quarta-feira, 10 de agosto de 2011

PADRE IBIAPINA


HISTÓRIA

O CEARÁ NÃO É CONHECIDO APENAS PELO PADRE CÍCERO, ANTES SURGIU UM HOMEM QUE NA PRIMEIRA INSTÂNCIA ERA ADVOGADO E DE MUITAS POSSES ABDICANDO DE TUDO PARA PEREGRINAR PELO NORDESTE BRASILEIRO PREGANDO A DEMOCRACIA,A CIDADANIA E O DIREITO A VIDA.  PADRE IBIAPINA, NESTE BLOG PUBLÍ9CO A SUA VIDA QUE ACHO MUITO IMPORTANTE QUE O BRASILEIRO CONHEÇA. O PADRE IBIAPINA HOJE EM PROCESSO  DE BEATIFICAÇÃO.







´APÓSTOLO DO NORDESTE´

Missão de Pe. Ibiapina no Cariri faz 145 anos

Publicado em 3 de janeiro de 2010

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Religioso fez três visitas ao Cariri, atuando na reforma de igreja e construção das Casas de Caridade
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Casas de Caridade eram destinadas a moças pobres. Elas eram educadas para a fé e o exercício dos trabalhos domésticos
A data até o momento passou despercebida na região. Atuação do Padre Ibiapina no Cariri influenciou Padre Cícero
Crato O ano de 2009 termina sem nenhuma comemoração dos 145 anos do início da ação missionária do Padre Mestre Ibiapina em terras caririenses. Uma data que, até o momento, passou despercebida, apesar dele ter deixado uma extensa obra social na região do Cariri, entre as quais a construção de casas de caridade, cemitérios, igrejas, açudes e barragens. Atualmente, o processo de canonização de padre Ibiapina encontra-se na Congregação das Causas dos Santos, no Vaticano.

Padre Ibiapina já é oficialmente reconhecido como Servo de Deus, após o documento "Nihil Obstat" da Santa Sé, emitido a 18 de fevereiro de 1992. No último dia 17 de setembro, por ocasião da visita "ad limina", os 22 bispos do Regional Nordeste 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que abrange os Estados de Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte), tendo à frente o arcebispo de Maceió, Dom Antônio Muniz Fernandes, solicitaram celeridade no processo de canonização do Apóstolo do Nordeste.

Esquecimento

"Infelizmente, não costumamos cultivar nossa memória", lamenta o professor de História da Universidade Regional do Cariri (Urca), Océlio Teixeira. O pesquisador também considera que "Padre Ibiapina, com certeza, foi o maior cearense do século XIX".

Numa época em que a Igreja Católica vivia atrelada ao Estado imperial e o clero, por sua vez, vivia longe do povo, Padre Ibiapina deu curso a um novo modelo e, conforme escreve José Comblim, rompeu "radicalmente com essa estrutura eclesiástica tradicional. Na idade em que muitos sacerdotes já pensam no seu estabelecimento definitivo, numa função sedentária que lhe permita economizar as energias declinantes, Ibiapina escolhe a vida itinerante no interior".

O assessor da Cáritas Diocesana, Alex Josberto Andrade Sampaio, a quem cabe a animação das ações sociais da Diocese do Crato, informou que as comemorações da atuação do Padre Ibiapina na região foram transferidas para o mês de novembro. Ele diz que o Padre Ibiapina é fonte do trabalho pastoral da Diocese.

Visitas

O trabalho missionário do Padre Ibiapina, também conhecido como "apóstolo do Nordeste" na região do Cariri teve início em 14 de outubro de 1864, na então vila de Missão Velha, estendendo-se até o início de fevereiro do ano seguinte. Durante esse período ele visitou, além de Missão Velha, a vila de Barbalha e o povoado de Conceição do Cariri, hoje município de Porteiras.

Como principal obra dessa primeira visita à região, Padre Ibiapina inaugurou, em 2 de fevereiro de 1865, a Casa de Caridade da vila de Missão Velha. A ideia de base das Casas de Caridade fundadas pelo religioso por todo o Nordeste era o acolhimento das pequenas órfãs. Ali as meninas receberiam uma educação completa e seriam preparadas para serem boas esposas e mães de família.

A educação nestas casas era tão boa, a cargo das irmãs que ficaram conhecidas por beatas, que muitas famílias pediram para que suas filhas pudessem participar da formação. Nas Casas de Caridade havia também a "roda de enjeitados" pela qual se recebiam as crianças cujas mães não tinham condições para criá-las.

Influência

Desse ato de inauguração da Casa de Caridade de Missão Velha participou o cratense Cícero Romão Batista, à época um jovem de cerca de vinte anos de idade, que segundo os mais diversos estudiosos foi fortemente influenciado pela pregação do Padre Ibiapina e pelo seu exemplo de serviço ao povo pobre e humilde do Cariri. Cícero viria a se tornar um dos líderes religiosos mais importantes da região, fazendo da cidade que fundou, Juazeiro do Norte, um polo de peregrinação.

A segunda visita à região ocorreu no período de maio de 1868 a agosto de 1869, passando mais de um ano na região. Nessa etapa, ele visitou Missão Velha, Barbalha, Caldas (vila de Barbalha), Crato, Goianinha (atual distrito de Jamacaru), Jardim, Porteiras, Milagres, Brejo Santo e Vila de São Pedro (atualmente Abaiara). As principais ações foram a construção de capelas, recuperação de igrejas e três Casas da Caridade.

