sexta-feira, 9 de maio de 2025

A CALÇOLA DE TIA ZIZINHA E O BOI BUFÃO

                                          A calçola de tia Zizinha 

 

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Miura, o boi mais furioso do mundo

A calçola de tia Zizinha

EM TRÊS ATOS  


Tia Zizinha

 Apesar de franzina, Tia Zizinha era uma setentona valente.   Semblante calmo, voz firme e olhar seguro,  empunhava respeito.Nem só os seus sobrinhos, mas todos a chamavam de Tia Zizinha.  

Era  quem organizava as quermesses, as partidas de futebol, as lapinhas, as gincanas,  as torcidas organizadas e as festas do milho. Quando jovem, ganhou diversos concursos de Rainha da Paróquia.

Embora pequena e  sequinha  era um verdadeiro furacão ou um vulcão em erupção. 

Dezembro de  1969,  a cidade encontrava-se em chamas.  População duplicada, devido a presença dos visitantes para a maior vaquejada da região. 

Cavalos espalhados em todos os recantos,  bois nos currais, caminhões, caminhonetes, carros de boi  e carroças  enchiam as ruas e os bosques.  Carros de som martelando os  ouvidos com  canções sertanejas aproximando os apaixonados.  Rodas gigantes, canoas, tiro ao alvo e muita comida regional completavam o cenário do grande parque de exposição, tudo idealizado, organizado e executado por tia Zizinha. 

 O relógio marcava 12 horas,  a conversa rodeava a farta mesa do almoço, o papo solto campeava na imensa sala da amada tia. 

Zezinho, sempre tirado a conversador, iniciou uma discussão sobre a vida,  a grandeza do universo, a importância do ser humano e o quanto de orgulho possuem certas classes sociais, apesar da insignificância do ser humano diante da complexidade, dos segredos, das incertezas e dos mistérios da vida.

Depois de longa prosa filosófica, campesina, folclórica, genética e cultural,   em tom de deboche, Zezinho falou  para a tia Zizinha:  

__Tia, a senhora não vê neste mundão de meu Deus, esses indivíduos que se dizem importantes, bonitos, orgulhosos, cheios de soberbas etc e etc.? eles e todos nós somos uns bostas, somos uns merdas Tia Zizinha, uns merdas. Aliás tia Zizinha, nós e bosta somos a mesma coisa,  basta um mosquito, uma bactéria, um vírus e lá estamos debaixo do chão.  Nós não somos nada, basta um dia sem um banho, e lá está a inhaca.

Tia Zizinha parou, pensou, pesou, sopesou, matutou e de imediato falou para todos em voz alta: 

 __Nós não, meu filho, me tire dessa corriola,  vocês sim.  Vocês que estudaram,  se diplomaram, moram e moraram na capital e são doutores, juízes e professores podem se considerar bostas, podem se achar uns merdas, porque eu sou um mero pum.

Um pum silencioso, sem odor, frouxo e abafado, isto é, um pum fajuto, escondido e que não tem direito a voz.  Para você ver, nem zoada o coitado faz.  Eu, seu pai, sua  mãe e os seus tios  somos uns projetos de bosta, ainda falta muito, e nem sei se um dia seremos bosta, acho que daqui para frente,  seremos  sempre prenúncios de bosta.  Bosta  com formato, odor e cor  de bosta meu filho, só na próxima geração.

Após gostosas e efusivas gargalhadas,  Zezinho retrucou: 

 __É tia, eu não sei por que tanto orgulho, tanto orgulho besta, pois todo mundo, do mundo, tem por trás uma bunda. Umas batidas, outras avantajadas, umas duras  e outras  moles, mas todos têm, todos Tia Zizinha, todos os viventes  do mundo, têm uma bunda colada atrás

Pensou Zezinho       que havia falado tudo, achava que era o sabichão e tinha dado o tiro de misericórdia  no acalorado papo. 

A tia não  contou conversa. Com o dedo em riste, olhos arregalados e em tom de advertência,   abriu a boca e em voz alta  exclamou  a todos que estavam na sala: 

__E ainda por cima, meu filho, ainda por cima Zezinho, furada!

Este é o perfil da minha velha tia Zizinha. Tem respostas na ponta da língua e para todas as perguntas. 

