O blog foi criado para a cultura. Mostra o quanto é importante o conhecimento.Basta um click no artigo. Centro Médico Iguatemi,310.CLINICA SÃO GABRIEL LTDA- 33419630 33425331Participe ,comente, seja seguidor. DR IDERVAL REGINALDO TENÓRIO , 1954 , JUAZEIRO DO NORTE -CEARÁ. 08041988lgvi.1984 CHEGOU EM SALVADOR COM 18 ANOS , MEDICINA NA UFBA. CIRURGIÃO GERAL. driderval@bol.com.br
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Na UTI com Covid-19, Genival Lacerda apresenta melhora em quadro clínico
Cantor de 89 anos foi internado no final de novembro, mas está reagindo a remédios, diz comunicado
1 min de leitura
Redação Quem
Atualizado em
Genival Lacerda,
de 89 anos, apresentou melhoras em seu quadro clínico. O cantor está
internado na UTI de um hospital no Recife desde o final de novembro,
quando apresentou sintomas da Covid-19.
Segundo um comunicado emitido nesta terça-feira (22)
por sua assessoria de imprensa, Sr. Vavá, como é carinhosamente chamado,
"teve uma pequena melhora no quadro clínico que inspira ainda cuidados.
Porém está com a pressão arterial controlada e os rins funcionando
normalmente. Os pulmões estão começando a reagir aos medicamentos."
E
equipe e familiares de Genival ainda aproveitaram apara agradecer "a
todo o Brasil pelas orações para o restabelecimento da saúde do cantor
Genival Lacerda. Deixamos aqui em nome de toda a família um forte abraço
e que continuem nessa corrente que está dando certo. Estamos vencendo
dia após dia."
As últimas informações
acerca do estado de saúde do empresário, político e comunicador Normando
Sóracles não são nada animadoras. Os seus familiares amanheceram hoje
afirmando que o mesmo segue sedado e traqueostomizado e que o seu estado
geral é considerado muito grave. Na noite de ontem apresentou piora do
quadro respiratório. Com dificuldade de manter boa saturação. Realizou
tomografia de tórax que evidenciou acometimento pulmonar de 80%., porém,
segue sem febre, mantendo boa função renal.
Hoje pela manhã um dos filhos do bravo
Normando teria confidenciado a um amigo que somente um milagre salvaria o
pai de tamanho calvário. Diante de quadro tão difícil o que temos mais
que fazer é pedir a Deus pelo seu restabelecimento, portanto, vamos dar
as mãos e vamos orar pelo caririense Normando Sóracles
EM BUSCA DE UM SONHO , EM BUSCA DA
SAÚDE, À PROCURA DA VIDA .
.
Muitos penam à procura do
sopro da vida nos ambulatório, nas UPAs, nos hospitais gerais e oncológicos
mundo afora enquanto o sopro da morte os rodeiam e os perseguem nas UTIs.
As
belas fotografias, o rolo compressro das publicidades, os falsos sorrisos e
os enganosos comentários habitam as
telas dos smartfones neste mundo online e cibernético.
É
a vida por um fio, a internet sem fios e o sonhode muitos pelo sopro da vida , assim estão
muitas famíliasem busca de uma solução,
porém sóencontram dificuldades tanto por aqui, como por aí , como
por lá.
Crianças, jovens, meia idade e anciãos em busca da felicidade, em busca da tão sonhada saúde, apenas
saúde, saúde e nada mais.
Viva
a vida, a vida com saúde, com a família, com equilíbrio financeiro, com amigos
e com as artes .
Todo reinado precisa de um príncipe. No Brasil, terra do samba, o
escolhido foi Roberto Silva. Nascido há um século, ele recebeu o título
de “Príncipe do Samba” diretamente das mãos de Carlos José, locutor da
Rádio Tupi, no Rio de Janeiro, no começo da década de 1940, quando dava
os primeiros passos na carreira, iniciada em sua cidade natal.
