quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Principais causas do cortisol alto e como tratar-QUER MORRER CEDO? ENTÃO SE ESTRESSE MUITO E PRATIQUE MUITO EXERCÍCIO- EXERCÍCIO POR MAIS DE 45 MINUTOS.


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Quer Morrer Cedo?  se estresse muito e pratique muito exercício- exercício por mais de 45 minutos, principalmente se for o mesmo.

 É O Stress o maior produtor de cortisol, faça tudo para não se irritar com pequenos problemas

O Cortisol é indispensável à vida , porém em excesso é uma bomba , quem passa o dia zangado é um grande produtor de cortisol e está fadado ao infarto do miocárdio.

A zanga também pode ser silenciosa: zangado por dentro e calmo por dentro aparentemente . Cantar bobagens, rir sozinho das coisas bobas, conversar  respeitosamente,  principalmente com as pessoas mais simples,  é um bom remédio . Faça amizade com os mais simples , eles são poços de ensinamentos.

Saiba que a vida é esta mesma , só esta , a outra é totalmente desconhecida , tudo que dela se fala é da mente humana.

Iderval Reginaldo Tenório





Principais causas do cortisol alto e como tratar

O cortisol alto é causado pelo consumo de corticóides por período acima de 15 dias, ou pelo aumento da produção deste hormônio nas glândulas supra-renais, devido a estresse crônico ou algum tumor. 

Quando se suspeita deste problema, devido aos efeitos negativos do cortisol em excesso, como aumento do peso, pressão alta, diabetes e osteoporose, o clínico geral poderá pedir o exame do cortisol, por dosagem no sangue, urina ou saliva.

O controle deste hormônio é feito com atividade física e consumo de alimentos que controlam o estresse e o açúcar do sangue, como inhame, aveia, ovo, linhaça e leite e derivados, por exemplo. Entretanto, quando os níveis altos de cortisol são graves, é necessário o tratamento a base de remédios ou até cirurgia, orientados pelo endocrinologista. 

Principais causas

O uso de remédios corticóides, como prednisona ou dexametasona, por mais de 15 dias é a forma mais comum de excesso de cortisol no sangue, no entanto outras causas são:
  • Estresse crônico e o sono irregular: podem desregular a produção do cortisol e causar o seu aumento no organismo;
  • Disfunção da glândulas adrenais: causada pela presença algum tumor ou pela desregulação das suas células, que podem produzir o cortisol em excesso;
  • Tumor cerebral: pode estimular a secreção de cortisol pelas glândulas supra-renais. 
  •  
O estresse costuma causar uma alteração leve nos valores de cortisol, enquanto os aumentos mais intensos e graves são causadas pelas alterações diretas nas glânculas supra-renais e cérebro. 
Principais causas do cortisol alto e como tratar
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Efeitos do cortisol alto no organismo

Ao ser produzido nas glânculas supra-renais, o cortisol é liberado na circulação para o efeito de regular as funções do organismo. Porém, quando em excesso, e por um longo período, pode causar consequências ruins como: 

  • Aumento do peso, da circunferência abdominal e inchaço, pela retenção de líquidos, e redistribuição da gordura corporal;
  • Diabetes e elevação dos níveis de açúcar no sangue, por estimular a ação do fígado a produzir glicose;
  • Osteoporose, por diminuir a absorção de cálcio pelo corpo e redução do colágeno;
  • Aumento do estresse, irritabilidade e depressão, por causar a liberação de adrenalina e por ação direta no cérebro;
  • Colesterol alto, por aumentar a produção de gorduras pelo fígado e liberação na circulação;
  • Redução de músculos e fraqueza, porque diminui a produção de proteínas e degrada as proteínas nos tecidos;
  • Pressão alta, por causar a retenção de sódio e líquidos, e por aumentar a liberação de adrenalina na circulação;
  • Redução das defesas do organismo, pela inibição da inflamação e da imunidade;
  • Aumento dos níveis de hormônios masculinos no corpo, o que na mulher pode causar sinais indesejáveis, como excesso de pêlos, engrossar a voz e queda de cabelo;
  • Alterações do ciclo menstrual e dificuldade para engravidar, por desregular os hormônios femininos;
  • Fragilidade na pele, aumentando feridas, manchas na pele e estrias, por diminuir o colágeno e reduzir o efeito de cicatrização do corpo.
  •  
O nome destas alterações causadas pelo aumento crônico de cortisol é síndrome de Cushing. Quando se suspeita desta síndrome ou do aumento do cortisol, o clínico geral ou endocrinologista podem solicitar exames de sangue, urina ou saliva, que demonstram o aumento deste hormônio no corpo.

