sexta-feira, 18 de março de 2022

Agressões às mulheres. É dificil desenhar o perfil de um agressor?

 

Violência moral antecede casos de agressão contra mulher

Violência contra a mulher é preocupante durante a pandemia - Secretaria de  Desenvolvimento Social do Estado de São Paulo

 

 

Garras Do Urso a Pata Dianteira Do Urso Imagem de Stock - Imagem de urso,  predador: 46523881 

Gelada or Gelada baboon (Theropithecus | Stock Photo

Búfalo mais caro do mundo vale R$ 44,8 milhões na África do Sul - Época  Negócios | Dinheiro

 Agressões às mulheres. 

É difícil desenhar o perfil de um agressor?

Ao abordar o tema, agressão  às mulheres, é comum escutar: "É um monstro, um animal, um doente, um delinquente, um psicopata". O assunto sempre suscita moderações  como se fosse normal um ser humano agredir outros, notadamente   os mais fracos e  os dos grupos  vulneráveis. Não se escuta,  foi um homem normal que agrediu com palavras  cortantes , ferinas , depreciativas ou   fisicamente  com a força, a brutalidade de um irracional ou de um   insano, levando inclusive em alguns casos ao feminicídio.

Para entender esta imbricada e triste demanda, tem que se reportar à história da humanidade e  sua evolução. Não precisa ir longe, basta estudar   os últimos duzentos  anos , considerados a idade contemporânea, desencadeada pela Revolução Francesa em 1789

É primordial o estudo dos hormônios gonadais  , as transformações  nos seres humanos ao entrar na fase adulta ,  entender  o sistema patriarcal que só do século XX para cá  vem  sendo mesclado com o sistema matriarcal, a Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 , as conquistas  sociais por todos os grupos vulneráveis , a fisiológica  impregnação da testosterona no gênero masculino que o  transforma num tutor  por natureza e o  estrógeno no gênero feminino , conduzindo-o a um  obediente,  meigo  e materno  receptor.

No mundo irracional,   pelo domínio e sexo,  a regra é eliminar  o oponente e  difundir o DNA do mais forte em nome da  perpetuação da espécie. O macho alfa é   poderoso ,  protetor e o   ordenador do grupo . O porte físico, a fase reprodutiva, os andrógenos, o tamanho das presas, das garras , dos chifres e a força são os capítulos da sua constituição. Na espécie humana esperava-se que estas propriedades  do masculino ficassem irrelevantes  com o desenvolvimento social, intelectual, profissional , financeiro e a paridade  entre os gêneros ,   porém não foi o  que acorreu.

Merecem destaques  pontos pertinentes ao insucesso da esperada mudança de comportamento.

O empoderamento da mulher, um dos maiores avanços   e conquista do gênero feminino  que  trouxe e trará melhores dias para o futuro da humanidade.  Porém  tem  revelado  faces antes escondidas. Esta conquista  fez e faz  com que a mulher   utilize as palavras não só para comandar , dirigir ,   administrar e para o apaziguamento,   como   também para  se defender ou responder às agressões sofridas, apagando o silêncio das  eras passadas . Associado a esta propriedade, traz de reboque o despreparo do  homem para esta realidade e o coloca cada vez mais  na parede  , com a  sensação de subalternidade e de um caminho sem volta  .  É a mulher conquistando espaços.

Com a  ascensão feminina , a participação no mercado e o exercício da cidadania,  os fatos  afloraram   e cresceram. O homem paulatinamente foi perdendo a sua hegemonia e a mulher num crescente passou a conquistar patamares estratégicos.

A TPMTensão Pré-Menstrual ) , a gravidez e o patriarcalismo deixaram de ser empecilho  para o crescimento do gênero feminino. A  derrubada destes entraves levou a mulher  a ocupar importantes posições  e fez o homem entrar visivelmente em decadência .

Como a  agressão masculina  é tanto física  como moral,  fruto da educação  durante séculos , da testosterona e do arcaísmo em defender  a  honra, a força muscular  é uma das suas  ferramentas e para alguns não cabe ao cérebro uma decisão sopesada .

Vaticina-se que  nas próximas décadas  o percentual da participação da mulher nos setores que se usam o intelecto   superará os   50%, notadamente na educação, saúde, gerenciamento de  empresas, comunicação, relações humanas  e na política. 

Estes adendos são  para mostrar à sociedade que os agressores tendem a crescer, salvo  não ocorram com  brevidade medidas educativas, orientadoras ,  esclarecedoras  e correções  mais duras . Cabe localizá-los por intermédio dos familiares, dos  inferiores  hierárquicos  no trabalho, pelo público nas instituições que frequentam   e principalmente  por aqueles que convivem o cotidiano , precisamente  as companheiras, dando ênfase aos pequenos fatos, as reações e ao comportamento do pretendente no princípio do relacionamento.