Filho
de dinastia nobre, herdeiro direto da linhagem de Ciro Monteiro e
Orlando Silva, o cantor aprendeu desde cedo a desdobrar o ritmo e
salientar a intenção dos versos em falas bem costuradas e repiques na
medida exata para sua voz. Admirado por Paulinho da Viola, Zeca
Pagodinho e Caetano Veloso, Roberto morreu em 2012, aos 92 anos. Em
2008, ele reviveu seu grande sucesso, “Falsa Baiana”, em um dueto com
Roberta Sá.
Do
morro do Cantagalo, Roberto partiu ainda jovem, aos 18 anos, para as
estações de rádio que alcançavam todo o país e, em 1961, teve a ousadia
de lançar “Jornal da Morte”, crônica musical de Miguel Gustavo, que
dizia: “Tresloucada, seminua/ Jogou-se do oitavo andar/ Porque o noivo
não comprava/ Maconha pra ela fumar”. Integrante da histórica série de
quatro LP’s “Descendo o Morro” (1958-1961), a música foi censurada.
No
ano 2000, o grupo Nação Zumbi a regravou. Abaixo, selecionamos 10
sucessos de Roberto Silva, que o crítico e comentarista esportivo
Alberto Helena Júnior assim definiu: “Discreto, um tanto sisudo, sua voz
desliza numa implausível frequência entre a síncope maliciosa de Ciro
Monteiro e o romântico veludo de Orlando Silva”.
“Seu Libório” (1935) – Alberto Ribeiro e Braguinha
Nascido
no bairro da Cidade Nova, no Rio de Janeiro, Alberto Ribeiro iniciou a
carreira compondo músicas para o bloco carnavalesco “Só de Tanga”, do
qual participava. Formado em medicina e especializado em homeopatia, ele
conheceu, em 1935, João de Barro, o Braguinha, arquiteto que também
tinha pretensões musicais. Juntos, eles musicaram o filme “Alô, Alô,
Brasil”. Já como parceiros inseparáveis, compuseram, no mesmo ano “Seu
Libório”, choro bem-humorado que seria lançado pelo cantor Vassourinha
(1923-1942) em 1941. A letra, maliciosa, conta a história de Seu
Libório, protagonista da canção que tem três vizinhas. Com a morte
precoce de Vassourinha, aos 19 anos, a música foi resgatada por Roberto
Silva em 1958 e ganhou a sua versão definitiva.
“A Mulher Que Eu Gosto” (1941) – Wilson Batista e Ciro de Souza
Ao
lado de Ciro Monteiro, Roberto Silva foi um dos sucessores do estilo de
cantar samba sincopado, com rica divisão rítmica, lançada anteriormente
por Luís Barbosa e Vassourinha, embora seu fraseado lembrasse o de
Orlando Silva, seu cantor e modelo preferido. Por conta disso, um dos
compositores mais regravados por Roberto Silva foi, justamente, o
sambista Wilson Batista, de quem deu voz a sucessos como “Mãe Solteira”,
“Emília”, “O Bonde São Januário”, “Oh! Seu Oscar”, “Preconceito”, entre
outros. Em 1985, com a cantora Joyce, dedicou um álbum inteiro a
Wilson, intitulado “Wilson Batista: O Samba Foi Sua Glória”. Na esteira
dessa admiração, deu a sua versão para a “A Mulher Que Eu Gosto”, em
1958, samba lançado por Ciro Monteiro no ano de 1941.
“Emília” (1942) – Wilson Batista e Haroldo Lobo
No
afamado Café Nice, Wilson Batista conheceu Erasmo Silva, com quem
arquitetou um conjunto com as presenças de Lauro Paiva ao piano e de
Roberto Moreno na percussão. Com a desfeita do grupo, permaneceram
somente os dois primeiros, que passaram a se intitular “Dupla Verde e
Amarelo”, participando, inclusive, de espetáculos na Argentina, Porto
Alegre e com apresentações frequentes em São Paulo. Tempos depois,
Wilson Batista escreveu com Haroldo Lobo uma música que versava sobre
união desejosa de soberania. Um oportuno “café preparado” simbolizava a
perfeição exaltada. Lançada por Vassourinha em 1942, foi regravada por
Roberto Silva, com sucesso semelhante. Se encontrasse “Emília”, Wilson,
certamente, cairia de amor a seus pés.
