quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

RESUMO DE O Guarani, de José de Alencar

 

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O Guarani, de José de Alencar


Análise da obra

O Guarani - A epopéia da formação da nacionalidade

Escrito originalmente em folhetim, entre fevereiro e abril de 1857, com 54 capítulos, O Guarani teve tal êxito na edição folhetinesca que, antes do fim do ano de 1857, foi publicado em livro, com alterações mínimas em relação ao que fora publicado em jornal.

Mantiveram-se as quatro parte originais: Os Aventureiros, Peri, Os Aimorés e A Catástrofe, com os capítulos dispostos como saíram do folhetim.

O romance se compõe, em grande parte, de personagens e episódios, mas as imagens permanecem na memória e amarram os fios mais importantes da narrativa. São imagens poderosas, que se impõem sobretudo por seu caráter plástico. Por isso, a crítica distingue em Alencar um grande escritor, um grande artista da palavra, mas não compartilha do mesmo entusiasmo quando se refere aos seus enredos, à carpintaria da narrativa, algumas vezes falha (os conhecidos "cochilos" do escritor), e quase sempre previsível quanto às ações das personagens, lineares ou planas.

A narrativa de O Guarani é simples, mas não simplista. Trabalhando habilidosamente as possibilidades e contradições do romance romântico, vale-se com muita liberdade da trama novelesca, da coloração épica, do devaneio lírico, da anotação histórica da efabulação mítica e lendária, do ímpeto ideológico nacionalista e de elevada carga simbólica, tudo isso revestido de uma profusão de luzes e cores que invade a pupila do leitor, como se ele estivesse assistindo a um espetáculo grandioso, povoado pelas forças da natureza e por titãs, absorto pela beleza da cena, mais do que pelos pormenores da intriga.

Personagens:  Peri: índio valente, corajoso, chefe da nação goitacá, o Guarani.

Ceci (Cecília): moça linda, de doces olhos azuis, gênio travesso, mas meiga, suave, sonhadora, herdeira da força moral interior de seu pai, D. Antônio Mariz.

Isabel: moça morena, sensual, de sorriso provocador; filha bastarda de D. Antônio Mariz com uma índia, oficialmente sobrinha dele e prima de Ceci.

D. Antônio Mariz: fidalgo português da mais pura estirpe.

Dona Lauriana: senhora paulista, de cerca de cinqüenta anos, magra, forte, de cabelos pretos com alguns fios brancos; um tanto egoísta, soberba, orgulhosa, diferente do marido, D. Antônio Mariz.

D. Diogo Mariz: jovem fidalgo, na “flor da idade”, que passa o tempo em caçadas e correrias; tratado com rigidez pelo pai, D. Antônio Mariz, em nome da honra da família.

Loredano: um dos aventureiros da casa do Paquequer; italiano, moreno, alto, musculoso, longa barba negra, sorriso branco e desdenhoso, ganancioso, ambicioso; ex-padre (Frei Ângelo de Luca), religioso traidor de sua fé.

Enredo

A ação passa-se na primeira metade do século XVII, iniciando-se em 1604. Por meio do flashback, o narrador, ao apresentar o fidalgo D. Antônio Mariz, recua até à fundação da cidade do Rio de Janeiro, em 1567, por Mem de Sá, da qual o pai de Ceci teria participado, combatendo os índios inamistosos e os invasores franceses. Após o desastre português nas areias do Marrocos, em Alcácer Quibir, em 1578, e o subseqüente domínio espanhol, em 1580, D. Antônio Mariz decide-se a permanecer no Brasil, para não submeter ao governo filipino. Decide estabelecer-se na sesmaria que lhe fora concedida por Mem de Sá, em reconhecimento pelos relevantes serviços prestados à Coroa Portuguesa. Em 1593, começa a construir uma habitação provisória, até que artesãos do reino edificassem e decorassem o misto de fortaleza, castelo e vivenda, em que se estabeleceu definitivamente com sua família, cavaleiros, agregados, aventureiros etc. Assim como o Frei Antão, protagonista das Sextilhas, de Gonçalves Dias, D. Antônio quer manter na Colônia a integridade do Império Português.

O espaço é o planalto fluminense, a Serra dos Órgãos, às margens do rio Paquequer, afluente do rio Paraíba. A ação principia e termina tendo o cenário o Paquequer; imagem primeira - primordial, plena e pura - que se associa à figura nuclear do protagonista, Peri: "filho(s) indômito(s) desta pátria de liberdade", mas também "vassalo(s) e tributário(s)": o índio, de sua "senhora", Cecília Mariz; o rio, "desse rei das águas", o Paraíba.

D. Antônio Mariz, fidalgo da mais pura estirpe, leva adiante no Brasil uma colonização dentro do mais rigoroso espírito de obediência à sua pátria. Sua casa forte, às margens do rio Paquequer, edificada como verdadeiro castelo medieval, abriga, dentro de um código cavaleiresco semelhante à suserania e vassalagem medievais, ilustres portugueses, afinados ao mesmo espírito patriótico e colonizador. Entre esses cavaleiros e fidalgos insinuam-se aventureiros, mercenários em busca de ouro e prata, liderados por Loredano (ex-frei Ângelo di Lucca), que assassinara um homem desarmado para obter o mapa das famosas minas de prata. Valendo-se da ingênua cordialidade de D. Antônio Mariz, Loredano trama a destruição da nobre família do fidalgo e de seus ilustres agregados. Trama também o rapto de Cecília, filha de D. Antônio. Mas os planos de Loredano esbarram na vigilância constante de Peri, índio da tribo dos goitacás, que, tendo salvo Cecília de uma avalanche de pedras, obteve a mais alta gratidão de D. Antônio Mariz e a amizade de Cecília, que o trata como a um irmão.

