A MACONHA- OS CANABINOIDES TERAPÊUTICOS E O USO RECREATIVO- A DIFERENÇA É GRANDE .
Maconha
A maconha (Cannabis sativa) é um a espécie de planta amplamente utilizada em todo o mundo, tanto para uso medicinal como para uso recreativo. Essa droga ilícita é considerada a droga mais utilizada em todo planeta. Comparada com outras drogas, ela perde em consumo apenas para o álcool e para o cigarro.
De acordo com a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, na Cartilha sobre maconha, cocaína e inalantes, uma pesquisa realizada em 2005 mostrou que em cada 100 brasileiros, cerca de 9 já haviam utilizado a maconha pelo menos uma vez em sua vida. O percentual de usuários é maior em homens que em mulheres, e na faixa de 18 a 24 anos de idade.
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→ Substâncias encontradas na maconha
A maconha apresenta substâncias que podem ser usadas na medicina.
A maconha é uma planta que apresenta uma série de substâncias químicas, sendo que algumas delas apresentam importantes propriedades medicinais. Estima-se que a Cannabis sativa apresente mais de 400 componentes, sendo cerca de 60 deles componentes canabinoides.
Segundo Honório e colaboradores no trabalho Aspectos Terapêuticos de Compostos de Plantas Cannabis sativa, dá-se o nome de canabinoides aos compostos presentes na maconha que possuem 21 átomos de carbono, além dos respectivos ácidos carboxílicos, análogos e possíveis produtos de transformação.
Os canabinoides apresentam uma grande aplicação terapêutica, entretanto, o uso dessas substâncias é um tema controverso, devido aos efeitos psicotrópicos (afeta nosso sistema nervoso central) que eles causam.
Entre as aplicações terapêuticas que podem ser atribuídas aos canabinoides, podemos destacar o controle de náuseas em pacientes que estão em tratamento com quimioterapia, o uso como analgésico, a utilização como estimulantes de apetite, o uso no tratamento do glaucoma, a utilização de seu efeito broncodilatador, a utilização no tratamento de epilepsia, entre outros.
Entretanto, como salientado, esses efeitos podem ser acompanhados de efeitos colaterais, como alterações cognitivas, o que limita o seu uso.
→ Tetra-hidrocanabinol (THC)
O THC é o principal componente psicoativo da maconha.
O tetra-hidrocanabinol, conhecido como THC, é o principal componente psicoativo da maconha, sendo ele o responsável por sintomas psicóticos naqueles indivíduos que apresentam maior vulnerabilidade. Como sabemos, a forma mais comum de administração da maconha é a inalação.
Ao ser inalado, o THC atinge o sistema circulatório e reconhece receptores no cerebelo, córtex e hipocampo. Ao reconhecer esses receptores, o THC provoca as manifestações agudas características dessa droga, como redução da capacidade de memória, relaxamento ou euforia e alteração da percepção de tempo e espaço.
Não podemos nos esquecer de citar ainda que o THC possui algumas propriedades terapêuticas. Entre as utilidades que podem ser atribuídas ao THC, destacam-se:
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Tratamento de dor, enjoo e vômitos decorrentes de quimioterapia;
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Perda de apetite em pacientes com AIDS;
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Distúrbios do movimento;
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Glaucoma;
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Doenças cardiovasculares.
→ Efeitos colaterais da maconha
O uso da maconha pode desencadear alguns efeitos no organismo humano. Vale destacar que os efeitos irão depender de vários fatores, como da quantidade utilizada da droga, estado emocional do usuário e se há uso combinado com outra droga. Entre os principais efeitos a curto prazo podemos citar:
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Ansiedade;
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Aumento da probabilidade de ocorrência de sintomas psicóticos;
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Diminuição da atenção e memória;
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Diminuição da capacidade motora;
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Euforia;
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Os sentidos tornam-se mais aguçados;
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Pânico;
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Paranoia;
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Sensação de relaxamento.
Não podemos nos esquecer que a maconha pode gerar danos graves caso seja usada durante a gestação. Atualmente, a maconha é considerada a droga ilícita mais usada por mulheres durante a gestação. Estudos indicam que o uso de maconha durante a gravidez pode estar relacionado com malformações, anencefalia e problemas cognitivos na criança.