 

II

                         A vaquejada  

Pôr  do sol de domingo, Tia Zizinha no comando da festa.

Vestido vermelho-rodado, chicote de couro cru na mão direita, chapéu de massa na esquerda  e uma  bota cano longo  que beirava o joelho, era uma verdadeira amazonas. Pista limpa, rapazolas pendurados nos mourões da cerca de madeira, moças de minissaias saboreando maçãs do amor, velhos e crianças nas arquibancadas de tábuas agrestes. As cancelas e os portões fechados, tudo pronto para a abertura do evento.

Sob os aplausos da plateia, entra na  pista a tia Zizinha. Sozinha, descontraída e envaidecida.

   Com as salvas de palmas era a toda poderosa, a rainha da festa. Ali estava a Tia Zizinha em carne, osso e outros predicados. A plateia gritava em coro e sincronizada:

Tia Zizinha! Tia Zizinha!” várias vezes e sempre mais alto.  

Aquele ato poderia se chamar de, o  dia da glória, da labuta, da dedicação, dia  da coroação.  Tia Zizinha era mais do que uma  Rainha, era a imperatriz do sertão.

De repente, inesperadamente, não se sabe de onde,  surgiu um boi preto de mais de metro de largura por dois de altura.  Ancas largas, chifres em arcos, grandes, pretos  e   pontiagudos, aro de cobre nas narinas e cinta de couro apertada no  vazio.  Olhos avermelhados, narinas bufando que só uma maria-fumaça e cascos a furar o chão.  As fortes patadas sobre o solo geravam um poeirão que chamava  a atenção do público.  O animal não contou conversa, nem gritaria e nem tempo ruim,  partiu enlouquecido e desembestado  pra cima de tia Zizinha. 

Imediatamente, a tia procurou os portões, todos lacrados, procurou um abrigo, não achou. Encontrava-se no meio da pista, no olho do furacão, ela, Deus e o boi bufão. 

A amazonas não titubeou e com seus finos gravetos, quis fazer bonito.  Levantou os braços, mostrou o belo chapéu de massa e rodou o chicote de couro cru sobre a cabeça, quis parecer que tudo fora programado, que aquilo fazia parte do espetáculo.

  Correu para um lado, pulou para o outro, gritou como vaqueiro:  “Vai boi mandingueiro, boi marruá, boi bufão”. Procurava enganar o feroz bizão e mostrar valentia para os espectadores.  Conseguiu chegar até a cerca, mas,  chegou tarde,  sentiu na sua traseira uma cravinetada dupla, com impulso veloz, compacto, agudo e muito forte nos atrofiados glúteos  os chifres lhes acertaram em cheio. A tia decolou   como um teco-teco  sem biruta,  a manobra lhe arrancou a saia, as anáguas e a combinação, de quebra, trouxe como troféu a sua vermelha calçola de brim, fundo duplo de forro grosso, acinturada com cordões de rede, embebida de suor, restos de urina e  do  odor ocre das partes pudendas, lavadas com economia de água e pouco sabão em barra.

Com a setentona jogada contra a cerca,  as saias lhes cobrindo as enfurecidas narinas, além das vistas vedadas pela enxarcada calçola, o boi ficou acuado, perdeu o rumo e o prumo, rodava como um peão à procura da presa, o povo pulava e gritava o ensurdecedor refrão : “ Tia Zizinha, Tia Zizinha”.   O boi atordoado ficou perdido e desorientado, o boi pirou, surtou, o boi endoideceu e rodava como uma cobra cega. Com a grossa e umedecida calçola só enxergava pelas laterais, o boi endoidou. Rodava a cabeça,  pulava, chicoteaca o rabo, urrava e bufava. O poeirão gerava um verdadeiro cenário cinematográfico, a população em êxtase gritava o nome de tia Zizinha. 

Apesar do ataque o boi perdeu a batalha. A Tia Zizinha levantou garbosamente o machucado corpo,  sacudiu a poeira, e não teve outra escolha, desfilou só de califon e com as vestes de cima três dedos abaixos dos seus dois murchos maracujás.   Com a traseira batida e dois vergalhões vermelhos indo até as costas, a tia corria elegantemente para escapar do esbaforido boi. 

