O Óleo de Palma de Origem Sustentável
O óleo de palma, ou azeite de dendê, como é conhecido popularmente é extraído do fruto dado pelo dendezeiro, uma palmeira originária da África, trazida ao Brasil no século XVII. Se adaptou, perfeitamente, no litoral da Bahia, devido ao clima tropical. A Malásia e a Indonésia, por serem países com esse clima, são os maiores produtores de óleo de palma do mundo, representando juntos 80% do mercado.
No Brasil, a cultura do dendezeiro viveu um ciclo de expansão recente, em que a área cultivada passou de 103 mil hectares, em 2009, para 236 mil hectares em 2016, com destaque para o estado do Pará, o principal produtor (85% da produção nacional). Atualmente o Brasil é o quinto maior produtor mundial de óleo de palma.
O óleo é fonte de muitos ácidos graxos, como ácido palmítico, ácido esteárico, oleico (ômega 9) e linoleico (ômega 6), além de ser fonte de tocoferol e tocotrienol (vitamina E), que atuam como antioxidante e também são ricos em betacaroteno (vitamina A).
É utilizado em uma enorme gama de produtos, como: margarina, chocolate, velas, graxas, lubrificantes, cosméticos, detergentes e sabão.
O Óleo de Palma na Indústria
A indústria é assídua usuária do óleo de palma dada sua função antioxidante e por ter efeito conservante, tornando os produtos processados mais duradouros.
O setor alimentício utiliza cerca de 75% do óleo de palma produzido no mundo. Algumas empresas identificam o óleo de palma nos ingredientes no rótulo, mas muitas utilizam apenas a nomenclatura “óleo vegetal”.
O Problema da Palma
Por ser muito utilizado na indústria alimentícia e de cosméticos, a demanda é enorme e a produção tende a acompanhar. Sendo assim, o plantio de palma é um dos principais responsáveis por enormes áreas de desmatamento. Além da destruição da biodiversidade local, a fumaça causada pelo fogo emite muito CO2 na atmosfera.
A floresta tropical é o habitat natural de inúmeras espécies ameaçadas de extinção. Milhares de animais são mortos anualmente por terem seu habitat devastado. Outras espécies ameaçadas de extinção estão desaparecendo.
A indústria de óleo de palma tem sido também muito associada a violações de direitos humanos, incluindo trabalho infantil e exploratório (escravo).
Como medida para barrar o desmatamento desenfreado e os demais impactos da produção da palma, criaram-se algumas regras que visam o plantio de palma sustentável, sem que haja interferência no bioma.
Políticas Públicas
Em maio de 2010, o Governo Federal lançou o Programa de Produção Sustentável de Óleo de Palma, que propõe tornar a produção dos óleos provenientes da palma sustentável, além de preservar a floresta amazônica. Este programa proibiu o desmatamento de vegetação natural para o plantio da palma, possibilitando apenas o plantio e a expansão em áreas já desmatadas. O programa existe, mas cabe a nós como população consumidora a exigir que se cumpra todas as exigências para que haja uma produção de fato sustentável, que não interfira no ecossistema local.
Por isso, a solução não está no boicote total ao óleo de palma, mas sim na escolha cuidadosa e consciente dos produtos consumidos, na leitura atenta de seus rótulos e na busca por produtos que tenham fornecimento de óleo de palma sustentável.
Ah, e claro! Priorize sempre alimentos naturais e frescos em detrimento dos ultra-processados. É claro que um delicioso acarajé, frito no óleo de dendê certificado de vez em quando, ninguém recusa, não é mesmo?
Mais uma vez, lupa nos rótulos, gente! Saiba o que você está levando para dentro de casa, colocando dentro do seu corpo e o impacto que ele causa até chegar nas prateleiras do supermercado.
A POSITIV.A rastreia todos os fornecedores que utilizam derivados de óleo de palma nos ingredientes que entram nos produtos de limpeza consciente e todos possuem extração certificada pela RSPO (Sustainable Palm Oil Roundtable).
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