Se estes exames tiverem valor alto, o médico irá, em seguida, investigar a causa do excesso de cortisol, pela avaliação clínica, e através de tomografia ou ressonância magnética, do abdome e cérebro. 

Saiba mais sobre como é feito o exame do cortisol

Como baixar os níveis de cortisol

Como o cortisol está intimamente ligado ao sistema emocional, uma boa forma de regular o cortisol consiste em reduzir o estresse e a ansiedade, com psicoterapia e momentos de lazer. Além disso, fazer atividade física e comer alimentos que controlam o açúcar e o estresse, como ovos, leite e derivados, peixes, aveia, amêndoas, castanhas, sementes de chia e de linhaça, também pode ajudar.

Já, se o excesso de cortisol é causado pelo uso de corticóides, este deve ser retirado gradativamente, ao longo de vários dias, com a orientação do clínico geral ou endocrinologista.

Quando a causa do aumento o cortisol é mais grave, como um tumor, o tratamento é feito com o uso de medicamentos para controlar quantidade do hormônio, como metirapona, aminoglutetimida, por exemplo, e a cirurgia para retirada deste tumor, que será decidida e programada entre o paciente, o endocrinologista e o cirurgião.

Saiba como fazer um tratamento natural que ajuda a controlar o cortisol alto

Efeitos do cortisol alto na gravidez

Além de dificultar a possibilidade de engravidar, o cortisol alto pode causar algumas consequências para a mãe e para o bebê, porque aumenta os risco de pressão alta e diabetes gestacional, além de favorecer o trabalho de parto prematuro. No bebê, o excesso de cortisol aumenta do risco de transtornos no futuro, como depressão, ansiedade e esquizofrenia.

Assim, sempre que a gestante tiver sintomas de cortisol alto, deve avisar ao seu obstetra, para que seja feito o exame.
Para evitar o aumento de cortisol, a gestante deve fazer uma alimentação equilibrada e evitar situações de muito estresse durante a gravidez, além de ter momentos para lazer, que permitam descansar e relaxar, sempre que possível. 

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terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

VIDEO -CIDADANIA , MORAL E ÉTICA.- REGINA DUARTE E GLORIA PIRES E OGRANDE ÍCONE DA TELEVISÃO.Sebastião Vasconcelos



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Assistam uma das mais marcantes cenas da televisão brasileira.

Sebastião Vasconcelos- ATOR PRINCIPAL DA CENA

Regina Duarte. Glória Pires em cena de novela - YouTube

https://www.youtube.com/watch?v=mmeUVppTOyE
12 de fev de 2017 - Vídeo enviado por Sílvia Rodrigues
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Síndrome do Bebê Sacudido- manobras perigosas

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Entenda sobre a Síndrome do Bebê Sacudido


   Conceito:
 
   Síndrome do Bebê Sacudido é o termo que descreve uma série de sinais e sintomas que ocorrem em conseqüência da sacudida manual vigorosa do bebê, sustentando-o por suas extremidades ou pelos ombros, o que causa forças de aceleração do cérebro dentro do crânio, com conseqüentes lesões. O grau de dano cerebral depende da quantidade, duração do sacudir e das forças que resultarem em impacto na cabeça.

