
 
  
 
Resenha do Filme  Getúlio
Carla Camurati, João Jardim e Walter Carvalho
Estrelado por Toni Ramos, como Getúlio e  Drica Moraes, como Alzira Vargas 
Não existe
dúvida que apesar de ter sido um ditador confesso, inclusive relata que rasgou duas
constituições Federais, o Getúlio Dorneles Vargas, mentor maior da revolução de 1930, que
anulou a eleição do Júlio Prestes e destituiu o presidente da República Washington Luiz, foi e
continua sendo o mais amado político brasileiro. 
Presidiu a nação
com mão de aço de 1930 a 1934, foi reeleito indiretamente em 1934,  e em 10 de novembro de 1937, com o apoio das forças armadas, num Golpe de Estado, instituiu o  Estado Novo  e implantou a ditadura Vargas até 1945,
quando foi deposto por outro   golpe  militar.
Com a sua queda, foi eleito o Eurico
Gaspar Dutra, que governou de 1946 a 1951.  O seu governo, viceralmente aliado aos EUA,  inaugurou o
 período da Quarta República Brasileira e ficou caracterizado pela 
perseguição aos movimentos de trabalhadores e aos comunistas.. Em 1951 o Getúlio foi reeleito, voltou nos braços do povo, encerrando
seu mandato em1954 com o seu suicídio.
Foi
popularizado devido as suas ações.
1)Consolidação
das leis trabalhistas  e o Salário Mínimo.
2)  O primeiro Código Eleitoral  do Brasil em 1932 e o voto para as mulheres no mesmo ano. 
3)Criou os
Ministérios do  Trabalho, da Saúde  e da Educação.
4)Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Companhia Vale do Rio Doce, Petrobrás e a  Hidrelétrica
do São Francisco. Estes atos o tornou  
o mais amado e popular político brasileiro, sendo chamado de: O pai dos
pobres.
o Filme não
fala destes episódios. Inicia com uma  voz relatando todos os seus feitos, documenta  o seu último governo de 1951 a 1954, relatado
pelo mesmo de uma Democracia. Apesar de ser um ditador confesso, falou e insistiu que  não iria
rasgar mais uma Constituição Federal.
O que se
assiste  é uma perseguição por segmentos
militares, políticos, econômicos e de intelectuais, muitos foram os seus
opositores, dando a entender que poderia ser desencadeado mais  um  golpe, tal qual
aconteceu em1964. 
Na formação
do seu governo, nomeou como a sua principal  assessora, uma mulher, a sua filha Alzira,
que muito fez pelo seu governo, isto foi uma afronta aos  conservadores políticos e aos de fardas  da época. Foi uma grande assessora e lhe
orientava em todos os seus passos, foi a mais próxima figura do seu governo.
No longa, a cineasta
 Carla Camurati e o Diretor João Jardim
foram felizes no enredo, no elenco,  nas fotografias e  no cenário. 
Conseguiram mostrar a falsidade, a corrupção e como se comportavam os
homens que ocupavam cargos de confiança, cargos de sustentação pela
governabilidade e até a sua  segurança pessoal.
 Atenção para a sua fala  com a assessora, sua filha: "Eu não sabia que tinha, para a minha segurança pessoal, mais de
80 homens, eu só vejo e conheço menos de 15 homens".  Inclusive só conhecia de
perto o chefe da segurança, aquele que sabia 
de tudo e foi   o elo do seu
suicídio. Um chefe corrupto, mentiroso e arteiro com um padrão de vida superior aos  proventos,  envolvendo inclusive a sua
própria esposa em vários episódios de  corrupção, como logista e proprietária de terrenos.  Foi o seu maior traidor.
O filme
mostra que foi armado um esquema para incriminar o Presidente da República e
que até hoje encontra-se em aberto os mandantes. O combinado com o seu chefe de segurança
pelos contratantes, é que fosse assassinado,defronte ao Palácio do Catete, o seu maior desafeto, o jornalista e
deputado Carlos Lacerda. O plano foi abortado,
foi morto um militar e o Lacerda sofreu um tiro no pé. Saindo  vivo desencadeou todo o movimento para a derrubada
do Getúlio.
Apurado foi
encontrado  o assassino, porém os
mandantes ficaram em aberto até os dias atuais. Ficou claro que o chefe da
segurança da guarda presidencial foi contratado para executar  o Carlos Lacerda, este
foi baleado.
Vivo, magoado, cheio de ódio, sendo o maior desfeto do presidente e com a mídia nas mãos, conseguiu  mobilizar
