terça-feira, 29 de maio de 2012

BELCHIOR

                                                                   




Antônio Carlos Gomes Belchior Fontenelle Fernandes (Sobral, 26 de outubro de 1946) é um cantor e compositor brasileiro. Foi um dos primeiros cantores de MPB do nordeste brasileiro a fazer sucesso nacional em meados da década de 1970.


Durante sua infância no Ceará foi cantador de feira e poeta repentista. Estudou música coral e piano com Acaci Halley. Foi programador de rádio em Sobral, e em Fortaleza começou a dedicar-se à música, após abandonar o curso de medicina. Ligou-se a um grupo de jovens compositores e músicos, como FagnerEdnardoRodger Rogério, Teti, Cirino entre outros, conhecidos como o Pessoal do Ceará.


De 1965 a 1970 apresentou-se em festivais de música no Nordeste. Em 1971, quando se mudou para o Rio de Janeiro, venceu o IV Festival Universitário da MPB, com a canção Na Hora do Almoço, cantada por Jorge Melo e Jorge Teles, com a qual estreou como cantor em disco, um compacto da etiqueta Copacabana. Em São Paulo, para onde se mudou, compôs canções para alguns filmes de curta metragem, continuando a trabalhar individualmente e às vezes com o grupo do Ceará.


Em 1972 Elis Regina gravou sua composição Mucuripe (com Fagner). Atuando em escolas, teatros, hospitais, penitenciárias, fábricas e televisão, gravou seu primeiro LP em 1974, na Chantecler. O segundo, Alucinação (Polygram, 1976), consolidou sua carreira, lançando canções de sucesso como Velha roupa colorida, Como nossos pais (depois regravadas por Elis Regina) e Apenas um rapaz latino-americano. Outros êxitos incluem Paralelas (lançada por Vanusa), Galos, noites e quintais (regravada por Jair Rodrigues) e Comentário a respeito de John (homenagem a John Lennon). Em 1983 fundou sua própria produtora e gravadora, Paraíso Discos, e em 1997 tornou-se sócio do selo Camerati. Sua discografia inclui Um show – dez anos de sucesso (1986, Continental) e Vicio elegante (1996, GPA/Velas), com regravações de sucessos de outros compositores.


segunda-feira, 28 de maio de 2012

O Presidiário


O PRESIDIÁRIO




NA PENITENCIARIA

Outro dia ao visitar uma penitenciaria tipo colonia agrícola  e dialogar com uma variedade de moradores, fiquei impressionado com a  sabedoria de cada um e aqui publico um pequeno trecho  que achei importante.


Um  velho de barba branca, cabelos longos e rabo de cavalo,uma tatuagem  de um dragão cuspindo fogo em ambos os deltóides,voz arrastada, pouca leitura , pele  encolhida, olhos perdidos sem direção.

Depois de um bom pate papo,olhou para o mundo,mirou  o infinito,lá onde o céu se encontra com a terra ou com o mar , com um cavador na mão,um bornal  de carregar grampos e martelos escanchado no ombro , um pé de cabra para esticar arames ,mãos grossas,unhas com as pontas escuras,olhou para o sol fechando e abrindo os olhos devido a sua  claridade, enxugou o suor que caia sobre a ressecada tez,falou com a sua rouca e entrecortada voz,quase gutural,fazendo careta com os músculos da face .

Pausadamente como encatracado deixa sair da banguela boca estas saudosistas palavras.

___DI QUI ADIANTA VIVER NUM MUNDO COMO ESSE,DE QUI ADIANTA?! O MUNDO PRA MIM NUM TEM SENTIDO,VIVO CÁ HÁ 46 ANOS,NUM TENHO MUÉ,NUM TENHO PAI,NUM TENHO MÃE,NUM PISSUO FIOS E NEM AMIGOS,A VIDA É SÓ DRUMIR,ACORDAR, COMER,CAGAR ,CAVAR BURACO E INSTICAR ARAME, NUM TEM SENTIDO:  DRUUUMO,  ACOORDO, COOOMO, CAAAGO,  CAVO BURAAACO E DISPOIS,DISPOIS  VOU INSTICAR ARAME. NUM TEM SENTIDO.

