quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

A HISTÓRIA DA CALCINHA

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A HISTÓRIA DA CALCINHA


A HISTÓRIA DA CALCINHA

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Aquilo que a mulher usa por baixo da roupa tem um significado todo especial para o universo masculino. 

Mas não apenas para ele. A calcinha, acredite, diz muito da história da mulher, representa sua trajetória e, mesmo escondidinha, não deixa de ser motivo de rostos corados, risadas e, às vezes, constrangimento.



A história dessa importante peça do vestuário - que tem pouco mais de dois séculos de existência - é descrita no livro "Por baixo do pano - a história da calcinha", da autora inglesa Rosemary Hawthorne (Matrix Editora).
Segundo ela, a calcinha apareceu pela primeira vez em 1800, quando a revolução havia mudado a França e, por consequência, toda a Europa. 
Na época, as mulheres passaram a usar elegantes vestidos de cintura alta, inspirados na vestimenta das gregas antigas. Mas esses "vestidos império", super sensuais, deixavam as partes baixas arejadas demais.
                            
Surgia então o primeiro modelo de calcinha, chamado de calção ou "pantaloon’, que chegava abaixo dos joelhos ou até os tornozelos e era feito de um tecido "cor de carne" semelhante ao das meias-finas. Antes disso, nenhuma mulher respeitável usava calcinhas. 
O livro traz ainda a relação da feminista americana Amelia Bloomer com a calcinha e chega até o modelo fio-dental, bem difundido aqui no Brasil. A autora dessa obra, hoje uma das maiores autoridade britânica em história da roupa íntima, conversou com o Vila Dois e explicou porque a calcinha está relacionada tanto à moda quanto aos direitos da mulher. 
Rosemary é conhecida hoje no Reino Unido como "Knicker Lady", ou a "Dama das Calcinhas", nome do espetáculo solo que apresenta com sucesso nos palcos do país. 
VILA MULHER

   

A história da calcinha



O que as mulheres de diferentes épocas tinham por baixo da roupa.
calcinha
1800
Primeiro modelo de calcinha
Surgidos na França, os calções ou pantaloons ficavam abaixo do joelho ou até o tornozelo e eram feitos de um tecido semelhante ao das meias

calcinha

1900
Combinações
A silhueta curvilínea pedia roupas de baixo menos volumosas. As combinações entre ceroulas e camisolas tornaram-se muito populares
calcinha
1914 - 1918
Calçolas de tango
Para dançar o estilo mais popular na época da Primeira Guerra Mundial, foi necessária a confecção de calçolas especiais, que permitiam uma movimentação livre e desimpedida
calcinha
1920
Camibocker
O conjunto de camisola de baixo e calçola em seda com botões nas costas era feito sob encomenda. O hábito de encomendar roupas de baixo sob medida era encorajado pelas lojas finas
calcinha

1927
Baby-doll
Depois do fim da Primeira Guerra, as peças íntimas se tornaram mais leves e coloridas. Surgiram os modelos baby-doll: a antiga camisola de baixo e as calcinhas unidas numa única peça íntima
calcinha


1940 - 1950
Caleçon
A modelagem mais usada nessa época era o caleçon, que, modificado, continua fazendo sucesso até hoje
calcinha


1980 - 1990
Renda, seda, fio dental...
A partir da década de 1980, surgem as calcinhas mais elaboradas. Depois disso, o limite é a imaginação. O modelo ciclista da ilustração, da década de 1990, é ecológico.

Fonte: Rosemary Hawthorne (historiadora de moda)

A HISTÓRIA DA CALCINHA


A HISTÓRIA DA CALCINHA

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Aquilo que a mulher usa por baixo da roupa tem um significado todo especial para o universo masculino. Mas não apenas para ele. A calcinha, acredite, diz muito da história da mulher, representa sua trajetória e, mesmo escondidinha, não deixa de ser motivo de rostos corados, risadas e, às vezes, constrangimento.
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A história dessa importante peça do vestuário - que tem pouco mais de dois séculos de existência - é descrita no livro "Por baixo do pano - a história da calcinha", da autora inglesa Rosemary Hawthorne (Matrix Editora).
Segundo ela, a calcinha apareceu pela primeira vez em 1800, quando a revolução havia mudado a França e, por consequência, toda a Europa.
Na época, as mulheres passaram a usar elegantes vestidos de cintura alta, inspirados na vestimenta das gregas antigas. Mas esses "vestidos império", super sensuais, deixavam as partes baixas arejadas demais.
                            
