Animais Domésticos.
Mais um membro da família
Cuidado com as Zoonoses
I
Diversos são os estudos a respeito da
convivência de animais humanos com os animais não humanos, os cães; e o quanto é salutar para ambas as espécies, notadamente para as crianças, idosos, solitários e portadores de
doenças neurológicas e mentais.
Sendo o homem um ser social, vive em busca de uma liderança. Independente da classe social procura um posto de destaque nas diversas demandas de relacionamentos: no exercício profissional, na economia, no intelecto, na religião, no esporte, no amor, na política, na vida militar, na família, na força motora e no ócio social.
É milenar o desejo de possuir um ser vivo eternamente amigo e submisso. Um ser que, mesmo sendo maltratado, passe fome ou viva no relento não arrede os pés da submissão. Estas propriedades são mais do que suficientes para satisfazer o ego do dominante, o animal humano .
Muitos humanos, até os das mais baixas camadas sociais, possuem um cão amigo, geralmente sem pedigree, saúde, teto e sem alimentação, porém fiel e obediente. Alguns nada possuem e em nada mandam, porém o seu cão está ao seus pés em contínua lambição. Lambe os pés, mãos, boca e a pele, enfim lambe o homem; esta é a função milenar do verdadeiro subserviente, lamber o seu mentor intelectual e vorazmente defendê-lo.
O que dizer dos solitários humanos nas mansões, nos casebres e nas descuidadas ruas? O que esperar de famílias pequenas, pais sem filhos, famílias sem crianças, netos, bisnetos e sem amigos? Estes modelos de famílias, com a rarefação dos animais humanos, adotam animais não humanos e estes passam a ser as melhores ou as únicas companhias.
O homem conversa e dialóga com os animais não humanos
como se fossem da mesma espécie e os
tratam como semelhantes. Outorga muitas propriedades humanas, como
confortos modernos, as vezes inacessíveis a muitos seres humanos; responsabiliades, rotinas, hábitos, diretrizes, ordenamentos psíquicos, orgânicos e de relacionamentos. Estas propriedades propiciam
ansiedades, psicoses, depressões obesidade e uma infinidade de doenças da
modernidade, tudo pelo poder sobre o subserviente, dedicado e
submisso animal. Muitos passam a ser membros secundários ou de destaques da família e vivem todas as suas adversidades. Como têm deveres psícológicos na família, merecem usufruir de alguns dos seus direitos.
No passado, o mundo era rural, abrigava todas as espécies no mesmo espaço, porém não compartilhavam a sala, a mesa e nem a cama. As paredes eram concretas, o teto era o céu, para alguns, e a convivância era de acordo com as propriedades de cada espécie. Os animais não humanos faziam parte da rotina na caça, transporte, trabalho, segurança, entretenimento e em diversas outras atividades, sempre em benefícios dos animais humanos.
O Homem foi civilizando-se e para a sobrevivência agrupou-se em comunidades, vilas e evoluiu para as modernas cidades, todavia sem perder a companhia dos animais não humanos. Apesar de perdurado o perfil de comando e reforçada a de liderança, surgiram novos paradigmas nesta convivência e sempre em evolução. Nos dias atuais, com a humanização e elevação vertiginosa do estatus dos animais não humanos, vivencia-se mudanças neste relacionamento, chegando ao ponto de em alguns núcleos familiares existir dúvidas de quem realmente manda nesta relação, se o humano ou o não humano. As funções de caça, trabalho e de defesa ficaram obsoletas e foram substituídas pelo entretenimento, companhia, alegria, terapia e o elo entre os componentes de uma família.
II
Levantamentos mostram, que para cada 10 humanos existe 01 animal doméstico, o que corresponde a 10%. Para cada 1 milhão de habitantes são 100 mil animais, 70% soltos nas ruas e logradouros, apenas 30% possuem tutores com cidadania, os que possuem pedigree e servem de ostentação por parte dos proprietários.