Parou de balbuciar estas palavras,olhou para o sol a pino, coçou a cabeça,colocou o seu chapéu de palha,pôs o cordão por debaixo do queixo ,arregaçou as mangas da grossa camisa cinza do mais puro  brim aberta até o umbigo e falou  resmungando para si e para este interlocutor com pausas  entre as palavras,fiquei boquiaberto com o seu fechamento:

___HUM!,   QUI DUREZA!,   AFE!   QUI  SÓLE QUENTE ,  JÁ COMÍ,  JÁ CAGUEI,   JÁ CAVEI MEUS BURACOS  E AGORA MEU  SINHOR    ,VOU INSTICAR  ARAME.

E com o tom da voz cada vez mais baixa foi falando,abaixando a voz  e se afastando:

____VOU INSTICAR ARAME ,VOU INSTICAR ARAME .HUM! INTÉ MAIS.INTÉ.

Saiu à procura de arames farpados soltos e de estacas carcomidas pelos cupins ,estacas prestes a serem substituídas.

Indiferente e claudicante sumiu beirando a cerca,puxa aqui ,puxa alí,uma martelada ,um grampo que cai,um grampo que se perde,um resmungo,uma cusparada,uma  estaca frouxa,mole quase caindo e lá vai o velho cheio de desilusão acostumado com a vida recebida e agora em consumo. Come depois descome,cava buraco , estica arame, olha para o sol,enxuga a testa,bota a mão no bornal,dá uma martelada,,assoa o nariz,estica a coluna com as mãos nos quartos ,coça as nádegas e continua a deambulação.É a sua rotina ,é a vida .
 Salvador, 21 de abril de 1998

 Iderval Reginaldo Tenório-   QUERO A SUA OPINIÃO




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Tudo Outra Vez - Belchior

Montagem Naucruz/ Fotos internet, orkut Orobo -Ba e Serra do Orobó - Ruy Barbosa-Ba. Tudo Outra Vez Belchior Composição : Belchior Há tempo, muito ...
de Naucruz  1 ano atrás  22474 exibições


domingo, 27 de maio de 2012

O FUMANTE

                                                                                 
                                               Como médico e guardião da saúde tenho escutado no meu cotidiano,diversas perguntas e posições a respeito do cigarro, escuto e de mansinho explano  para os meus interlocutores que  ,  não é minha a intenção e nem tão pouco também não é  minha a obrigação de proibi-los de fumar,proibi-los de usufruir de um costume que  o acompanha desde a adolescência.

Aproveito a oportunidade e muitas vezes não sou bem entendido pelos acompanhantes do fumante,inicialmente os mesmos me olham assombrados e como tomados de surpresas por uma opinião que em nada lhes agradam ,ficam atentos e na defensiva como arrependidos de tocar no assunto ,exatamente com um profissional da saúde com aquele pensamento diferente.

Começo perguntando se o fumante acha bom, se o fumante tem prazer em degustar o tabaco, na minha opinião, o tabaco é degustado, pergunto se os pais gostam, se os avós aprovam, se os filhos compartilham, se os netos também gostam e se até os amigos são solidários, as respostas são em sua esmagadora maioria pela desaprovação do ato de fumar. Não satisfeito adentro na vida pessoal, inquiro  sobre a família profundamente desde a infância, sobre a escolaridade, sobre o emprego, sobre o exercício da cidadania, o grau de politização, o interesse pelos fatos atuais  em todos os assuntos, indago sobre a perspectiva da vida e adentrando na mãe filosofia coloco o meu pensamento e inicio o meu parecer.

Impreterivelmente inicio dizendo que o ato de fumar, de degustar, de saborear o tabaco, que é oriundo da folha de uma planta do gênero Nicotiana, deve ser muito bom e agradável, deve ser prazeroso, dever produzir algo que só os fumantes conheçem, uma vez que, uma grande fatia dos  fumantes adultos tem boa formação, conhecimento pleno do que é aquele produto, tem acesso diariamente pela mídia,pelos governos em campanhas equivocadas,pelos médicos que, na maioria das vezes em vez de explicar, assombram,culpam e até mesmo desqualificam os fumantes,com todos este bombardeio está lá o fumante,que pode ser:médico,engenheiro,professor,padre,senador,deputado,governador,cientista,pesquisador ,seja lá o que for,com a sua carteira de cigarro esperando pelo fim da consulta para viver mais uma dose de nicotina.