Surgia então o primeiro modelo de calcinha, chamado de calção ou "pantaloon’, que chegava abaixo dos joelhos ou até os tornozelos e era feito de um tecido "cor de carne" semelhante ao das meias-finas. Antes disso, nenhuma mulher respeitável usava calcinhas.
O livro traz ainda a relação da feminista americana Amelia Bloomer com a calcinha e chega até o modelo fio-dental, bem difundido aqui no Brasil. A autora dessa obra, hoje uma das maiores autoridade britânica em história da roupa íntima, conversou com o Vila Dois e explicou porque a calcinha está relacionada tanto à moda quanto aos direitos da mulher.
Rosemary é conhecida hoje no Reino Unido como "Knicker Lady", ou a "Dama das Calcinhas", nome do espetáculo solo que apresenta com sucesso nos palcos do país.
VILA MULHER

   

A história da calcinha



O que as mulheres de diferentes épocas tinham por baixo da roupa.
calcinha
1800
Primeiro modelo de calcinha
Surgidos na França, os calções ou pantaloons ficavam abaixo do joelho ou até o tornozelo e eram feitos de um tecido semelhante ao das meias

calcinha

1900
Combinações
A silhueta curvilínea pedia roupas de baixo menos volumosas. As combinações entre ceroulas e camisolas tornaram-se muito populares
calcinha
1914 - 1918
Calçolas de tango
Para dançar o estilo mais popular na época da Primeira Guerra Mundial, foi necessária a confecção de calçolas especiais, que permitiam uma movimentação livre e desimpedida
calcinha
1920
Camibocker
O conjunto de camisola de baixo e calçola em seda com botões nas costas era feito sob encomenda. O hábito de encomendar roupas de baixo sob medida era encorajado pelas lojas finas
calcinha

1927
Baby-doll
Depois do fim da Primeira Guerra, as peças íntimas se tornaram mais leves e coloridas. Surgiram os modelos baby-doll: a antiga camisola de baixo e as calcinhas unidas numa única peça íntima
calcinha


1940 - 1950
Caleçon
A modelagem mais usada nessa época era o caleçon, que, modificado, continua fazendo sucesso até hoje
calcinha


1980 - 1990
Renda, seda, fio dental...
A partir da década de 1980, surgem as calcinhas mais elaboradas. Depois disso, o limite é a imaginação. O modelo ciclista da ilustração, da década de 1990, é ecológico.

Fonte: Rosemary Hawthorne (historiadora de moda)
 

O CÉREBRO , OS LUTADORES DE BOXES E AS SUAS DOENÇAS.

O CÉREBRO , OS LUTADORES DE BOXES E AS SUAS DOENÇAS.




