SEMPRE TIVE PREGUIÇA DE GANHAR DINHEIRO. MAS ISSO NÃO É DEFEITO
O homem é o nada, antes de nascer, e o nada que se segue, após a sua morte.
Teses
sustentadas como essa nos fazem meditar, com um pouco de angústia,
sobre a nossa existência no último terço de campo que nos resta.
Ao refletir sobre o absurdo da vida, o que fazer senão seguir em frente, fingindo um sentido para tudo que nos rodeia?
O que passou não pode ser modificado. Portanto, passemos a boiada, priorizando a fruição.
Até
aqui quase tudo tem dado certo. Mas é preciso ficar atento e forte para
não morrer na praia ou entregar o jogo no terceiro tempo.
Mas,
sabem, no critério de pontos corridos, adotado para o campeonato da
vida, me ocorre um fato (uma receita) que funciona como uma garantia de
equilíbrio para o cumprimento de tabela: viver com pouco e não ser
subjugado pela força totalitária do dinheiro.
Acreditamos que a felicidade é que traz o dinheiro.
Como
ensinou, em seus sermões, o Padre português Antonio Vieira: “Quem quer
mais do que lhe convém, perde o que quer e o que tem”.
Confesso
que sempre tive preguiça de ganhar dinheiro, o que é considerado, por
quem detém um dinheirinho a mais, como um grande defeito: a falta de
ambição.
Nunca me considerei defeituoso por isso e minha caminhada foi um treinamento contínuo para viver com o essencial.
Mesmo porque as nossas deficiências não nos definem. Elas fazem parte de nós.
Os desejos monetários foram sempre sendo substituídos por outros alimentos.
Ficar
à mesa com os amigos (a mesa é a ribalta da amizade), lugar onde
revelamos tudo aquilo que transita entre o coração e a alma, manter a
família por perto e trabalhar pouco.
Adoro não ter o que fazer,
mas não imagino, daqui por diante, viver como na Grécia antiga, onde
poucos trabalhavam e muitos se dedicavam à leitura e à poesia.
Não é isso.
Quero
ir, aos poucos, deixando os espaços no proscênio para os que chegam, e
flanar pela cidade, descobrindo a alma encantadora das ruas, como um
João do Rio.
Não é desejar muito
Wilton Bezerra
Depois de sua inauguração, em fevereiro de 1967, a Rádio Progresso AM
de Juazeiro do Norte, emissora pertencente ao grupo empresarial Bezerra
de Menezes, estruturou de forma empírica, no mesmo ano, a sua primeira
equipe esportiva.
Da sala da discoteca, Wilton Bezerra, o então
operador e programador, ouviu um ensaio feito com gravador para uma
transmissão que seria realizada da quadra de futebol de salão da extinta
CELCA, a Companhia de Eletricidade do Cariri.
Era a cobertura de um torneio de equipes amadoras.
Wellington Amorim, jornalista, e Damião Gomes, colaborador da emissora,
simulavam narração e reportagem.
Naquele momento, Wilton se integrou à dupla e foi
responsável pela narração do jogo. Ao lado, o comunicador, publicitário e
desportista juazeirense Dário Maia Coimbra, o inesquecível “Darim”.
Começava ali, 50 anos atrás, a trajetória do comentarista, hoje, integrante do Sistema Verdes Mares de Comunicação.
Em 1979, depois de 12 anos na Rádio Progresso, onde desempenhou várias funções, foi contratado pela Rádio Uirapuru de Fortaleza, para a equipe esportiva de Moésio Loiola.
A seguir, em 1983, formou sua própria equipe, na Rádio Cidade AM 860,
onde permaneceu por 11 anos. De lá, cedeu a uma boa proposta salarial e
reingressou na Rádio Assunção, novamente sob o comando de Moésio
Loiola.
Em 2011, foi contratado pela TV Diário e Rádio Verdes Mares, a Verdinha, onde permanece até hoje.
Sem esquecer que, desde o começo da sua trajetória de 38 anos na imprensa da capital, Wilton Bezerra atua na TVC, antiga TV Educativa, onde teve ingresso no ano de 1983.
Na televisão, foi comentarista dos noticiários e programas esportivos da TV Uirapuru e TV Cidade, ao longo dos anos 1980, 1990 e 2000.
Seu valor de mercado foi sempre baseado na conduta de
isenção, na fundamentação de suas análises e na consequente
credibilidade conquistada junto ao público.
Definir o tamanho de sua competência é tarefa que Wilton
Bezerra sempre preferiu deixar a cargo da prezada, numerosa e cativa
audiência. Afinal, o povo é quem faz a voz das ruas. Só ele fala por si,
entende o comentarista.
De si, Wilton se reserva a não muito dizer. Apenas, que
se considera um profissional com razoável capacidade de discernimento e
alguém que sabe alguns minutos de alguns assuntos.
Muita modéstia da parte dele, mas não adianta. O nome de
Wilton Bezerra continua na boca do povo e sempre escrito entre as
maiores estrelas do esporte e da comunicação de nosso Estado.
Parabéns, grande comentarista, que você merece!
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