Entro literalmente nos efeitos dos componentes que constitui o cigarro: Nicotina:  uma droga psicoactiva,acroleína, fenóis, peróxido de nitrogênio, ácido cianídrico, amoníaco,o Alcatrão e outros agentes sendo a mais estudada o alfabenzopireno, falo do gás  Monóxido de Carbono que tem uma grande facilidade em se associar a hemoglobina, diminuindo a capacidade de transporte de oxigênio,enfatizo pormenorizadamente cada componente,dou uma pausa e pergunto:será que este fumante não tem conhecimento de tudo que falei, que expliquei, que repetir, que fui até chato, será que este fumante não tem conhecimento dos efeitos do tabaco nas suas vísceras, na sua pele e em todo o seu organismo, acho hilário outra interpretação,após a pausa continuo o embate, agora mais amigável por parte dos acompanhantes e entro noutra seara,na seara psíquica,na seara humana.
Amigos,o fumante sabe por que fuma, o fumante tem alguns motivos intestinais, viscerais, pessoais que  ele carrega e só e somente ele sabe. O ato de fumar vem do útero,da infância,da adolescência,vem do trajeto de sua vida, as perdas,os ganhos, as  controvérsias,o cosmo,o mundo,as injustiças e tudo aquilo que construiu aquela vida. Não estaciono e continuo afirmando e informando que o ato de fumar para muitos é uma verdadeira terapia, é um ato que serve de amortecedor para os que lhes rodeiam,poupando-os de fatos muitas vezes  pertinentes a eles e guardados,sofridos e mastigados pelo  fumante mor. Sou claro quando vocifero que um ser humano feliz,equilibrado,inteligente,bem empregado,respeitado pelos seus pares e com amigos do peito,com uma família bem constituída,bonito,gozando de sua capacidade mental e vivendo livremente ,não teria aparentemente nenhum motivo para mergulhar nas ondas vibratórias e calmantes do tabaco. 
Agora se por algum motivo não gozem destas propriedades ou lhes falte algumas ,tem o ser humano a prerrogativa de utilizá-lo como o seu maior e único amigo,poupá-lo desta terapia ,seria condená-lo à depressão,ao solitarísmo e até mesmo a outras  atitudes anti sociais e inaceitáveis pela sociedade atual.

O que chamo mais à atenção do fumante quando adulto é o lado familiar e o lado da cidadania, explico que um fumante adulto acima de tudo é um desobediente,ele desobedece aos seus pais,aos seus avós e aos seus filhos que tem juízo,este fato já é motivo mais do que suficiente para uma reflexão,uma vez que lhes roubam o direito de exigir obediência aos seus descendentes,o fumante perde o que se chama literalmente :A moral.
Muitos deixam de fumar apenas com este item,o segundo, guarda relação com a sua convivência na sociedade em todos os seus ângulos e merece outra reflexão.

Termino dizendo que o ato de fumar é uma terapia,que deve ser um ato prazeroso para o fumante ,do ponto de vista psíquico e pessoal uma descompressão emocional,provavelmente um bálsamo para as mazelas da vida ,concluo que este ato deve ser entendido pelos parentes e amigos como uma fuga,fuga esta que traz prejuízo mor ao fumante organicamente e arranhões na economia da família e para toda a sociedade,o fumante é mais vítima do que vilão,acreditem,na maioria das vezes o fumante é um sofredor,é um ser humano que se martiriza para não martirizar os seus,o fumante precisa é de apoio.

Bom seria se não existissem:  fumantes, etilistas, elitistas, invejosos,preconceituosos,viciados,pedófilos,avarentos,maquiavélicos,usurários,criminosos,escroques,desonestos e outros substantivos com adjetivações baixas,seria bom,mas não seria  uma comunidade normal,não seria uma comunidade plural, não seria uma raça racional, seria sim o mundo da fantasia,seria um engodo .

Eu sou contra a utilização do tabaco,nunca fumei e sou a favor da vida,apenas sou racional.

                              Iderval Reginaldo Tenório

Esse texto fica à disposição para quem achar pertinente publicar. 

