quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

 

EDUCAÇÃO BÁSICA, O ALICERCE DE UMA GRANDE SOCIEDADE.

                                            Blog do Mendes & Mendes: 25/09/2016

EDUCAÇÃO BÁSICA, O ALICERCE DE UMA GRANDE SOCIEDADE.

CAPITULO I  

 Quando a pauta é  educação,  vem à  cabeça a educação familiar,  na qual é a família o bastião mor  da sua condução.

 A educação de berço   é socialmente heterogenia e   núcleo dependente,  significa  que é responsabilidade da família  a primeira fase educacional  do cidadão.    É  hermética e  atrelada ao nível social de cada  núcleo,  o que se configura  umas das maiores causas de exclusão social, uma vez que é transmitido aos  descendentes os costumes de cada família, torna-se mais  excludente  no sistema  patriarcal , neste modelo  a mulher  é uma  nulidade, não opina, não participa e nem tem voz.

No modelo patriarcal  a regra são as civilizações medievais, onde as crianças e as mulheres não possuíam peso, eram consideradas simples componentes, poderiam ser castigadas ao extremo ou até serem vendidas como escravos ou mercadorias, eram prorpriedades do tutor,  este não exercia  liderança  e sim a tirania.  

Com a evolução social,  tantos as mulheres como as crianças passaram a possuir alma , nome e  serem  aceitas como cidadãs.  A família ganhou outra face , foi se adaptando a um mundo realmente humano e se afastando do mundo quase que irracional, isto é,   do mundo animal no qual  a força e a testosterona eram as molas propulsoras .   

Na  atualidade ainda existem nações que seguem o arcaísmo social, as mulheres e as crianças não possuem voz ,  cidadania e são propriedades do provedor, tal qual acontece    no universo dos animais irracionais, notadamente  dos predadores.

Muitos povos ainda rezam nesta cartilha, são patriarcais  e geralmente  administrados pelo regime ditatorial, neste sistema as crianças, as mulheres , os  subalternos e todas as comunidades LGBTs são jogadas no ostracismo e tratadas com extremo rigor.

 

     CAPÍTULO II

     BRASIL 

No Brasil a educação familiar , a de berço,  era mais presente nas comunidades  mais longínquas dos centros desenvolvidos, notadamente nas  regiões isoladas e   apegadas aos ditames dos antepassados que,  como  amálgama engessava e blindava aos novos conhecimentos e costumes .

Modelos que levavam a heterogeneidade educacional, originando vários  Brasis, uns do primeiro mundo e outros abaixo da linha  de pobreza,  fruto do desnível socioeconômico e  da ausência do Estado  , primordialmente  na Educação e na saúde, os pilares   de uma sociedade desenvolvida e livre.

Com a  formação educacional da criança  a mercê de cada núcleo familiar, o fosso entre as classes tendia a aumentar, filho de gato , gatinho será  e filho de peixe peixinho será, neste sistema as dificuldades para evoluir na escala social eram sempre progressivas.

 

                                        CAPÍTULO III

                           A VISIBILIDADE DA MULHER

O dia 24 de fevereiro de 1932 pode ser considerado o marco desta mudança, neste ano a mulher brasileira passou a ser considerada cidadã, passou a ter direito ao voto e o ingresso num mundo igualitário. 

No código eleitoral Provisório (Decreto 21076), de 24 de fevereiro de 1932, durante o governo de Getúlio Vargas, após intensa campanha nacional pelos direitos das mulheres, o direito de votar e serem eleitas para cargos no executivo e legislativo foi assegurado parcialmente, mesmo com algumas pendencias para o  futuro. Somente as mulheres casadas, com autorização dos maridos, as  viúvas e solteiras que tivessem renda própria foram contempladas com este decreto.

                                    

CAPÍTULO IV

A ASCENSÃO DA MULHER


Em 1934, as restrições ao voto feminino foram eliminadas do Código Eleitoral, embora a obrigatoriedade do voto ainda fosse um dever masculino. Somente na  Constituição de 1946, em seu artigo 131, a obrigatoriedade do voto  foi estendida a todos os brasileiros  maiores de 18 anos que se alistarem na forma da lei”, incluindo as mulheres.

Este marco  tendo como fulcros  a igualdade, a fraternidade  e a liberdade  elevou a importância da mulher. Porém,   a criança continuou sob a tutela da educação familiar,  contudo, com uma grande diferença, a perspectiva de   melhoras, uma vez que foi introduzido  o    sistema matriarcal até mesmo nos distantes rincões,  desbancando paulatinamente o tradicional, arcaico e histórico patriarcalismo.

A   mãe passou  a ser personagem  de suma importância no seio da família, inicialmente uma eminência parda, para depois assumir em muitas regiões as rédeas da família . A matriarca  introduziu  uma educação rígida, porém maleável,  dura, porém amorosa,   com muitas exigências e regras ,  porém  compartilhada , implantou  uma educação respeitosa ,  solidária e mais organizada,  na qual o Ser passou a ter a mesma importância do Ter ou até mesmo suplantá-lo no decorrer do tempo. Com este modelo a sociedade tomou outro rumo.

