Quem viveu no sertão conheceu a água barrenta dos barreiros, a poeira do barro batido, o causticante sol a lhe queimar o lombo, os redemoinhos a varrerem as copoeiras , os chocalhos do gado pé duro e o chocalhar dos guizos das cascavéis. O por do sol laranja ou vermelho , as nuvens brancas tipo algodão no céu e as miragens .
O berro das cabras , o relincho dos cavalos e o zurrar dos asininos, o canto dos pássaros, a poesia bucólica dos mestres da viola, do repetente e da oratória , os grandes do rádio que reverberavam as suas vozes para todos que tivessem a sorte de ouvi-los, estes abnegados pulverizavam e distribuíam cultura gratuitamente, que junto aos cegos com as suas rabecas a cantarolar nos dias feiras livres completavam o viver do nordestinos desprovidos das bibliotecas dos grandes centros e da cultura do além mar .
Cegos que ficaram na história do Cariri, Cego Oliveira, Cego Aderaldo , Oliveira Filho e outros, verdadeiros documentaristas e artistas inesquecíveis. das coisas o sertão .
O Cariri cearense é um celeiro cultural.
Assim era e continua o meu Sertão, lá na minha Serra do Araripe, no meu aconchegante e amado Bodocó .
Ceará /Pernambuco( CEARÁBUCO)
Iderval Reginaldo Tenório
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Iderval Reginaldo Tenório
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