A narrativa inicia seus momentos épicos logo após o incidente em que Diogo, filho de D. Antônio, inadvertidamente, mata uma indiazinha aimoré, durante uma caçada. Indignados, os aimorés procuram vingança: surpreendidos por Peri, enquanto espreitavam o banho de Ceci, para logo após assassiná-la, dois aimorés caem transpassados por certeiras flechas; o fato é relatado à tribo aimoré por uma índia que conseguira ver o ocorrido. A luta que irá se travar não diminui a ambição de Loredano, que continua a tramar a destruição de todos os que não o acompanhem. pela bravura demonstrada do homem português, têm importância ainda duas personagens: Álvaro, jovem enamorado de Ceci e não retribuído nesse amor, senão numa fraterna simpatia; Aires Gomes, espécie de comandante de armas, leal defensor da casa de D. Antônio. Durante todos os momentos da luta, Peri, vigilante, não desgruda dos passos de Loredano, frustrando todas as suas tentativas de traição ou de rapto de Ceci. Muito mais numerosos, os aimorés vão ganhando a luta passa a passo. Num momento dos mais heróicos, Peri, conhecendo que estavam quase perdidos, tenta uma solução tipicamente indígena: tomando veneno, pois sabe que os aimorés são antropófagos, desce as montanha e vai lutar "in loco" contra os aimorés: sabe que, morrendo, seria sua carne devorada pelos antropófagos e aí estaria a salvação da casa de D. Antônio: eles morreriam, pois seu organismo já estaria todo envenenado. Depois de encarniçada luta, na qual morreram muitos inimigos, Peri é subjugado e, já sem forças, espera, armado, o sacrifício que lhe irão imprimir. Álvaro (a esta altura enamorado de Isabel, irmã adotiva de Cecília) consegue heroicamente salvar Peri. Peri volta e diz a Ceci que havia tomado veneno. Ante o desespero da moça com essa revelação, Peri volta à floresta em busca de um antídoto, espécie de erva que neutraliza o poder letal do veneno. De volta, traz o cadáver de Álvaro, morto em combate com os aimorés. Dá-se então o momento trágico da narrativa: Isabel, inconformada com a desgraça ocorrida ao amado, suicida-se sobre seu corpo.

Loredano continua agindo. Crendo-se completamente seguro, trama agora a morte de D. Antônio e parte para a ação. Quando menos supõe, é preso e condenado a morrer na fogueira, como traidor. O cerco dos selvagens é cada vez maior. Peri, a pedido do pai de Cecília, se faz cristão, única maneira possível para que D. Antônio concordasse na fuga dos dois, os únicos que se poderiam salvar. Descendo por uma corda através do abismo, carregando Cecília entorpecida pelo vinho que o pai lhe dera para que dormisse, Peri consegue afinal chegar ao rio Paquequer. Numa frágil canoa vai descendo o rio abaixo, até que ouve o grande estampido provocado por D. Antônio, que, vendo entrarem os aimorés em sua fortaleza, ateia fogo aos barris de pólvora, destruindo índios e portugueses. Testemunhas únicas do ocorrido, Peri e Ceci caminham agora por uma natureza revolta em águas, enfrentando a fúria dos elementos da tempestade. Cecília acorda e Peri relata-lhe o sucedido. Transtornada, a moça se vê sozinha no mundo. Prefere não mais voltar ao Rio de Janeiro, para onde iria. Prefere ficar com Peri, morando nas selvas. A tempestade faz as águas subirem ainda mais. por segurança, Peri sobe ao alto de uma palmeira, protegendo fielmente a moça. Como as águas fossem subindo perigosamente, Peri, com força descomunal, arranca a palmeira do solo, improvisando uma canoa. O romance termina com a palmeira perdendo-se no horizonte, não sem antes Alencar ter sugerido, nas últimas linhas do romance, uma bela união amorosa, semente de onde brotaria mais tarde a raça brasileira...

"O hálito ardente de Peri bafejou-lhe a face. Fez-se no semblante da virgem um ninho de castos rubores e lânguidos sorrisos: os lábios abriram como as asas purpúreas de um beijo soltando o vôo.

A palmeira arrastada pela torrente impetuosa fugia... E sumiu-se no horizonte..."

As partes estruturais da narrativa - As quatro partes do romance compõem  três que podem ser identificados com a distribuição ortodoxa da narrativa em: princípio, clímax e desfecho.

Cenário - A Natureza e a Cultura - Suserania e Vassalagem

O  1º movimento introduz o cenário e as personagens e caracteriza-se pela ausência de conflitos, pela harmonia entre o pólo da Natureza e pólo da Cultura, entre sujeitos e objetos. Há coordenação, complementação e harmonia. Descreve-se seqüencialmente um cenário de montanhas e rios no interior fluminense, os aspectos exteriores do "castelo / fortaleza / casa" de D. Antônio Mariz, e, logo a seguir, os interiores da construção, enfatizando uma antropomorfização da natureza e uma naturalização do homem, de forma que nessas três descrições o natural e o cultural constituam um cenário edênico, paradisíaco, no qual a natureza é a casa do homem, a casa é uma extensão da natureza e o homem opera a união das duas.

Assim, a escada de lajedo é construída metade pela natureza e metade pela arte”, pois nessa paisagem a “indústria do homem tinha aproveitado habilmente a natureza para criar os meios de segurança e defesa". A integração é completa: "havia uma coisa que chamaremos jardim, e de fato era uma imitação graciosa de toda a natureza, rica, vigorosa e explêndida, que o vista abraçava do alto do rochedo"; nos aposentos de Ceci "parecia que a natureza havia se feito menina", e seu quarto, decorado com aves, animais e pedras preciosas, é apresentado como “ninho da inocência" ou "como a atmosfera do paraíso que uma fada habitava".

