DE 2008 A 2016 MAIS DE 34 MIL LEITOS FECHADOS NO SUS.
E HAJA PROMESSA
Adicionar legenda |
Em oito anos, mais de 34,2 mil leitos do SUS foram fechados, diz CFM
A média era de 12 leitos desativados por dia
Por Leandro Melito - Repórter da Agência Brasil Brasília
Nos últimos oito anos, mais de 34,2 mil leitos de
internação da rede pública foram desativados. Em maio de 2010, o Brasil
tinha 336 mil leitos para uso exclusivo do Sistema Único de Saúde (SUS),
número que caiu para 301 mil em 2018, o que representa uma média de 12
leitos fechados por dia ao longo do período analisado.
Somente nos últimos dois anos, mais de 8 mil unidades foram
desativadas. O levantamento foi feito pelo Conselho Federal de Medicina
(CFM) a partir de dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de
Saúde do Ministério da Saúde.
As especialidades com a maior quantidade de leitos fechados, em nível
nacional, são psiquiatria, pediatria cirúrgica, obstetrícia e cirurgia
geral.
Para o presidente do CFM, Carlos Vital, o fechamento de leitos aponta
para má gestão das verbas do SUS. "A redução de leitos significa
a diminuição de acesso a 150 milhões de brasileiros que recorrem ao SUS
para atenção a saúde. Sem leitos de internação não há como o
profissional médico prestar os seus cuidados ao paciente. Não
podemos aceitar que pessoas deixem de ser atendidas por causa de leitos
simples de internação", afirmou.
O CFM pretende encaminhar o levantamento para parlamentares, Ministério Público Federal e Tribunal de Contas da União.
Regiões
Os dados mostram queda dos leitos em 22 estados e 18 capitais. A
Região Sudeste apresentou a maior redução de leitos, com o fechamento
de quase 21,5 mil em oito anos - o representa uma queda de 16% em
relação ao número de leitos existentes na região em 2010. Só no estado
do Rio de Janeiro,
por exemplo, 9.569 leitos foram desativados desde 2010. Na sequência,
aparecem São Paulo (-7.325 leitos) e Minas Gerais (-4.244).
Nas regiões Centro-Oeste e Nordeste, a diminuição foi de cerca de 10%
dos leitos no período apurado, com saldo negativo de 2.419 e 8.469,
respectivamente. O Sul foi a região com a menor redução, tanto em
números absolutos – menos 2.090 unidades -, quanto em proporção (-4%).
Já no Norte, houve crescimento de 1%, com 184 leitos a mais.
Apenas cinco estados apresentaram números positivos: Rondônia (629),
Mato Grosso (473), Tocantins (231), Roraima (199) e Amapá (103).
Capitais
Entre as capitais, Rio de Janeiro teve a maior perda de leitos na
rede pública (-4.095), seguida por Fortaleza (-904) e Curitiba (-849).
Nove delas – Belém, Boa Vista, Cuiabá, Macapá, Palmas, Porto Velho,
Recife, Salvador e São Luís – conseguiram elevar o indicador.
Outra constatação é que enquanto a rede pública teve 10% dos leitos
fechados desde 2010 (34,2 mil), as redes suplementar e privada
aumentaram em 9% (12 mil) o número de leitos em oito anos. Conforme o
levantamento, os leitos privados cresceram em 21 estados até maio de
2018. Apenas Rio de Janeiro e Maranhão sofreram decréscimos: 1.172 e 459 leitos.
De acordo com o relatório de Estatísticas de Saúde Mundiais da OMS de
2014 – o último dado disponível –, o Brasil tinha 23 leitos
hospitalares (públicos e privados) para cada grupo de dez mil
habitantes. A taxa era equivalente à média das Américas, mas inferior à
média mundial (27) ou às taxas apuradas, por exemplo, no Reino Unido
(29), na (47), Espanha (31) e França (64).
A Agência Brasil procurou o Ministério da Saúde e aguarda posicionamento
Nenhum comentário:
Postar um comentário