           Foi o espetáculo do ano, a plateia foi ao chão. Os gritos ensurdecedores contagiaram os presentes. A plateia foi ao  delírio e   a tia Zizinha chegou ao estrelato, ao dia de glória.

                                                  III

                                 O PÓS VAQUEJADA

           Os narradores com os microfones em punho, muitos ficaram roucos de tanta emoção, foi o maior espetáculo da terra

Nos folhetins  a manchete :


A CALÇOLA VERMELHA DE TIA ZIZINHA E O BOI QUE PERDEU O RUMO.  

 Daquele dia em diante,  a tia transfomou-se na maior estrela do sertão. Passou a frequentar as vaquejadas da ragião  como celebridade. O boi virou carne e   realizado o maior churrasco aberto de minha terra.  A Tia Zizinha, como troféu,   recebeu a  cabeça empalhada do boi BUFÃO e que hoje orna a sua sala. 

Em todo o Cariri cearense, no sul do Ceará, e em toda a Chapada do Araripe, Juazeiro do Norte, Barbalha,  Crato,  Exú e Bodocó  tia Zizinha passou a ser a maior celebridade e a mais requisitada mestra de cerimônia. Tia Zizinha morreu no pódio aos 101 anos,  seis meses, doze dias e seis horas, como a Rainha das Vaquejadas da junção Ceará/Pernambuco.

                          Salvador, 08 de maio de 2025

                                       Iderval Reginaldo Tenório

 Mergulhem em  Boiadeiro, na voz do Rei Luiz Gonzaga de  (Armando Cavalcânti / Klécius Caldas)

data de gravação
19 Setembro 1950

 

Luiz Gonzaga - Boiadeiro

LETRA: Vai boiadeiro, que a noite já vem Guarda o teu gado e vai pra junto do teu bem De manhãzinha quando eu sigo pela estrada Minha boiada ...
YouTube · luizgonzagaVEVO · 30 de jul. de 2015

 

quinta-feira, 8 de maio de 2025

NECROPOLITICA- ACHILE MBEMBE

 

NECROPOLITICA- ACHILE MBEMBE

 



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               PREFÁCIO 

NECROPOLITICA-   ACHILE MBEMBE

Nascido no dia 27 de julho  1957, em Otélé, Camarões, Mbembe é historiador e filósofo político. Obteve o seu doutorado em história na Universidade de Paris I (Panthéon-Sorbonne) e foi professor em diversas universidades ao redor do mundo, incluindo a Universidade de Columbia, a Universidade de Harvard e a Universidade de Witwatersrand, na África do Sul. É um dos mais  influentes intelectuais contemporâneos no campo dos estudos pós-coloniais e da teoria crítica.

Na sua obra Necropolítica (2003), explora como o poder moderno se manifesta na capacidade de decidir quem pode viver e quem deve morrer, oferecendo uma extensão crítica da teoria de biopolítica de Michel Foucault. Além de Necropolítica,  escreveu Crítica da Razão Negra (2013) e Políticas da Inimizade (2016), que influenciam debates acadêmicos e políticos sobre racismo, colonialismo e a condição humana no mundo globalizado.

Nasceu em Camarões, África, quando ainda era colônia francesa e teve todas as dificuldades de um povo dominado pelos colonizadores, só em 1960 Camarões conseguiu se emancipar da França.

Na sua trajetória mostrou o quanto é importante a educação. Conseguiu  viajar para Paris para continuar os estudos, colou  grau,  construiu o seu alicerce para a  vida acadêmica, depois foi para os Estados Unidos, onde sedimentou e fortificou as suas bases filosóficas. Hoje é um dos principais pensadores e um estudioso das consequências coloniais e do racismo ao redor do mundo.

No Brasil, a convite de muitas academias e institutos, tem dado palestras e participado de congressos nas pautas que domina.

Achile Mbembe, 67 anos de idade,  um pensador contemporâneo que trará reflexões  e criará novos horizontes para a humanidade.


O maior episódio que mostra a necropolítica na atualidade, é a  chacina de Israel sobre Gaza e a Cisjordânia. 

Iderval Reginaldo Tenório

       

NECROPOLITICA-   ACHILE MBEMBE

Nascido em 1957 no dia 27 de julho, em Otélé, Camarões, Mbembe é historiador e filósofo político. 