Exemplos dessa integração harmônica entre natureza e cultura podem ser fartarnente rastreados até o capitulo VIII. Esse clima edênico, paradisíaco está sugerido no brasão da família Mariz, no qual os três reinos, o vegetal, o mineral e o animal, estão enlaçados, numa clara simbologia ou, ainda, quando na descrição da missa rezada por D. Antônio diante de sua Família, a natureza é tomada como uma catedral aberta, imagem ao gosto da mais genuína tradição romântica: Chateaubriand, Lamartine, Garrett, Alexandre Herculano, Gonçalves Dias, para ficarmos nos exemplos mais próximos da tradição romântica luso-brasileira. Nessa missa, não apenas o homem, mas “a natureza se ajoelha aos pés do Criador para murmurar a prece da noite!, "uma prece meio cristã, meio selvagem", vale dizer, uma oração que integra o cultural ao natural.

A ideologia romântico medieval que embasa O Guarani toma a composição piramidal da sociedade, dividida em "senhor" e "servos", em "suserano" e "vassalos", e em "soberano" e "súdito", como princípio natural da ordem e da paz. D. Antônio Mariz exerce em seus domínios o direito natural, conforme concebido na Idade Média, a partir da Suma Teológica, de Santo Tomás de Aquino. O chefe praticava tanto a lei natural quanto a lei humana. Para Santo Tomás de Aquino, a lei natural é o ato da razão e vontade de Deus, que prescreve a observância da origem moral, proíbe a violação e que se manifesta às criaturas na luz natural da razão; e a lei humana é um preceito da razão  ordenado para o bem da sociedade, emanado da autoridade competente e por ela promulgado (Suma Teológica, XCIV, 1 e XCVI, 4). D. Antônio Mariz tipifica o exercício das duas leis, como um senhor feudal que associa o poder humano e espiritual, sendo guerreiro e sacerdote ao mesmo tempo: "Assim vivia, e no meio do sertão, desconhecida e ignorada, essa pequena comunhão de homens, governando-se com as suas leis, com seus usos e costumes; unidos entre si pela ambição da riqueza e ligados ao seu chefe pelo respeito, pelo habito da obediência e por essa superioridade moral que a inteligência e a coragem exercem sobre as massas.

A ideologia romântico-medieval que ilustramos até aqui com exemplos do romance é justificada por uma espécie de “modelo natural” que envolve o cenário e as personagens desde a primeira página. Aí, como já referido, a descrição entre o rio Paquequer e o Paraíba é assim descrita: "dir-se- ia que vassalo e tributário desse rei das águas, o pequeno rio, altivo e sobranceiro com os rochedos, curva-se humildemente aos pés do suserano. Perde então a beleza selvática: suas ondas são calmas e serenas como as de um lago, e não se revoltam contra os barcos e as canoas que resvalam sobre elas: escravo submisso sofre o látego do senhor."

Essa descrição inicial vale como índice não só da estrutura feudal dentro da sociedade chefiada por D. Antônio, mas também da situação inicial de Peri diante de Ceci. O índio guarani (goitacá) chama a fidalga portuguesa de Iara, que significa Senhora, e aparece referenciado várias vezes como escravo submisso, diante da mulher que ele adora com  fervor religioso, como um devoto diante de Nossa Senhora, ela Virgem Maria, de que já ouvira falar na educação mariana dos jesuítas, com a qual teve um ligeiro contato. Ao final, senhora e escravo serão descritos como irmã e irmão, sugerindo uma integração total dos elementos, de acordo, com a ideologia do autor, que agora vai afirmar a supremacia da Natureza sobre a Cultura, pois só com a integração total na natureza poderia haver paz.

Conflitos - Natureza e Cultura - Os bons e os maus

O  2º Movimento é o em que os conflitos começam a se delinear, as personagens vão entrando em choque até a quase destruição de todos eles.

O código dramático, a ação conflitual instaura-se quando elementos conflitantes começam a emergir dentro de um clima harmonioso que marca o início do romance e que ocultava os conflitos latentes entre o natural e o cultural e as oposições internas dentro de cada conjunto.

Assim, há dois eixos fundamentais e, em torno deles, desdobram-se todas as relações conflituais:

1º - Natureza x Cultura

2º - Os Bons x Os Maus

Formam-se assim quatro subconjuntos:

1. Os bons da natureza - Peri e os índios da tribo goitacá, pertencente à nação guarani, dóceis, nobres, leais, tomados dentro de uma perspectiva sempre positiva.

2. Os maus da natureza - os índios aimorés, antropófagos, descritos com "fisionomias sinistras, nas quais as braveza, ignorância e os instintos carniceiros tinham quase de todo apagado o cunho da raça humana".

3. Os bons da cultura - D. Antônio Mariz, sua família, especilamente Cecília e, pouco abaixo, Diogo, o filho desastrado; D. Lauriana, a esposa paulista orgulhosa, preconceituosa; Isabel, a suposta filha natural do fidalgo com uma índia, que ele não perfilhou, mas assumiu discretamente como filha adotiva. Seguem-se o cavalheiro Álvaro, corajoso, cortês, dentro do mais restrito figurino das novelas medievais e o escudeiro de D. Antônio, Aires Gomes, espécie de chefe-de-armas do fidalgo.

4. Os maus da cultura - capitaneados pelo vilão, assassino e traidor Loredano, ex-frei Ãngelo di Lucca, que de posse do roteiro das minas de prata descobertas por Ribeiro Dias, no interior da Bahia, pretende vender o seu segredo ao Rei de Espanha, enriquecer e, ainda, destruir D. Antônio Mariz e sua família, raptar e possuir sexualmente, pela força, se necessário, a casta filha loira de olhos azuis do fidalgo. Seguem-se-lhe os demais aventureiros: Rui Soeiro e Bento Simões, entre os mais ativos.

