Nos períodos de seca, esses municípios viram o número de internações crescer de forma assustadora.
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Em junho de 2012, em Sebastião Laranjeiras, choveu o equivalente a 0,51 mm. (Divulgação)
Por Graça Portela
Como
será morar em cidades que a média do índice pluviométrico mensal varia
entre 0,67 mm a 2,48 mm? Como será morar em uma cidade que a chuva é
rara, impactando a saúde física e mental da população? Essa é a
realidade com a qual convivem, em tempos de seca, cidades como Sebastião
Laranjeiras (BA), Janaúba (MG), Picos (PI) e Sobral (CE), localizadas
na região do semiárido brasileiro. Nos períodos de seca, esses
municípios viram o número de internações crescer de forma assustadora.
Os dados do Sistema de Informações Hospitalares do Datasus (Ministério
da Saúde) e da Divisão de Satélites e Sistemas Ambientais (DSA), do
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE/Ministério da Ciência,
Tecnologia e Inovação), mostram isso.
Por exemplo, em junho de
2012, em Sebastião Laranjeiras, choveu o equivalente a 0,51 mm,
apresentando uma taxa de internação hospitalar para casos de diarreia e
gastroenterites de 282 pacientes, na faixa etária entre cinco e nove
anos. No mesmo mês, em Picos, para a mesma faixa etária, mas com
precipitação de 2,54 mm, o número de internações foi de 2.118.
Em
Sobral, por conta de uma precipitação média de 128 mm, em março de 2014,
considerada alta para a região, a asma levou 601 pessoas a serem
internadas. Janaúba, em outubro do mesmo ano, apresentou 150 internações
– em ambos os casos, também na faixa etária entre cinco e nove anos. A
cidade mineira também sofreu uma forte epidemia de dengue, em março de
2012, quando a precipitação foi de 53,42 mm e a taxa de internações foi
de 445, na faixa etária entre 20 e 64 anos.
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Segundo Patricia Feitosa, pesquisadora do Observatório Nacional de Clima e Saúde, do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), em uma consulta interativa feita à base de dados do Monitor de Seca e Saúde, do Observatório, que vem sendo montado com esses dados, é possível saber que “há diferenças dos picos de internação entre a quadra chuvosa e o período de estiagem”. A pesquisadora explica que ao longo dos meses, “no início da estiagem predominam as internações por asma e no auge do período mais seco, especificamente nos meses de setembro até novembro, as internações por diarreia são mais frequentes. Ao contrário da quadra chuvosa, que devido à elevação das precipitações pode elevar a incidência de dengue clássica e as taxas de internação para esta doença”.
População vulnerável
A população sofre como um todo, mas, como explica Patrícia Feitosa, alguns grupos são mais vulneráveis aos efeitos da seca: “a partir dos dados do Monitor, que foram formulados pela revisão da literatura, é possível saber que a internação hospitalar por asma atinge principalmente crianças na faixa etária entre zero a nove anos; já aqueles entre zero e quatro anos, os casos são por diarreia e entre 20 e 64 anos, o motivo da internação é dengue”. Ela chama a atenção que, além destes, “outros grupos encontrados em artigos específicos podem ser agricultores idosos e mulheres”. Os dados só reforçam o que a pesquisadora associada ao Observatório Nacional de Clima e Saúde, Aderita Sena, já afirma: “é necessário prestar muita atenção à situação do semiárido e avaliar se as medidas estabelecidas são suficientes para uma região que pode ser ainda mais afetada, tanto pelo aumento da temperatura, quanto pela diminuição da precipitação, devido às mudanças climáticas”.![]() |
Luiz Gonzaga - Asa Branca ft. Fagner, Sivuca, Guadalupe - YouTube
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16 de jul de 2015 - Vídeo enviado por luizgonzagaVEVO
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