“Falsa Baiana” (1944) – Geraldo Pereira
Geraldo
Pereira já perseguia o sucesso há algum tempo quando seu samba estourou
na praça, em 1944. O começo da história data de um carnaval em que
Geraldo estava no Café Nice, um dos seus pontos prediletos, e viu
adentrar o recinto a esposa do compositor Roberto Martins, toda
fantasiada de baiana e com uma desanimação de dar dó, ao que ouviu a
fala do marido: “Olha aí a falsa baiana”. Prontamente, Geraldo começou a
matutar em sua cabeça o novo samba sincopado. Ao cantá-lo para Roberto
Paiva embolando as letras, já alto depois de umas e outras, recebeu um
não do cantor, que se surpreendeu positivamente ao ouvir a música na voz
de Ciro Monteiro ecoar nas rádios. A baiana de Geraldo Pereira deixou a
mocidade louca! A música foi regravada na década de 70 por nomes como
Gal Costa e Roberto Silva, repetindo o êxito que a consagrou.
“Pisei num Despacho” (1947) – Geraldo Pereira e Elpídio Viana
Geraldo
Pereira deixou o morro de Mangueira depois de conflitos com seu irmão
Mané, importante e temido na região por acumular os cargos de dono de
tenda e funcionário da Central do Brasil, o que lhe garantia alto
poderio econômico. Antes de deixar o morro, ele conheceu Cartola e
Carlos Cachaça, que fundaram posteriormente a escola de samba mais
famosa do local, e teve aulas de violão com Aluísio Dias e Alfredo
Português, padrasto de Nelson Sargento. No ano de 1947, ele já
desfrutava de certa imponência no meio do samba por conta de gravações
recentes que obtiveram alta cota no gosto popular. Nesse mesmo ano,
lançou outra delas, que versava sobre os infortúnios de um sujeito que
atribuía tudo isso ao fato de ter “pisado num despacho”. Geraldo falava
na música sobre a gafieira, um dos ritmos que o ajudaram a inventar o
“samba de teleco-teco.” A música foi lançada por Ciro Monteiro e recebeu
regravações primorosas de Roberto Silva, Jackson do Pandeiro e Zeca
Pagodinho.
“Normélia” (1949) – Norberto Martins e Raimundo Olavo
Aos
18 anos, Roberto Silva tentou a sorte no meio artístico pela primeira
vez, quando estreou no programa “Canta Moçada”, da Rádio Guanabara, no
Rio. Dois anos depois, graças à ajuda dos compositores Evaldo Rui e
Haroldo Barbosa, passou pelas rádios Mauá e Nacional, na época a
principal emissora do país. Nessa época, teve a oportunidade de gravar o
seu primeiro disco de 78 rotações, com “O Errado Sou Eu” no lado A e
“Ele É Esquisito” no lado B. A convite de Paulo Gracindo, passou a
integrar o elenco da Rádio Tupi e estourou de vez. Primeiro, com “Mandei
Fazer um Patuá”, de Norberto Martins e Raimundo Olavo e, depois, com
“Normélia”, da mesma dupla, onde, de acordo com o jornalista Alberto
Helena Júnior, o músico “brinca com as modulações no estilo que seria
sua marca inconfundível”.