QUERO E PRECISO DA SUA OPINIÃO

JORGE MAUTNER

   Conheçam mais um grande nome  da Cultura Brasileira ,contribuiu e contribui para a formação intelectual deste país.Jorge Mautner fez parte da formação de minha geração nos movimentos estudantis,esteve presente na geração 70/80 .Grande Mautner, uma fonte eterna de liberdade e de cidadania,tinha que existir estes crânios para atiçar a liberdade em todos os seus ângulos.O país não poderia se calar,seria nulo e toda  aquela juventude ficaria sem identidade,sem vontade própria e sem criatividade.
A cultura e a culinária de um povo são as mais importantes formas  de expressão da conquista e da manutenção da  liberdade .Digam sim à cidadania.Conquistem o mundo, se modernizem ,sejam contemporâneos,mas não esqueçam o seu povo,se agarrem nas suas raízes,fechem os olhos e voltem à infância,sintam o cheiro da terra ,escutem a voz da natureza,o gosto dos alimentos e o frescor da liberdade de uma criança.A família era o Mundo.
    Iderval Reginaldo Tenório    




Jorge Mautner, nome artístico de Henrique George Mautner (Rio de Janeiro, 17 de janeiro de 1941) é um cantor, compositor e escritor brasileiro.
Filho de Anna Illichi, de origem iugoslava e católica, e de Paul Mautner, judeu austríaco, Jorge Mautner nasceu pouco tempo depois de seus pais desembarcarem no Brasil: "Eu nasci aqui um mês depois de meus pais chegarem ao Brasil, fugindo do holocausto".No Brasil, seu pai, embora simpatizante do governo de Getúlio Vargas, atuava na resistência judaica. A mãe passou a sofrer de paralisia em razão do trauma sofrido pela impossibilidade da irmã de Jorge, Susana, ter embarcado para o Brasil com a família. Assim, até os sete anos, Jorge ficou sob os cuidados de uma babá, Lúcia, que era ialorixá e o apresentou ao candomblé.Em 1948, seus pais se separam. Anna se casa com o violinista Henri Müller, que é a primeira viola da Orquestra Sinfônica de São Paulo. Anna e Jorge se transferem para São Paulo. Henri ensina Jorge a tocar violino. Jorge estuda no Colégio Dante Alighieri. Apesar de ótimo aluno, é expulso do colégio antes de concluir o 3º ano científico, por ter escrito um texto considerado indecente.Mautner começa a escrever seu primeiro livro, Deus da chuva e da morte, aos 15 anos de idade. O livro foi publicado em 1962 e compõe, com Kaos (1964) e Narciso em tarde cinza (1966), a trilogia hoje conhecida como Mitologia do Kaos.[1]Em 1962, adere ao Partido Comunista Brasileiro, convidado pelo professor Mário Schenberg para participar, com José Roberto Aguilar, de uma célula cultural no Comitê Central.Após o golpe militar de 1964, é preso. É liberado, sob a condição de se expressar mais "cuidadosamente". Em 1966, vai para osEstados Unidos, onde trabalha na Unesco e trabalha na tradução de livros brasileiros. Também dava palestras sobre esses livros para a Sociedade Interamericana de Literatura. A partir de 1967, passa a trabalhar como secretário do poeta Robert Lowell. Conhece Paul Goodman, sociólogo, poeta e militante pacifista anarquista da nova esquerda, de quem recebe significativa influência.Em 1970, vai para Londres, onde se aproxima de Caetano Veloso e Gilberto Gil. Volta ao Brasil e começa a escrever no jornal O Pasquim. Nesta época, conhece Nelson Jacobina, que será seu parceiro musical nas décadas seguintes.Em 10 de dezembro de1973, no período mais duro da ditadura militar, participa do Banquete dos Mendigos, show-manifesto idealizado e dirigido por Jards Macalé, em comemoração dos 25 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Do espetáculo participam também Chico Buarque, Dominguinhos, Edu Lobo, Gal Costa, Gonzaguinha, Johnny Alf, Luis Melodia, Milton Nascimento, MPB-4, Nelson Jacobina, Paulinho da Viola, Raul Seixas, entre outros artistas. Com apoio da ONU, o show acontece no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, transformado em "território livre", e resulta em álbum-duplo gravado ao vivo. O disco foi proibido durante seis anos pelo regime militar e liberado somente em 1979.[2]Em 1975, nasce sua filha Amora (com a historiadora Ruth Mendes).Em 1987 lança, com Gilberto Gil, o movimento "Figa Brasil" no show O Poeta e o Esfomeado. Figa Brasil ligado ao movimento Kaos, voltado à discussão de questões ligadas à cultura brasileira.[


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Jorge Mautner = Ensaio + '' Maracatu atômico ''

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Zé Ramalho e Jorge Mautner - Orquídea Negra

Participação de Jorge Mautner que teve grande importância no inicio de carreira de Zé Ramalho Especialmente no CD "Orquidea Negra" - 1983. Onde ...
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