Amigos, num bate-papo puramente cultural, foi abordado a trajetória do grande Ruy Barbosa.
Alguns
dos debatedores acreditam piamente na grandeza do grande Águia de Haia e
outros simplesmente ignoram a sua importância, relatam inclusive , que
muito que se diz sobre o mestre , na sua maior parte foi aumentada,
maquiada ou até mesmo construída.
Eu como eterno aprendiz , perguntei aos intelectuais qual a origem da palavra À BESSA ou a BEÇA.
Esta
foi a explicação de um dos conhecedores do assunto, que é um dos meus
irmãos, que repasso culturalmente para os meus amigos leitores deste
simples blog cultural.
À BEÇA:
O mesmo que abundantemente, com fartura, de maneira copiosa.
( O MENINO CORREU À BESSA- OU À BEÇA)
A
origem do dito é atribuída às qualidades de argumentador, do jurista
Sergipano Gumercindo Bessa, advogado dos Acreanos que não queriam que o
Território do Acre fosse incorporado ao Estado do Amazonas.
Informa o intelectual, que em 1903 o Brasil comprou o Território do Acre da Bolívia e foi firmado o Tratado de Petrópolis.
O
ministro das Relações Exteriores, o barão do Rio Branco, assina o
Tratado de Petrópolis com a Bolívia e comprou as terras da Bolivia, o
ACRE..
Pelo
acordo o Brasil compraria o território do Acre, a dúvida seria criar um
novo Território Federal independente ou anexar as terra ao já existente
Estado do Amazonas.
Nesta contenda foram envolvidos dois dos maiores juristas do Brasil.-
Por
um lado o Sergipano Gumercindo Bessa e do outro lado o grande baiano
Ruy Barbosa, foi um grande debate entre os dois monstros do direito
brasileiro.
Os homens se envolveram com todos os esforços e com a alma.
Rui
Barbosa a favor da incorporação do Acre ao Estado do Amazonas, enquanto
Gumercindo Bessa defendia a elevação do Acre a território federal,
desvinculado administrativamente do Amazonas.
Foi um pega pra capar entre dois os monstros do direito brasileiro.
Os argumentos de Bessa, às centenas, foram expostos durante horas e horas de falatório, com uma eloquência surpreendente.
O sergipano levou a melhor, numa das poucas derrotas de Rui numa querela jurídica.
Durante
o duelo Rui X Bessa, em uma conversa com um correligionário que lhe
fazia os pedidos mais absurdos com os argumentos mais convincentes, o
presidente Rodrigues Alves saiu-se com uma tirada das boas:
- O senhor tem mesmo argumentos à Bessa.
A
expressão se popularizou e passou a significar, segundo o Houaiss, "em
grande quantidade", com os ss substituídos pelo ç e o b minúsculo.
É
impossível saber quem foi o primeiro sujeito a ter a sacada de mandar um
à Bessa no meio de uma sentença; a popularização do termo, porém, é
mesmo atribuída a Rodrigues Alves.
Argumentar à Bessa.
À maneira do doutor Bessa, advogado sergipano, Gumercindo Bessa.
Iderval Reginaldo Tenório
Chato à Bessa.
BESSA, Gumercindo (de Araujo)
Nasceu
em Estância, Sergipe, a 2 de janeiro de 1859. Freqüentou o Seminário
Arquiepiscopal da Bahia (1876-1879) mas renunciou à carreira
eclesiástica, matriculando-se na Faculdade de Direito do Recife, onde se
diplomou em 1885.
Assistiu ao concurso de Tobias Barreto para ingresso
no Corpo Docente daquela Faculdade, em 1882, e o relatou em documento
entusiástico, publicado na imprensa e que foi muito usado para a
propaganda das teses renovadoras, a que Silvio Romero denominaria de
“surto de idéias novas”. De regresso a Sergipe, seguiu a carreira de
magistrado.
Sucessivamente promovido tornou-se desembargador e
presidente do Tribunal de Apelação do Estado. Exerceu também mandato de
deputado na Assembléia Estadual, na primeira década republicana, e na
Câmara Federal (Legislatura 1909-1912).
Tornou-se assíduo colaborador na
imprensa periódica, tendo oportunidade de analisar a obra de Tobias
Barreto e Fausto Cardoso, mas deu preferência a assuntos jurídicos. Foi
membro do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe.
Faleceu a 24 de
agosto de 1913, aos 54 anos.
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