AS SECAS DE 1877, 1915 E A DE 1932 E OS CAMPOS DE CONCENTRANÇÃO NO CEARÁ, CONHEÇAM, ESTUDEM
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1877/1915 E 1932 ,EU NASCI NESTE PEDAÇO DO BRASIL. |
Brasil, Curiosidades, Imagens,
Século XIX A grande seca do Nordeste
* Por Talita Lopes Cavalcante
* Por Talita Lopes Cavalcante
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Foto de uma das vítimas da Grande Seca, Ceará, 1878. Foto de
Joaquim Antônio Correia, “Vítimas da Grande Seca”, Albúmen, Carte de Visite, 9
X 5,6 cm, Ceará, CA. 1878. Acervo da Fundação Biblioteca Nacional – Brasil.
Das
grandes secas que assolaram o Brasil, uma das mais graves e lembradas foi
aquela que compreendeu os anos de 1877 à 1879, ficando conhecida como a grande
seca do Nordeste. Foram quase três anos seguidos sem chuvas, com perda de
plantações, mortes de rebanhos e miséria extrema. A situação foi tão
desesperadora, que famílias inteiras se viram obrigadas a migrar para outros
estados, promovendo uma onda de imigrações.
O cenário ficou cada vez mais caótico, principalmente quando
os retirantes chegaram em outras cidades e estados. Devido à miséria
extrema das pessoas que chegavam, os moradores locais temiam saques no comércio
e armazéns. Além disso, as cidades para as quais as vítimas da seca se dirigiam
começarama ficar cada vez mais apinhadas de flagelados. Fortaleza, por exemplo,
converteu-se na capital do desespero. De 21 mil habitantes pelo censo de 1872
passaram a ter 130 mil.
Somando-se ao quadro caótico, os rebanhos de animais sobreviventes sucumbiram diante da ação de zoonoses, furtos, fome e sede. A flora e a fauna da região praticamente desapareceram. Por fim, para completar o quadro de tragédia, houve um surto de varíola, dizimando milhares de pessoas. Finalmente
o governo imperial enviou ao Nordeste uma comissão de engenheiros para a perfuração de poços, construção de estradas de ferro e armazenamentos de água, para assimresolver o grande problemada seca.
Somando-se ao quadro caótico, os rebanhos de animais sobreviventes sucumbiram diante da ação de zoonoses, furtos, fome e sede. A flora e a fauna da região praticamente desapareceram. Por fim, para completar o quadro de tragédia, houve um surto de varíola, dizimando milhares de pessoas. Finalmente
o governo imperial enviou ao Nordeste uma comissão de engenheiros para a perfuração de poços, construção de estradas de ferro e armazenamentos de água, para assimresolver o grande problemada seca.
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Vítimas das secas de 1877/1878, no Ceará – Brasil. Foto:
autor desconhecido, Biblioteca Nacional.
Curiosidade:
Calcula-se que 500 mil pessoas morreram por causa da seca, em que o Estado mais atingido foi Ceará. O imperador dom Pedro II foi ao Nordeste e prometeu vender “até última joia da Coroa” para amenizar o sofrimento dos súditos da região. Não vendeu,
porém enviou
engenheiros para a construção de poços.Calcula-se que 500 mil pessoas morreram por causa da seca, em que o Estado mais atingido foi Ceará. O imperador dom Pedro II foi ao Nordeste e prometeu vender “até última joia da Coroa” para amenizar o sofrimento dos súditos da região. Não vendeu,
Alguns anos depois da primeira grande seca no século XIX, em 1915 um novo episódio assolou o sertão nordestino. Mais uma vez, a nova seca fez com que diversos nordestinos migrassem para as grandes cidades, porém, ao contrário do primeiro episódio, o governo cearense resolveu se precaver de uma maneira desumana. Desta feita, o governo criou os primeiros currais humanos, campos de
concentração em regiões separadas por arames farpados e vigiadas 24 horas por dia por
soldados para confinar as almas nordestinas retirantes castigadas pela seca.
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Notícia sobre o Campo de Concentração dos Flagelados,
publicada no
Jornal O POVO, em 16/04/1932.
Jornal O POVO, em 16/04/1932.
A oeste da cidade de Fortaleza foi erguido, então, na região
alagadiça da atual Otávio Bonfim, o
primeiro campo de concentração brasileiro. Ali ficaram confinadas cerca de 8
mil pessoas com alimentação e água
controladas e vigiadas pelos soldados do Exército. Naquele mesmo ano de 1915,
após incentivos para que os
retirantes migrassem para a Amazônia, o curral humano foi desativado.
Cerca de 17 anos mais tarde, em 1932, foi a vez de
reabrir o campo de concentração de Otávio
Bonfim e criar novos currais humanos. Naquele ano, outra grande seca castigou
novamente
o sertão nordestino, fazendo com que, mais uma vez, milhares migrassem para os grandes
centros urbanos. Após dezessete
anos, nem o governo federal, nem os governos estaduais haviam se precavido
para diminuir os efeitos da seca e a solução, novamente
desumana, passou a ser a criação e
ampliação dos campos de concentração nordestinoso sertão nordestino, fazendo com que, mais uma vez, milhares migrassem para os grandes
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