   Também é usado o termo Lesão Cerebral por Abuso, por causa da controvérsia que envolve a questão da possibilidade ou não de todos os bebês, com sérios danos cerebrais, a partir da "sacudida", terem também experimentado trauma de impacto.


   Sinais e sintomas:
   Variam em um espectro de alterações neurológicas secundárias (irritabilidade, letargia, tremores, vômitos) a primárias (convulsões, coma, estupor, morte). Estas crianças devem receber assistência médica imediata, pois estes traumas com freqüência causam hemorragia e lesão cerebral, ainda que não haja sinais externos de abuso (queimaduras, hematomas, escoriações. fraturas de crânio, fraturas múltiplas).


   Fatores de risco:
   Além de todo um perfil de maior predisposição já conhecidos na violência à criança (situação de estresse, alcoolismo ou drogadição, pais com baixa idade, crianças debilitadas ou portadoras de deficiência), o choro costuma ser o gatilho mais comum para a ocorrência da Síndrome do Bebê Sacudido.

   A criança pequena chora em média de duas a três horas por dia, e 20 a 30% das crianças excedem substancialmente este tempo. Crianças choram freqüentemente em uma base aparentemente irracional, e podem não responder à tentativa inicial de um pai para os confortar. Chorar fica particularmente problemático entre a sexta semana de nascimento ao quarto mês de vida, o que coincide com a incidência maior da Síndrome do Bebê Sacudido.

   Pais e outros provedores de cuidado precisam saber que permitir a um bebe chorar é certo, desde que todas as sua necessidades tenham sido satisfeitas.


   Predisposição:
   Embora a identificação dos casos de Síndrome do Bebe Sacudido, na maioria das vezes, passe desapercebido em quase todos os serviços de atendimento a crianças, podemos observar que:

   - o pai biológico é o agressor mais comum;
   - os namorados das mães estão em segundo lugar;
   - babás em um terceiro plano;
   - depois as mães e os padrastos.


   Profilaxia:
   São importantes as orientações prestadas por profissionais da saúde (pediatras, neonatologistas) aos cuidadores (pais, babás, tios, avós, etc.) quanto aos riscos de se sacudir uma criança. Nunca, nem por brinquedo, por castigo ou por qualquer motivo, um bebê deve ser sacudido.

   Aos médicos pediatras cabe lembrar-se dessa síndrome, para quando em atendimentos nas emergências poder reconhecer os seus sinais clínicos, e nos atendimentos de puericultura nos consultórios poder oferecer aos cuidadores (principalmente os de risco), orientações direcionadas aos cuidados com esta síndrome.

   (Fonte: Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul)
Iderval Reginaldo Tenório

sábado, 10 de fevereiro de 2018

TRANSTORNO DE CONDUTA- Transtorno da conduta e comportamento anti-social Isabel AS Bordina e David R Offordb aDepartamento de Psiquiatria, Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de


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PUBLICADO NA ÍNTEGRA DEVIDO A IMPORTANCIA DO ASSUNTO 

DEVEMOS AGRADECER AOS AUTORES O BELO TRABALHO , NÓS MÉDICOS E A POPULAÇÃO FICAMOS GRATOS AO CIENTÍFICO E HUMANO TRABALHO 


Iderval Reginldo Tenório

Revista Brasileira de Psiquiatria

Print version ISSN 1516-4446On-line version ISSN 1809-452X

Rev. Bras. Psiquiatr. vol.22  s.2 São Paulo Dec. 2000

http://dx.doi.org/10.1590/S1516-44462000000600004 

Transtorno da conduta e comportamento anti-social
 
Isabel AS Bordina e David R Offordb
aDepartamento de Psiquiatria, Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de Medicina (Unifesp/EPM) e Grupo Interdepartamental de Epidemiologia Clínica (Gridec), Unifesp/EPM. bDivisão de Psiquiatria da Infância e Adolescência, McMaster University, Canadá e Centro de Estudos sobre Crianças em Situação de Risco e Centro Chedoke para a Criança e a Família, McMaster University, Canadá