Cada espécie animal é portadora de características peculiares e obedece a determinadas propriedades: funções bem definidas, perspectiva de vida, costumes, visão do mundo e o DNA que a define como tal, todavia nada impede que convivam em harmonia no mesmo torrão como espécies distintas, porém sem agredir o âmago de cada uma..
A humanização das outras espécies, as
não humanas, é uma afronta antropológica, trarão mudanças a
esta civilização, como novos costumes e maior vigilância. É de cabal importância, que o humano atente para as doenças pertinentes a cada espécie e que têm a capacidade de migrarem para
outras, tanto do homem para os animais e destes para o homem, as zoonoses
domésticas e silvestres.
Para se conviver em comunidade, os humanos evoluíram com ajustes providenciais, que anos após anos se modernizam.
Moradias fechadas, instalações elétricas e hidráulicas, drenagem dos esgotos e aterros sanitários foram algumas das propriedades criadas para propiciar as mínimas condições de vida e coibir a proliferação de doenças.
Para a convivência salutar, os humanos passaram por períodos de educação, civilidade e de adaptação ao novo modo, mesmo assim, com a falta de recursos e a não aplicação, dos poucos existentes, parte da população vive em bolsões à margem da cidadania, sem esgotos, teto, sem os mínimos serviços e vulneráveis à proliferação de diversas patologias. Atrelado a estes problemas sociais, convive-se com os que têm conhecimentos, condições finanaceira e educacional, porém são negligentes ao adotar um apaixonante animal não humano e atuam como disseminadores de dejetos.
Mais de 70% dos animais despejam os seus excrementos nas calçadas, ruas, avenidas, praias e logradouros, os outros 30%, os cães humanizados, os criados em apartamentos e casas, os dejetos são descartados por seus tutores nos cestos de lixo, praias, nos jardins da cidade ou nas calçadas dos vizinhos.
Existe, como mencionado, 10 animais para cada 100 habitantes. Para uma população de três milhões, são 300 mil animais.
Conclusão: se cada animal produz em média 700 gramas de dejetos por dia ( fezes e urina), mil animais produzem 700 kg/dia; 10 mil produzem 7mil kg; 100mil animais, 70mil kg/dia; 300mil, 270 mil kg/dia. Excrementos constituídos de 80% de urina, com teor de 95% de água e 5% de sólidos; e 20% de fezes, com o teor de 75% de água e 25% de sólidos.
São 270 toneladas de dejetos pulverizados diariamente na cidade, que equivale a 27 caminhões pipas de 10 mil kg. Nestes dejetos existem trilhões de parasitas, bactérias e vírus, que por diversas maneiras contribuem para a proliferação das temidas zoonoses.
Reflexão para uma cidade de 3 milhões de habitantes. São 300 mil animais, produzindo 270 toneladas de dejetos dia, durante 365 dias.
270 toneladas vezes 365 dias são exatamente 98 mil 550 toneladas de fezes e urina por ano. Equivale a 27 carros pipas de 10 mil kg(10 toneladas) de dejetos por dia, 810 por mês e 9,8mil por ano, é de assombrar qualquer cidadão.
O que ameniza é o fantástico poder da natureza. São evaporados 95% da urina e 75% das fezes. A gratidão vai para o solo, os ventos, as chuvas e a luz solar, os verdadeiros saneadores sanitários.
Como se livrar de tantas zoonoses, se a fonte geradora não para de crescer? Para onde vão os restos placentários após os partos, os animais que vão a óbito e o que se faz com os enfermos portadores de doenças de alto contágio?
III
A população tem o direito de conhecer e familiarizar-se com estes pontos para se
posicionar. Um animal não humano é um ser importante, porém gerador de demandas para a comunidade, uma vez que, 70% vivem ao relento e 30% vivem confinados nos lares dos humanos, muitas vezes dividindo
o mesmo quarto, quiçá a mesma cama.
