A Cheia de 24
Em 1924, enquanto São Paulo enfrentava uma das maiores secas da sua história, os estados do Nordeste eram atingidos por um verdadeiro dilúvio.
No Ceará, um dos estados mais atingidos, as inundações arrastavam para os leitos dos rios tudo que encontrava pela frente. Açudes e barragens se romperam matando muita gente.
A cheia de 1924 no Nordeste, por sua magnitude, também foi registrada no cancioneiro popular. Luiz Gonzaga gravou A cheia de 24, em 1968, uma toada do cantor e compositor paraibano Severino Ramos de Oliveira – o Parrá. Ramos é também o autor do sucesso Ovo de Codorna.
ACESSEM - Cheia de 1924 em Maceió
A cheia de 24
DE
Severino Ramos de Oliveira
NA
VOZ DO GONZAGÃO.
Doutor não foi brincadeira
Na correnteza das águas
Descia a família inteira
Quase não sobra vivente
Para contar a história
Assim falava mamãe
Aquela santa senhora
Descia gado e cavalo
Pato, peru e galinha
Cabrito, porco e carneiro
Tudo o que o povo tinha
Os açudes não podiam
Tantas águas suportar
Rio, riacho e lagoa
Tudo junto num só mar }bis
Os canoeiros lutavam
Passando povo no rio
Mas o remanso das águas
Corria água em rodopio
Afundavam as canoas
Na violenta correnteza
Parecia inté castigo
Do Autor da Natureza } bis
Meu Padim Ciço pediu
A Nossa Senhora das Dores
Que parasse aquela enchente
Que causava esses horrores
Quando terminou a prece
Logo parou de chover
O sol brilhou lá no céu
Para todo mundo ver } bis
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