A terceira e última visita do religioso ao Cariri ocorreu no período de 9 de fevereiro de 1870 a 25 de abril do mesmo ano. Visitou as Casas de Caridade implantadas na região. Depois dessa data, Ibiapina não realizou mais missões no Ceará. O padre peregrino continuou seu trabalho missionário até 1876, quando foi acometido por uma doença que o deixou paralítico, não podendo se locomover sozinho. Passou a residir na Casa de Caridade de Santa Fé, na Paraíba. Nessa Casa, ele viveu mais sete anos, participando ativamente da vida da comunidade. Faleceu no dia 19 de fevereiro de 1883.
BIOGRAFIA
Religioso optou pela vida missionária

Crato José Antônio Pereira Ibiapina nasceu em 5 de agosto de 1806, na Vila de Sobral. Era o terceiro filho do casal Francisco Miguel Pereira e Teresa Maria de Jesus. Em 1816, sua família se transfere para a vila de Icó e Ibiapina é matriculado na escola do professor José Felipe. Nessa vila seu pai trabalhou como tabelião público, sendo convidado em 1919 para ocupar o mesmo cargo na recém-criada Comarca do Crato. Em Crato, Ibiapina teve aulas com o José Manuel Felipe Gonçalves.

Diante das agitações políticas após a Revolução Pernambucana de 1817, que teve na vila de Crato um de seus pilares no Ceará, o pai de Ibiapina, em 1820, resolve enviar o filho para a recém-criada vila de Jardim para estudar com o latinista Joaquim Teotônio Sobreira de Melo. Em 1823, toda a família se transfere para Fortaleza. Nesse ano morre sua mãe e Ibiapina ingressa no Seminário de Olinda, onde permaneceu por um curto período.

Em Fortaleza seu pai e seu irmão mais velho, Alexandre, se envolveram na Confederação do Equador. O pai foi fuzilado em 1825, e o irmão, preso em Fernando de Noronha, onde morreu pouco tempo depois. Ibiapina, que voltara ao Ceará no inicio de 1824, teve que assumir e manter financeiramente a família. Segundo o estudioso padre Francisco Sadoc de Araújo, foi nessa época que adotou o sobrenome Ibiapina, uma homenagem do pai à povoação de São Pedro de Ibiapina, como também fizeram outros confederados a fim de homenagear topônimos regionais.

Em 1828, Ibiapina retorna ao Seminário de Olinda para continuar os estudos. No entanto, permanece apenas seis meses. Após o seminário, Ibiapina ingressou no Curso de Direito do Recife, concluindo em 1832. No ano seguinte, Ibiapina exerce o cargo de professor substituto de Direito Natural na Faculdade de Olinda, foi eleito Deputado Geral e nomeado, em dezembro, Juiz de Direito da Comarca de Campo Maior (hoje Quixeramobim) do Ceará.

Concluídos os trabalhos legislativos, em 1837, Ibiapina voltou para o Recife e resolve exercer a advocacia. No entanto, ele passa a exercer efetivamente a profissão na Paraíba. Em 1840 volta ao Recife e continua a exercer a advocacia. A partir de 1850, no entanto, Ibiapina resolve abandonar seus trabalhos forenses e inicia um período dedicado à meditação e exercícios de piedade.

Após três anos de meditação e reflexão, Ibiapina decide-se pelo sacerdócio. Nesse sentido, em 12 de julho de 1853, aos 47 anos de idade, ele se tona Padre Ibiapina. Logo após sua ordenação, o Bispo Dom João da Purificação o nomeia Vigário Geral e Provedor do Bispado, e professor de Eloquência do Seminário de Olinda, mas opta pela vida missionária.

Padre Ibiapina começou então seu trabalho missionário pelo Interior do Nordeste. Até sua morte, em 13 de fevereiro de 1883, ele peregrinou por Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte, Piauí e Paraíba. Em cada lugar ele pregava, orientava, promovia reconciliações, construía açudes, igrejas, cemitérios, cacimbas, dentre outras tantas obras.

Em diversas vilas construiu Casas de Caridade, destinadas a moças pobres. Elas eram educadas para a fé, o exercício dos trabalhos domésticos e para o casamento. No Ceará ele esteve entre 1862 a 1870. Primeiro na região norte, na vila de Sobral e adjacências. Depois no Cariri, sul da província.

MAIS INFORMAÇÕES Cúria Diocesana
Rua Teófilo Siqueira, 631
(88) 3521.1110
Fax: (88) 3523.7819.

Antônio Vicelmo
Repórter

terça-feira, 9 de agosto de 2011

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CARIRI

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CARIRI -

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CARIRI

-JUAZEIRO.CRATO E BARBALHA SUL DO CEARÁ

A PRESIDENTE DILMA ABRIRÁ NOVAS UNIVERSIDADES FEDERAIS, UMA DELAS NO CARIRI,JUAZEIRO,CRATO E BARBALHA EM CHAMAS DE MÃOS DADAS LUTANDO PELA MESMA CAUSA -AGENCIA O GLOBO DE NOTICIAS
BRASÍLIA -
 
A presidente Dilma Rousseff anuncia, nos próximos dias, a criação de novas universidades federais. O Ministério da Educação (MEC) está finalizando a proposta, que detalhará o valor global do investimento e a localização das instituições. Em conversas com reitores, o ministro Fernando Haddad já teria mencionado a intenção de erguer pelo menos quatro novas universidades, mas o número pode ser ligeiramente maior.
A expansão da rede federal de ensino superior foi precedida de um levantamento, em todo país, da oferta de vagas em faculdades públicas. Esse número foi comparado com o tamanho da população. Pará, Ceará e Bahia estão entre os estados que deverão ser escolhidos para sediar as novas universidades. Santa Catarina é outro que pode aparecer na lista.
O MEC informa que a proposta está em fase de elaboração, mas não fornece detalhes. No ministério, fala-se que o anúncio das novas instituções deverá ocorrer no próximo dia 16. Além de criar universidades, o governo deverá lançar novos campi em instituições já existentes. A expansão dará continuidade ao projeto iniciado no governo Lula, que criou 14 universidades - algumas delas a partir de desmembramentos ou da federalização de instituições já existentes.
O vice-presidente da Associação Nacional de Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Alvaro Prata, diz que a ampliação da rede federal está em estudo no MEC. Segundo ele, o ministro já conversou com diferentes reitores:
- O governo tem uma proposta de seguir a expansão das universidades. E está se baseando no número de alunos, na oferta de instituições públicas e federais por habitante - conta Prata, que é reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
O mapeamento da oferta pública, segundo ele, identificou que há a necessidade de uma nova federal em Santa Catarina: precisamente em Blumenau, no Vale do Itajaí. Prata diz que foi sondado pelo ministério para saber se a UFSC teria condições de abrir um novo campus na região. Segundo o reitor, porém, a universidade está empenhada em consolidar três campi já em funcionamento, além da sede em Florianópolis. Por isso, não teria como bancar mais um.
O vice-presidente da Andifes defende tanto a criação de novas universidades quanto a liberação de mais verbas para as atuais 59 instituições federais em funcionamento:
- Entendemos que a expansão das universidades não está terminada. É preciso dar sequência a esse projeto. As universidades existentes precisam ter condições de consolidar a expansão