Tutele um animal não humano com cidadania. A ciência tem mostrado, que além de amigo apaixanante e que cativa os seres humanos, a sua companhia ameniza a dor, a solidão, o cansaço e para muitos são verdadeiros apoios pasicológicos, porém gera despesas que pode abalar o orçamento doméstico, levando muitas familias a desassistirem os seus membros humanos.
É de bom alvitre atentar, que o primeiro animal de estimação e o maior
amigo do homem é o seu cérebro. Alimente-o com
sabedoria e respeito, depois deste ato adote um animal doméstico com cidadania.
Nunca esqueça que o seu cérebro lhe acompanhará até o resto da sua vida, como é o seu maior amigo, cuide com todas as suas forças, uma vez que, encontra-se sempre aberto aos conhecimentos e a seu favor.
Salvador, 20 de Março de 2023.
Iderval Reginaldo Tenório
Médico de animais humanos
Adendo I
Relembrando o ex-ministro do Trabalho e da Previdência
do governo Collor de Mello, Rogério Magri.
No dia 22/05/1991, o político foi flagrado dando socorro á sua cadela, enferma, numa ambulância da rede Pública Hospitalar em São Paulo, e assim justificou o seu ato :
" A
minha Cadela é um ser Humano como qualquer outro"
"A cachorra é um ser humano, e eu não hesitei"
ex-ministro do Trabalho e da Previdência, 1991.
Adendo II
Cuidar dos cães tem a mesma conotação dos cuidados com os seres humanos.
Os cachorros possuem estruturas localizadas no reto que são chamadas de glândulas anais, e elas exalam um odor bastante específico em cada animal. Sendo assim, quando vemos um cachorro cheirando o rabo do outro é porque ele está tentando conhecer melhor o novo companheiro de quatro patas. Com isso, ele consegue identificar informações como: se é macho ou fêmea, a dieta que o cão segue e até mesmo o estado emocional dele. Esse processo também permite que eles descubram se já se conhecem ou nunca se esbarraram antes.
As zoonoses são DEVASTADORAS.
"A Leishmaniose Visceral Canina (LVC), também conhecida como Calazar é uma zoonose causada por um protozoário do gênero Leishmania, que acomete os cães, os quais são considerados, no ciclo urbano de transmissão, os principais reservatórios, através do qual, o homem pode se infectar. A leishmaniose afeta cerca de 500.000 pessoas em todo o mundo, e tem havido um aumento dramático nos casos de leishmaniose humana reportados, e é potencialmente letal para os humanos, se não for tratada". Listar Informativos para o Veterinário - Leishmaniose canina – desafios diagnósticos, tratamento e prevenção.
Raiva É uma doença transmitida por vírus, que normalmente estão presentes na saliva do cachorro e são passadas através das mordidas. Além dos cães, os gatos, morcegos e guaxinins também podem ser agentes transmissores.
A raiva humana compromete o sistema nervoso da vítima. Suas manifestações são através de espasmos musculares, salivação intensa e irritabilidade.
Micose Já a micose é causada por fungos e é transmitida através do contato direto com o pêlo do animal infectado. Seus sintomas são: manchas avermelhadas na pele e coceira intensa.
Larva Migrans A doença de larva migrans é caracterizada pela presença de larvas no organismo. Elas penetram a pele e provocam sintomas que variam de região para região. Elas são comuns em locais com ocorrências de fezes de cães, como em: praias, parques e jardins.
Os principais sintomas desta infecção por larva migrans são: feridas em forma de caminhos, febre, dor abdominal, tosse e dificuldade para enxergar.
Leptospirose A leptospirose é uma doença infecciosa causada por uma bactéria encontrada na urina e nas fezes de animais, como: ratos, gatos e cachorros. Seus principais sintomas são: dor nas pernas, no corpo, dor de cabeça e comprometimento do fígado
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