Os elementos negativos e positivos da cultura e da natureza acabam polarizando-se em relações opositivas, regidas por um sentido geral de simetria, cuja bilateralidade vai compondo módulos narrativos que mantêm uma perfeita proporcionalidade.

A partir do segundo capítulo, Alencar começa a desdobrar os sujeitos em pares opostos, repetindo um modo dual de oposição, seja segundo a raça, a moral, a nacionalidade, a religião, os costumes e os sentimentos.

D. Antônio Mariz, fidalgo português, e sua esposa, D. Lauriana, paulista, não fidalga.

Cecília, filha legítima, loira de olhos azuis, e sua irmã por adoção, Isabel, filha natural "dos amores do fidalgo por uma índia", morena de cabelos e olhos escuros.

Álvaro, cavalheiro gentil, de fala cortês e bem cuidada, pretendente à mão de Cecília, Loredano, bandido e assassino, de fala italianada, recheada de lugares-comuns, que pretende raptar Cecília e destruir seu pai.

Álvaro e Loredano - O mocinho e o Bandido

Personagens antagônicos, esse antagonismo é referenciado pela própria natureza que os envolve. No primeiro lance do capítulo III, os encontramos caminhando paralelamente, junto ao rio Paraíba, numa conversa também paralela, em diálogo que não se entrelaça, e mais parece um duelo verbal:

"Uma dessas ocasiões, em que os cavaleiros se aproximaram da tropa que seguia a alguns passos, um moço de vinte e oito anos, bem parecido, e que marchava à frente do troço, governando o seu cavalo com muito garbo e gentileza, quebrou o silêncio geral.

De maneira concisa, a descrição começa a talhar a personagem que exerce a função de autoridade na tropa, ressaltando as qualidades positivas na aparência e na maneira nobre como domina a sua montaria. A gentileza do exercício do mando emerge com a frase alegre de Álvaro:

"— Vamos, rapazes! disse ele alegremente aos caminheiros; um pouco de diligência, e chegaremos com cedo. Restam-nos apenas umas quatro léguas!"

A voz do cavalheiro abre um diálogo tenso, através do qual Alencar, também hábil dramaturgo, constrói pela alternância das falas as personalidades antagônicas de Álvaro e de Loredano, definindo seus sentimentos e perfis morais: o bom-mocismo do primeiro e a mordacidade do segundo:

"Um dos bandeiristas, ao ouvir estas palavras, chegou as esporas à cavalgadura e, avançando algumas braças, colocou-se ao lado do moço.

— Ao que parece, tendes pressa de chegar, Sr. Álvaro de Sá? disse ele com um ligeiro acento italiano, e um meio sorriso cuja expressão de ironia era disfarçada por uma benevolência suspeita.

— Decerto, Sr. Loredano: nada é mais natural a quem viaja, do que o desejo de chegar.

— Não digo o contrário; mas confessareis que nada também é mais natural a quem viaja, do que poupar os seus animais.

—  Que quereis dizer com isto, Sr. Loredano? perguntou Álvaro com um movimento de enfado.

— Quero dizer, sr. cavalheiro, respondeu o italiano em tom de mofa e medindo com os olhos a altura do sol, que chegaremos hoje pouco antes das seis horas.

Álvaro corou.

— Não vejo em que isto vos cause reparo; a alguma hora havíamos chegar; e melhor é que seja de dia, do que de noite.

— Assim como melhor é que seja em um sábado do que em outro qualquer dia! replicou o italiano no mesmo tom.

Um novo rubor assomou às faces de Álvaro, que não pôde disfarçar o seu enleio; mas, recobrando o desembaraço, soltou uma risada, e respondeu:

— Ora, Deus, Sr. Loredano; estais aí a falar-me na ponta dos beiços e com meias palavras; à fé de cavalheiro que não vos entendo.

— Assim deve ser. Diz a escritura que não há pior surdo do que aquele que não quer ouvir.

— Oh! temos anexim! Aposto que aprendestes isto agora em São Sebastião; foi alguma velha beata, ou algum licenciado em Cânones que vos ensinou? disse o cavalheiro gracejando.

— Nem um nem outro, sr. cavalheiro, foi um fanqueiro da Rua dos Mercadores, que por sinal também me mostrou custoso brocados e lindas arrecadas de perólas, bem próprias para o mimo de um gentil cavalheiro  à sua dama.

Álvaro enrubesceu pela terceira vez.

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— Excelente. Vede, vós, tenho visto coisas que se passam diante dos outros, e que nionguém percebe, porque não se quer dar ao trabalho de olhar como eu: disse o italiano com o seu ar de simplicidade fingida.

— Contai-nos isto, há de ser curioso.

— Ao contrário, é o mais natural possível: um moço que apanha uma flor ou um homem que passeia de noite às luz das estrelas... Pode haver coisa mais simples?

Álvaro empalideceu eu desta vez.

— Sabeis uma coisa, Sr. Loredano?

— Saberei, cavalheiro, se me fizerdes a honra de dizer.

— está me parecendo que a vossa habilidade de observador levou-vos muito longe, e que fazeis nem mais nem menos do que o ofício de espião.

Álvaro intervém com afirmações diretas e recusa-se a conversar "com meias palavras", apresentando sua opção pela franqueza, seu apreço à verdade e sua prática obediente e leal a Dom Antônio Mariz. Este é evocado para demarcar o universo do bem e para construir e legitimar autoridade do jovem sobre a tropa. Assim, ao enfrentar as insinuações de Loredano com recursos próprios à fidalguia, Álvaro revela não dispor de armas adequadas para tratar com a baixeza. Com esses traços, o narrador desenha o moço virtuoso que habita o reino da inocência e deste extrai um amor casto, trazendo mais um fio para o tecido romanesco. O moço sente-se surpreendido, pois seu interlocutor alude a um sentimento que ele julgava oculto. O traço ingênuo da personagem manifesta-se no seu constrangimento não só por titubear para responder ao tropeiro, mas sobretudo pelas anotações do narrador ao registrar que o moço três vezes enrubesce e finalmente empalidece.