Na sua obra Necropolítica (2003), explora como o poder moderno se manifesta na capacidade de decidir quem pode viver e quem deve morrer, oferecendo uma extensão crítica da teoria de biopolítica de Michel Foucault. Além de Necropolítica,  escreveu Crítica da Razão Negra (2013) e Políticas da Inimizade (2016), que influenciam debates acadêmicos e políticos sobre racismo, colonialismo e a condição humana no mundo globalizado.

Para chegar à   necropolítica, mergulhou na história da humanidade, fundamentou-se  nas obras de grandes pensadores  do século XVII até a atualidade. A leitura de  Hobbes, Agamben e o Foucault foi condições sine qua non para se chegar  à  bandeira  NECROPOLÍTICA.

Estudou o contratualista inglês,  Thomas Hobbes, por intermédio  do Livro  LEVIATÃ, publicado no ano de 1651. O  Hobbes, nesta magnífica obra, informa que   os homens viviam em eternos conflitos  e guerras, não havia segurança, os mais fortes aniquilavam os mais fracos. Viviam em autodestruição, em estado de natureza  como animais selvagens  a defender a vida sem diálogo, com  derramamento de sangue, sem leis e sem ordens.  Propôs na sua obra, LEVIATÃ,  que abdicassem da liberdade individual e  daquele modelo  de vida, uma vez que não havia condições de prosperarem, urgia  a criação de um estado.

Argumentou que fosse    nomeado um gestor para governá-los, isto é,  outorgar a um soberano o poder absoluto em nome da paz e do diálogo. Este exerceria o poder por intermédio de um contrato social, no qual o povo autorizava e apoiava todas as sua atitudes com foco na proteção plena  da vida. Caberia a este soberano a deliberação de atos em busca da paz, da defesa  interna e contra os seus invasores, a finalidade era acabar com as guerras internas  e trazer a PAZ.  

" O “contrato social” em Hobbes é filosoficamente tratado como o ato simbólico dessa cessão de prerrogativas e poderes basicamente absolutos ao soberano, mediante o qual, as decisões e atitudes do soberano  passem a equivaler às decisões e atitudes de todos que supostamente lhe cederam a autoridade. O homem sairia do estado de natureza e passaria a conviver obedecendo critérios sob o comando de um homem ou de uma assembleia. 

“Um Estado é considerado instituído quando uma multidão de homens concorda e pactua que a um homem ou a  uma assembleia de homens seja atribuído, pela maioria, o direito de representá-los sem exceção, tanto os que votaram a favor, como os que votaram contra, devendo autorizar todos os atos e decisões como se fossem seus, a fim de uma convivência pacifica e com proteção”.

O  regime caminhou até a Revolução Francesa 1789 a 1799, quando a sociedade francesa passou por uma transformação épica, a  evaporaram dos privilégios  feudais, dos religiosos e da aristocracia. O povo vivia num caldeirão  efervescente e lutava por liberdade, fraternidade e igualdade.  Foi às ruas  e derrubou a monarquia absolutista que reinava há anos, inclusive executando o Soberano LUIS XVI em 1792.    

A Execução do Luís XVI, na guilhotina, é um dos acontecimentos mais importantes da Revolução Francesa e foi realizada em praça pública em janeiro de  1793, em Paris.

Após a revolução, o  mundo passou aos poucos de rural para urbano e as nações ocidentais ( europeias) passaram a invadir outros povos:  Américas, África e Ásia em busca de aumentar o seu poderio, para isto invadiam, escravizavam e matavam os povos nativos, que para eles eram atitudes normais, tratava-se de raças inferiores. Achavam que humanos  eram apenas os ocidentais, os demais povos  eram gados ou  animais  selvagens. Não cometiam crimes em eliminá-los  para o  bem dos colonizadores.

Neste contexto  o Mbembe, ja no século XX,  cita o Giorgio Agamben(Filósofo italiano, nascido em Roma no  22 de abril de 1942,  hoje com 82 anos . O Agamben faz um relato do que aconteceu após a primeira guerra mundial,  conflito bélico global centrado na Europa, que começou em 28 de julho de 1914 e durou até 11 de novembro de 1918. Diz o Agamben  que,  com  a industrialização do ocidente,  o mundo virou uma engrenagem industrial e o homem uma máquina de trabalho, um mero   operário que deveria funcionar ininterruptamente por períodos de 12 a 15 horas por dia.