 
 
Introdução
Certos comportamentos, como mentir e matar aula, podem ser observados no curso do desenvolvimento normal de crianças e adolescentes. Para diferenciar normalidade de psicopatologia, é importante verificar se esses comportamentos ocorrem esporadicamente e de modo isolado ou se constituem síndromes, representando um desvio do padrão de comportamento esperado para pessoas da mesma idade e sexo em determinada cultura.
A literatura internacional aborda o tema do comportamento anti-social sob diferentes pontos de vista, levando em conta os aspectos legais (criminologia) e psiquiátricos. Do ponto de vista legal, a delinqüência implica em comportamentos que transgridem as leis. 
No entanto, como nem todas as crianças ou jovens anti-sociais transgridem as leis, o termo delinqüente ficou restrito aos menores infratores (definição legal). Os atos anti-sociais relacionados aos transtornos psiquiátricos são mais abrangentes e se referem a comportamentos condenados pela sociedade, com ou sem transgressão das leis do Estado.1
 
Com base em critérios diagnósticos internacionais, como os da última edição do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-IV2), observa-se que o comportamento anti-social persistente faz parte de alguns diagnósticos psiquiátricos. O transtorno da conduta (conduct disorder) e o transtorno desafiador de oposição (oppositional defiant disorder) são categorias diagnósticas usadas para crianças e adolescentes, enquanto o transtorno de personalidade anti-social (antisocial personality disorder) aplica-se aos indivíduos com 18 anos ou mais. 
No presente artigo, serão apresentadas as principais características do transtorno da conduta, enfatizando seu diagnóstico, evolução e tratamento. Destacaremos os fatores associados ao comportamento anti-social na infância e adolescência com o objetivo de ampliar a visão do profissional de saúde mental sobre a família e a comunidade nas quais o paciente está inserido.
 
Transtorno da conduta
 
O transtorno da conduta é um dos transtornos psiquiátricos mais freqüentes na infância e um dos maiores motivos de encaminhamento ao psiquiatra infantil.3 Lembramos que o transtorno da conduta não deve ser confundido com o termo "distúrbio da conduta", utilizado no Brasil de forma muito abrangente e inespecífica para nomear problemas de saúde mental que causam incômodo no ambiente familiar e/ou escolar. Por exemplo, crianças e adolescentes desobedientes, com dificuldade para aceitar regras e limites e que desafiam a autoridade de pais ou professores costumam ser encaminhados aos serviços de saúde mental devido a "distúrbios da conduta". No entanto, os jovens que apresentam tais distúrbios nem sempre preenchem critérios para a categoria diagnóstica "transtorno da conduta". Portanto, o termo "distúrbio da conduta" não é apropriado para representar diagnósticos psiquiátricos. 
No Canadá, o transtorno da conduta atinge 5,5% dos indivíduos da população geral com idade entre 4-16 anos, com taxas variando de 1,8% (meninas de 4-11 anos) a 10,4% (meninos de 12-16 anos). O transtorno da conduta é mais freqüente no sexo masculino, independentemente da idade, e mais freqüente em crianças maiores (12-16 anos) comparadas às menores (4-11 anos), independentemente do sexo.4,5
 
 
Diagnóstico
Na base do transtorno da conduta está a tendência permanente para apresentar comportamentos que incomodam e perturbam, além do envolvimento em atividades perigosas e até mesmo ilegais. Esses jovens não aparentam sofrimento psíquico ou constrangimento com as próprias atitudes e não se importam em ferir os sentimentos das pessoas ou desrespeitar seus direitos. Portanto, seu comportamento apresenta maior impacto nos outros do que em si mesmo. Os comportamentos anti-sociais tendem a persistir, parecendo faltar a capacidade de aprender com as conseqüências negativas dos próprios atos.1
 