1-Portador do mal de Alzheimer, Maguila vinha apresentando piora nos sintomas
2-Ex-lutador Mohamed Ali usará técnica contra ELA para tratar doença de Parkinson
3-Mike Tyson é preso
4-Lutador morre em plena  luta
5-Lutador morre após a  luta
6-Lutador morre seis dias após a luta
Amigos do Blog Cultural, obrigado por aturar este simples mortal que parece que anda na contramão da atualidade , anda  simplesmente por não concordar com diversas conclusões e incentivos às práticas nocivas ao corpo, à mente e à cidadania.
Tenho contestado esta febre desenfreada inclusive de médicos famosos e especialistas  na prática exacerbada de atividades física, no incentivo ao consumo de proteínas em forma de aminoácidos artificializados inundando as academias na busca do corpo perfeito, na proibição irresponsável no consumo da gorduras e do açúcar sem frisar que é o excesso que gera os problemas.
Existem deslizes no consumo de anabolizantes no  incauto fisiculturismo induzidos por alguns profissionais antiéticos ligados á atividade  , na febre de dietas e cirurgias para a perda de peso , na prática dos esportes agressivos que  geram riquezas aos empresários e doenças aos praticantes, na aplicação das verbas do estado em atividades deseducadoras, no incentivo à leitura da anti literatura  estrangeira, dos peudofilmes do além mar , no consumo desenfreado do que não é  da terra e pela retirada do orgulho de ser brasileiro, como vitima a  população, principalmente os jovens.
Esta primeira matéria é sobre o lutador de boxe.
Acredito que para um jovem optar por luta de boxe, já é um desvio educacional e a impressão por parte deste neófito que o seu caso não é na área do raciocínio pleno e sim na  pancadaria suicida , uma vez que , a pratica do boxe leva a uma série de patologias neurológicas , basta atentar para todos os grandes lutadores, quase  todos desenvolvem da quarta  década em diante distúrbios pertinentes a traumas cerebrais devidos os choques na caixa craniana.
 O cérebro não é sólido e nem é liquido, o cérebro é uma geléia  protegida por uma carcaça aponeurótica, que é uma lona fibrosa revestida por uma grossa camada óssea chamada crânio.
  Esta massa  gelatinosa  é atravessada por  uma gama de vasos frágeis , uma infinita corrente nervosa, diversas cavidades para proporcionar o equilíbrio do corpo , húmus plasmáticos eletrolíticos que funcionam como condutores de sinais e uma central elétrica neurológica que emana fibras nervosas para todos os órgãos do organismo, do fio do cabelo às unhas dos pés, tudo comandado pelo cérebro, o mais protegido órgão do ser humano,  um dano neste órgão é doenças para o resto da vida..
O Cérebro é o mais importante órgão do organismo, o mais protegido e o mais nobre de todos os tecidos, tem um grande detalhe: É MUITO FRÁGIL.
Não se orgulhem de serem lutadores,  não deixem os seus filhos lutarem enganados pelos patrocinadores dizendo que é esporte.
 A luta de boxe é gerador de demências diversas, não é esporte, é uma atividade que toca milhões e milhões de dólares.
 Publicarei alguns trechos das últimas pesquisas.
RESUMO
dementia pugilistica é caracterizada clinicamente por declínio cognitivo, alterações de comportamento e sinais parkinsonianos. Do ponto de vista neuropatológico, o achado mais marcante é o de numerosos emaranhados neurofibrilares no córtex cerebral na virtual ausência de placas senis.
O objetivo deste artigo é apresentar revisão do tema, enfatizando as alterações cognitivas, epidemiologia, neuropatologia, estratégias de detecção precoce e relação com a doença de Alzheime.
O boxe é um esporte muito antigo, no qual os traumatismos cranioencefálicos (TCEs) são freqüentes e a ele inerentes. Tem portanto conseqüências agudas para o sistema nervoso central, como hemorragias, dissecção carotídea ou trombose (Payne, 1968), e crônicas, como a dementia pugilistica (Millspaugh, 1937).
 Esta última também pode ser chamada de encefalopatia progressiva crônica do boxeador (Critchley, 1957) ou síndrome punch drunk (Martland, 1928) e representa conseqüência neurológica a longo prazo do efeito cumulativo de traumas cranioencefálicos repetidos (Martland, 1928; Roberts, 1969; Critchley, 1957; Mendez, 1995).
No pugilismo, os TCEs são responsáveis por dois terços de todas as lesões graves e hospitalizações (Ryan, 1987; Enzenauer et al., 1989). Os dados relacionados à freqüência dos achados neuropsiquiátricos nos lutadores são escassos, pois usualmente não buscam auxílio médico, além disso, a coleta de dados é quase sempre retrospectiva.
Os sinais e sintomas clínicos da encefalopatia traumática crônica (ETC) caracterizam-se por associações variáveis de síndromes extrapiramidais, cerebelares, piramidais, cognitivas e comportamentais. As descrições iniciais enfatizavam as síndromes motoras.
A partir de Johnson (1969), começou-se a dar maior importância aos sintomas comportamentais e cognitivos. Ele analisou 17 boxeadores quanto à freqüência de sintomatologia neuropsiquiátrica e propôs quatro síndromes principais, que freqüentemente coexistem em períodos diferentes da história natural da encefalopatia: estado amnéstico crônico, demência, alteração de personalidade com ataques de raiva e a síndrome de ciúmes mórbidos.
Vejam a trajetória dos grandes  lutadores, todos  são vitimas dos patrocinadores e da sociedade consumista do produto.
Não tem o menor sentido, o futuro reprovará a todos que praticam esta violência ao tecido cerebral.
Um abraço
Iderval Reginaldo Tenório
QUERO  A SUA OPINIÃO.
Leiam este artigo Encefalopatia traumática crônica do boxeador (dementia pugilistica).

ZÉ CASTOR: O CAPIM DA LAGOA - YouTube

www.youtube.com/watch?v=ziVVrSUMO1s
18 de mar de 2012 - Vídeo enviado por José de Anchieta Barros
Homenagem ao Poeta e Cantor José Castor, que fez muito sucesso com seu cavaquinho divulgando a ...

