Escola, a única saída para o país sair da ignorância, da pobreza e abandonar o cabresto.
Tem-se deparado nos dias atuais, com uma plêiade de jovens, de média e baixa renda, em busca de chances para ascender na escala social, notadamente jovens do sexo feminino. Mulheres esforçadas, trabalhadoras, que participam das despesas famíliares e que apesar de todos os sacrifícios , estão em busca de realizar os seus sonhos: a independênia financeira e a escolaridade de nível superior, precisamente numa Universidade Pública de credibilidade.
É notório que uma fatia dos jovens das
classes privilegiadas e partes da base da pirâmide, bestializam-se com dejetos culturais de todo o mundo, via internet, perdendo o foco preparatório para o futuro. Com este comportamento abrem os flancos e deixam escapar, nas escolas publicas, vagas para os mais esforçados de todas as classes sociais. Os jovens menos afortunados, para realizarem dos seus
sonhos, não podem titubear e nem perder tempo. Fazem tudo para vencer
todas as dificuldades encontradas, ter focalização nos estudos e sorver os conhecimentos recebidos nos cursos da base escolar, as chaves para o sucesso profissional.
É peremptório que as melhores escolas públicas
funcionam no horário comercial e foram criadas para atender as classes privilegiadas, os conscientes da classe média e os outros resilientes da classe baixa. Enfim, foram idealizadas para os jovens que não
precisam vender aos balcões do comércio o seu precioso tempo a
preço vil, ou perdê-lo dentro de conduções nos grandes engarrafamentos em busca do saber e do pão de cada dia.
Foram construídas para as elites continuarem no poder político, educacional e econômico. Furar esta barreira, encontrar a saída do tubo compressor, pelos periféricos, é tarefa hercúlea, porém aos poucos muitos estão encontrando.
Não
esquecer, que as boas escolas particulares, do básico ao curso médio, são os pré- requesitos para a conquista de uma vaga nas universidades públicas. Muitas destas escolas ou quase todas são inacessível aos jovens de baixa renda pelo alto preço da mensalidade.
Restam aos trabalhadores esperarem pelos
incautos das classes média e alta, que mesmo frequentando boas escolas não conseguem ingressar nas
Universidades Públicas, abrindo as portas para os esforçados das classes da base.
É de bom alvitre, que jovens das classes média
e baixa, que labutam para o seu sustento, não devam
andar exageradamente bonitas e alinhadas, deveriam vestir roupas discretas e simples até
a conclusão do curso médio. Mesmo sendo lindas, seria aconselhável
camuflarem-se, fugirem do consumismo, priorizarem os estudos e dedicarem-se ao preparo para o futuro. Durante o período crítico do curso médio, o
foco seria a tão sonhada Escola Pública de qualidade.
A estratégia é para não sofrer desvios no preparo
escolar, não receber convites para passeios nos fins de semanas, baladas e outras demandas, uma vez que, parte do seu tempo já é vendido por baixos preços nos balcões
do comercio. Para estes resilientes só resta o período noturno e que deverá ser totalmente
aproveitado em busca do saber. Com este modus operandi, ficarão
fora da lista das vulneráveis. Ficando o trabalho para o período diurno e a
escola para noturno como passaportes para um futuro melhor, um futuro com dignidade, respeito
e sem subserviência, não sendo presas fáceis para predadores jogadores de tentadoras iscas.
DOS
FATOS REAIS
Querido jovem, os grandes homens seguiram este
ritual, salvo os que nasceram em berço de prata ou de ouro.
Um frequente diálogo.
Quando você, como advogado, industrial,
comerciante, artista, medico, engenheiro, professor ou outra profissão de igual
valor encontrar-se com um jovem num balcão de uma loja ou de um hospital, no volante de um taxi ou sem um emprego formal, tenha absoluta certeza, que ele faz parte dos que não aplicaram destes ensinamentos.
O diálogo
O jovem do balcão pede linceça e faz múltiplas interrogações:
"doutora eu conheço a senhora de onde? Onde a
senhora estudou? Será que a senhora é aquela moça desajeitada,
suada, mal vestida que ficava sentada na frente e tudo perguntava ao
professor? Quando terminava a aula corria para o ponto de ônibus, ia
logo para casa e não aceitava caronas? Aquela moça que nunca participava das baladas e
nem dos passeios nos fins de semana? Será que é a senhora
mesmo? Hoje uma doutora elegante, educada, respeitada, que com certeza é exemplo para toda a sociedade e orgulho da família?"
A doutora estupefata apenas fala:
"sim, sou eu mesma."
Faz
uma pausa, pensa e depois continua:
"prazer doutora, fui um dos colegas da senhora em tal escola,
brinquei muito, não levei a sério, ia para a escola para passar o tempo e arranjar namoradas.Ninguem me
orientou e hoje estou neste trabalho, que só Deus sabe o sacolejo que
recebo. É um serviço digno, porém muito difícil. O dinheiro é curto
e muitas vezes sofro humilhações."
Olha para a doutora, levanta a cabeça, pega na
suas mãos e com muita atenção, orgulho e
satisfação fala para todos os presentes na sala do encontro:
" doutora, a senhora foi minha colega de turma 20 anos atrás num curso noturno. Muitas vezes ia para a escola vestida com a farda do trabalho, acredito que muitas as vezes sem o jantar. A senhora não era desajeitada
coisa nenhuma, a senhora estava era disfarçada. Estava era concentrando
as suas energias para dias melhores, para não deixar nada
desviar a sua força de vontade e atrapalhasse os seus sonhos, parabéns doutora,
valeu. Passarei para as minhas filhas os ensinamentos que não levei a sério. Valeu doutora, valeu."
Salvador,18 de Janeiro de 2011
Iderval Reginaldo
Tenório
Adendo político.
Os governos têm que investir na Escola . Curso básico, fundamental e médio gratuito e com isonomia para todos.
Escutem do Compositor: Martinho Jose Ferreira, o Martinho da Vila, O Pequeno Burquês.
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