Além destas considerações , nunca se esquecer  do uso de drogas lícitas ou ilícitas por parte dos seres humanos, notadamente pelo gênero masculino.  Substâncias  que anulam o senso e  liberam o cérebro  para mostrar a real personalidade  de um agressor, a sua força física e o seu lado irracional.

De acordo com delegada Fernanda Fernandes, que atua diariamente no combate a este tipo de crime na Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM) de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense "até as pessoas que convivem com o agressor não acreditam que ele tenha praticado esse tipo de delito”.

"A gente tem como padrão de agressor de violência doméstica uma pessoa que trabalha, tem uma vida social, é primário e de bons antecedentes. Na maioria dos casos, a gente tem esse padrão de agressor de uma ‘pessoa normal".

Paulo Cesar Conceição coordena um centro de recuperação de homens condenados pela Justiça por violência doméstica. Ao G1, ele afirmou que a violência doméstica está impregnada na sociedade e quase não é percebida.

“Ele [o agressor] é o ‘cidadão comum’, é o motorista de ônibus, o empresário,  o lojista, o religioso. A violência doméstica está impregnada na nossa sociedade de tal forma que ela está invisível”, disse.

 A estatura masculina frente à feminina,  a força muscular, as armas naturais,   a  testosterona e o modus operandi dos animais irracionais não são parâmetros para serem comparados com o comportamento da espécie humana. Nos humanos quem comanda é o intelecto,  a inteligência, o cérebro.

A neurociência em vastos trabalhos comprovou que   não existem diferenças entre os dois gêneros. O que existia nas sociedades  passadas  era o não acesso à escolarização ao  gênero feminino, só o masculino tinha este direito. Em muitas comunidades era passível de punições  as  mulheres que se arvorassem a estudar e  eram submissas ao homem.   

"A Revolução Industrial   fez com que a mulher  conseguisse sair de casa, ir trabalhar nas inúmeras fabricas que foram surgindo com o  crescimento da revolução e somente em 1837, nos EUA, conseguiu entrar na Universidade." 

"No Brasil, o ensino superior feminino só teve inicio no final do século  XIX. A gaúcha Rita Lobato Freitas, que teve coragem de enfrentar a resistência e o machismo,  foi a  primeira  mulher a ingressar na universidade no Brasil, formando-se em Medicina em 1887 no   estado da Bahia"   

Mulher e universidade: a longa e difícil luta contra a

invisibilidade.  Nathalia Bezerra Feclesc

Destacam-se alguns pontos que poderiam  localizar um agressor. Muitos são  os sinais que podem esboçar  um  perfil mais próximo da realidade, enfatizando que nada justifica as agressões ao gênero feminino  , precisamente o feminicídio.

O assunto é complexo e requer a participação de toda a sociedade, precisamente dos mais próximos, independente do nível cultural, social, etnia e credo religioso.   

                             Iderval Reginaldo Tenório 

 

Alguns  comportamentos poderão 

delinear um potencial agressor.

·  Interferir no modo de vestir e com o perfume da companheira;

·  Hábito de controlar as redes sociais ;

·  Humilhar e xingar a companheira;(misoginia)

·  Possessividade, ele determina sempre o que o casal vai fazer;

.  No início relacionamento já se  acha o dono da companheira.

·  Interfere nas relações sociais.

·  Baixo preparo emocional.

·  Descontrole nos diálogos.

·  Controlar exaustivamente quando a mulher não tem renda .

·  Insegurança ao conviver com uma mulher atraente, independente   , segura, sociável, inteligente , de futuro crescente em todos os itens da vida: o  profissional, educacional, financeiro e relacionamento com pessoas bem sucedidas.  

Estas característas apontam para um possível relacionamento desastroso , cheio de fatores de riscos e  fadado ao insucesso .

                                               Um relacionamento perigoso.

                                            Salvador, 18 de março de 2022

Iderval Reginaldo Tenório

terça-feira, 15 de março de 2022

Barbacena, a cidade-manicômio que sobreviveu à morte atroz de 60.000 brasileiros

 Memórias de um holocausto à brasileira - Estado de Minas

Holocausto à moda da casa » Balaio de Notícias

Série 'Colônia' aborda o holocausto dos 'indesejados' em Barbacena -  Cultura - Estado de Minas

Barbacena, a cidade-manicômio que sobreviveu à morte atroz de 60.000 brasileiros

Maioria dos internos era de alcoólatras, homossexuais, mães solteiras ... suposta escória enviada à cidade mineira, que enfrenta o passado com um Museu da Loucura e uma atenção mental que virou referência

 