O quadro clínico do transtorno da conduta é caracterizado por comportamento anti-social persistente com violação de normas sociais ou direitos individuais. Os critérios diagnósticos do DSM-IV para transtorno da conduta incluem 15 possibilidades de comportamento anti-social: (1) freqüentemente persegue, atormenta, ameaça ou intimida os outros; (2) freqüentemente inicia lutas corporais; (3) já usou armas que podem causar ferimentos graves (pau, pedra, caco de vidro, faca, revólver); (4) foi cruel com as pessoas, ferindo-as fisicamente; (5) foi cruel com os animais, ferindo-os fisicamente; (6) roubou ou assaltou, confrontando a vítima; (7) submeteu alguém a atividade sexual forçada; (8) iniciou incêndio deliberadamente com a intenção de provocar sérios danos; (9) destruiu propriedade alheia deliberadamente (não pelo fogo); (10) arrombou e invadiu casa, prédio ou carro; (11) mente e engana para obter ganhos materiais ou favores ou para fugir de obrigações; (12) furtou objetos de valor; (13) freqüentemente passa a noite fora, apesar da proibição dos pais (início antes dos 13 anos); (14) fugiu de casa pelo menos duas vezes, passando a noite fora, enquanto morava com os pais ou pais substitutos (ou fugiu de casa uma vez, ausentando-se por um longo período); e (15) falta na escola sem motivo, matando aulas freqüentemente (início antes dos 15 anos).
Os critérios diagnósticos do DSM-IV para transtorno da conduta aplicam-se a indivíduos com idade inferior a 18 anos e requerem a presença de pelo menos três desses comportamentos nos últimos 12 meses e de pelo menos um comportamento anti-social nos últimos seis meses, trazendo limitações importantes do ponto de vista acadêmico, social ou ocupacional.2
 
Diagnósticos diferenciais incluem os transtornos reativos a situações de estresse e comportamento anti-social decorrente de quadros psicóticos (por exemplo, episódio maníaco).2 Crianças vítimas de violência doméstica podem apresentar comportamentos anti-sociais como reação a situações de estresse e adolescentes em episódio maníaco podem furtar, falsificar assinaturas em cheques ou provocar brigas com luta corporal em decorrência da exaltação do humor e não devido a transtorno da conduta.
 
Curso e prognóstico 
Os sintomas do transtorno da conduta surgem no período compreendido entre o início da infância e a puberdade e podem persistir até a idade adulta.3 Quando iniciam-se antes dos 10 anos, observa-se com maior freqüência a presença de transtorno com déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), comportamento agressivo, déficit intelectual, convulsões e comprometimento do sistema nervoso central devido a exposição a álcool/drogas no período pré-natal, infecções, uso de medicamentos, traumas cranianos, etc., além de antecedentes familiares positivos para hiperatividade e comportamento anti-social.6 O início precoce indica maior gravidade do quadro com maior tendência a persistir ao longo da vida.6
 
O transtorno da conduta está freqüentemente associado a TDAH (43% dos casos) e a transtornos das emoções (ansiedade, depressão, obsessão-compulsão; 33% dos casos).7 A comorbidade com o TDAH é mais comum na infância, envolvendo principalmente os meninos, enquanto a comorbidade com ansiedade e depressão é mais comum na adolescência, envolvendo principalmente as meninas após a puberdade. 
Comportamentos anti-sociais mais graves (por exemplo, brigas com uso de armas, arrombamentos, assaltos) costumam ser antecedidos por comportamentos mais leves (por exemplo, mentir, enganar, matar aulas, furtar objetos de pouco valor) e, ao longo do tempo, observa-se o abuso de álcool/drogas, principalmente no sexo masculino8 e os quadros de ansiedade e depressão, principalmente no sexo feminino.9,10
 
O transtorno da conduta está freqüentemente associado a baixo rendimento escolar e a problemas de relacionamento com colegas, trazendo limitações acadêmicas e sociais ao indivíduo.11,12 São freqüentes os comportamentos de risco envolvendo atividades sexuais, uso de drogas e até mesmo tentativas de suicídio. O envolvimento com drogas e gangues pode iniciar o jovem na criminalidade. Na fase adulta, notam-se sérias conseqüências do comportamento anti-social, como discórdia conjugal, perda de empregos, criminalidade, prisão e morte prematura violenta.2,13,14
 