Refere que  após a guerra,  surgiram dois movimentos no continente europeu: O Fascismo, ideologia política ultranacionalista e autoritária, de  poder ditatorial, repressor da oposição por via da força, de  forte arregimentação da sociedade e da economia;  e o Nazismo, marcado por defender um nacionalismo extremado, com posturas abertamente antissemitas e contra a democracia, movimentos de segregação racial.

Aduziu AGAMBEN  que existiam  dois tipos de  homens: os cidadãos e os não cidadãos; e vários tipos de raças, uma raça superior, A BRANCA,  e outras   inferiores. Negros, Índios, Judeus e Aborígenes eram  vidas sem atributos políticos e que poderiam sofrer quaisquer tipos de opressão e  de não proteção a vida.  Lembra do holocausto, da escravidão, da invasão dos povos indígenas  e dos povos africanos, que  segundo o Mbembe foram são demandas sociais da mesma estipe, o que aconteceu na Alemanha, o holocausto, teve grande repercussão por se tratar de um  episódio acontecido dentro do território europeu.

Ao conhecer os lógicos   relatos do Giorgio Agamben,  a respeito do  domínio dos opressores  sobre os oprimidos na Alemanha, as chacinas  no continente africano e no americano, quando cita o Apartheid na Africa do Sul,o genocídio de Ruanda,  massacre que  extermínou 70%  da minoria de pessoas dos grupos étnicos tútsis, tuás e até os moderados dos  hútus, massacre realizado pelos Hutus patrocinado pelo governo oficial em 1994.  Alerta sobre a escravidão no Brasil e em Cuba,  a matança de milhões de indigenas  nos Estados Unidos e no Brasil, fundamentados   com a  outorga soberana de uma  raça branca, superior, o Mbembe  absorveu e entendeu  aquelas medidas como  NECROPOLÍTICA.  

Para esta classificação, utilizou os postulados  do Michel Foucault, que abordava  estas demandas como biopolítica, propriedades   nas quais os brancos, os ricos, as empresas, os políticos  e as elites,  que  para manterem os  lucros nas suas fabricas e  fazendas implantaram cuidados seletivos  para com  os operários.

Como os operários eram a força motriz, implantaram a   propriedade de  seleção dos trabalhadores, escolhendo   os melhores, os produtivos e os que contribuíam para a alta produção. Os fracos, os que adoeciam, os acidentados  no labor e ficavam improdutivos eram  escanteados,  abandonados à própria sorte e esquecidos  nas periferias das cidades e nos campos,  engrossando o universo dos desassistidos. Na Europa, Ásia e nas Américas  as crianças entravam no mercado de trabvalho aos 09 anos de idade ou menos.

O conceito de biopolítica foi introduzido pelo filósofo francês Michel Foucault em (1975-1976). Segundo Foucault o termo surgiu nos séculos XVIII e XIX, focada na administração e regulação da vida das populações.

A biopolítica contrasta com a soberania tradicional, que era principalmente o direito de "deixar viver e fazer morrer". Foucault argumenta que a biopolítica é uma característica essencial das sociedades modernas, onde o controle sobre a vida é um componente central do poder político. Ela se manifesta em políticas públicas que buscam otimizar a saúde e o bem-estar da população, como também expressar formas opressivas, como em regimes que monitoram e controlam cada aspecto da vida dos cidadãos. 

Para as elites caucasianas, numa camuflada, separatista  e  velada convivência social  existia uma raça superior, a branca, e outras inferiores, as demais raças, estas eram  propícias ao crime e  à preguiça, e   mesmo sem  comprovação cientifica, ao  não aprendizado por deficiência cerebral,  eram seres  que poderiam ser descartados. Este pensamento  perdurou até os anos 60 e 70  notadamente  nos Estados Unidos das Américas,  vide os movimentos desencadeados por Rosa Parks e Martin Luther King Jr., no   Brasil Abdias do Nascimento e o  Ailton Krenak,  líder indígena de etnia krenaque, ambientalista, filósofo, poeta e escritor, hoje  um imortal da Academia Brasileira de Letras. O Mbembe classificou estes atos cruéis  de  NECROPOLÍTICA, que dava  ao Estado e ao Soberano até  as prerrogativas da morte.