“Exaltação a Tiradentes” (1949) – Mano Décio da Viola, Estanislau Silva e Penteado
“Exaltação
a Tiradentes” nasceu de um sonho do sambista Mano Décio da Viola, que
agregou, aos versos recebidos durante a noite, outros propostos por
Estanislau Silva e Penteado. Antes da consagração, Décio e Silas de
Oliveira haviam oferecido três sambas com o mesmo tema para a Escola de
Samba do Império Serrano. Passada a frustração, a música foi cantada na
avenida em 1949, mas só chegou ao disco em 1955, na gravação de Roberto
Silva. Outros intérpretes não menos tarimbados a registraram
posteriormente, dentre os quais Jorge Goulart com seu vozeirão e a
irrepreensível Elis Regina, além de Maria Creuza, Cauby Peixoto e Mestre
Marçal. Pioneiro, como o seu inspirador, é considerado o primeiro
samba-enredo a ultrapassar os limites carnavalescos.
“Degraus da Vida” (1950) – Nelson Cavaquinho, César Brasil e Antonio Braga
A
boemia e o samba foram uma opção de vida do compositor Nelson
Cavaquinho, que tirou da boca do pai doente a inspiração para compor
“Degraus da Vida”, ao ouvi-lo dizer: “Sei que estou no último quartel da
vida.” Nelson trocou a palavra “quartel” por “degrau”, e teve a música
chorosa lançada por Roberto Silva, em 1950, e relançada pelo mesmo
Roberto em 1961, com igual êxito. A parceria ainda rendeu a Nelson
Cavaquinho cerca de cem mil réis, ao incluir os nomes dos desconhecidos
César Brasil e Antonio Braga na autoria da canção, como forma de acertar
suas contas com os “parceiros”. É que Nelson subia regularmente os
degraus do hotel de César, que nunca escreveu um verso ou tocou uma nota
musical na vida.
“Notícia” (1955) – Nelson Cavaquinho, Alcides Caminha e Norival Bahia
Nelson
Cavaquinho era uma figura complexa, capaz de criar sambas de contenção
religiosa em meio a pileques e orgia. “Notícia”, por exemplo é mais uma
parceria sua com o obscuro Carlos Zéfiro, que assina sob o pseudônimo
Alcides Caminha, além de Norival Bahia. Para quem não liga o nome à
pessoa, Carlos Zéfiro é o autor de quadrinhos eróticos que, entre as
décadas de 1950 e 1970, ficaram conhecidas como “catecismo”. Em 1996,
Zéfiro ilustrou o encarte do álbum “Barulhinho Bom: Uma Viagem Musical”,
de Marisa Monte. A música “Notícia”, lançada por Roberto Silva em 1955 e
regravada por Nelson Cavaquinho em 1977, no disco intitulado “Os Quatro
Grandes do Samba”, que ele dividiu com Guilherme de Brito, Candeia e
Elton Medeiros, traz à tona as entranhas de um relacionamento entremeado
por traições e amadurecimento.
“Escurinho” (1955) – Geraldo Pereira
A
última música de Geraldo Pereira, lançada em 1955, na voz do “padrinho”
– assim ele o chamava – Ciro Monteiro, representa em síntese o universo
primordial do compositor, com a batida descompassada e, a princípio mal
compreendida, que ele confraternizou com o samba e a bossa nova.
Naquele ano, rezaria a lenda propagada, entre outros, pelo próprio autor
do ato, Geraldo seria abatido com um soco pelo capoeirista pernambucano
João Francisco dos Santos, o Madame Satã, morrendo aos 37 anos. No
entanto, há quem discorde dessa afirmação, e diga que a causa da morte
foram os problemas intestinais que Geraldo sempre carregou, agravados
pela bebida e pelo soco. Sobre isso, não há pareceres definitivos nem
que estabeleçam o fim de todas as dúvidas, mas o legado de Geraldo
Pereira, esse sim, é inquestionável, basta uma ouvida de canto de orelha
em “Escurinho” – companheiro da “Escurinha”, também criada por ele –
gravado com maestria por Roberto Silva, somente para uma pequena ideia
do que se costuma falar a respeito do inventivo compositor, tanto
desordeiro quanto talentoso.
Todo reinado precisa de um príncipe. No Brasil, terra do samba, o
escolhido foi Roberto Silva. Nascido há um século, ele recebeu o título
de “Príncipe do Samba” diretamente das mãos de Carlos José, locutor da
Rádio Tupi, no Rio de Janeiro, no começo da década de 1940, quando dava
os primeiros passos na carreira, iniciada em sua cidade natal.