A persistência de comportamentos anti-sociais no decorrer da adolescência e da vida adulta encontra-se favorecida em determinadas circunstâncias: quando o transtorno da conduta tem início precoce; quando tipos variados de comportamentos anti-sociais estão presentes, incluindo os agressivos e violentos; quando os comportamentos anti-sociais são bastante freqüentes; quando são observados em diversos ambientes (por exemplo, familiar e escolar); e quando o transtorno da conduta está associado ao TDAH.15
 
Eventos de vida podem favorecer a persistência do comportamento anti-social na adolescência e idade adulta. O ambiente escolar, dependendo de suas características, pode incentivar ou desestimular o comportamento anti-social. Já a falta de emprego é uma situação de estresse que o estimula, enquanto o casamento harmonioso com pessoa sem alterações de comportamento tende a diminuí-lo.10
 
Ao mesmo tempo em que crianças com comportamento anti-social tendem a permanecer anti-sociais na idade adulta, adultos anti-sociais tendem a ter filhos com comportamento anti-social (pais servem de modelo aos filhos), estabelecendo-se um ciclo de difícil interrupção.16
 
 
Fatores associados ao comportamento anti-social 
O comportamento anti-social de crianças e adolescentes tem sido atribuído a fatores constitucionais e ambientais. Historicamente, foi com o estabelecimento de clínicas vinculadas ao juizado de menores que profissionais de saúde mental puderam observar o desenvolvimento do comportamento anti-social na infância e adolescência. Ao constatar-se a grande freqüência de problemas familiares e sociais na história de vida dos delinqüentes juvenis, formulou-se a hipótese de uma reação às adversidades encontradas tanto no ambiente familiar como na comunidade.8
 
Segundo Winnicott,17 quando crianças sofrem privação afetiva, manifestam-se os comportamentos anti-sociais no lar ou numa esfera mais ampla. Do ponto de vista psicodinâmico, estes comportamentos demonstram esperança em obter algo bom que foi perdido, sendo a ausência de esperança a característica básica da criança que sofreu privação. O jovem experimenta um impulso de busca do objeto, de alguém que possa encarregar-se de cuidar dele, esperando poder confiar num ambiente estável, capaz de suportar a tensão resultante do comportamento impulsivo. O ambiente é repetidamente testado em sua capacidade para suportar a agressão, tolerar o incômodo, impedir a destruição, preservando o objeto que é procurado e encontrado.17
 
São fatores associados a comportamento anti-social na infância: ser do sexo masculino, receber cuidados maternos e paternos inadequados, viver em meio à discórdia conjugal, ser criado por pais agressivos e violentos, ter mãe com problemas de saúde mental, residir em áreas urbanas e ter nível socioeconômico baixo.12,18,19
 
Alguns autores referem que a baixa renda associada ao comportamento anti-social da criança está relacionada à personalidade anti-social materna20,21 e à negligência por parte dos pais.22 De fato, pode-se supor que mães anti-sociais teriam maior dificuldade para atingir níveis de renda mais elevados, pois não manter-se-iam no emprego e teriam menor condição de manter um relacionamento estável com um marido ou companheiro que contribuísse com a renda familiar. Pais anti-sociais também são freqüentemente irresponsáveis e negligentes com seus filhos, deixando de alimentá-los adequadamente ou levá-los ao médico quando doentes. Além disso, adolescentes vivendo na pobreza e pouco valorizados pelos pais podem buscar reconhecimento pessoal e ascensão econômica através de atividades delinqüenciais grupais.23
 