SUCESSOS DO CANTOR ZÉ CASTOR II - YouTube

www.youtube.com/watch?v=gx0Oj2lcvG4
3 de nov de 2009 - Vídeo enviado por José de Anchieta Barros
SUCESSOS DO CANTOR ZÉ CASTOR II ... Eita Zé Castormacho da gôta serena! ... ZÉ CASTOR - O .

O LIVRO E O HOMEM


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O LIVRO E O HOMEM

Desde que me entendo por gente escuto falar  que livro é um produto caro, sendo  inclusive  o  álibi para o grande desinteresse pelo hábito da leitura , nunca aceitei esta pífia conclusão.

Pergunto aos que utilizam esta insustentável explicação, qual é a sua média de preço , do produto,  uma vez que o valor do seu conteúdo é incalculável.  

Antes que me respondam, emendo logo outras perguntas  e já com óbvias respostas: 


 Pergunto quanto custa uma pizza para duas pessoas, quanto se paga por uma corrida de táxi de sua casa para o trabalho, para a escola ou para o aeroporto ,  qual o preço de um almoço  num médio restaurante a quilo , qual o valor de um  ingresso para o show de um artista mediano,   porque  de uma  grande estrela, não precisa nem perguntar.  Qual o valor de um corte de cabelo em qualquer  salão de beleza, sem falar nos outros produtos  deste estabelecimento. 

Deixo sempre o interlocutor tonto  com tantas perguntas e  respostas, explano que , o valor do mais barato dos produtos   equivale ao valor de um livro . Faço ainda a seguinte observação, quando o livro é impresso em papel  menos nobre  e em brochuras mais simples,  fica quase  de graça, custa menos do que uma  refeição simples .

Fico indignado inclusive com alguns letrados e muitos escritores, que  contaminados pelo desânimo , pela falta de apoio , pelo descaso  dos gestores  da cultura,  passam a acreditar que o livro é um produto caro.

Utilizo o seguinte argumento para o convencimento do baixo valor de um compêndio literário escrito, informo que se um livro fosse comprado para fazer fogo, enrolar sabão ou pregos numa feira livre seria um produto caro, pois existe papel mais barato, agora , o livro possuidor de uma identidade, de um responsável, de um pai, de um criador é um elemento que tem vida ,  alma,  personalidade , caráter e ética, então,  quando se adquire uma obra literária, jamais esta obra tem um valor pecuniário, o preço na prateleira  é simbólico , uma vez que, naquela  celulose  existe muitos anos de pesquisas ,  de estudos ,  a participação de diversas cabeças, muitas mãos, noites em claro , quilômetros de andanças e incalculáveis doses   de emoção.

Termino falando que do ponto de vista literário, o livro não é um  mero produto,  é a alma do autor, é a sua vida, é um filho,  é um ser vivo  e que nunca morrerá, viverá em eterna hibernação ,  despertará todas as vezes que for aberto para leitura, nascerá com cada leitor,  fará parte da sua vida  , será incorporado e com ela se confundirá. O livro é uma das mais importantes partes deste ilimitado universo,  não é um simples produto . 

O valor pago por cada volume é  simbólico , comemorativo e o passaporte para o nascimento de mais uma obra,  é o incentivo aos magos e abnegados escritores. Ao visitar um grande Centro Comercial vi que o valor de uma xícara de  café, de uma água mineral e de  duas bolas de sorvetes  equivale ao valor simbólico de um livro. 

As palavras , principalmente quando escritas,  são alimentos mor do intelecto humano, são  combustíveis para o cérebro, como  é o pão o   energético do corpo.


À Reflexão: 
O livro meus amigos é como a vida, não tem preço. 
O livro como a água é  o diluidor universal , é um ser indispensável, é o melhor presente que um jovem deveria  receber.

Vá  de ônibus, dispense o táxi e lá adquira um livro .
 boa leitura.

Iderval Reginaldo Tenório
 O Blog é Cultural

Saudades de Gonzagão, por Israel Filho - Sr. Brasil 08/12/2012
Saudades de Gonzagão, por Israel Filho - Sr.

As Gargalhadas de seu Mocim.

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 As Gargalhadas de seu Mocim.