sábado, 6 de agosto de 2011

AMIGOS QUE ACESSAM ESTE BLOG ,DAREI AOS AMIGOS A OPORTUNIDADE DE CONHECER E VIVER UMA DAS MAIS BONITAS PÁGINA QUE ACESSEI NA INTERNET E QUE VIVO DIARIAMENTE, NÃO CONSIGO DORMIR SEM  VISITÁ-LO.


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Ideval ReginaldoTenório

IVONE LARA

 

DONA IVONE LARA UMA DAS MAIORES ARTISTAS DO PAIS ,UMA NEGRA QUE SOUBE E SABE SE IMPOR , UMA BALUARTE DA MUSICA BRASILEIRA,CONSIREDARADA  A MAIOR REPRESENTANTE DO BRASIL EM MUSICALIDADE.


NÃO DEIXE A CULTURA  DE FORA APAGAR A SUA ,NÃO DEIXE SE ENGANAR PELO BESTEROL ESTRANGEIRO.  EU REPITO  DONA IVONE LARA- VÁ AO YOUTUBE E CONHEÇA ESTA HEROINA DO BRASIL.  IDERVAL REGINALDO TENÓRIO

 

Dona Ivone Lara, Uma Biografia

Tenho discutido como avaliar uma produção cultural que não seja violentada pela indústria cultural e agora chegou um momento de deixar isso mais claro. Saiu a biografia da Dona Ivone Lara escrita pela antropóloga Mila Burns. Uma biografia honesta dá elementos de como se constroi uma produção artística e quais as circunstancias que contribuiram para essa produção. Escrito por uma antropóloga a observação sobre a produção tem outros elementos desprezados tradicionalmente em biografias e que ajuda a entender como o meio em que o biografado vive influenciou na sua criação. O livro é cheio de surpresas. Uma delas é que Dona Ivone Lara não se encaixa em nenhum dos tipos mais conhecidos desse universo . Não é "tia", não é passista, tampouco é musa inspiradora. Ela simplesmente compõe e canta como fazem todos os homens. É isso que confere a Dona Ivone Lara sua genialidade. Imagine mulher negra, pobre que faz samba e samba de altíssima qualidade. Suas composições eram foram presentados a roda de samba no Império Serrano pelo seu primo Fuleiro como sendo dele. Quando foi revelado que a autora desses sambas era a Dona Ivone foi imediatamente integrada a ala de compositores da escola. Embora seu pai fosse musico e sua casa tinha musica toda hora sua qualidade musical extrapola a esse genêro de musica. Essa outra qualidade musical vem de quando orfã aos 12 anos aprendeu musica com Dona Lucilia, mulher do maestro Villa- Lobos. Ela foi considerada a melhor voz da escola Orsina da Fonseca onde ficou internada. Outra professora que foi importante na sua formação musical foi Zaíra de Oliveira, cantora e mulher do compositor Donga. Alternando entre a musica de concerto e musica popular Dona Ivone Lara foi construindo seu gosto musical. Lembrando que quando pequena ouvia sambas e choros em sua casa deu a ela uma capacidade de desenvolver ritmos. Ela cria ritmos em sua cabeça e para as letras ela convida parceiros. Como ela mesmo diz "não gosto de letra, não. Deixo para os meus parceiros". Dona Ivone Lara só teve chance de aparecer e mostrar sua genialidade num momento muito específico nos 60 quando o bonito era a diferença. Há outras considerações a serem feitas mas isso vai ficar para uma outra vez.



Divulgação
Quando Dona Ivone Lara sobe ao palco os aplausos e os olhares são de reverência. Os últimos 60 anos de nossa música popular cantam. Na sua voz ecoam as origens do carnaval e da Império Serrano e 30 anos trabalhando em um instituto psiquiátrico. Em seus sambas também soam as melodias da exceção.  Como uma mulher, negra e pobre pode alcançar o sucesso como cantora e compositora depois dos 50 anos de idade? Essa é a pergunta que o livro Nasci para sonhar e cantar, de Mila Burns, tenta responder.

Segundo a autora, as pistas estão na trajetória de sua vida e nas transformações sociais que o país sofreu nos últimos 70 anos. É quase aquela história de estar no lugar certo na hora certa. Mas no caso de Dona Ivone é de sempre estar ali, ao lado de grandes sambistas e vivenciar uma difícil escolha: o samba ou a segurança econômica. Durante quase trinta anos fez ou foi forçada a aceitar a segunda opção.

Quando criança ouvia Pixinguinha e Jacob do Bandolim tocarem na casa de seu tio Dionísio, um ótimo violonista de 7 cordas. Aos 12 anos foi para um internato para moças onde teve aulas teóricas e de canto com Lucília Villa-Lobos, esposa do maestro. Nessa época nasce Tiê-tiê, sua primeira composição, que até hoje integra seu repertório nos shows. Casou-se com Oscar, filho de Dona Iaiá e Alfredo Costa, fundadores da Prazeres da Serrinha, uma das primeiras escolas de samba do Rio, e que deu origem a Império Serrano.