Filho
de dinastia nobre, herdeiro direto da linhagem de Ciro Monteiro e
Orlando Silva, o cantor aprendeu desde cedo a desdobrar o ritmo e
salientar a intenção dos versos em falas bem costuradas e repiques na
medida exata para sua voz. Admirado por Paulinho da Viola, Zeca
Pagodinho e Caetano Veloso, Roberto morreu em 2012, aos 92 anos. Em
2008, ele reviveu seu grande sucesso, “Falsa Baiana”, em um dueto com
Roberta Sá.
Do
morro do Cantagalo, Roberto partiu ainda jovem, aos 18 anos, para as
estações de rádio que alcançavam todo o país e, em 1961, teve a ousadia
de lançar “Jornal da Morte”, crônica musical de Miguel Gustavo, que
dizia: “Tresloucada, seminua/ Jogou-se do oitavo andar/ Porque o noivo
não comprava/ Maconha pra ela fumar”. Integrante da histórica série de
quatro LP’s “Descendo o Morro” (1958-1961), a música foi censurada.
No
ano 2000, o grupo Nação Zumbi a regravou. Abaixo, selecionamos 10
sucessos de Roberto Silva, que o crítico e comentarista esportivo
Alberto Helena Júnior assim definiu: “Discreto, um tanto sisudo, sua voz
desliza numa implausível frequência entre a síncope maliciosa de Ciro
Monteiro e o romântico veludo de Orlando Silva”.
“Seu Libório” (1935) – Alberto Ribeiro e Braguinha
Nascido
no bairro da Cidade Nova, no Rio de Janeiro, Alberto Ribeiro iniciou a
carreira compondo músicas para o bloco carnavalesco “Só de Tanga”, do
qual participava. Formado em medicina e especializado em homeopatia, ele
conheceu, em 1935, João de Barro, o Braguinha, arquiteto que também
tinha pretensões musicais. Juntos, eles musicaram o filme “Alô, Alô,
Brasil”. Já como parceiros inseparáveis, compuseram, no mesmo ano “Seu
Libório”, choro bem-humorado que seria lançado pelo cantor Vassourinha
(1923-1942) em 1941. A letra, maliciosa, conta a história de Seu
Libório, protagonista da canção que tem três vizinhas. Com a morte
precoce de Vassourinha, aos 19 anos, a música foi resgatada por Roberto
Silva em 1958 e ganhou a sua versão definitiva.
“A Mulher Que Eu Gosto” (1941) – Wilson Batista e Ciro de Souza
Ao
lado de Ciro Monteiro, Roberto Silva foi um dos sucessores do estilo de
cantar samba sincopado, com rica divisão rítmica, lançada anteriormente
por Luís Barbosa e Vassourinha, embora seu fraseado lembrasse o de
Orlando Silva, seu cantor e modelo preferido. Por conta disso, um dos
compositores mais regravados por Roberto Silva foi, justamente, o
sambista Wilson Batista, de quem deu voz a sucessos como “Mãe Solteira”,
“Emília”, “O Bonde São Januário”, “Oh! Seu Oscar”, “Preconceito”, entre
outros. Em 1985, com a cantora Joyce, dedicou um álbum inteiro a
Wilson, intitulado “Wilson Batista: O Samba Foi Sua Glória”. Na esteira
dessa admiração, deu a sua versão para a “A Mulher Que Eu Gosto”, em
1958, samba lançado por Ciro Monteiro no ano de 1941.