Quanto à discórdia conjugal e a problemas mentais maternos, Shaw e Emery18 demonstraram que o conflito entre os pais e a depressão materna estavam associados a comportamentos agressivos e anti-sociais em escolares. No entanto, é preciso considerar a contribuição da criança para a qualidade do relacionamento entre pais e filhos, pois crianças difíceis de lidar, desobedientes e agressivas favorecem a desorganização do ambiente familiar e o desequilíbrio de um relacionamento conjugal mais frágil.1
 
Quanto ao ambiente familiar agressivo e violento, não se pode deixar de mencionar a influência da violência doméstica e do abuso físico sobre o comportamento anti-social na infância. Taxa elevada de comportamento anti-social (21%) foi observada em filhos (idade escolar) de mulheres espancadas.24 Em Khartoum, Sudão, crianças submetidas à punição corporal grave (corda ou vara) apresentaram mais problemas de comportamento (40,2%) que crianças punidas somente com palmadas (24,6%).25 Estudos que avaliaram os efeitos do abuso físico a longo prazo demonstraram que indivíduos que sofreram abuso ou negligência na infância tiveram maior probabilidade de cometer crimes.26,27 No entanto, a grande maioria das crianças que sofreram abuso (74%) ou negligência (90%) não se tornaram delinqüentes, nem cometeram crimes violentos.27
 
Fatores genéticos e neurofisiológicos também podem estar envolvidos no desenvolvimento do comportamento anti-social.1 Mednik et al28 relataram maior taxa de criminalidade nos pais biológicos que nos pais adotivos de indivíduos com antecedentes criminais, formulando a hipótese de uma predisposição biológica para o comportamento anti-social. A influência genética é mais evidente nos casos acompanhados de hiperatividade e pode ser responsável pela maior vulnerabilidade do indivíduo aos eventos de vida e ao estresse.29 No entanto, o papel dos fatores genéticos no transtorno da conduta ainda precisa ser melhor esclarecido. 
Finalmente, há indícios de diferenças nos fatores de risco para o comportamento anti-social segundo o sexo do indivíduo.15,29 Em levantamento populacional realizado no Canadá, envolvendo 1.651 indivíduos com 16 a 24 anos, verificou-se que além da presença de comportamentos anti-sociais antes dos 15 anos, outros fatores foram considerados de risco para comportamento anti-social na adolescência e início da vida adulta. Para os homens, foi fator de risco o fato de ter convivido na infância com pais com problemas de saúde mental (depressão, mania, episódios psicóticos), enquanto para as mulheres, destacaram-se o abuso sexual na infância e o fato de ter sido criada por pais com comportamento anti-social ou abuso de álcool/drogas.15
 
 
Tratamento 
Os tratamentos citados na literatura são bastante variados, incluindo intervenções junto à família e à escola (por exemplo, psicoterapia familiar e individual, orientação de pais, comunidades terapêuticas e treinamento de pais e professores em técnicas comportamentais). Apesar de nenhum deles ser muito eficaz, principalmente como intervenção isolada, quanto mais precocemente iniciados e quanto mais jovem o paciente, melhores os resultados obtidos.29 Salienta-se a importância das intervenções concomitantes e complementares a longo prazo. 
Na faixa etária dos três aos oito anos, alguns sintomas do transtorno desafiador de oposição (por exemplo, irrita-se com facilidade, recusa-se a cumprir regras ou atender solicitações dos adultos, perturba as pessoas deliberadamente) ou do transtorno da conduta (por exemplo, fere animais, furta) costumam ser identificados, merecendo ações preventivas junto à criança e aos seus pais e professores. Muitas vezes, o foco do problema está no conflito entre pais e filhos. Outras vezes, os pais estão demasiadamente envolvidos com problemas pessoais e necessitam de apoio. Alguns pais precisam de ajuda para estabelecer limites e escolher métodos mais apropriados para educar os filhos. O contato com a escola também pode ser útil para resolver conflitos entre professores e alunos e ajudar os professores a encontrar maneiras mais adequadas de lidar com as dificuldades da criança. 
Quanto mais jovem o paciente e menos graves os sintomas, maior a probabilidade do indivíduo se beneficiar de uma psicoterapia. 
Quando trata-se de adolescente que já cometeu delitos, observa-se maior resistência à psicoterapia, podendo ser útil o envolvimento com profissionais especializados no manejo de jovens anti-sociais através de oficinas de artes, música e esportes. Nessas oficinas, o adolescente tem a oportunidade de estabelecer vínculo afetivo com os profissionais responsáveis pelas atividades, tomando-os como modelo, além de perceber-se capaz de criar, o que favorece o desenvolvimento da auto-estima. Sempre que possível, a família dos pacientes deve ser incluída no processo terapêutico, lembrando que muitas vezes os pais necessitam de tratamento psiquiátrico (por exemplo, abuso de drogas). 
O tratamento com psicofármacos faz-se necessário em algumas situações nas quais os sintomas-alvo (por exemplo, idéias paranóides associadas à agressividade, convulsões) ou outros transtornos psiquiátricos (por exemplo, TDAH, depressão) estão presentes. Recomendamos cautela no uso de neurolépticos para o tratamento da agressividade, pois os riscos podem superar os benefícios.6
 