Nascida em abril de 1921, ficou órfã aos 12.  Desde muito cedo sabia que teria que buscar sua independência, guiar seu próprio destino. Ao sair do internato aos 18 anos, foi morar em Madureira com o tio. Anos depois começa a trabalhar no Centro Psiquiátrico Nacional Pedro II, no Engenho de Dentro – lugar onde se aposentaria 30 anos mais tarde. Lá conviveu com Nise da Silveira, que revolucionou o tratamento psiquiátrico ao introduzir as artes no cotidiano dos pacientes.

Boa parte dessas três décadas ela continuou compondo em segredo. Como é até hoje, o machismo dominava a ala de compositores das rodas e escolas de samba. Mulher só podia cantar. Com suas músicas entaladas na garganta, ela fez um acordo com um de seus primos mais velhos, Mestre Fuleiro, um dos grandes bambas da história da Império Serrano. Ele levaria as composições de Dona Ivone para as rodas e diria que eram dele. Resultado: um grande sucesso. “Não sentia raiva do preconceito, dava orgulho de ver que o povo gostava” lembra a cantora.

O livro relata os mundos de Dona Ivone: dona de casa, mãe de dois filhos, esposa e assistente social. A sambista, só nas folgas e nas férias, que tirava religiosamente no Carnaval para ficar o mais próximo possível da escola. Tudo mudou em 1965, quando pela primeira vez na história uma mulher assinou um samba enredo. Ao lado de Silas de Oliveira e Bacalhau, compôs Os Cinco Bailes da História do Rio para a Império Serrano. A partir daí, definitivamente nasce a cantora e a compositora.

Somente em 1970, grava seu primeiro disco “Sambão 70” com Clementina de Jesus e Roberto Ribeiro, pelas mãos de Oswaldo Sargentelli. Foi ele quem batizou seu nome artístico. Em 1977, aposenta-se e definitivamente se dedica a carreira musical. Um ano mais tarde, chega o reconhecimento nacional com a gravação de “Sonho Meu” por Maria Betânia e Gal Costa.  Depois disso, foram dez anos de sucesso, com quase um disco por ano chegando às lojas.

A obra, uma dissertação de mestrado que chega às livrarias sem academicismos,  traça as mudanças culturais do pais, como por exemplo a imagem do samba. Perseguido na primeira década do século passado, passa a ícone da cultura nacional na década de 40 e 50. Resumidamente, foi essa aceitação, junto com o talento e a proximidade com as escolas de samba que permitiram a Dona Ivone Lara se transformar em uma de nossas divas, uma das maiores compositoras do pais. Hoje, nos shows como no livro, o público só lhe rende justas homenagens.

HELENA MEIRELES

DONA HELENA MEIRELLES :UMA DAS ARTISTAS PANTANEIRAS DO BRASIL, DOMINOU A VIOLA,A RABECA E O VIOLINO SEM AJUDA OU AULAS, APRENDEU NA UNIVERSIDADE DA VIDA.   NESTE BLOG A SUA BIOGRAFIA RESUMIDA. PARA SE DELICIAR COM OS SEUS VÍDEOS E COM MÚSICAS ,ENTREVISTAS E FILME  RECORRA AO YOUTUBE,.  A FUNÇÃO DESTE BLOG É APENAS INDICAR PARA O BEM DO BRASIL E DO SEU CÉREBRO, NO FUTURO HAVERÁ AGRADECIMENTO A ESTA GRANDE MULHER DESTE IMENSO PAÍS.
IDERVAL REGINALDO TENÓRIO


helena1Instrumentista brasileira nascida na fazenda Jararaca, que ficava na estrada Boiadeira, que liga Campo Grande ao porto 15 do Rio Paraná, divisa com o estado de São Paulo, considerada a melhor violeira do mundo. Filha do boiadeiro paraguaio Ovídio Pereira da Silva e da mato-grossense Ramona Vaz Meirelles, apesar de nascer e crescer em uma época em que a viola era um instrumento proibido às mulheres, seu mundo não existiria sem esse instrumento. Cresceu rodeada de peões, comitivas e violeiros pantaneiros. Aprendeu a tocar sozinha e escondida, fugiu de casa aos 15 anos e teve o primeiro filho aos 17, de seu primeiro marido, com quem teve mais dois e viveu 8 anos. Começou a surpreender desde jovem quando chegava e tocava até de graça em festas, bailes e bares de Mato Grosso do Sul e no interior oeste do Estado de São Paulo. Sua música seguiu os ritmos de sua região, com influências paraguaias, entre eles, chamamé, rasqueado e polca. Reconhecida pelos sul-mato-grossenses como expressão das raízes e da cultura da região, começou a ser divulgada fora de sua região, quando foi apresentada (1980) por Inezita Barroso no seu programa Mutirão, na rádio USP de São Paulo, tocando ao vivo e mostrando seu trabalho. Depois a mesma Inezita apresentou a violeira em seu programa de música caipira Viola, minha viola, na TV Cultura. Depois dessas oportunidades, gravou uma fita, mas não recebeu atenção dos diversos meios de comunicação onde tentou a divulgação. Na década seguinte (1992), teve nova oportunidade ao se apresentar ao lado de Inezita Barroso e da dupla Pena Branca e Xavantinho, no Teatro do Sesc, em São Paulo.
helena2Porém, como muitas vezes acontece, o reconhecimento da violeira veio de fora do Brasil. Tudo começou quando um seu sobrinho enviou para uma revista especializada norte-americana, uma fita com gravações feitas de maneira praticamente amadora. Assim, no ano seguinte, aos 69 anos, a revista estadunidense Guitar Player a escolheu como Instrumentista Revelação do Ano, com o Prêmio Spotlight (1993). Foi um extraordinário prêmio par quem injustamente antes não obtivera o merecido reconhecimento em seu país, talvez por puro preconceito contra sua arte. Desde então passou a ser observada e valorizada por onde passou, tendo inclusive, no mesmo ano participado de um grande show em São Paulo com a dupla Tonico e Tinoco e, nos anos seguintes, gravou vários cd's. Aos 81 anos, esteve internada na Santa Casa de Campo Grande, Estado do Mato Grosso do Sul, por dez dias com pneumonia crônica nos dois pulmões, recebeu alta e, dois dias depois, morreu em casa, vítima de uma parada cárdio-respiratória, tendo seu corpo sido velado no cemitério Parque das Paineiras, na avenida Tamandaré. Ela tocava também bandolim, rebeca e violão, mas foi com a viola que ela consagrou-se e revelou os encantos musicais de uma região de um país musical, dedicando a vida inteira ao som do mato e traduzindo a alma do pantaneiro. Casou uma vez e depois viveu com vários parceiros seguidamente e teve onze filhos.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011