Desta forma, Alencar põe em cena um preposto do Dom Antônio Mariz que conquista essa condição por sua conduta de lealdade e generosidade. A narrativa confirmará o caráter virtuoso e ingênuo de Álvaro provendo para ele ações que lhe permitam explicitar suas qualidades. O moço que apanha a flor e suspira será reencontrado quando deposita um presente na janela de Ceci ou quando a ela dirige a palavra de maneira tímida e respeitosa. A lealdade ao fidalgo será reiterada quando se compromete a casar-se com sua filha, renunciando a realizar sua paixão por Isabel, ou ainda por atirar-se à morte numa batalha. Tudo se dá como convém a um cavalheiro a quem o narrador não destina a princesa ou a um jovem a quem Alencar não atribuiu participação decisiva ao processo de configuração do país.

A esta figura contrapõe-se Loredano. Suas intervenções no diálogo são construídas por dois recursos fundamentais: a frase formulada de modo alusivo e o tom irônico. Considerando apenas sua fala, o leitor já percebe que falta grandeza a este homem para enfrentar a situação de conflito, pois ele opta pelas "meias palavras" e revela que seus conhecimentos sobre Álvaro decorrem da atitude de espreita. Mas fundamental para dar a esta personagem o talhe de grande vilão são os comentários do narrador:

"Decididamente o sarcástico italiano, com o seu espírito mordaz, achava meio de ligar a todas as perguntas do moço uma alusão que o incomodava; e isto no tom mais natural do mundo.

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Nestas condições, o italiano lançava sobre ele um olhar a fundo, cheio de malícia e ironia; depois continuava a assobiar entre dentes uma cançoneta de condottiere, de quem ele apresentava o verdadeiro tipo.

Um rosto moreno, coberto por uma longa barba negra, entre a qual o sorriso desdenhoso fazia brilhar a alvura de seus dentes; olhos vivos, a fronte larga, descoberta pela chapéu desabado que caía sobre o ombro; alta estatura, e uma constituição forte, ágil e musculosa eram os principais traços deste aventureiro.

Ele é pródigo em adjetivos para qualificar o tropeiro como encarnação do vício e revela as paixões vis que lhe dão a estatura de agente do mundo demoníaco tão necessário para viabilizar o conflito da estória romanesca. A voz narrativa intercala-se com as frases de Loredano e descreve seu comportamento, realizando um movimento eficaz para anunciar que ele se constitui pela fraude. O narrador segue de perto a personagem e indica-lhe o modo de proceder pautado por disfarces e saudações. Assim, o leitor vê que "a expressão de ironia era disfarçada por uma benevolência suspeita"; que "o sarcástico italiano, com seu espírito mordaz", destilava sua malícia "no tom mais natural do mundo"; no tom mais natural do mundo"; que se apresenta "com uma ingenuidade simulada".

Cecília e Isabel - A Loira e a Morena — A "Mulher-Anjo" e a "Mulher-Demônio"

O narrador retoma o mesmo recurso do contraste que utilizou para caracterizar Álvaro e Loredano; a virgem loira é descrita em um longo trecho, que integra a roupa, a moral, a fisionomia e o ambiente para em que imagens elevadas, de nítido gosto romântico, compor a personalidade de Ceci, aproximada das flores, dos pássaros e da idéia de inefável, gracioso, infantil e angelical.

Isabel tem sua beleza caracterizada como "o tipo brasileiro", revestido de languidez, malícia, indolência e vivacidade, um tipo bem mais terreno, com seus traços humanos mais vincados, os "cabelos pretos", os "lábios desdenhosos", em três parágrafos curtos e precisos:

Era um tipo inteiramente diferente do de Cecília; era o tipo brasileiro em toda sua graça e formosura, com o encantador contraste de languidez e malícia, de indolência e vivacidade.

Os olhos grandes e negros, o rosto moreno e rosado, cabelos pretos, lábios desdenhosos, sorriso provocador, davam a este rosto um poder de sedução irresistível.

Ela parou em face de Cecília meio deitada sobre a rede, e não pode furtar-se à admiração que lhe inspirava essa beleza delicada, de contornos tão suaves; e uma sombra imperceptível, talvez de um despeito, passou pelo seu rosto mas esvaeceu-se logo.

A imagem sensual enfatiza o "poder de sedução irresistível", capaz não só de despertar sentimentos indignos, mas de portá-los também, como a insinuada sombra de despeito pela beleza e "superioridade" de Ceci.

Alencar colhe a mestiça em situação de precário equilíbrio entre a marginalização, imposta a ela pela dona da casa, e a integração a família, sugerida nos cuidados discretos do fidalgo a ela dispensados e claramente explicitada por Ceci, quando esta lhe propõe tratá-la por irmã. O favor, travestido de afeto, revela-se no testamento de Dom Antônio Mariz. A condição de filha natural pode ser tolerada na casa, mas o acesso ao nome da família lhe é vedado. Ela não pode sonhar com o príncipe encantado ao seduzir Álvaro, transformando o compromisso do moço com Ceci em obrigação e não mais ato de devoção, Isabel conquista o direito de encontrá-lo no céu, longe das normas e dos corpos.

A morte como expiação dos pecados dos amantes e os arquétipos românticos da mulher-anjo e da mulher-demônio dois elementos modulares da narrativa folhetinesca, que Alencar cumpriu à risca.