“Emília” (1942) – Wilson Batista e Haroldo Lobo
No
afamado Café Nice, Wilson Batista conheceu Erasmo Silva, com quem
arquitetou um conjunto com as presenças de Lauro Paiva ao piano e de
Roberto Moreno na percussão. Com a desfeita do grupo, permaneceram
somente os dois primeiros, que passaram a se intitular “Dupla Verde e
Amarelo”, participando, inclusive, de espetáculos na Argentina, Porto
Alegre e com apresentações frequentes em São Paulo. Tempos depois,
Wilson Batista escreveu com Haroldo Lobo uma música que versava sobre
união desejosa de soberania. Um oportuno “café preparado” simbolizava a
perfeição exaltada. Lançada por Vassourinha em 1942, foi regravada por
Roberto Silva, com sucesso semelhante. Se encontrasse “Emília”, Wilson,
certamente, cairia de amor a seus pés.
“Falsa Baiana” (1944) – Geraldo Pereira
Geraldo
Pereira já perseguia o sucesso há algum tempo quando seu samba estourou
na praça, em 1944. O começo da história data de um carnaval em que
Geraldo estava no Café Nice, um dos seus pontos prediletos, e viu
adentrar o recinto a esposa do compositor Roberto Martins, toda
fantasiada de baiana e com uma desanimação de dar dó, ao que ouviu a
fala do marido: “Olha aí a falsa baiana”. Prontamente, Geraldo começou a
matutar em sua cabeça o novo samba sincopado. Ao cantá-lo para Roberto
Paiva embolando as letras, já alto depois de umas e outras, recebeu um
não do cantor, que se surpreendeu positivamente ao ouvir a música na voz
de Ciro Monteiro ecoar nas rádios. A baiana de Geraldo Pereira deixou a
mocidade louca! A música foi regravada na década de 70 por nomes como
Gal Costa e Roberto Silva, repetindo o êxito que a consagrou.
“Pisei num Despacho” (1947) – Geraldo Pereira e Elpídio Viana
Geraldo
Pereira deixou o morro de Mangueira depois de conflitos com seu irmão
Mané, importante e temido na região por acumular os cargos de dono de
tenda e funcionário da Central do Brasil, o que lhe garantia alto
poderio econômico. Antes de deixar o morro, ele conheceu Cartola e
Carlos Cachaça, que fundaram posteriormente a escola de samba mais
famosa do local, e teve aulas de violão com Aluísio Dias e Alfredo
Português, padrasto de Nelson Sargento. No ano de 1947, ele já
desfrutava de certa imponência no meio do samba por conta de gravações
recentes que obtiveram alta cota no gosto popular. Nesse mesmo ano,
lançou outra delas, que versava sobre os infortúnios de um sujeito que
atribuía tudo isso ao fato de ter “pisado num despacho”. Geraldo falava
na música sobre a gafieira, um dos ritmos que o ajudaram a inventar o
“samba de teleco-teco.” A música foi lançada por Ciro Monteiro e recebeu
regravações primorosas de Roberto Silva, Jackson do Pandeiro e Zeca
Pagodinho.
“Normélia” (1949) – Norberto Martins e Raimundo Olavo
Aos
18 anos, Roberto Silva tentou a sorte no meio artístico pela primeira
vez, quando estreou no programa “Canta Moçada”, da Rádio Guanabara, no
Rio. Dois anos depois, graças à ajuda dos compositores Evaldo Rui e
Haroldo Barbosa, passou pelas rádios Mauá e Nacional, na época a
principal emissora do país. Nessa época, teve a oportunidade de gravar o
seu primeiro disco de 78 rotações, com “O Errado Sou Eu” no lado A e
“Ele É Esquisito” no lado B. A convite de Paulo Gracindo, passou a
integrar o elenco da Rádio Tupi e estourou de vez. Primeiro, com “Mandei
Fazer um Patuá”, de Norberto Martins e Raimundo Olavo e, depois, com
“Normélia”, da mesma dupla, onde, de acordo com o jornalista Alberto
Helena Júnior, o músico “brinca com as modulações no estilo que seria
sua marca inconfundível”.
