, transformam-se em executivos tecnocratas e políticos descompromissados com a categoria.
Primeiro os médicos perderam a prioridade nos cargos diretivos governamentais tanto Municipais, Estaduais e Federais. Os Secretários de Saúde e o Ministro não precisam ser médicos, e quando médicos de formação, transformam-se em executivos tecnocratas e políticos descompromissados com a categoria.
Em seguidas foram afastados dos cargos superiores nas
unidades hospitalares , no programa da família(PSF) e nos demais serviços
pertinentes à medicina (Postos e ambulatórios).
Hoje os médicos estão em segundo plano, forças
contrárias aos interesses do povo, dos médicos e da medicina incutem
na cabeça dos médicos que o
sistema conselhal é obsoleto, inerte e prejudicial à classe ,
é apenas um órgão punitivo. Os médicos acreditam e passam
a não apoiar a sua mais importante instituição. Conselho fraco categoria
fraca, na vacância dos Conselhos serão os leigos os seus julgadores .
O
prestígio de uma classe profissional está ligado aos poderes político(voto),
econômico(poder aquisitivo), social(ações) e no domínio dos
conhecimentos , estas propriedades juntas guinam uma classe ao
comando de
uma sociedade.
O médico e a medicina humana estão em franca
decadência, a
informática e a engenharia da imagem dominam nos médios e nos grandes
centros,
basta entrar numa máquina. Isto está empurrando a medicina para ser uma
ciência exata , primeiro as máquinas e por derradeiro a clinica, é um
caminho sem volta.
Não menosprezando a tecnologia que é importante e indispensável, não deveriam ser nocauteadas as milenares fisiologia , fisiopatologia e a semiologia, levando-as literalmente ao solo. Sobram máquinas sofisticadas e faltam médicos
médico.
A soberania da clínica, o toque amigo do seu
médico, a semiologia aplicada, as cãs dos esculápios,
a benevolência, a beneficência e a generosidade da ética ficaram para trás.
Politicamente
os médicos e a medicina há muito que
perderam os seus postos, estão muito
frágeis . No setor financeiro a medicina virou mercadoria e os médicos
profissionais baratos .
O relacionamento dos médicos com a sociedade é comercial, segue o código do consumidor com
todas as suas mazelas. Enquanto os médicos utilizam-se da ética e
dos conhecimentos os outros são partidários da pecúnia , tudo por
dinheiro, não conhecem a ética e nem a compaixão.
Consumindo
os últimos suspiros sociais da Medicina , os poderes
(Municipal, Estadual, Federal e Judiciário) retiram vagarosa e continuamente as
últimas gotas de sangue da velha medicina com taxas, tributos, ditames e impostos
exorbitantes.
O
Liberal autônomo, devido a intermediação do sistema médico suplementar , os grandes grupos empresariais da saúde , a pejotização e a terceirização do
Sistema Público encontra-se sem força, fraco e
subserviente.
A medicina e o médico caíram na vala
comum, é uma contenda entre a Medicina e o poder , na
qual um dos lados tem como arma a ética , e esta é mansa,
educada, paciente, benevolente, caridosa, responsável e
respeitadora, enquanto o outro , tem a força, a truculência , a política,
a saga da enganação e um povo propositadamente desprovido de informações, consequentemente vence o lado da pecúnia.
A Medicina e o Médico precisam seguir de mãos
dadas, precisam difundir a humanização, a benevolência,
a beneficência e mostrar que são simples, humildes e emanam do povo para o
povo.
A medicina é a mais sagrada das ciências, ela entra na vida de cada
um dos cidadãos que a procuram da cura , do remediar ou do paliar os seus sofrimentos.
Salvador 18 de março de 2011
Iderval Reginaldo Tenório
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