Na longa caracterização de Cecília que se vai ler, o narrador esmera-se nas comparações sugestivas, mobilizando recursos para traduzir a impossibilidade de descrever precisamente tanta graça e beleza: diminutivos, adjetivos, expressões como "pareciam", "uma espécie de", "um quer que seja de", e comparações que aproximam a graça ao pequeno e delicado, e a suavidade ao ingênuo e simples. As cores predominantes, branco e azul, mesclam-se ao louro e rosa.

Fusão de fada, menina e mulher, a ambigüidade aparece entre atitudes de menina e devaneios de moça.

À languidez do corpo motivada pelo encantamento amoroso vivido no sonho segue-se a criança contrariada a bater o "pezinho", porque em vez de "lindo cavalheiro" via um "selvagem". A imagem onírica perturba o corpo da menina imprimindo nele movimento de mulher, que leva a personagem a aparecer ‘"toda trêmula", "com o seio palpitante substituindo o contentamento pela tristeza. Ela mesma, usando a mediação da contrariedade, localiza a origem da melancolia na distância entre cavalheiro e selvagem. Já desperta, ela confessa seu sentimentoo a Isabel e esta também o vincula ao índio, mas através de outras mediações. As diferenças na interpretação da tristeza reapresentam, sob outro ângulo, a oposição entre a loura e a morena, contrapondo a inocência de um sonho de amor impossível, de "algum desses mitos de um coração de moça" à experiência cotidiana de lsabel, que vive na escala intermediária entre o branco, que domina e o selvagem escravizado.

A apresentação das duas personagens se dá através do emprego de diferentes procedimentos para descrever cada urna delas e da justaposição de uma cena de diálogo à narração de um sonho. Esta montagem deve alertar o leitor para tentar reconhecer a elaboração particular que Alencar dá ao cânon romântico de contrapor a loura casta à morena demoníaca.

Concluindo, O Guarani é inegavelmente belo, válido como obra de arte. A narrativa parte do lendário, mas segue uma racionalização gradual, com ações rigorosamente distribuídas por capítulos que levam a uma concepção harmônica da história e à consonância com os manifestos ideais de afirmação do jovem país.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

CONDUTAS PARA UMA BOA RECEPÇÃO

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CONDUTAS PARA UMA BOA RECEPÇÃO

Nesta  fase da vida todos devem trabalhar com afinco.


Manual para o trabalhador crescer .

01-
A recepção é um  importante setor  de
 um  serviço . A recepcionista é a sua representante

02
-O  sorriso natural de uma bela e jovem recepcionista é o normal

03-
A cordialidade pertinente a uma jovem educada deve ser usada

04-
A educação que você trouxe dos pais é mais importante do que a aprendida em cursos .

05-
Diga sim a todos os telefonemas

06-
O telefone deve ser atendido nas primeiras  chamadas, ele é a 
fachada oculta de um serviço que funciona em um andar de um prédio com múltiplas salas e diversos serviços.

07-
Bom dia e posso lhe servir é a  uma rotina construtiva . Um cafezinho  está no gosto de cada cidadão. Todos nós gostamos de um copo d´agua ao chegarmos  em um recinto

08-
Todos os telefonemas merecem  atenção , os que estão no outro lado da  linha adoram ser atendidos com dignidade e respeito

09-
Todos nós somos inteligentes, precisamos exercitar esta propriedade

10-
Todos nós somos iguais, o que muda é a idade e o posto que ocupa.
11-
O nosso lugar de trabalho deve ser limpo e os mais interessados somos nós.

12-
Quem mantém os nossos empregos são os nossos clientes, que  depois virarão amigos

13-
Todos os jovens devem estudar para arranjar empregos melhores

14-
Um bom filho será um bom amigo, um bom pai ou mãe e um excelente funcionário

15-
A melhora na vida depende da educação e da responsabilidade de cada um.

16-
Tudo que uma recepcionista souber  deve passar para a outra. Trabalhar em equipe é o segredo do sucesso. Todos os trabalhos feitos por uma recepcionista deve ser checado por outra.

17-
A funcionária mais antiga deve  ensinar a mais nova, ela funciona como uma chefinha .

Iderval Reginaldo Tenório

Dom e Ravel - Você também é responsável. - YouTube

www.youtube.com/watch?v=G6kwbZIHZmA

3 de jan de 2008 - Vídeo enviado por Rafael Carvalho
"Ravel", ex. integrante da famosa e polêmica dupla da MPB "DomRavel" , que à partir dos anos ...

DOM E RAVEL - ANIMAIS IRRACIONAIS - YouTube

www.youtube.com/watch?v=LofFghy5-_w

23 de out de 2009 - Vídeo enviado por caminhoneirosp
DOM E RAVEL - ANIMAIS IRRACIONAIS ... Dom e Ravel - Saudade de Minha Terra - Clássico da ...

DOM & RAVEL Cd Grandes Sucessos - YouTube

www.youtube.com/watch?v=adaSB0rgp4A
13 de jan de 2015 - Vídeo enviado por antoniofsilva54
MUSICAS: 1- CANÇÃO DA FRATERNIDADE 2- SÓ A AMOR CONSTRÓI 3- ANIMAIS IRRACIONAIS 4 ...

PARÁBOLA DA VERGONHA

                                                                      
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  UMA GRANDE PARÁBOLA

Amigos farei umas perguntas para quem foi criado por  pais éticos, trabalhadores e que pregaram a vergonha na cara, tanto que , quando se chegava com qualquer objeto de origem desconhecida a mãe logo perguntava:


1-Onde arranjou isto?
2-De quem é?
3-Quem lhe deu?
Mesmo com todas as explicações,  a mãe terminava:


"VÁ DEVOLVER AGORA  E NÃO MAIS ME APAREÇA COM ESTAS COISAS, TENHA VERGONHA MEU FILHO , VIVA DO SEU SUOR"

A

  PARÁBOLA DA VERGONHA

                         ÉTICA E VERGONHA OU A FALTA DAS DUAS.