Nióbio, metal que só o Brasil tem mas, os brasileiros não conhecem sua riqueza que está sendo roubada. Acorda Brasil!


Júlio Ferreira
A cada vez mais no dia-a-dia, o tema é abordado em reportagens nas mídias escrita e televisiva, chegando a já ser alarmante. Como é possível que metade da produção brasileira de nióbio seja subfaturada “oficialmente” e enviada ao exterior, configurando assim o crime de descaminho, com todas as investigações apontando de longa data, para o gabinete presidencial?
Como é possível o fato do Brasil ser o único fornecedor mundial de nióbio (98% das jazidas desse metal estão aqui), sem o qual não se fabricam turbinas, naves espaciais, aviões, mísseis, centrais elétricas e super aços; e seu preço para a venda, além de muito baixo, seja fixado pela Inglaterra, que não tem nióbio algum?
EUA, Europa e Japão são 100% dependentes do nióbio brasileiro. Como é possível em não havendo outro fornecedor, que nos sejam atribuídos apenas 55% dessa produção, e os 45% restantes saíndo extra-oficialmente, não sendo assim computados.
Estamos perdendo cerca de14 bilhões de dólares anuais, e vendendo o nosso nióbio na mesma proporção como se a Opep vendesse a 1 dólar o barril de petróleo. Mas petróleo existe em outras fontes, e o nióbio só no Brasil; podendo ser uma outra moeda nossa. Não é uma descalabro alarmante?
O publicitário Marcos Valério, na CPI dos Correios, revelou na TV para todo o Brasil, dizendo: “O dinheiro do mensalão não é nada, o grosso do dinheiro vem do contrabando do nióbio”. E ainda: “O ministro José Dirceu estava negociando com bancos, uma mina de nióbio na Amazônia”.
Ninguém teve coragem de investigar… Ou estarão todos ganhando com isso? Soma-se a esse fato o que foi publicado na Folha de S. Paulo em 2002: “Lula ficou hospedado na casa do dono da CMN (produtora de nióbio) em Araxá-MG, cuja ONG financiou o programa Fome Zero”.
As maiores jazidas mundiais de nióbio estão em Roraima e Amazonas (São Gabriel da Cachoeira e Raposa – Serra do Sol), sendo esse o real motivo da demarcação contínua da reserva, sem a presença do povo brasileiro não-índio para a total liberdade das ONGs internacionais e mineradoras estrangeiras.
Há fortes indícios que a própria Funai esteja envolvida no contrabando do nióbio, usando índios para envio do minério à Guiana Inglesa, e dali aos EUA e Europa. A maior reserva de nióbio do mundo, a do Morro dos Seis Lagos, em São Gabriel da Cachoeira (AM), é conhecida desde os anos 80, mas o governo federal nunca a explorou oficialmente, deixando assim o contrabando fluir livremente, num acordo entre a presidência da República e os países consumidores, oficializando assim o roubo de divisas do Brasil.
Todos viram recentemente Lula em foto oficial, assentado em destaque, ao lado da rainha da Inglaterra. Nação que é a mais beneficiada com a demarcação em Roraima, e a maior intermediária na venda do nióbio brasileiro ao mundo todo. Pelo visto, sua alteza real Elizabeth II demonstra total gratidão para com nossos “traíras” a serviço da Coroa Britânica. Mas, no andar dessa carruagem, esse escândalo está por pouco para estourar, afinal, o segredo sobre o nióbio como moeda de troca, não está resistindo às pressões da mídia esclarecida e patriótica.
Blog do Paulo Nunes.

FALECIDO DR. ENÉAS ALERTA SOBRE A CRISE DO NIÓBIO
 DR IDERVAL REGINALDO TENÓRIO

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CRONICA PARA JUAZEIRO DO NORTE

