Juliano Moreira
1872
1933
Juliano Moreira nasceu em Salvador, Bahia, na antiga Freguesia da Sé, no dia 6 de Janeiro de 1872, filho de Manoel Moreira do Carmo Júnior e Galdina Joaquim do Amaral.
A condição de negro deveria ser um entrave para sua entrada em uma Faculdade, principalmente, considerando que a abolição da escravatura só viria por acontecer em 1888, três anos depois da sua entrada na Faculdade de Medicina.
Juliano Moreira foi um pioneiro e desbravador dos preconceitos da época em que viveu, pois não conseguiria ter a projeção que teve na vida sem vencer as dificuldades de ser negro e pertencer a classe social baixa, sem boas condições financeiras. Naquele período, estudar era luxo e privilégio de poucos. Somente pessoas de famílias tradicionais e que tinham alto poder aquisitivo conseguiriam chegar aonde este herói chegou. No entanto, Juliano matriculou-se na renomada Faculdade de Medicina da Bahia – FAMEB aos treze anos, graças ao vínculo que sua mãe tinha como doméstica na casa do Barão de Itapoã, seu padrinho e que foi um dos diretores da FAMEB (El-Bainy, 2007 - Memorial Juliano Moreira).
Doutorou-se aos 18 anos (1891), com a tese “Sífilis maligna precoce” e tornou-se professor substituto da FAMEB na seção de doenças nervosas e mentais aos 23 anos (Oda, e Dalgalarrondo, 2000). A partir de então especializou-se com cursos e estágios em vários países europeus, e foi em uma das suas viagens que encontrou a enfermeira Augusta Peick que se tornaria sua esposa no futuro. A sua preparação foi o que o fez chegar a ser o diretor do Hospício Nacional de Alienados (Rio de Janeiro), primeiro Hospício do Brasil, onde introduziu práticas que refletiam um profundo conhecimento do campo psiquiátrico mundial.
Juliano Moreira morreu na cidade de Correias, Rio de Janeiro, no dia 2 de Maio de 1933, sem deixar filhos (El-Baniny, 2007). Em sua homenagem, em 1936, o Governo da Bahia cria o Hospital Juliano Moreira que ao longo do tempo passou por modificações. Desde 2005, possui em sua estrutura física além do centro hospitalar, um arquivo, uma biblioteca e um museu, mantidos pelo Governo do Estado da Bahia
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