Quando João Bosco Siqueira completou 45 anos, seus colegas do corpo militar de bombeiros lhe deram algo de valor inestimável: localizar sua mãe. Aquela desconhecida era a chave das origens para este brasileiro que nasceu em um manicômio e cresceu em um orfanato. Missão cumprida. O abraço que dona Geralda e o filho arrebatado tanto desejavam aconteceu no dia 11 de novembro de 2011 em um quartel diante do olhar emocionado de dezenas de uniformizados. Um ponto final nas vidas de ambos. Geralda tinha 15 anos quando deu à luz no Hospital Colônia de Barbacena, em Minas Gerais, a 500 quilômetros de São Paulo. Seu patrão, um advogado, levou-a até lá para evitar o escândalo depois de estuprá-la e engravidá-la, conta Siqueira em uma entrevista por videochamada. A dor de relembrar o drama é tanta que para várias vezes para conter o choro e tomar ar antes de continuar seu relato. Antes e depois dela, dezenas de milhares de brasileiros foram abandonados em hospícios de Barbacena, que ficou conhecida como a cidade dos loucos.

A maioria dos internos, como Geralda, eram sãos. Eram alcoólatras, sifilíticos, prostitutas, homossexuais, epiléticos, mães solteiras, esposas substituídas por uma amante, inconformistas... supostas escórias sociais que suas famílias ou a polícia enviavam em trens a esta cidade de Minas Gerais. Cerca de 60.000 internos morreram de fome, frio ou diarreia durante nove décadas até o fechamento nos anos noventa. Viviam mal, nus, forçados a trabalhar como suposta terapia em pátios na intempérie ou em celas.

A ansiedade que o confinamento da pandemia causou a milhões de pessoas em todo o mundo reacendeu o debate sobre a saúde mental e o estigma que ainda a cerca. Um segredo que ídolos como a ginasta Simone Biles ou a tenista Naomi Osaka ajudam a romper ao falarem de seus problemas mentais.

João Bosco e sua mãe, Geralda, que era uma adolescente internada no manicômio quando deu à luz. Ambos se encontraram quatro décadas depois
João Bosco e sua mãe, Geralda, que era uma adolescente internada no manicômio quando deu à luz. Ambos se encontraram quatro décadas depoisCortesía João Bosco

Barbacena chama atenção porque, em vez de enterrar a infâmia perpetrada em nome da psiquiatria, as autoridades concordaram em olhá-la de frente. Transformaram um dos pavilhões do Colônia no Museu da Loucura, que agora completa 25 anos, aniversário que junto com uma série trouxe o assunto de volta à atualidade. E, em sintonia com o movimento internacional de humanização dos cuidados aos doentes mentais, a partir do ano 2000 empreenderam uma mudança transcendental.

Esta cidade que vivia de hospitais psiquiátricos e do cultivo de rosas substituiu aqueles depósitos indesejáveis por residências terapêuticas. “Até então não havia limite. Entrava todo aquele que aparecia na porta. Começamos a avaliá-los um a um e a maioria não precisava ser internada. As internações caíram de 130 por mês para 30”, explica Flávia Vasques, coordenadora da rede pública de saúde mental desta cidade de 140.000 habitantes, durante entrevista em um ambulatório.Quarto no Hospital Colônia em 1959Luis Alfredo (Ayuntamiento de Barbacena)

O museu é um percurso pelas atrocidades sofridas por milhares de pacientes, algumas em consonância com práticas internacionais. “Escolheram chamá-lo de Museu da Loucura para despertar o interesse do público e por não se referir apenas a uma história local, mas por ser uma referência para analisar o passado, preservá-lo e não repeti-lo”, explica a diretora do museu, Lucimar Pereira, enquanto guia a visita.

Aproveitando o clima de montanha, nasceu como sanatório para ricos, com telefone e talheres de prata, mas em 1903 tornou-se o primeiro manicômio de Minas Gerais, que centralizou em Barbacena o atendimento psiquiátrico neste Estado que tem a mesma área da Espanha.

O Colônia era um manicômio com cemitério, evidência de que curar não era a missão. Durante décadas não houve médicos ou enfermeiras, mas meros guardas. O tratamento era simples: comprimidos azuis ou rosas em função dos sintomas, além de eletrochoques e lobotomia, como mandava então a medicina.

Quando faltou espaço para dormir, os burocratas adotaram uma solução batizada de leito único que recomendaram estender a outros centros: fora com as camas, eliminadas. Sem elas, cabiam mais pacientes. Os internos dormiam amontoados no chão para se aquecer nas noites frias. Alguns morriam sufocados. Muitas vezes os sãos enlouqueciam. E nem mesmo depois de mortos tiveram piedade deles. Os cadáveres de mais de 1.800 pacientes foram vendidos para universidades até os anos setenta. O resto era levado em um carrinho até o cemitério para ser jogado em valas comuns. O cemitério ainda está lá, fechado, mas uma placa promete um dia transformá-lo em um memorial que combinará rosas e loucura. Eram alimentados com purês putrefatos porque baniram os talheres —em nome da segurança—, de modo que depois de décadas sem mastigar muitos perderam os dentes.