Um novo olhar - Por Sávia Maria Ferraz Vieira da Cunha


Um novo olhar

    Em minha pequena cidade pairava no ar um forte cheiro de tabaco. Especialmente na época das visitas dos romeiros. Por todas as estreitas ruas e vielas, aglomeravam-se caminhões carregados de pessoas simples, com sandálias de couro, roupas pretas imitando batinas, rostos curtidos pelo sol, andando e falando alto, sempre em grupos, de modo que tínhamos que andar pelos calçamentos tal o aglomerado de gente com sotaques variados. Era uma festa  ter tanta gente em volta e ao mesmo tempo  provocava no íntimo um certo desconforto. Parecia que o calor forte tornava-se mais intenso assim como o forte cheiro de fumo. Andavam sempre em grupos e durante todas as horas. De dia e de noite. Pareciam nunca dormir. Quando sossegavam, armavam suas redes  e iam para  as calçadas, acocorados, tentando livrar-se do calor, consumidos por uma ansiedade  em sentir o clima e o odor da cidade santa. Ficavam em ranchos improvisados, sem nenhuma comodidade   para  os corpos  já cansados das longas horas de viagem. Nem reclamavam!
     Alguns já vinham pagar promessas feitas e alcançadas. Dirigiam-se ao túmulo do Padre Cícero onde até choravam  comovidos e emocionados! Caminhavam com o sol a pino no passeio das almas com a expressão de quem estava prestes a subir aos céus!
 Nas expressões sofridas de gente simples, havia sempre um agradecimento muito formal na maneira de se portar diante de  um simples copo com água concedido, ou de uma informação. Pareciam realmente acreditar que se encontravam na Cidade Santa. Talvez em sua ingenuidade  coletiva acreditassem que nós éramos privilegiados por estarmos ali. Percorriam com ansiedade o velho caminho do horto onde julgavam, com o sacrifício da longa e íngreme caminhada, expiar as suas culpas!
    E nós, simples e complicados adolescentes, observávamos aqueles estranhos seres como se fossem de outro planeta. Chegávamos  a rir das suas roupas, do jeito estranho de se comportarem. Nós nada entendíamos sobre a fé, a esperança e a caridade.
   Ao final da romaria, nos reuníamos na calçada para contarmos o número de caminhões que saíam da cidade. Eles passavam agitando as mãos num sinal de despedida e  correspondíamos aos seus acenos achando tudo muito engraçado. Nem nos passava pela cabeça que quando respondíamos aos seus acenos, eles se sentiam felizes a acolhidos pela cidade. Uma cidade na qual faltava água e talvez fosse esse o motivo do forte cheiro que impregnava o ar.
    Nem suspeitávamos do grandioso sacrifício que eles faziam para chegar  até ali. Para nós, o máximo do sacrifício era acordar cedo e ir à escola.
Em sua fé serena e simples encontravam o consolo para as secas, o salário miserável, seus problemas de saúde e  a ausência do olhar do poder público. Afinal eles eram um público diferenciado. Não representavam votos.
    Hoje, permanece ainda  em minha cidade o forte cheiro de tabaco com  o mesmo velho  e implacável sol. As ruas ainda não se alargaram, as pessoas continuam se apertando para passar. Ainda falta água. Os esgotos escorrem a beira das estreitas calçadas.
Mudou apenas a nossa cabeça. Olhamos diferente e com carinho  para as faces enrugadas pelo sol. Sentimos um respeito  silencioso por todos os que vêm, com uma fé inabalável e a esperança de novos milagres.
     Em mim, o grande milagre foi ter  aprendido a amar essas pessoas tão diferentes, e ter a vontade de acolhê-las e de confortá-las fazendo-as enfim acreditar que os milagres verdadeiramente acontecem sim, em Juazeiro do Norte pois essa é a Cidade Santa   que eles vieram  buscar e a santidade  está pura e simplesmente em nosso novo olhar...

Sávia Maria Ferraz Vieira da Cunha. Assistente social-gerontóloga.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Tombamento deve ser concluído em julho de 2012

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Processo de tombamento da estátua do Padre Cícero foi iniciado. A intervenção realizada recentemente foi algo simples, mas o Iphan alerta que novas têm que ser estudadas
ELIZÂNGELA SANTOS
Técnicos do Iphan e UFC estiveram em Juazeiro para os primeiros levantamentos técnicos do tombamento
O processo de tombamento da estátua do Padre Cícero, na Colina do Horto, poderá ter avanços nos próximos meses. É que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) está fazendo levantamentos de todos os dados necessários para isso ocorrer. Há também a possibilidade de tombamento da Casa dos Milagres, próximo à Capela do Socorro. Há a intenção de que o processo de tombamento esteja concluído até julho do próximo ano, aproveitando o momento da finalização do centenário da cidade de Juazeiro.
Por estar em processo de tombamento não poderão ser feitas intervenções físicas na estátua. No último dia 20, foi realizada reinauguração do monumento de 25 metros, que passou por uma restauração na parte externa. O padre José Venturelli, administrador do Horto, já manifestou a ideia de que seja feita a reforma dentro da estátua e sejam abertas pequenas portas e janelas na parte detrás da estátua e na frente. Além disso, que o interior da estátua sirva de atração turística para os romeiros terem a oportunidade de conhecer por dentro o monumento. São intervenções, conforme o Iphan, que precisam ser bem estudadas do ponto de vista técnico, já que não foi construída com essa finalidade.
Segundo a superintendente do Iphan no Estado, Jussara Teixeira, que há três meses assumiu o órgão, é importante todos os levantamentos, como forma de fundamentar a importância da estátua. Conforme a superintendente, há todo um contexto que envolve as manifestações populares no entorno, destacando a figura do ícone, o Padre Cícero. Técnicos do Iphan e Universidade Federal do Ceará (UFC) estiveram na região para os primeiros levantamentos técnicos. Isso inclui desde dados da estátua a romarias realizadas na cidade.

AuxílioPara Jussara, ainda há poucas informações relacionadas ao Santo Sepulcro e o Museu Vivo Padre Cícero. Sobre esses locais, há apenas levantamentos iniciais. Ela afirma que vem recebendo auxílio significativo de Brasília. "Estamos fazendo essa costura de dados. São fragmentos que vão tornar um conjunto de manifestações", enfatiza. Os dados vão fazer parte do Inventário Nacional de Registro Cultural (INRC), incluindo também outras manifestações.
MAIS INFORMAÇÕES
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan-CE)
Rua Liberato Barroso, 525 - Praça José de Alencar, (85) 3221.6263/322163.60

terça-feira, 2 de agosto de 2011

NELSON DA RABECA- MAIS UM COBRA DO NORDESTE

Nelson da Rabeca e o Segredo das Árvores

Resultado de imagem para NELSON DA RABECA
Seu Nelson e Dona Benedita na casa sonhada
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Marcelo Cabral · Maceió, AL
31/7/2008 · 174 · 14
“Vivi no canavial trabalhando pesado no corte da cana. Com 54 anos, vi um cidadão tocando violino na televisão e fui na mata, cortei a madeira, deixei secar, e quando secou fiz a rabeca, e acertei.” Esta é a história de Nelson dos Santos, o Seu Nelson da Rabeca, como ele é conhecido por todos. Músico e luthier autodidata de 80 anos, sorriso fácil e simplicidade que irradia uma mágica tão incrível quanto sua história com a música.

