A MULHER , O CARNAVAL E O BRASIL
O Carnaval
De longe e muito longe não é hoje o carnaval
como o de antigamente, quando naquela época era o carnaval uma manifestação
popular dos populares, uma manifestação espontânea e pueril dos não
populares , uma festa de responsabilidade administrativa dos gestores e dos
organizadores, o carnaval era dos amantes, dos sonhadores, das crianças,
dos velhos, dos palhaços, dos tristes, dos alegres, dos homens, das mulheres,
do sol , da lua , dos índios, dos transviados, dos cabeludos e dos inocentes.
Hoje o carnaval é uma vitrine para os
políticos lançarem e sedimentarem os seus nomes para cargos eletivos
futuros com o erário publico, é o carnaval a maior peça publicitária para o
mal, onde escancara e incentiva o consumo do álcool em todas as idades ,e
em todos os recantos da nação .
Os mentores expõem as suas peças
publicitárias em todos os portais visíveis, nas telas das
televisões, nas paginas dos jornais, nas ruas e nos nichos
receptores dos foliões de posses, os aeroportos e os hotéis numa
verdadeira enxurrada de desinformação, destruindo todos os ensinamentos postos
pelos pais e pelos professores durante o ano que antecede a momesca festa por
puro interesse de poder político, econômico e de
dominação de castas.
Agora o mais grave é a exposição
demasiada da mulher a transformado numa mercadoria, principalmente as mais bem
dotadas de corpo, bumbuM, coxas, cintura , seios
artificiais , as plásticas esculturais e as
mulheres midiáticas , estas com os seus nus precisam de
eternas sessões de manutenção, para as quais existem os
mantenedores, são maquiadas e transformadas em estrelas
inatingíveis com a finalidade de se replicarem em
milhares de adolescentes imaturas em todas as classes sociais, principalmente
nas camadas mais baixas, utilizadas como mercadorias depois de
ensopadas de álcool etílico e das frenéticas músicas
enxertadas de coreografias obscenas, são geralmente
matérias de consumo.
É este carnaval onde os homens se manifestam,
se vestem de mulheres e num crescente vão caricaturando os seus
desejos , suas vontades e os seus gestos, é neste carnaval que
mergulhados no som, na multidão e na liberdade os seres humanos
manifestam as suas preferências sexuais, os homens e as mulheres
se beijam, se entrelaçam, se expõem e se revelam ao público como a
comunicar as suas preferência embutidas até aquela data, é no carnaval
onde se descobrem as suas diretrizes, que desinibidas
circulam pelo mundo de cada um.
O carnaval passou a ser a gaiola dos loucos,
dos inibidos, dos enrustidos, dos políticos, dos grandes que
sabem armar arapucas para aprisionarem um povo
inofensivo e inocente.
O carnaval deixou de ser a maior festa
popular criada para extravasar as mágoas, a solidão, o sofrimento e o
sentimento de desigualdade social, passando a ser um poderoso instrumento de
criador de famosos, de ricos, de mandantes políticos e de
musas(os) de areia , de gelo ou de fumaça que servem de formas para
o fabrico de uma juventude frágil, superficial e mais distante da realidade do
torrão em que vive.
O carnaval precisa voltar a ser carnaval ,
não precisa ser arcaico, melancólico, saudoso e nem depressivo.
O carnaval precisa e deve voltar a
ser apenas um carnaval.
Alegria, alegria , alegria , jamais
uma fabrica de loucos, privatizado e excludente.
Viva o Carnaval , viva a maior festa
popular deste país e vamos valorizar a mulher brasileira.
Iderval
Reginaldo Tenório