"Os efeitos da maconha são diferentes quando se fuma e quando se utiliza apenas os componentes presentes nessa planta para fins terapêuticos." Vanessa Sardinha dos Santos
ADENDO MEU ATENÇÃO- NÃO CONFUNDIR O USO DOS COMPONENTES EM TERAPIAS COM O USO RECREATIVO DA CANNABIS SATIVA. ENQUANTO NO PRIMEIRO CASO É BENÉFICO E APROVADO COMO QUALQUER OUTRA DROGA IMPORTANTE , NO SEGUNDO CASO É DELETÉRIO AO ORGANISMO DEVIDO OS OUTROS 400 COMPONENTES E OS EFEITOS COLATERAIS DOS CANABINOIDES USADOS SEM UMA DOSAGEM CONHECIDA E ALEATORIAMENTE. Iderval Reginaldo Tenório |
Vale destacar ainda que o uso crônico dessa droga pode causar danos cognitivos graves no usuário. Entre os principais problemas identificados observa-se deficit de atenção e memória de curto prazo. Seu uso constante pode ainda causar a chamada “síndrome amotivacional”, que se caracteriza por um estado de indiferença e passividade.
Não podemos nos esquecer, ainda, que o uso crônico da maconha pode afetar de maneira negativa o sistema respiratório, sendo responsável até mesmo pelo desenvolvimento de câncer. Nos homens podem ainda causar uma séria diminuição do hormônio testosterona e em mulheres pode até mesmo afetar a ovulação.
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Estudos indicam também que o uso da maconha pode ser responsável pelo desenvolvimento de esquizofrenia. Weiser e colaboradores, no trabalho “Uso de maconha na adolescência e risco de esquizofrenia” enfocam que “o uso regular de maconha apresenta um risco potencial para o desenvolvimento de transtornos esquizofrênicos, particularmente em indivíduos vulneráveis.”
O uso da crônico da maconha pode causar danos cognitivos.
Sabe-se que quanto mais cedo um indivíduo inicia o uso de maconha e maior for o tempo de uso, maior o impacto negativo nesse indivíduo. Entretanto, o que não se sabe de maneira precisa é se esses efeitos são interrompidos após um grande período sem uso da maconha. Desse modo, mais estudos devem ser realizados nessa área.
→ A maconha causa dependência?
Alguns estudos afirmam que o usuário depois um longo período de exposição aos canabinoides pode sentir dependência dos efeitos dessa substância após a interrupção do uso. De acordo com o trabalho “Aspectos Terapêuticos de Compostos de Plantas Cannabis sativa”, os sintomas da dependência dos efeitos psicotrópicos da planta são agitação, irritabilidade, insônia, náusea e cãibras.
→ Haxixe
O haxixe pode ser definido como a resina extraída da Cannabis e posteriormente seca e prensada. O haxixe pode ser fumado ou ingerido e é caracterizado por apresentar uma maior quantidade de substâncias psicoativas quando comparadas à mistura de folhas e grãos de maconha secos, que são geralmente fumados.
→ Skunk
O skunk é um tipo de maconha que é cultivado em condições especiais e que se destaca por ser mais forte que a maconha convencional. Ele caracteriza-se pelo alto teor de THC, o principal componente psicoativo da maconha. O uso do skunk pode ser perigoso, uma vez que estudos indicam que esse tipo de maconha pode aumentar consideravelmente o risco de desenvolver psicose.
Um comentário:
Já foi indicado o uso, de forma medicamentosa, essa planta para mim! Mas sempre tive receio disso!
Quanto ao uso da maconha, como usuários sob forma de fumo, nunca aceitei isso porque sabemos o que essa droga, dentre outras, pode causar, a título de negatividade na vida de um ser humano! Enfim, sou contra o uso da maconha, até mesmo de forma "medicinal".
Entretanto, sabemos também que os medicamentos industrializados, ou seja, pelos laboratórios, podem também causar malefícios orgânicos sendo chamados, discretamente, de efeitos colaterais ou reações adversas! Enfim, tudo é muito complexo!
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