A hospitalização está indicada em casos de risco iminente para o paciente (por exemplo, suicídio, auto-agressão) ou para os demais (por exemplo, homicídio). Sempre que possível, optar por intervenções menos restritivas (por exemplo, hospital-dia).6
 
Em nosso meio, muitas vezes não dispomos dos recursos necessários para o tratamento da criança ou adolescente com comportamento anti-social. Quando esses recursos existem, nem sempre as famílias têm condições de comparecer ao serviço na freqüência recomendada. O profissional de saúde mental pode ser útil estabelecendo prioridades entre as diversas condutas terapêuticas possíveis e recomendando ao paciente aquela que julgar mais imprescindível. 
 
Conclusão 
Comportamentos anti-sociais são freqüentemente observados no período da adolescência como sintomas isolados e transitórios. Porém, estes podem surgir precocemente na infância e persistir ao longo da vida, constituindo quadros psiquiátricos de difícil tratamento. Fatores individuais, familiares e sociais estão implicados no desenvolvimento e na persistência do comportamento anti-social, interagindo de forma complexa e ainda pouco esclarecida. Como o comportamento anti-social torna-se mais estável e menos modificável ao longo do tempo,30 crianças e adolescentes com transtorno da conduta precisam ser identificados o mais cedo possível para que tenham maior oportunidade de beneficiar-se de intervenções terapêuticas e ações preventivas. O tratamento mais efetivo envolve a combinação de diferentes condutas junto à criança/adolescente, à família e à escola. Quando não é possível o acesso a intervenções complementares, o profissional de saúde mental deve identificar a conduta terapêutica prioritária em cada caso específico. 

 
Referências
1. Earls F. Oppositional-defiant and conduct disorders. In: Rutter M, Taylor E, Hersov LA, editors. Child and adolescent psychiatry: modern approaches. Oxford: Blackwell Scientific Publications; 1994. p. 308-29.         [ Links ]
2. American Psychiatric Association (APA). Diagnostic and statistical manual of mental disorders. 4th ed. Washington (DC): APA; 1994.         [ Links ]
3. Robins LN. Conduct disorders. J Child Psychol Psychiatry 1991;32:193-212.         [ Links ]
4. Offord DR, Boyle MH, Fleming JE, Blum HM, Rae-Grant NI. Ontario child health study: summary of selected results. Can J Psychiatry 1989;34:483-91.         [ Links ]
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Correspondência: Isabel A. S. Bordin
Grupo Interdepartamental de Epidemiologia Clínica (Gridec) da Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de Medicina
Rua Botucatu, 685 04023-062 São Paulo, SP Fax: (0xx11) 5575-6427 - E-mail: bordin@psiquiatria.epm.br
 
Fonte de financiamento: Capes (Proj. 1526/93; Proc. 1576/93-4).