Algemas usadas para conter os internos, a maioria dos quais não era doente mental
Algemas usadas para conter os internos, a maioria dos quais não era doente mentalFlávio Tavares

“Hoje estive em um campo de concentração nazista. Em nenhum lugar vi algo assim”, declarou depois de visitar o Colônia em 1979 o psiquiatra Franco Basaglia, promotor da reforma dos manicômios na Itália. Jornalistas locais fizeram as primeiras denúncias públicas nas décadas de sessenta e setenta. Suas fotos e relatos causaram espanto, mas logo caíram no esquecimento. A jornalista Daniela Arbex era adulta quando ouviu falar pela primeira vez do atroz episódio da história local. “Fui procurar os sobreviventes. E graças a eles consegui resgatar o que acontecia atrás das paredes”, explica por telefone a autora do livro Holocausto Brasileiro, publicado em 2019. Um best-seller que contribuiu para divulgar um horror de que muitos brasileiros nunca ouviram falar. Ela insiste que todos foram cúmplices: os médicos, as famílias, os moradores, a sociedade em geral...

Siqueira conta na cidade onde passa o confinamento com a família que sua mãe, dona Geralda, ainda mora em Barbacena. Eles se viam todo mês até que o coronavírus perturbou tudo. O bombeiro se irrita com o fato de que alguns moradores acreditem que divulgar as atrocidades prejudica a reputação local. Para ele é o melhor antídoto para evitar que ninguém mais seja tratado de maneira tão desumana. “Apesar de ter nascido na barbárie, sou fruto de uma rede de solidariedade”, insiste, referindo-se às freiras e outros adultos dos orfanatos, que o guiaram quando era adolescente e invejava aqueles que recebiam alguma visita.

Bento Marcio da Silva sempre teve família. Mas passou metade de seus 57 anos entrando e saindo de hospitais psiquiátricos, incluindo o Colônia. Fala com naturalidade de sua doença —”sou bipolar”— e da batalha para que os psiquiatras mudassem a medicação que durante 15 anos lhe causou terríveis efeitos colaterais. Ele conta entre risadas que em seus momentos de euforia cantava, cantava, cantava e cantava sem descanso. A resposta? “Eles me amarravam em uma maca, me davam injeções aqui, aqui, aqui e aqui, e me mantinham ali o dia todo. Acabava totalmente encharcado de urina e fluidos. ‘Se me derem Aldol, vou perder o juízo’, lhes dizia, mas insistiam”, conta. Ninguém o escutava então. Durante anos vagou pelas estradas do Brasil para evitar que o encerrassem novamente. “Cheguei a ter uma barba tão longa que me chamavam de Bin Laden”, diz. Uma imagem que contrasta com sua esmerada elegância atual.

Silva mora em uma residência terapêutica que na terça-feira estava em festa porque Zezé, um dos sete pacientes, completava 60 anos. É emocionante ver esses homens abandonados e degradados durante tantos anos concentrados em segurar os talheres para levar à boca um pedaço de bolo ou um copo de Coca-Cola sem cafeína. No êxtase da alegria, Zezé ri tão alto que desloca a dentadura. Com suas muitas sequelas, parecem imensamente felizes enquanto cantam “parabéns para você”. Não têm mais medo dos desconhecidos nem de sair na rua. E os moradores da cidade também não os temem, explica Leandra Melo Vidal, coordenadora das 27 residências espalhadas por Barbacena, que conhece detalhadamente as histórias de cada um. Eles a adoram.

Alguns dos sobreviventes são muito dependentes, mas a mudança experimentada por outros é impressionante. “Com a reabilitação, foram recuperando capacidades humanas como escolher”, decidir quando tomar banho ou que roupa vestir. Foi difícil para eles abandonar as rotinas dos anos intramuros ou assumir que podiam acumular pertences, comer à vontade. No início, os terapeutas acreditaram que alguns eram mudos porque ficaram sem pronunciar uma palavra durante 50 anos —”talvez para se proteger”, arrisca Vidal—, até que um dia recuperaram a fala.

Mediante programas financiados pelo sistema de saúde pública, deixaram para trás uma vida em hospitais psiquiátricos desumanos para viverem a velhice juntos e com dignidade. Existem legalmente, recebem uma pensão. O processo de esvaziamento dos hospitais continua. Os 85 pacientes crônicos que ainda estão internados serão distribuídos pelos municípios vizinhos devido à saturação de Barbacena.

Quando Geralda tinha quinze anos e protestava desconsolada que seu bebê havia sido roubado, era tratada com eletrochoques. “Chorar e protestar não vai adiantar nada, você não vai voltar a vê-lo”, avisaram-na então. O bombeiro Siqueira, que lhe deu dois netos, fica feliz por ela não ter feridas mais graves: “Deus foi generoso com a minha mãe, que é uma mulher simples, porque se ela tivesse consciência da violência que sofreu teria enlouquecido”.