Da década de 60 até a década de 80 a  mulher começou a tomar as rédeas da educação infantil e domiciliar,  trazendo  cristalinos  e inovadores avanços  em todas as  propriedades pertinentes à vida , principalmente na do  humanismo , da tolerância, da igualdade , da solidariedade, da compreensão,  do amor  e da coesão  familiar.  

A família entrou no ciclo realmente humanitário, mostrando que a ascensão da mulher e a sua decisiva participação na educação de sua prole foi uma das alavancas  da família brasileira da atualidade. Famílias matriarcais guardam ligação com o sucesso dos seus componentes .

CAPÍTULO V

A IMPORTÂNCIA DA MULHER 

Com a ascensão da mulher, esta passou a ser o foco da sociedade, passou a ocupar cada vez mais funções antes exercidas  pelos homens, principalmente no parque fabril, no  comércio,   nos serviços públicos e privados da  saúde e da educação .

Com a  participação da mulher no mercado de trabalho surgiu uma grande demanda  na educação dos seus filhos.  Ficou em aberto quem cuidaria das crianças quando as mães estivessem na labuta  e ausente de casa.  Muitas  lutas e plausíveis argumentos   foram  criados  por parte das mulheres intelectualizadas em movimentos paredistas    para proteger as trabalhadoras  .  Todos nos modos das grandes nações,  como os movimentos do Martin Luter King, de 1955 a 1968;  Rosa Parks, a partir de  1955;  e Elizabeth Eckford em 1957.

No Brasil  foram elencados diversos programas sociais , dentre eles e um dos mais importantes a criação de creches com a preocupação do cuidar,  uma vez que a mulher no mercado de trabalho já era uma realidade e os seus rebentos não poderiam ficar sem um norte. Sem este acolhimento as mulheres não poderiam crescer na escala educacional, social , econômica e da liberdade.   

Aos poucos as reivindicações  foram contempladas   e a mulher passou a ser o sustentáculo moral e muitas vezes econômico de muitas familias.  A esta altura e com as conquistas  a mulher  não era mais  o foco social e sim a condução educacional da criança, que se configurava como  a esperança e o futuro da nação.  Nesta fase o ser humano infantil  passou a ser a maior preocupação da sociedade brasileira. Foi quando  realmente adquiriu alma , nome , sobrenome e nos dias de hoje até uma carteira de identidade com CPF .


                                         CAPÍTULO VI

                                   A CRIANÇA CIDADÃ

A  partir de 1980 a criança passou a ser o fulcro da sociedade e dos movimentos reivindicatórios, principalmente na educação, passando a ser o  Estado o responsável por uma formação homogenia em todas as classes sociais, sem desprezar a boa formação familiar que jamais será descartada. 

Foi instituído por lei um   ensino básico de qualidade com isonomia para todos dos 0 aos 6 anos;  sendo dos 0 aos 3 creches  ,  dos 4 aos 6 pré-escola  . Em 1990 com o Estatuto da Criança e do Adolescente, dos 0 aos 18 anos,  o jovem, independente do sexo,  passou a ser o foco principal   , principalmente  com a municipalização do ensino infantil.

Por lei foi instituído que  dos 0 aos 3 anos de idade , creches ; dos 4 aos 5, pré-escola  sob a batuta   do governo municipal e a partir dos 06 anos  todas deveriam ingressar no primeiro ano do curso fundamental sob a tutela do Governo Estadual.

Nos dias de hoje,  mesmo com todas as leis e sob a tutela dos  municípios,  mais de 6 milhões de crianças dos 0 aos 5 estão fora da escola por diversos fatores, sendo um deles e o principal as precárias condições sociais das famílias, além  do não cumprimento constitucional por parte dos gestores. 

Trabalhos mostram que enquanto mais baixo o nível social, mais baixo a adesão ao ensino infantil. Isto tem repercussão em toda a formação até os 18 anos,  atingido  o curso fundamental , médio, técnico e  superior.

Os mesmos trabalhos mostram que mais de 2 milhões de jovens,  entre os 14 e 16 anos, estão fora das salas de aulas e mais de 2 milhões, dos 17 aos 18 anos, abandonaram ou evadiram    para ingressarem  em subempregos por total falta de condições financeiras.  É bom frisar que estes subempregos são precários em tudo e sem perspectivas de futuro .  Muitos são criados pelo governo com o nome de menor aprendiz, nos quais os menores  nada  aprendem, apenas perdem o precioso tempo nos transportes,  no ir e vir, quando deveriam ficar em casa para as tarefas escolares. Para isto acontecer perceberiam dos cofres governamentais,   os mesmos valores recebidos nos falsos estagios  .  Um benefício justo que  sairia da labuta de todos os brasileiros  e que salvaria muitos jovens da marginalidade.

Os trabalhos concluíram que  estes jovens terão dificuldades de retornarem à escola,  pela descontinuidade, desânimo, a necessidade de um trabalho para o sustento e por falta de escolas técnicas gratuitas que os capacitem para  o futuro.

O modelo brasileiro é criminoso, excludente e olha para os jovens com descasos, totalmente diferente dos países que ascedenram no rol dos desenvolvidos. Estes resolveram  cuidar da sua prole com isonomia e qualidade  desde meados do século XIX.  

Iderval Reginaldo Tenório

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