 os
militares, os políticos, as rádios e os jornais  de todo o Brasil 
pedindo a renúncia do Presidente, culpando-o como o articulador do 
fatídico episódio. 
O movimento foi tão grande que a marinha, a aeronáutica, o exército,
empresários, intelectuais,  professores,
ministros, parte da população, os jornais  e até o vice presidente, Café Filho, foram
conquistados. Do seu lado ficaram poucos: a sua assessora, parte do povo e
alguns ministros, dentre eles o Tancredo Neves, o mais fiel dos fiéis.
Depois do
fatídico dia do atentado, a vida do Getulio virou um martírio. Sono perdido,
pesadelos constantes, pensamentos de prisão e de  suicídio passaram a fazer parte do seu cotidiano.
A pressão
foi tão grande, que numa madrugada o Presidente marcou uma reunião com a cúpula
 do seu governo e deu o ultimato, disse
que não renunciaria, que resolvessem a situação e só sairia do Palácio morto,
pois  ao renunciar configuraria como o
mandante do crime, caso não resolvessem já teria a solução. 
O
 longa
mostra o amor do Getúlio pela família em diversos episódios: confissão à
 sua assessora,  sua filha; ao filho mais velho, o que foi delatado como
 mandante, pelo o seu chefe
de segurança; ao seu médico, também um dos filhos, inclusive numa cena
descontraída, após uma avaliação cardíológica, o Getúlio pergunta: "Onde
 fica o
Coração, aqui no tórax, meu filho?", a resposta foi de chofre:  "Fica à 
altura do peito esquerdo meu pai, dois centímentros  à sua direita", ali o pensamento de suicídio
foi articulado.  O presidente sofria muito com a morte do seu filho, Getúlio Vargas Filho, o Getulinho,  que morrera
aos 23 anos de idade em 1943.
A cineasta e
o diretor foram felizes ao  documentarem o que pensam os políticos
e como seguem ipsis litteris o italiano Nicolau Maquiavel em o Principe, editado em 1513. Mostrou que quando um político  perde a força de comando, cai em desgraça e inicia o seu  fritamento,
todos os que estão ao seu redor somem, 
vão à procura dos que poderão assumir o poder, antes  adversários e não inimigos, no
caso do Getúlio, até o seu vice( Café Filho) o traiu, ficando do seu lado
e  de grande importância apenas o Tancredo Neves. 
O
 filme é sobre fatos reais, quase um documentário. Bem narrado e 
estudado, levando ao conhecimento  do povo brasileiro  o que levou o 
Presidente Getúlio a praticar o suicídio.  
Traz
 à tona, uma faceta marcante da política brasileira, ocorrida em 1954. É
 um filme  bem atual, basta constetualizar com a posse do Michel Temer, 
ao torcer diuturnamente pela queda da Dilma Rousseff tal qual o Café 
Filho, que ao sentir a queda do titular,  torceu e lutou pela sua 
renúncia de olho  na cadeira presidencial.  Neste caso, o desfecho foi 
pior,  culminou com a morte  do Getúlio, o pai do pobres.   Nada de  
mais aconteceu, além da comoção nacional após a morte, a vida política 
continuou e  o Café Filho assumiu.  Foi realizada uma nova eleição em 
1955, sendo eleito o médico mineiro Juscelino Kubitschek de Oliveira, que governou de 1956 a 1961. Foi o construtor de Brasília, trazendo a capital para o centro do país. Ficou marcado pelo desenvolvimentismo e um dos maiores endividadores do Brasil.
Carla
 Camurati, a cieneasta; João Jardim,  o diretor; Walter Carvalho, o 
diretor de  fotografias e   de câmeras; Toni Ramos, no papel do 
Getúlio;  Drica Moraes, como Alzira Vargas e todo o eleco  estão de 
parabéns pela documentação cinematografica de tão importante episódio da
 vida brasileira. 
Um filme para a eternidade e para a história, tal qual como  disse o Getúlio Vargas que   jamais renunciaria. 
                                        Assim se expressou: 
"SAIO DA VIDA PARA ENTRAR NA HISTÓRIA" 
Getúlio Dornelles Vargas
Presidente do Brasil 
 Rio de Janeiro, 24 de agosto de 1954
Iderval Reginaldo Tenório
 
FILME COMPLETO 
O filme percorre a intimidade dos 19 últimos dias de vida de Getúlio Vargas ... Filme completo dublado em portugues. Ligue o filme•672K ...
YouTube · OLHAR DEMOCRÁTICO · 14 de out. de 2023
 
DOCUMENTÁRIO COMPLETO