Aqui no Brasil, o país facilitava a entrada de brancos europeus para embranquecer  a raça, uma vez que índios e negros eram raças inferiores.  O Clareamento racial  ou branqueamento  é uma ideologia que era amplamente aceita no Brasil,  entre o final do século XIX e início do século XX,  como a solução para o excesso de indígenas, mestiços e negros. Os simpatizantes[acreditavam  que a raça negra iria avançar cultural e geneticamente na nação com a  miscigenação entre brancos e  negros. Esta ideologia ganhou o apoio  do racismo e do Darwinismo Social, imbricada  com o conservadorismo da  elite branca da época, que  acreditava que o sangue ''branco" era superior,  e inevitavelmente iria clarear as demais raças. 

Hoje, no Brasil, o preconceito racial, notadamente aos negros é sutil e camuflado para os que se classificam como brancos, classes média e alta. É agressivo, cruel, ameaçador, claro e  sedimentado na cabeça dos jovens negros, pobres e que moram nos bairros periféricos. Estes seres humanos enxergam os policiais, que deveriam ser proterores,  como  ameaças ao seu ir e vir,  principalmente em épocas     de policiamento ostensivo. Esta população sente-se ameaçada no período noturno ao retornar para casa após a jornada de trabalho, as aulas noturnas, as festas e até mesmo nos encontros com amigos nos seus logradouros, muitos sucumbem ao constestar as abordagens policiais. 

A  propriedade da necropolítica se destaca por proporcionar um novo quadro teórico para analisar as questões de soberania, guerra, racismo e exclusão social. Isto fez com que Mbembe desvendasse  as agruras da  escravidão, do colonialismo e das invasões europeias em nome do progresso perpetrado  por colonizadores durante séculos.  Mbembe atiçou fogo na fogueira da liberdade,  da verdadeira colonização e o poder inumano  dos ocidentais em busca da hegemonia no planeta.  O sociólogo clareou fatos históricos, racistas,  sociais  e antropológicos, e   alavancou o verdadeiro estudo do racismo em todas as Universidades  pelo mundo.

                                               Iderval Reginaldo Tenório

 

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CONCLAVE 2025. SERÁ UM PAPA POLÍTICO OU SOCIAL

 

CONCLAVE 2025. SERÁ UM PAPA POLÍTICO OU SOCIAL

 

.Pode ser uma imagem de 2 pessoas e texto que diz "URGE AO VIVO: CARDEAIS FAZEM JURAMENTO PARA Votação começa hoje no Vaticano e acontece 8 portas fechadas RAREM SEGUNDOS LA DESVENDA MISTERIO ERIO DE PERGAMINHO SOTERRA"

.

O NOVO PAPA . ASIÁTICO, AFRICANO, ORIENTRAL OU EUROPEU?

 

Em sendo a Bíblia Sagrada  um manual religioso e   político, foi escrita obedecendo, letra por letra, o clero, os ditames  dos pensadores e as autoridades dos povos dominantes, tanto no velho, como no novo testamento. 

Na elaboração do terceiro tomo, o Novíssimo Testamento,  serão utilizados os ditames das Constituições Federais   das maiores nações do mundo, dos cientistas, dos   filósofos, do Clero e dos grandes líderes contemporâneos.

Não se assombrem e nem estranhem se  os líderes do G8, da China e da Rússia começarem a viajar para  Roma   com a finalidade de opinarem  sobre a escolha do novo Pontífice. Alemanha, França e Itália  são as nações com mais poder eclesiástico e os mais ouvidos, eles darão as coordenadas para a escolha  do novo Papa.

Os cardeais terão   que ouvir os   líderes políticos, os cientistas, os sociólogos e o  clero  destas nações para votarem e escolherem o novo Chefe da Igreja Católica.  

A predominar a opinião dos alemães, será um Papa conservador,  a dos Italianos um Papa meio progressista e meio conservador,  e se for a dos franceses, um Pontífice a lá Simone de Beauvoir, progressista ao extremo e inovador. 