 

Bento Marcio da Silva, à esquerda, e Zezé na festa de 60 anos do segundo na resid

Bento Marcio da Silva, à esquerda, e Zezé na festa de 60 anos do segundo na residência terapêutica de Barbacena, em que ambos vivem. Antes estiveram internados em hospitais psiquiátricos durante muitos anos

Barbacena, a cidade-manicômio que sobreviveu à morte atroz de 60.000 brasileiros

Internos do manicômio Colônia em uma fotografia de 1959

Barbacena, a cidade-manicômio que sobreviveu à morte atroz de 60.000 brasileiros

Maioria dos internos era de alcoólatras, homossexuais, mães solteiras ... suposta escória enviada à cidade mineira, que enfrenta o passado com um Museu da Loucura e uma atenção mental que virou referência

 

Quando João Bosco Siqueira completou 45 anos, seus colegas do corpo militar de bombeiros lhe deram algo de valor inestimável: localizar sua mãe. Aquela desconhecida era a chave das origens para este brasileiro que nasceu em um manicômio e cresceu em um orfanato. Missão cumprida. O abraço que dona Geralda e o filho arrebatado tanto desejavam aconteceu no dia 11 de novembro de 2011 em um quartel diante do olhar emocionado de dezenas de uniformizados. Um ponto final nas vidas de ambos. Geralda tinha 15 anos quando deu à luz no Hospital Colônia de Barbacena, em Minas Gerais, a 500 quilômetros de São Paulo. Seu patrão, um advogado, levou-a até lá para evitar o escândalo depois de estuprá-la e engravidá-la, conta Siqueira em uma entrevista por videochamada. A dor de relembrar o drama é tanta que para várias vezes para conter o choro e tomar ar antes de continuar seu relato. Antes e depois dela, dezenas de milhares de brasileiros foram abandonados em hospícios de Barbacena, que ficou conhecida como a cidade dos loucos.

A maioria dos internos, como Geralda, eram sãos. Eram alcoólatras, sifilíticos, prostitutas, homossexuais, epiléticos, mães solteiras, esposas substituídas por uma amante, inconformistas... supostas escórias sociais que suas famílias ou a polícia enviavam em trens a esta cidade de Minas Gerais. Cerca de 60.000 internos morreram de fome, frio ou diarreia durante nove décadas até o fechamento nos anos noventa. Viviam mal, nus, forçados a trabalhar como suposta terapia em pátios na intempérie ou em celas.

A ansiedade que o confinamento da pandemia causou a milhões de pessoas em todo o mundo reacendeu o debate sobre a saúde mental e o estigma que ainda a cerca. Um segredo que ídolos como a ginasta Simone Biles ou a tenista Naomi Osaka ajudam a romper ao falarem de seus problemas mentais.

João Bosco e sua mãe, Geralda, que era uma adolescente internada no manicômio quando deu à luz. Ambos se encontraram quatro décadas depois
João Bosco e sua mãe, Geralda, que era uma adolescente internada no manicômio quando deu à luz. Ambos se encontraram quatro décadas depoisCortesía João Bosco

Barbacena chama atenção porque, em vez de enterrar a infâmia perpetrada em nome da psiquiatria, as autoridades concordaram em olhá-la de frente. Transformaram um dos pavilhões do Colônia no Museu da Loucura, que agora completa 25 anos, aniversário que junto com uma série trouxe o assunto de volta à atualidade. E, em sintonia com o movimento internacional de humanização dos cuidados aos doentes mentais, a partir do ano 2000 empreenderam uma mudança transcendental.

Esta cidade que vivia de hospitais psiquiátricos e do cultivo de rosas substituiu aqueles depósitos indesejáveis por residências terapêuticas. “Até então não havia limite. Entrava todo aquele que aparecia na porta. Começamos a avaliá-los um a um e a maioria não precisava ser internada. As internações caíram de 130 por mês para 30”, explica Flávia Vasques, coordenadora da rede pública de saúde mental desta cidade de 140.000 habitantes, durante entrevista em um ambulatório.Quarto no Hospital Colônia em 1959Luis Alfredo (Ayuntamiento de Barbacena)

O museu é um percurso pelas atrocidades sofridas por milhares de pacientes, algumas em consonância com práticas internacionais. “Escolheram chamá-lo de Museu da Loucura para despertar o interesse do público e por não se referir apenas a uma história local, mas por ser uma referência para analisar o passado, preservá-lo e não repeti-lo”, explica a diretora do museu, Lucimar Pereira, enquanto guia a visita.