Seria ético um pai de família aceitar de um estranho ou do seu maior amigo,  que a sua filha de 18 anos, linda, arrumada, educada e bem apetrechada na plástica,  receber para passar os seus fins de semana durante toda a sua vida os seguintes agrados e sem um menor interesse?

1-Uma bela e confortável chácara com os seus 50mil metros quadrados, com tudo de bom e de primeira, lagos, piscinas, parques, haras, uma casa com mais de 10 quartos , tudo mobiliado por este amigo desconhecido ou um grande amigo, além de muitos outros   mimos.
2-Um avião dos mais modernos com os seus pilotos para conduzi-la todas as semanas para descansos merecidos.
3-Uma dispensa recheada dos mais modernos alimentos, iguarias, bebidas, petiscos, produtos do país e produtos estrangeiros.

4-Carros 5-Jet ski 6-Barcos ou Iates 7-Bebidas 8-Segurança 9-Motos e o Diabo a quatro.

Ao perguntar para a sua filha,  como explicar  este desmando , e   ela dissesse :

1)Que não conhece o dono do patrimônio ,
2)Que nada é seu e sim emprestado sem compromisso
3) Mesmo se soubesse o nome do oferecedor, não tem  nada com ele e nem interessa ao seu pai, pra que tanta curiosidade com a sua vida.
4)Não tem nenhum relacionamento com o patrocinador e  nunca se encontram.
5)Não sabe por que o seu pai está estranhando os acontecimentos, será que não pode possuir nem bons amigos?
6)Não sabe para que ele quer saber dos detalhes, quem tem amigos bons,  tem amigos bons, despesa pouca  é café pequeno para quem tem muito e fácil.
7-Não tem satisfação a lhe fornecer, o que sabe é que tem bons, ótimos amigos e eles bancam todas as suas despesas, sem nenhum interesse, éuma sortuda.
8)Que a chácara não é sua , apenas este amigo lhe cede devido  a grande amizade.
9)Que tudo que usa também não é propriedade sua, inclusive o belo avião.

 PERGUNTO AOS MEUS QUERIDOS AMIGOS PAIS DE FAMILIA.
1-O que você acha?
2-O que você diria?
3-Você acharia certo e bonito se fosse a sua filha?
4-Você acharia que ela não tem nada com os oferecedores?
5-Você acharia normal?

Ficam as perguntas no ar.

O pior amigos , é que tem homens pais de família , que afirmam que isto é normal, que ela não tem que dá satisfação aos pais e que ela nada fez de errado, é uma moça boa, que ajuda o pessoal do bairro e nada tem a informar do que faza , uma vez que de nada sabe, sabe apenas que tem muitos muitos amigos e todos ricos.

TEM PAI QUE É CEGO, UMA DIA OUTROS ABRIRÃO OS SEUS OLHOS E OS VIZINHOS QUE APOIAM A DITA MOÇA,  PROVAVELMENTE TEM O MESMO PERFIL DA DITA CUJA.

Iderval Reginaldo Tenório

ESPERO O SEU COMENTARIO 


Mulheres - Martinho da Vila (Oficial) - YouTube

https://www.youtube.com/watch?v=Dy66LbNvDiM
15 de set de 2011 - Vídeo enviado por Enrico Antonio
Letra: Já tive mulheres de todas as cores De várias idades de muitos amores Com umas at

Campanhas Eleitorais Patrocinios e o Futuro da Nação

                       
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Campanhas Eleitorais  Patrocinios  e o Futuro da Nação
 
Nos últimos dias a mídia  exibe declarações impressionantes dos políticos brasileiros, homens e  mulheres  que nos representam   em todas as esferas.
Falam abertamente,  que  para cobrirem as despesas das campanhas políticas,  receberam  proporcional a   importância do cargo, quantias que  variavam de  mil, cem mil, um milhão, dois e até dez milhões  gratuitamente, isto é,   inocente e generosamente de grandes empreiteiros ou  das  tetas  das estatais , revelam que são doações sem interesses,  normais e de acordo com a legislação, basta que sejam declaradas, não interessa de onde  venham, basta que um recolhedor, geralmente desonesto,  faça esta parte, no mais dizem que de nada sabem.
Será meus amigos , que existe alguém tão bom, tão generoso  que doaria esta dinheirama  sem nenhum contra ponto, sem nenhum acordo , desprovido de interesses? Será que não são quantias embutidas  nos  contratos dos serviços prestados ao Governo ou  às suas  Estatais?  premeditando as suas devoluções no futuro sempre com vultosas correções?
Amigos, uma empresa por maior ou caridosa que seja  presenteia ou presentearia este ou aquele candidato gratuitamente? apenas por querer ?
Muita gente que parece ou parecia boa está falando:
“ RECEBI AJUDAS VULTOSAS DE FUNALO E DE SICRANO, FORAM SEM INTERESSES , FORAM DECLARADAS, SÃO LEGAIS, OS EMPREITEIROS SÃO MEUS AMIGOS, AS ESTATAIS SÃO VACAS LEITEIRAS ”
Uma pausa:
POR QUE ELES NÃO DÃO ESTAS FORTUNAS PARA OS ESTUDANTES CARENTES? OU PARA AS UNIVERSIDADES  COMO FAZEM OS GRANDES EMPRESÁRIOS NOS PAISES DESENVOLVIDOS?
 POR QUÊ?