                                    Ao adentrar  não agüentou a decoração, os enfeites da estante , os diversos quadros mostrando a família,   os painéis de informações e nem mesmo as estátuas do Padre Cícero e do Frei Damião escaparam ,  desmanchou-se em risos, não conseguia olhar nos olhos do médico, era um olhar de realização, de superioridade, da desforra, do esvaziamento das mágoas, era o olhar da vitória. A cada detalhe, mais risos, ficou exausto de tanto riso.
                               __Doutor há muito tempo que não tenho dado um único riso, só sofrimentos, só mesmo o senhor para me fazer rir, obrigado doutor e mais uma vez se desmanchou em intermináveis gargalhadas.
 
                                 Se refez, olhou para o médico, perguntou   qual era seu interior  e onde havia se formado. Começou a fazer comentários da inusitada sala. Falou que o ambiente estava mais para museu do que para consultório, mais para o passado do que para o presente ou futuro, perguntou se aquele rádio de 1930  funcionava, lembrou muito do seu avô , do seu pai e ficou assombrado quando no toque de um dos botões surgiu um som grave de uma viola pantaneira, depois um som aconchegante do velho Gonzagão, não se conteve,  levantou-se encostou as orelhas na parte frontal do aparelho, abaixou e elevou o som, ficou impressionado, era igualzinho ao do seu avô .
                               __Doutor me lembro até da voz do meu avô:
                                 Não conseguiu ficar em silencio, pegou um candieiro  que estava sobre o rádio e pronunciou o nome de sua vó, riu ao avistar uma máquina de costura  e veio na  mente a sua tia Cotinha, tão boa, tão caridosa, tão atenciosa, era a  mais velha , inclusive Deus já levou. Não conseguiu calar  quando avistou um fruto nordestino, um jatobá; vieram as lágrimas, pois no seu sertão quando meninoera o único bocado a lhe matar a fome quando perambulava à caça de alguns nambus , preás e juritis. Caiu em prantos.

 
                                __Ah! doutor como era bom , tudo  era alegria.
                                 Os risos foram desaparecendo e aos poucos a razão foi se aproximando e junto com a emoção o homem começou a falar de sua vida, a explicar à filha como foi a sua infância nos cafundós da Paraíbaa raridade da água, a seca de 32os conselhos do Pe Cícero e o quanto importante foram os seus antepassados e que há muito não se lembrava das pessoas como também do seu velho torrão. 

                                Contemplando o ambiente, sentou na cadeira do paciente, pregou os  olhos num quadro 100 X150 mostrando uma velha estação, uma serra lá no fundo, os trilhos envelhecidos, ,um trem cambaleante e uma criança esquálida no batente de uma choupana,olhou,balançou a cabeça, mirou a face do médico .
                             ___Doutor: valeu, só esta visita valeu, mesmo que não fique bom de minha doença, valeu, mas valeu mesmo.Viajei no tempo e no espaço. Valeu.
 
                              Iniciei a consulta, perguntei por  suas origens, do seu Estado natal, profissão, dos seus pais, avós, das brincadeiras na infância, , das namoradas, das festas juninas e de fim de ano, se havia tomado banho de rio, se morou em casa de sopapo,   se falou e andou  na época certa, se já teve sarampo ou catapora , falei dos   seus filhos do seu trajeto como ser humano, e da dureza  de hoje se encontrar com 85 anos , vivo, lutando, brigando , muitas vezes desvalorizado, incompreendido e injustiçado uma vez que na vida só fez mesmo foi trabalhar, trabalhar para educar os filhos.
                             Neste momento notei  mudanças no seu semblante.
                             Após este preâmbulo,  indaguei por sua saúde detalhe por detalhe, ponto por ponto, sintomas por sintomas. Olhei todos os seus exames, trazia na lapela um diagnóstico sombrio de  péssimo prognóstico, era uma doença maligna em avançado estado, inclusive com  ascite e disseminação para outros órgãos, não agüentava mais procurar médicos e sem solução.
 
                             De posse dos seus dados esbocei um rascunho  do aparelho digestório, localizei a origem do seu problema, martelei didaticamente órgão por órgão,  para que servem, o que fazem e como se encontravam, explanei a sua evolução. Expliquei que o homem no país vive em média até os 68anos e ele com 85 já havia ultrapassado 17 anos, mandei que o mesmo relembrasse os seus amigos de infância, coloque em uma única mão contando nos dedos quantos estavam vivos, quantos ainda saboreavam um feijão com toucinho e farinha. Ele não se conteve e disse:
                   ___E bem vividos doutor, bem vividos, o senhor esqueceu da rapadura  .
 