Aproveitando o clima de montanha, nasceu como sanatório para ricos, com telefone e talheres de prata, mas em 1903 tornou-se o primeiro manicômio de Minas Gerais, que centralizou em Barbacena o atendimento psiquiátrico neste Estado que tem a mesma área da Espanha.

O Colônia era um manicômio com cemitério, evidência de que curar não era a missão. Durante décadas não houve médicos ou enfermeiras, mas meros guardas. O tratamento era simples: comprimidos azuis ou rosas em função dos sintomas, além de eletrochoques e lobotomia, como mandava então a medicina.

Quando faltou espaço para dormir, os burocratas adotaram uma solução batizada de leito único que recomendaram estender a outros centros: fora com as camas, eliminadas. Sem elas, cabiam mais pacientes. Os internos dormiam amontoados no chão para se aquecer nas noites frias. Alguns morriam sufocados. Muitas vezes os sãos enlouqueciam. E nem mesmo depois de mortos tiveram piedade deles. Os cadáveres de mais de 1.800 pacientes foram vendidos para universidades até os anos setenta. O resto era levado em um carrinho até o cemitério para ser jogado em valas comuns. O cemitério ainda está lá, fechado, mas uma placa promete um dia transformá-lo em um memorial que combinará rosas e loucura. Eram alimentados com purês putrefatos porque baniram os talheres —em nome da segurança—, de modo que depois de décadas sem mastigar muitos perderam os dentes.

Algemas usadas para conter os internos, a maioria dos quais não era doente mental
Algemas usadas para conter os internos, a maioria dos quais não era doente mentalFlávio Tavares

“Hoje estive em um campo de concentração nazista. Em nenhum lugar vi algo assim”, declarou depois de visitar o Colônia em 1979 o psiquiatra Franco Basaglia, promotor da reforma dos manicômios na Itália. Jornalistas locais fizeram as primeiras denúncias públicas nas décadas de sessenta e setenta. Suas fotos e relatos causaram espanto, mas logo caíram no esquecimento. A jornalista Daniela Arbex era adulta quando ouviu falar pela primeira vez do atroz episódio da história local. “Fui procurar os sobreviventes. E graças a eles consegui resgatar o que acontecia atrás das paredes”, explica por telefone a autora do livro Holocausto Brasileiro, publicado em 2019. Um best-seller que contribuiu para divulgar um horror de que muitos brasileiros nunca ouviram falar. Ela insiste que todos foram cúmplices: os médicos, as famílias, os moradores, a sociedade em geral...

Siqueira conta na cidade onde passa o confinamento com a família que sua mãe, dona Geralda, ainda mora em Barbacena. Eles se viam todo mês até que o coronavírus perturbou tudo. O bombeiro se irrita com o fato de que alguns moradores acreditem que divulgar as atrocidades prejudica a reputação local. Para ele é o melhor antídoto para evitar que ninguém mais seja tratado de maneira tão desumana. “Apesar de ter nascido na barbárie, sou fruto de uma rede de solidariedade”, insiste, referindo-se às freiras e outros adultos dos orfanatos, que o guiaram quando era adolescente e invejava aqueles que recebiam alguma visita.

Bento Marcio da Silva sempre teve família. Mas passou metade de seus 57 anos entrando e saindo de hospitais psiquiátricos, incluindo o Colônia. Fala com naturalidade de sua doença —”sou bipolar”— e da batalha para que os psiquiatras mudassem a medicação que durante 15 anos lhe causou terríveis efeitos colaterais. Ele conta entre risadas que em seus momentos de euforia cantava, cantava, cantava e cantava sem descanso. A resposta? “Eles me amarravam em uma maca, me davam injeções aqui, aqui, aqui e aqui, e me mantinham ali o dia todo. Acabava totalmente encharcado de urina e fluidos. ‘Se me derem Aldol, vou perder o juízo’, lhes dizia, mas insistiam”, conta. Ninguém o escutava então. Durante anos vagou pelas estradas do Brasil para evitar que o encerrassem novamente. “Cheguei a ter uma barba tão longa que me chamavam de Bin Laden”, diz. Uma imagem que contrasta com sua esmerada elegância atual.

Silva mora em uma residência terapêutica que na terça-feira estava em festa porque Zezé, um dos sete pacientes, completava 60 anos. É emocionante ver esses homens abandonados e degradados durante tantos anos concentrados em segurar os talheres para levar à boca um pedaço de bolo ou um copo de Coca-Cola sem cafeína. No êxtase da alegria, Zezé ri tão alto que desloca a dentadura. Com suas muitas sequelas, parecem imensamente felizes enquanto cantam “parabéns para você”. Não têm mais medo dos desconhecidos nem de sair na rua. E os moradores da cidade também não os temem, explica Leandra Melo Vidal, coordenadora das 27 residências espalhadas por Barbacena, que conhece detalhadamente as histórias de cada um. Eles a adoram.