“Exaltação a Tiradentes” (1949) – Mano Décio da Viola, Estanislau Silva e Penteado
“Exaltação
a Tiradentes” nasceu de um sonho do sambista Mano Décio da Viola, que
agregou, aos versos recebidos durante a noite, outros propostos por
Estanislau Silva e Penteado. Antes da consagração, Décio e Silas de
Oliveira haviam oferecido três sambas com o mesmo tema para a Escola de
Samba do Império Serrano. Passada a frustração, a música foi cantada na
avenida em 1949, mas só chegou ao disco em 1955, na gravação de Roberto
Silva. Outros intérpretes não menos tarimbados a registraram
posteriormente, dentre os quais Jorge Goulart com seu vozeirão e a
irrepreensível Elis Regina, além de Maria Creuza, Cauby Peixoto e Mestre
Marçal. Pioneiro, como o seu inspirador, é considerado o primeiro
samba-enredo a ultrapassar os limites carnavalescos.
“Degraus da Vida” (1950) – Nelson Cavaquinho, César Brasil e Antonio Braga
A
boemia e o samba foram uma opção de vida do compositor Nelson
Cavaquinho, que tirou da boca do pai doente a inspiração para compor
“Degraus da Vida”, ao ouvi-lo dizer: “Sei que estou no último quartel da
vida.” Nelson trocou a palavra “quartel” por “degrau”, e teve a música
chorosa lançada por Roberto Silva, em 1950, e relançada pelo mesmo
Roberto em 1961, com igual êxito. A parceria ainda rendeu a Nelson
Cavaquinho cerca de cem mil réis, ao incluir os nomes dos desconhecidos
César Brasil e Antonio Braga na autoria da canção, como forma de acertar
suas contas com os “parceiros”. É que Nelson subia regularmente os
degraus do hotel de César, que nunca escreveu um verso ou tocou uma nota
musical na vida.
“Notícia” (1955) – Nelson Cavaquinho, Alcides Caminha e Norival Bahia
Nelson
Cavaquinho era uma figura complexa, capaz de criar sambas de contenção
religiosa em meio a pileques e orgia. “Notícia”, por exemplo é mais uma
parceria sua com o obscuro Carlos Zéfiro, que assina sob o pseudônimo
Alcides Caminha, além de Norival Bahia. Para quem não liga o nome à
pessoa, Carlos Zéfiro é o autor de quadrinhos eróticos que, entre as
décadas de 1950 e 1970, ficaram conhecidas como “catecismo”. Em 1996,
Zéfiro ilustrou o encarte do álbum “Barulhinho Bom: Uma Viagem Musical”,
de Marisa Monte. A música “Notícia”, lançada por Roberto Silva em 1955 e
regravada por Nelson Cavaquinho em 1977, no disco intitulado “Os Quatro
Grandes do Samba”, que ele dividiu com Guilherme de Brito, Candeia e
Elton Medeiros, traz à tona as entranhas de um relacionamento entremeado
por traições e amadurecimento.
“Escurinho” (1955) – Geraldo Pereira
A
última música de Geraldo Pereira, lançada em 1955, na voz do “padrinho”
– assim ele o chamava – Ciro Monteiro, representa em síntese o universo
primordial do compositor, com a batida descompassada e, a princípio mal
compreendida, que ele confraternizou com o samba e a bossa nova.
Naquele ano, rezaria a lenda propagada, entre outros, pelo próprio autor
do ato, Geraldo seria abatido com um soco pelo capoeirista pernambucano
João Francisco dos Santos, o Madame Satã, morrendo aos 37 anos. No
entanto, há quem discorde dessa afirmação, e diga que a causa da morte
foram os problemas intestinais que Geraldo sempre carregou, agravados
pela bebida e pelo soco. Sobre isso, não há pareceres definitivos nem
que estabeleçam o fim de todas as dúvidas, mas o legado de Geraldo
Pereira, esse sim, é inquestionável, basta uma ouvida de canto de orelha
em “Escurinho” – companheiro da “Escurinha”, também criada por ele –
gravado com maestria por Roberto Silva, somente para uma pequena ideia
do que se costuma falar a respeito do inventivo compositor, tanto
desordeiro quanto talentoso.