Em 2008, Nelson da Rabeca lançou seu terceiro CD “O Segredo das Árvores”, com apoio da Petrobras e Ministério da Cultura. São 21 composições da mais autêntica música rural. Neste mesmo ano, lançou também o primeiro DVD, onde o público pode captar toda a beleza e poesia do artista.

Quando Nelson foi apresentado ao público alagoano anos atrás, as pessoas ficaram encantadas com aquele senhor, tão carismático na alegria de tocar seu instrumento, e que vivia um drama enfrentado por tantos alagoanos, a falta de moradia. Em todas as entrevistas, Nelson falava do seu maior sonho “O que eu mais queria era ter uma casa pra receber meus amigos, todas as pessoas que me ajudam”.

Antes de dizer que queria uma casa pra morar, Seu Nelson queria uma casa para receber as pessoas, e conseguiu. Muitos produtores e músicos, entre eles Hermeto Pascoal, fizeram uma grande movimentação em Maceió, doaram seus cachês, promoveram eventos para arrecadar recursos e realizar o sonho da casa de Nelson e sua mulher Dona Benedita. E já vão 8 anos de “felizes para sempre” na nova morada.

Fui visitá-los em sua casa sonhada no centro histórico de Marechal Deodoro. Logo na entrada da cidade, uma grande estátua de Nelson dá as boas vindas aos visitantes. Encontrei o endereço com ajuda de indicações das pessoas nas ruas de Marechal, a rabeca sobre a porta anunciava o ilustre morador. Do lado de fora da casa verde com grandes janelas de madeira, escutei uma melodia, aquele inconfundível timbre do instrumento. “Seu Nelson! Ô de Casa!” gritei. A música parou.

Fui recebido por Dona Benedita, companheira de Nelson na vida e na música, ele toca, ela canta e os dois compõem canções singelas de beleza rara, coisa do amor mesmo. “Ah, por favor, entre, ele está tocando lá dentro, a gente estava ensaiando.” E entrou falando “Nelson, tem um rapaz aqui, ele é jornalista, mas é músico também, olha que bom” e me levou pra dentro, onde eles ensaiavam um xote que Nelson compôs na noite anterior. Escutei em primeira mão. Ele tocava a rabeca e ela o chocalho. Dona Benedita mostrou que é boa percussionista também e não perde o ritmo.

Terminada a música, Nelson olhou pra mim, sorriu e disse “esse é um xote que eu fiz ontem à noite, se chama ‘Da Rabeca’”, e começou a contar sua história.

Depois de construir (ou seria reinventar?) suas rabecas, Nelson começou a tocar. “Eu trabalhava na fazenda durante a semana e no fim de semana tocava pros turistas na Praia do Francês, onde eu ganhava dois tantos a mais que durante a semana, foi lá que comecei a ser divulgado, hoje tenho três discos gravados e já toquei no Brasil todo. Fortaleza, Salvador, São Paulo, Porto Alegre, em todo canto. Hoje sou feliz com minha rabeca. Eu ouvia dizer que cavalo velho não aprende passada, mas aprende. Eu aprendi. Estou com 80 anos e não paro de criar, continuo fazendo música”.

Ele conta que já fez e vendeu mais de cinco mil rabecas “pelo meio do mundo”, e que gosta mais de tocar que de fazer o instrumento, “gosto também, mas tocar é como uma pessoa que dirige um carro. Vai pra onde quer”. Seu filho, Gilson, também começou a tocar e se apresenta na praia do Francês, seguindo os passos do pai.

Nelson participou de duas edições do Circuito Nacional de Música Sonora Brasil, fez algumas turnês, sempre acompanhado de Dona Benedita. A esposa sente saudades de viajar, “é bom demais, nem fale que dá vontade de ir embora de novo, conhecemos tantos lugares e pessoas tão legais”.

Durante a conversa, Nelson contou algumas histórias de suas andanças pelo Brasil afora. “Fui tocar em Porto Alegre com o Zé Gomes (rabequeiro gaúcho), e achei a tocada dele tão bonita que eu disse que se morasse ali ia pegar explicação com ele. Daí ele me disse que uma tocada que nem a minha eu que devia dar explicação. Já o Mestre Salustiano, de Pernambuco, me disse ‘Seu Nelson, se brincar o senhor toca mais que eu’ e olhe que ele toca bonito e com aquela animação toda.” E sorri contente pelo reconhecimento dos colegas.

Aliás, a carreira musical de Nelson é cheia de encontros musicais com figuras do calibre de Hermeto Pascoal, Antonio Nóbrega, o saxofonista norueguês Rolf-Erik Nystrom e o sanfoneiro alagoano Tião Marcolino. “Já teve gente de chorar quando me vê tocando, eu fico muito feliz”, disse Nelson com gratidão.

Durante a cerimônia de tombamento da cidade de Marechal Deodoro como patrimônio histórico nacional, Nelson fez um improviso com o ministro da cultura Gilberto Gil, sobre a experiência ele diz “foi bom que só conhecer ele, não conheço as músicas dele, mas ele é muito gente boa e nos fizemos um repente no palco”. Perguntei que tipo de música ele gosta de ouvir, Nelson disse que “foi música, eu gosto, nasci com isso. No começo, eu tocava Asa Branca do Luiz Gonzaga na praia, e todo mundo gostava, aí depois toquei essa mesma música no Programa do Jô. Na hora Deus me iluminou e eu toquei ela bem bonita”.

Discografia:

Caranguejo Danado

Para os Amigos

O Segredo das Árvores


Os CDs de Nelson podem ser encontrados a venda na Banca Zumbi dos Palmares, Centro de Maceió. Contato com a banca no (82) 9305-5311.

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FAMED-FACULDADE DE MEDICINA


HISTÓRICO-FACULDADE DE MEDICINA SALVADOR BAHIA

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FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
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A transferência do trono português para o Brasil, em 1808, foi um dos acontecimentos mais destacados da história colonial brasileira. O pouco tempo que D. João VI e a família real permaneceram na Bahia, um mês e dois dias, foi o suficiente para que se registrassem alguns fatos de relevância nacional.