Alguns dos sobreviventes são muito dependentes, mas a mudança experimentada por outros é impressionante. “Com a reabilitação, foram recuperando capacidades humanas como escolher”, decidir quando tomar banho ou que roupa vestir. Foi difícil para eles abandonar as rotinas dos anos intramuros ou assumir que podiam acumular pertences, comer à vontade. No início, os terapeutas acreditaram que alguns eram mudos porque ficaram sem pronunciar uma palavra durante 50 anos —”talvez para se proteger”, arrisca Vidal—, até que um dia recuperaram a fala.

Mediante programas financiados pelo sistema de saúde pública, deixaram para trás uma vida em hospitais psiquiátricos desumanos para viverem a velhice juntos e com dignidade. Existem legalmente, recebem uma pensão. O processo de esvaziamento dos hospitais continua. Os 85 pacientes crônicos que ainda estão internados serão distribuídos pelos municípios vizinhos devido à saturação de Barbacena.

Quando Geralda tinha quinze anos e protestava desconsolada que seu bebê havia sido roubado, era tratada com eletrochoques. “Chorar e protestar não vai adiantar nada, você não vai voltar a vê-lo”, avisaram-na então. O bombeiro Siqueira, que lhe deu dois netos, fica feliz por ela não ter feridas mais graves: “Deus foi generoso com a minha mãe, que é uma mulher simples, porque se ela tivesse consciência da violência que sofreu teria enlouquecido”.

 

Bento Marcio da Silva, à esquerda, e Zezé na festa de 60 anos do segundo na resid

Bento Marcio da Silva, à esquerda, e Zezé na festa de 60 anos do segundo na residência terapêutica de Barbacena, em que ambos vivem. Antes estiveram internados em hospitais psiquiátricos durante muitos anos

segunda-feira, 14 de março de 2022

14 de Março dia do POETA, Seu dotô me conhece, Patativa do Assaré

Patativa do Assaré

 Antônio Gonçalves da Silva


Patativa do Assaré (1909-2002) foi um poeta e repentista brasileiro, um dos principais representantes da arte popular nordestina do século XX. Com uma linguagem simples, porém poética, retratava a vida sofrida e árida do povo do sertão. Projetou-se nacionalmente com o poema "Triste Partida" em 1964, musicado e gravado por Luiz Gonzaga. Seus livros, traduzidos em vários idiomas, foram tema de estudos na Sorbonne, na cadeira de Literatura Popular Universal.

Patativa do Assaré (Antônio Gonçalves da Silva) nasceu no sítio Serra de Santana, pequena propriedade rural, no município de Assaré, no Sul do Ceará. Foi o segundo dos cinco filhos dos agricultores Pedro Gonçalves da Silva e Maria Pereira da Silva.

Com seis anos, perdeu a visão do olho direito em consequência do sarampo. Órfão de pai aos oito anos de idade teve que trabalhar no cultivo da terra, ao lado do irmão mais velho, para sustentar a família.

Com a idade de 12 anos, Patativa do Assaré frequentou uma escola durante quatro meses onde aprendeu um pouco da leitura e se tornou apaixonado pela poesia. Com 13 anos começou a fazer pequenos versos. Com 16 anos comprou uma viola e logo começou a fazer repentes com os motes que lhe eram apresentados.

sábado, 12 de março de 2022

ESCLARECIMENTO SOBRE A LOSARTANA- SBC- OS CARDIOLOGISTAS- A DROGA É BOA-

 

 VIGILÂNCIA SANITÁRIA: INFORME SOBRE RECOLHIMENTO DO LOSARTANA POTÁSSICA -  Três Rios

Remédio 'Losartana', fabricado em Campinas, é recolhido por risco de câncer  - ACidadeON Campinas

Nota de Esclarecimento

A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e o seu Departamento de Hipertensão Arterial (DHA) vêm, através dessa nota, manifestar o posicionamento frente às recentes notícias veiculadas nas mídias sociais referentes ao recolhimento dos lotes de medicamentos contendo a losartana ou a combinação fixa losartana e hidroclorotiazida da indústria farmacêutica Sanofi-Medley. O motivo desse recolhimento voluntário, segundo dados divulgados pela própria empresa, refere à possibilidade de impurezas nos referidos lotes.

Cumpre ressaltar que, até o momento, não foram relatados problemas semelhantes em outros medicamentos pertencentes à classe de bloqueadores dos receptores de angiotensina em nosso país, ou mesmo de losartana em monoterapia ou combinação por outras indústrias farmacêuticas.

Ressaltamos ainda que essa classe de fármacos apresenta evidências científicas robustas, produzidas ao longo de décadas, no tratamento de diversos fatores de risco e doenças cardiovasculares.