Todos os politicos, independente de partidos ou siglas ,  que receberam XXXXX mil , VERDADEIRAS  FORTUNAS, e dizem que foram declarados  e é legal,  são passoas  desonestas, ninguem dá fortunas  a politicos sem interesses, principalmente os empresários  ou retirado das estatais , do sangue de todos os brasileiros.
Tenho pena de nós brasileiros trabalahadores,  pena e decepção de alguns brasileiros que cotinuam a endeusar alguns politicos , mesmo sabendo e vendo as maracutaias por eles cometidas.
Amigos a coisa está feia, os eleitos devolverão todas as ajudas com correções, os empresários deixam no pé do talão uma fortuna para os piratas lobistas e devolverão  de 10 a 30% para os que ganharem as eleições em  viciadas  concorrências , é um jogo de troca troca . 
Os políticos ao assumirem os seus postos desonestamente ,  empregarão os manipulados apadrinhados nas estatais , nas empresas mistas e nas grandes empresas privadas coligadas, criarão ONGs , Cargos comissionados no Legislativo, Executivo , Judiciário e nas Agencias Reguladoras. 
O Brasil está perdido e o cidadão de bem  sempre a trabalhar, a pagar impostos, taxas e encargos, alimentando o impostômetro.
1-O pior é que  muita gente que se dizia do bem ou pertencia a este grupo em épocas pretéritas nos bancos escolares,  hoje pertence à primeira vista a este bizarro,  seleto e desonesto grêmio ,  como também   muita gente boa e esclarecida  apoia este dantesco quadro que o país atravessa, por inocência, por interesse ou por endeusamento politico.
O Brasil  deixou de ser um país produtor , passou a ser um gigante consumidor, pouco produz e consome tudo que lhe for colocado à frente, os dentes estão afiados em todos os níveis sociais, o Brasil só sabe comer  e quem come muito  se esvai pelo ralo.
A continuar com este modus operacional , de entrega do patrimônio aos atores  da casta superior ( POLÍTICOS, GRANDES EMPRESÁRIOS , ESTRANGEIROS  E GRANDES EXECUTIVOS)  e aos ocupantes das castas mais baixas,  sem escola, sem saúde e sem cidadania  apenas com o intuito de perpetuar a subserviência,   o país continuará no terceiro mundo por muito mais tempo .

                               O Brasil está perdido, acorda macho.
Iderval Reginaldo Tenório

ISRAEL FILHO - FICHA LIMPA, O XOTE.wmv - YouTube

https://www.youtube.com/watch?v=RIij8m1Mwjs
2 de set de 2010 - Vídeo enviado por JEOVA J. DOS SANTOS
ISRAEL FILHO - FICHA LIMPA, O XOTE.wmv ... Israel Filho, grande artista que admiro tanto ...

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

A PEC DO TETO NOS GASTOS FEDERAIS Não se gasta mais do que se ganha

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A PEC DO TETO NOS GASTOS FEDERAIS
Não se gasta mais do que se ganha


Quando se fala no limite do teto de gastos, procura-se adequar as despesas de uma nação, de uma empresa ou de uma pessoa física ao montante arrecadado, ao lucro líquido de uma empresa e ao salário  de um indivíduo respectivamente, este termo deveria ser substituído por responsabilidade na condução do orçamento, foi exatamente a falta desta conduta uma das causas do degringolamento da Economia Nacional.

Na feitura de um orçamento, muitas são as variantes que ditarão o montante para cada conta, para cada despesa, para cada rubrica, cada setor tem que ser avaliado exaustivamente para se saber de quanto necessitará para cumprir o seu deliberato.

 Num orçamento justo e responsável é de bom alvitre que as rubricas sociais, Isto é, os setores que trarão benefícios a todos  e principalmente aos menos favorecidos sejam mais contempladas , uma vez que, enquanto mais baixa for a renda , principalmente os ganhos assalariados, maiores são os encargos , então o mais justo é que as rubricas sociais recebam um percentual maior no orçamento.

Saúde e Educação são contas de responsabilidade governamental e são direitos pétreos. Fazendo um passeio por estes dois setores, é claro e evidente,  que dos bilhões destinados grande parte se perde no caminho e descem pelos ralos da corrupção. 
Um percentual é perdido logo nos desonestos planejamentos, outro nos contratos das construções  em licitações que favorecem os apadrianhados e os patrocinadores de campanhas eleitorais ,  uma boa parte se perde no embelezamento das luxuosas e descartáveis  construções , isto é, em vitrines , quando deveria ser priorizados construções de longas durabilidades e nos recursos humanos, porém o maior ralo a sugar as verbas da saúde e da educação está na terceirização de todos os serviços e na compra de todos os insumos, culminando com o enriquecimento ilícito e meteoro dos proprietários das empresas contratadas, as chamadas gatas, do enriquecimentos dos negociadores e de uma gama de gestores desonestos.

Nestes dois setores dinheiro existe, profissionais de qualidade também,a erva daninha encontra-se nos setores administrativos, do nascedouro da obra  aos contratos de manutenção e contratação indiretas dos recursos humanos por diversos modos, todos leoninos e que maltratam o trabalhador  e o erário público  .

O que não pode é se gastar mais do que se ganha, o que se configura um ato de irresponsabilidade, muito comum nos dias de hoje nos governos populistas , tudo pelo voto , pela subserviência do beneficiado ao receber benesses sacrificando o erário publico e quando criam empregos por decreto sem lastro, por imposição  ou  ideologia política , tudo visando a   continuidade no poder.

Queimar as economias sem produção industrial e vender as suas commodities para manter o consumo doentio, é um ato insano, é uma medida que paulatinamente afundará a nação. País sério é aquele que  produz riquezas e sabe aplicá-la com responsabilidade, gasta o que tem e prioriza as despesas sociais, que na verdade são investimentos , atitude diferente é configurado como  populismo irresponsável ou suicídio.

Orçamento é coisa séria, orçamento é vida saudável em qualquer segmento, publico ou privado, pessoa física ou jurídica  , orçamento é um ato de responsabilidade.

Iderval Reginaldo Tenório