 
                      Completei:
                       ___vividos no trabalho, no respeito, na honestidade e com seriedade, não como muitos que se dizem importantes e só servem para subtrair o pouco dinheirinho do povo.
                        __Pura verdade doutor, pura verdade , eduquei todos os meus filhos com o salário da leste, com o suor do meu próprio rosto, eu só tenho o ABC, mas conseguir educar os meus filhos: hoje um é engenheiro da Petrobrás, outro é Professor  e o outro é Medico, médico numa cidade do interior, muito procurado pelos seus pacientes, não é porque é meu filho não doutor, mas é um bom médico, todo mundo gosta dele, desde pequeno que é muito estudioso, toda semana me telefona e ainda manda uma coisinha todo mês. Sei que  está difícil, mas não esquece de mim e nem da sua velha mãe. Esta que é a caçula, estudou para Assistente Social.
 
 
                      Complementei:
                       ___ Seu Mocim é de pessoas como o senhor que o Brasil precisa, aliás,  foi o senhor quem construiu  este país, naquela época sem estrada, sem luz, sem telefone, nem geladeira existia e se existia só os ricos, só os mangangões, só aqueles que mandavam, só os coronéis possuíam, o resto  era  sofrimento, existindo a comida já estava bom demais.
 
                      __Êita que doutor danado, era  isso mesmo doutor, era assim mesmo.
                          E mais uma vez os olhos marejaram.
 
                          Foi realizado um minucioso exame físico, o que confirmou a gravidade do caso, explicado ao paciente que se tratava de uma doença que não necessitaria de cirurgia, que ele poderia comer o que quisesse desde quando não prejudicasse a sua saúde, que poderia passear, ir à praia , visitar os seus parentes na Paraíba, trazer um bom queijo  coalho para o seu médico e que não deixasse de comparecer à clínica nestes próximos 15 dias.
 Aos familiares informado que se tratava de um caso inoperável devido as metástases .
 
                          De pronto a filha disse:

                    ___Doutor ,nós queríamos ouvir mais uma opinião e pai disse que se fosse para operar ele não aceitaria.
                       A conversa continuou por mais alguns instantes, o abraço da despedida foi mais efusivo do que o da chegada, foi um abraço mais forte, do desprendimento, da conquista, o abraço de dois velhos amigos que há muitos anos não se viam, o abraço da compaixão e  da liberdade.
                    Termino informando que o paciente passou a ser um grande amigo, o consultório começou a fazer parte de sua vida sempre que necessário, muitos foram os momentos de alegrias, de puro entretenimento e muitas histórias recuperadas, passei a freqüentar a sua casa  e conhecer todos os familiares.
                   Usufruir de bons papos , enriquecedoras prosas e saborosas relíquias da culinária brasileira passaram a ser rotina, seus filhos me consideram irmão.
                  Como o tempo não perdoa  e o criador sabe o que faz,  o  amigo foi se familiarizando com seu quadro, tomou conhecimento da sua enfermidade, comentava que o homem é um ser mortal e que todos tem o seu dia para falar mais de perto com Deus . Alegre como  um menino foi plantando alegria , foi aproximando os familiares com as suas mensagens,  até o dia de sua audiência maior com o Criador. E exatamente 360 dias depois foi realizado a missa de 7º  dia em homenagem ao o meu querido amigo , que muito riu, dançou, cantou e me abraçou no  humilde, simples e singelo consultório que muitas alegrias trouxe. Nos seus últimos dias, na cabeceira do leito, ou melhor, na cabeceira de sua cama, rodeado de familiares e amigos, olhava e dizia:

                  ___Amigo doutor, valeu, valeu e como valeu.
                  Convicto de que  daqui há muitos e muitos anos, quando me encontrar quase que irreconhecível pelos janeiros acumulados e  ao chegar onde muitos já estão,  não serei um estranho no ninho, contente e cônscio da missão cumprida  ,  sinto que lá, LÁ, ONDE  DEUS MORA e se for merecedor, serei muito bem recepcionado.
Foi assim que ganhei mais um amigo e foi assim que aumentei a minha família. 
          
                  Salvador, 30 de julho de 2006
 
 
                  Iderval Reginaldo Tenório
ACESSEM O SITE             http://www.iderval.com.br         SOBRAMES-    Ba

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