A CATÁSTROFE DE MARIANA- SILÊNCIO SEPULCRAL
OS GOVERNOS QUE SOBREVIVERAM DA VENDA DAS COMMODITIES CONHECEM OS RESPONSÁVEIS.
Brasileiros
, numa tarde tenebrosa, a nação foi devastada por uma gigantesca
catástrofe contra a natureza , o rompimento da barragem
de Mariana em Minas Gerais, no dia 05 de novembro de 2015. Episódio este, fruto da
somatória de múltiplos e equivocados atos governamentais, que
culminou com o desequilíbrio do ecossistema, a morte de diversos animais, inclusive de muitos seres humanos .
A barragem armazenava os rejeitos do ferro na produção de pelotas e do ferro
gusa, mineral responsável pelo maior faturamento da pauta de exportação
do país. Eram as commodities que oxigenavam a enganosa economia brasileira perpetrada pelos governos dos últimos 20 anos.
Nas gestões de 1996 a 2016 o país passou a ser um mero extrativista , retroagiu a 1930, a diferença é que naquela época o café era
a principal commodity . O Brasil produzia 70% de todo o café mundial e
era o responsável por 69 % das exportaçães brasileiras. Dos 480
milhões de dólares o café participou com 293
milhões. Hoje o agronegócio , não diferente do café e do ferro é o
responssável pelas exportações braasileiras, o país continua sendo
extrativista a alimentar bilhões de bocas e se orgulha de ser
cognominado de "o celeiro do mundo" e haja destruição .
Para
a exploração do ferro
utilizam-se máquinas pesadas, fornos alimentados por carvão vegetal e
mineral, toneladas de explosivos a rasgar o solo, promovem-se grandes
devastações, assoreamentos
dos rios e consomem-se muita água potável. Água
que deveria ser usada na manutenção do ecossistema , no consumo humano e dos animais, no equilíbrio do meio ambiente , dos
rios e mananciais , nos projetos agropecuários , na manutenção da flora , da
fauna e na equalização o clima.
Explorar
as riquezas naturais para o bem da população se faz necessário, todavia
o que não se defende é a devastação da natureza numa subserviencia
sacral aos países desenvolvidos, os principais responsáveis pela
contaminação do globo. Este modus operandi perpetrado pelos
hegemônicos, sedentos pelo consumo, acotence na Ásia, África, América
Latina, Oriente , América do Sul e Oceania. Onde existe riquezas
naturais há devastação e sacrificios de bilhões de vidas , tudo sob a
tutela das grandes nações e o apoio dos seus defensores.
EXISTEM CULPADOS?
Com
a eleição do governo central nos últimos 20 anos, de 1996 a 2016,
em priorizar a
economia no setor commodities, principalmente na exportação dos
minérios,
primordialmente o ferro, conseguiu enfraquecer e tornar inviável o
setor industrial sem falar do aumento desenfreado do custo Brasil com
exorbitantes tributos.
O setor industrial,
o que processa todas as commodities , os minerais, os vegetais e os animais na produção de bens com
agregação de valor, foi paulatinamente desativado. Ao mesmo tempo,
com a entrada dos bilhões de dólares das commodities , o setor consumo foi incentivado, levou o
país a uma autofagia, digerindo literalmente o seu próprio corpo, o que levou silenciosamente
a economia sustentada à morte. Quem nada produz e vive das vendas das suas riquezas e é um descontrolado consumidor está fadado ao fracasso.
O governo ao priorizar o consumo sem produção e
viver com as vendas das commodities perdeu as rédeas da nação, teve que
encontrar medidas para corrigir o equívoco cometido, mergulhou num mar de
incertezas e surfou na importação de bens . Observe que , com o fechamento da indústria nacional, mais de 50% dos
produtos consumidos tinham que ser importados dos compradores das commodities, precisamente
das nações asiáticas e Europeias, com este modelo seiscentista o país entrou em derrocada.
Com o intuito de sustentar a economia , o governo outorgou licenças de exploração para os
grandes grupos estrangeiros. Entregou o
território nacional para as grandes mineradoras, que para gerar os
dólares necessários com a exportação dos minerais in natura, deterioraram
morros, serras e planícies, contamiram os rios, o solo e os mares, devastaram as
matas e cavaram gigantescas crateras destruindo campos de plantações e criatórios, enfim,
ajudou a consumir e exaurir os recursos naturais, mais uma
vez mergulhou a nação no grupo dos países extrativistas, retroagindo à decada de 30.
Os especialistas informam que, uma barragem com 70
milhões de metros cúbicos de rejeitos minerais, equilave a 70 bilhões de litros de
produtos nocivos ao meio ambiente, e que jamais poderia ficar num alto colocando em risco
milhões de vidas. Caso acontecesse
um rompimento nada ficaria incólume na sua trajetória: cidades, vilas, currais,
fazendas ou leitos de rios, todos tinham conhecimentos deste risco.
No caso de Mariana, o rio da vez foi o Vale do
Rio Doce, que, tal qual o rio Nilo, alimentava e alimenta uma população
ribeirinha de milhões de brasileiros, a fauna, a flora e todo um ecossistema,
este Rio tem um fluxo de 900m³/s , a área de sua bacia é de 83.400km² , corre por mais de 853 quilômetros até a sua foz no oceano atlântico e abastece mais de 16
municípios dos Estados de Minas Gerais e do Espirito Santos,
Este silêncio diante do estrago é consequência da
conivência governamental, este silêncio configura o sentimento de culpa das
autoridades, configura um filtro para o não despertar da população para o
grande problema criado, como também para evitar a eclosão de mais um escândalo
nacional.
O
país foi leiloado ao mundo no setor commodities, grandes são as
fazendas de
estrangeiros produtoras de soja e de carnes , grandes
são as mineradoras a enviar as
riquezas para alimentar as indústrias do exteriror. Vender as
commodities a preços insignificantes, como no passado extrativista ,
foi a escolha ou a imposição recebida pelos governos anteriores pelos
hegemônicos . As commodities atravessam o atlantico a preços vis e
voltam beneficiadas a preços de ouro. Vai-se um navio carregado de
ferro e em troca volta-se uma dúzia de guarda-chuvas ou um faqueiro.
Como recompensa azeita os subempregos nos serviços
e no comércio, ocupa a população desqualificada no setor de vendas de coisas,
de coisas , enriquecendo o ciclo do envio de dólares para os produtores
destas coisas aqui consumidas e aqui não produzidas
Relembro
mais uma vez, enquanto mais uma nação que nada produz consome bens
industrializados, mais divisas são enviadas aos produtores no exterior,
nações que priorizam a indústria e que agregam valores aos manufaturados.
A Catástrofe de Mariana tem nome, pai, mãe ,
responsáveis e endereço, é apenas mais uma questão Brasil, que por aqui e
por lá não tem valor.
A vida e o meio ambiente, para os dominantes, não têm valor, são apenas detalhes . Isto é Brasil , o quintal dos hegemônicos, e haja impunidade.
Os culpados um dia irão responder
Iderval Reginaldo Tenório
Devido a impunidade, três anos depois uma nova tragédia, a
de Brumadinho, bem maior e mais devastadaora.
O rompimento de barragem em Brumadinho
em 25 de janeiro de 2019 foi o maior acidente de
trabalho no Brasil em perda de vidas humanas e o segundo maior
desastre industrial do século.
Controlada pela Vale S.A., a barragem de
rejeitos denominada barragem
da Mina Córrego do Feijão.
O desastre industrial, humanitário e ambiental
causou a morte de 270 pessoas, incluindo oito desaparecidas, em números
oficiais divulgados em 6 de outubro de 2021