Ainda, sobre metanálise recém publicada (Sipahi I. PLoS ONE 2022 17(3): e0263461. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0263461) que discute a eventual associação entre risco de câncer e uso cumulativo dos BRA, consideramos não ser esse o método ideal para essa avaliação, com inúmeros fatores de confusão podendo interferir nos resultados.

A posição atual da SBC/DHA, sempre pautada nas evidências científicas e com base nas informações divulgadas até o momento, é de não haver fatos ou evidências que recomendem a modificação da estratégia terapêutica no que tange aos medicamentos pertencentes a essa classe farmacológica, mas ressalta que os lotes mencionados em comunicado da Sanofi-Medley devem ser substituídos e recolhidos conforme orientação da própria empresa.


Sociedade Brasileira de Cardiologia e SBC/DHA (Departamento de Hipertensão Arterial da SBC)

VIGILÂNCIA SANITÁRIA: INFORME SOBRE RECOLHIMENTO DO LOSARTANA POTÁSSICA -  Três Rios

 

Cuidado com a língua.

 QUAL FOI A LÍNGUA FALADA POR JESUS E PELOS PRIMEIROS CRISTÃOS? – Comunidade  Batista Betel

Cuidado com a língua.

 Atenção  com a língua falada e a  escrita.

A língua falada é  espontânea,  a língua escrita é pensada, calculada, sopesada , proposital, intencional,  segue muitos critérios.

Para escrever o indivíduo tem que pensar,  para falar ele fala o nível cultural, regional, familiar , a fala da sua formação, a fala do seu povo, o cotidiano.  

A mente do indivíduo na língua escrita  aplica o  racional, o  nível cultural e técnico, na falada o  contexto de vida. 

 Para a língua falada não precisa de escola , a escola é a vida, é o mundo e a vivência os seus professores.

Iderval Reginaldo Tenório

 

                                LÍNGUA FALADA E ESCRITA 
 
Este recado é para todos que utilizam a palavra sem fundamentação , principalmente  nestes tempos bicudos .
 
Aqueles que gostam de usar palavras de baixo calão, notadamente no viés político, têm que ter muito cuidado  . Palavras são como flechas, como balas , depois de disparadas o autor não mais as controla.

Três são as palavras pesadas e que jamais deveriam ser ditas a qualquer ser humano, são palavras duras e que podem trazer consequências 
.
1-SAFADO(A)
2-VAGABUNDO (A)
3-ESCROQUE
 

                                               Iderval Reginaldo Tenório

CRIANÇA CIDADÃ

                    

DIA DAS CRIANÇAS NA CRECHE CRIANÇA CIDADÃCANAL KIDS - Cidadania - Gente Boa - Ser CidadãoCriança cidadã - O Legislativo para crianças - Câmara dos Deputados

                  A CRIANÇA CIDADÃ

A  partir de 1980 a criança passou a ser o fulcro da sociedade e dos movimentos reivindicatórios, principalmente na educação.  O  Estado passou a ser o responsável pela formação em todas as classes sociais, sem desprezar os princípios familiares .

Foi instituído  ensino básico  para todos dos 0 aos 6 anos;  dos 0 aos 3 creches  ,  dos 4 aos 6 pré-escola.

Em 1990 com o Estatuto da Criança e do Adolescente,  o jovem, independente do sexo,  passou a ser o foco principal   , notadamente  com a municipalização do ensino infantil.

Nos dias de hoje,  com  as leis e sob a tutela dos  municípios,  mais de 6 milhões de crianças dos 0 aos 5 estão fora da escola por diversos fatores, sendo um deles e o principal as precárias condições sociais das famílias, além  do descompromisso por parte dos gestores. 

Trabalhos mostram que enquanto mais baixo o nível social, mais baixo a adesão ao ensino infantil. Isto tem repercussão em toda a formação até os 18 anos,  atingido  o curso fundamental , médio, técnico e  superior.

Foi comprovado que  mais de 2 milhões de jovens,  entre os 14 e 16 anos, estão fora das salas de aulas e mais de 2 milhões, dos 17 aos 18 anos, abandonaram ou evadiram    para ingressarem  em subempregos .   Muitas das ocupações são criadas pelo governo com o nome de menor aprendiz, nos quais os menores  nada  aprendem,  perdem o precioso tempo no no ir e vir  quando deveriam ficar em casa para as tarefas escolares.

Os trabalhos concluíram que  estes jovens terão dificuldades de retornarem à escola,  pela descontinuidade, desânimo, a necessidade de um trabalho para o sustento e por falta de escolas técnicas gratuitas que os capacitem para  o futuro.

O modelo brasileiro é criminoso, excludente e olha para os jovens com descasos. Totalmente diferente dos países que ascedenram no rol dos desenvolvidos, estes resolveram  cuidar da sua prole com isonomia e qualidade  desde meados do século XIX.  

Iderval Reginaldo Tenório