Atuará contra qualquer tipo de preconceitos, notadamente no lado sexual, Gênero, Diversidade, LGBT+ e  na  composição da  família. Nesta célula mater, os animais irracionais, precisamente os cães, passarão a fazer parte da família como membros  efetivos,  direitos similares aos humanos e cartorialmente documentados.

O novo Papa mergulhará na entidade casamento e permitirá, seguindo o G8,  variáveis tipos de união.  Indubitavelmente, induzirá mais ainda,  a humanização dos  animais irracionais,  como os  gatos e  os cães. Permitirá que os seres humanos, por transformações cirúrgicas modifiquem o corpo e a face, e por convivência, os costumes e alguns comportamentos  irracionais, tudo para guardar similaridade  com os animais e possam  conviver como se fossem da mesma raça. 

Hoje alguns mortos deixam heranças para os seus animais e muitos apresentam comportamentos, antes dedicados a seres da mesma espécie.  

“ Prefiro marar com os meus cães", "Eles dormem na minha cama , "São os meus mais fiéis amigos ”,  "Prefiro os meus animais do que os humanos", "Alguns animais são mais humanos do que muitos humanos" 

As propriedades de humanização,  as mudanças na alimentação e  de paradigmas  trarão dificuldades na criação de animais para a produção de proteína animal, a caça recreativa,   touradas, vaquejadas, lutas e corridas  entre animais,   e a utilização como força motora nos transportes de cargas. 

A humanização dos animais, a proliferação de credos, o forjamento de idólatras em todos os setores, o fanatismo às grandes estrelas midiáticas e políticas farão parte das principais bandeiras do próximo papado e desta  civilização.

O freio a toda esta evolução, virá do continente asiático, precisamente  da  China e da Rússia, o que levará a escolha do novo Papa e a confecção do NOVÍSSIMO TESTAMENTO serem feitas por  extremos político e econômico, é a geopolítica em ação: O  G8( Europa e EUA), o Continente Asiático e a Rússia.

A escolha do novo Papa, devido o mundo plural e conturbado que se vive, aponta para o continente africano, asiático e oriental com o intuito de aproximar os povos, diminuir os entraves políticos/religiosos do globo terrestre, e apagar da memória da juventude e dos que vão nascer, os grandes conflitos sanguinários em nome dos Deuses de cada povo.  

Não se esqueça que    o próximo império( o Chinês) já está dando as cartas em todo o mundo e em todos os setores da vida. 

A Igreja Católica está em visível METAMORFOSE. Está atrelada às Constituições Federais das Nações Dominantes e dos seus líderes, e engessada pelas   conquistas das minorias, pelas  progressistas ideias impostas ao clero, pelo  crescimento exponencial  das outras religiões e sufocada pela teologia  da prosperidade.

A Igreja Católica hoje é uma incógnita e o próximo papado ainda mais. Será um Papa com viés  Político,  social e ambientalista ou um Papa religioso?. 

O Catolicismo, constituído de 1,4 bilhão de pessoas, é um braço do Cristianismo, constituído de 2,4 bilhões de fiéis mergulhados em 1, 9 bilhão de islamitas; 1,2 bilhão de Não religiosos, Agnósticos e Ateus;  1,2 bilhão de hinduístas; 520 milhões de budistas e outras 16 pequenas religiões, constituídas de 800 milhões  de adeptos.     

Duas   vertentes procuram o entendimento geopolítico na condução do globo.  Os EUA/  EUROPA e a  ÁSIA/RÚSSIA  buscam se firmarem como regiões hegemônicas nesta civilização. Está nascendo um novo imperio. 

As Religiões figurarão  termômetros da fé, salvo o ISLAMISMO, que ainda comanda politicamente os seus fiéis em todas as camadas sociais do seu povo. 

 O mundo encontra-se em Ebulição e mimetiza ipsis lliteris a Torre  de Babel.

Conflitos territoriais, atrelados aos recursos naturais, serão mais frequentes nesta civilização. Os domínios das patentes, do DNA e  dos  modais energéticos serão as pautas daqui para frente, entre as grandes nações.   

                                 Salvador, 07 de Maio de 2025

                                        Iderval Reginaldo Tenório