Após abrir os portos do Brasil às nações amigas de Portugal, D. João VI assinou, em 18 de fevereiro de 1808, o documento que mandou criar a Escola de Cirurgia da Bahia, no antigo Hospital Real Militar da Cidade do Salvador, que ocupava o prédio do Colégio dos Jesuítas, construído em 1553, no Terreiro de Jesus.

Em 1º de abril de 1813 a Escola se transformou em Academia Médico-Cirúgica. Em 03 de outubro de 1832 ganhou o nome de Faculdade de Medicina, que guarda até hoje.

Situada entre igrejas, conventos e casarões coloniais, o Brasil viu nascer sua ciência médica, conheceu grandes nomes - professores, cientistas e alunos - e concentrou uma grande parte de seu interesse na atuação profissional, social e política dos doutores da Faculdade.

Muitas, entre milhares de testes e estudos realizados, deram início às pesquisas tropicalistas, médico-legais, psiquiátricas e antropológicas, determinando a expansão da cultura médica nacional e procedimentos avançados no tratamento de doenças típicas do país.

Vultos como Manuel Vitorino, Afrânio Peixoto, Nina Rodrigues, Oscar Freire, Alfredo Brito, Juliano Moreira, Martagão Gesteira, Prado Valadares, Pirajá da Silva e Gonçalo Muniz, projetaram nacional e internacionalmente Faculdade pelas suas atuações de ensino e pesquisa. Também, tendo estado a Bahia, sempre em destaque na política nacional, não poderia deixar a liderança, justificada pela profunda formação humanística dos mestres e sua influência na comunidade.Assim, os salões da faculdade serviram de palco para acirradas discussões, agitados debates e até mesmo lutas armadas, que marcaram decisivamente os rumos tomados pelo contexto social e político nacional - como na Guerra do Paraguai, na Guerra de Canudos e na Segunda Guerra Mundial.

Todo o precioso acervo histórico da Faculdade, de sua fundação até os dias de hoje, foi recolhido e catalogado pela Universidade Federal da Bahia para compor o extraordinário acervo do Memorial da Medicina da Faculdade de Medicina da Bahia, organizado no Reitorado Macedo Costa.

Desde 2 de março de 2004, foi iniciado o processo de transferência da Faculdade de Medicina da Bahia (FMB) para a sede antes ocupada exclusivamente pelo Memorial. Portanto, na atualidade, a sede no Terreiro de Jesus voltou a abrigar a diretoria e a secretaria geral da FMB, bem como os programas de extensão.

Ocupando os 9 salões da antiga Escola, o Memorial é o mais importante documentário do ensino médico do Brasil. Mais de 5.300.000 páginas de documentos incluindo teses, pedidos de matrículas, pesquisas e experiências de gerações de cientistas vêm se juntar ao notável patrimônio onde se destacam livros raros dos séculos XIV ao XIX - inclusive a raríssima coleção completa da Flora Brasiliensis, de Martius -, alguns em latim, outros versando sobre alquimia, a pinacoteca com mais de 200 retratos de mestres pintados por famosos artistas baianos - a maior da Bahia -, e o suntuoso mobiliário que está principalmente no Salão Nobre e na Congregação.
Em 11 de Novembro de 2003, a Congregação aprovou o retorno ao antigo nome da Faculdade, como adotado pela Reforma da Regência Trina de 1832: Faculdade de Medicina da Bahia. Essa proposta foi aprovada por aclamação pelo Conselho Universitário (CONSUNI) da Universidade Federal da Bahia (UFBA) em 19 de março de 2008 (Portaria), e a partir de então a sigla da Faculdade de Medicina da Bahia/Universidade Federal da Bahia é FMB-UFBA.


RETIRADO DO PORTAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
PORTAL DA UFBA.

HISTÓRIA

UFBA

Histórico

Universidade Federal da Bahia – A primeira do Brasil

A Universidade Federal da Bahia tem seu começo em 18 de fevereiro de 1808, quando o Príncipe Regente Dom João VI institui a Escola de Cirurgia da Bahia, primeiro curso universitário do Brasil. Ainda no século XIX, incorporou os cursos de Farmácia (1832) e Odontologia (1864), a Academia de Belas Artes (1877), Direito (1891) e Politécnica (1896). No século XX, Isaías Alves cria a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (1941).

O fundador da UFBA – O primeiro reitor da Universidade foi destaque na trajetória do ensino superior. Nasceu em Salvador, em 1894, diplomado em medicina e fez especialização em cirurgia em São Paulo. Ao retornar, ingressou na cátedra de Patologia e Cirurgia e dirigiu a Faculdade de Medicina. Durante 15 anos de reitorado (1946-1961), liderou o processo de federalização e implantou a infra-estrutura física e de pessoal, escrevendo o primeiro capítulo de uma universidade integrada: Artes, Letras, Humanidades e Ciências. Logo no primeiro ano de reitorado a Universidade da Bahia, constitui-se, formalmente. Em 1950, passa a Universidade Federal da Bahia, integrando as escolas isoladas e instituindo outros cursos. Em quinze anos sob o reitorado de Edgard Santos, a UFBA floresceu nas áreas de artes, humanidades e saúde.

Para a Bahia, Edgard Santos trouxe nomes do cenário internacional; construiu o Hospital Universitário; criou o Centro de Estudos Afro-Orientais e os campi do Canela, Federação e Ondina. Em seu reitorado, a Bahia ganhou projeção, com destaque para Dança, Música e Teatro, primeiros cursos universitários do gênero no país. A UFBA alicerça, na década de 1960, dois importantes fenômenos da cultura contemporânea: o Cinema Novo e o Tropicalismo. A Instituição cresceu, modernizou-se, mantendo a identidade do período Edgard Santos.