quarta-feira, 19 de outubro de 2022

A MORTE DE UMA PROFISSÃO DE RESPEITO.

Hotsite 90 anos – Hotsite 90 anos    Médicos da UPA Olinda denunciam ameaça de redução de quadro de plantonistasANO VII - Nº 28 – Julho/Setembro 2014 Filiado à                   

Presidente do Sindhoesg participa de passeata dos médicos em Goiânia -  SINDHOESG

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A MORTE DE UMA PROFISSÃO DE RESPEITO.

    
Os cenários políticos e econômicos da nação vaticinam  para dias dificeis  para a medicina brasileira e os Esculápios. 

Muitos foram, são e serão os eventos que levarão a  Medicina Brasileira à  bancarrota e  escancaradamente  a empurram para  as laterais .

1-A abertura indiscriminada de Escolas Privadas, a entrada de milhares de médicos pelo Mercosul sem o Revalida  e o abandono  das Escolas publicas de  qualidade.

2-  O sucateamento dos Hospitais Escolas ,  o fechamento de milhares de leitos SUS,  dos pequenos hospitais e clínicas em quase todo os 5700 municípios brasileiros.
 
3-A Desvalorização dos professores, dos assistentes e dos mestres .

3-A entrega da medicina aos políticos, transformando-a em manobra eleitoreira , retirando das mãos dos médicos  a sua condução, sendo estes reles prestadores de serviços com empregos precarizados. 

4-A medicina Suplementar atuando como intermediária entre o profissional e o seu paciente aplicando baixos valores ao intelecto .

5-O aparelhamento da medicina diminuindo o valor da semiologia e da Clinica.

6-O fechamento dos consultórios artesanais e a abertura de Empresas Médicas encarando o exercício da medicina comercialmente.

7-O distanciamento e a morte do relacionamento Médico-Paciente.

8-A invasão  do  ato médico por outros profissionais em quase todas as especialidades,  da clínica médica à oftalmologia. 
 
9-O desinteresse dos esculápios  pelo viés político e social da medicina ,  encarando-a apenas como meio de vida e de sobrevivência. Trabalham apenas para  pagar  os vultosos encargos e tributos pertinentes ao exercício da profissão .
 
10-Os baixos salários das suas jornadas de trabalho, tendo que labutar cotidianamente  em vários empregos, sendo uma das formas de óbitos de médicos jovens nas estradas da morte, de município em município  a  defender a vida e o padrão.

11-Os governantes, peremptoriamente, fazem  de tudo para jogar a sociedade contra os médicos , tentam colocar no seio da sociedade que os profissionais estão mais ligados à  pecúnia do que à saúde. Criam muros, fossos, lagos  e cercas   entre o povo , a medicina e os que a exercem com ética e lisura.

Este modus operandi levou a diversos episódios.

 Primeiro  os médicos perderam a prioridade nos cargos diretivos  governamentais tanto Municipais, Estaduais e Federais. Os Secretários de Saúde e o Ministro não precisam ser médicos, e quando médicos de formação, transformam-se em
executivos tecnocratas   e políticos descompromissados com a categoria.

Em seguidas foram afastados dos cargos superiores nas unidades hospitalares , no programa da família(PSF) e nos demais serviços pertinentes à medicina (Postos e ambulatórios). 
 
Hoje  os médicos estão em segundo plano, forças contrárias aos interesses do povo,  dos médicos e da medicina  incutem na cabeça dos médicos  que o sistema  conselhal é obsoleto,  inerte e prejudicial à classe , é  apenas  um órgão punitivo.  Os médicos acreditam e passam a não apoiar a sua mais importante instituição. Conselho fraco categoria fraca, na vacância dos Conselhos serão os leigos os seus julgadores .

 O prestígio de uma classe profissional está ligado aos poderes  político(voto),  econômico(poder aquisitivo), social(ações) e no  domínio dos conhecimentos , estas propriedades juntas guinam uma classe  ao comando de uma sociedade. 
 
O médico e a  medicina humana estão em franca decadência,  a informática e a engenharia da imagem dominam nos médios e nos grandes centros, basta entrar numa máquina. Isto está empurrando a medicina para ser uma ciência exata , primeiro as máquinas  e por derradeiro a clinica, é um caminho sem volta.
 
 Não menosprezando a tecnologia que é  importante e indispensável, não deveriam    ser nocauteadas as milenares fisiologia , fisiopatologia e a semiologia,     levando-as literalmente ao solo.  Sobram máquinas sofisticadas  e faltam médicos médico.

A soberania da clínica, o toque amigo do seu médico, a semiologia aplicada, as cãs dos esculápios, a benevolência,  a beneficência e a generosidade da ética ficaram para trás.

Politicamente  os médicos e a medicina há muito que perderam os seus  postos, estão muito frágeis . No setor financeiro a medicina virou mercadoria e os médicos profissionais baratos . 
 
O relacionamento dos médicos  com a sociedade é comercial, segue o código do consumidor com todas as suas  mazelas.  Enquanto os médicos  utilizam-se da ética e dos conhecimentos  os outros são partidários da  pecúnia , tudo por dinheiro, não conhecem a ética e nem a compaixão.

Consumindo os  últimos suspiros sociais da Medicina  , os poderes (Municipal, Estadual, Federal e Judiciário) retiram vagarosa e continuamente as últimas gotas de sangue da velha medicina com taxas,  tributos, ditames  e impostos exorbitantes.

O Liberal autônomo,  devido a intermediação do sistema médico suplementar ,  os grandes grupos empresariais da saúde , a pejotização e a terceirização do Sistema  Público    encontra-se  sem força, fraco e subserviente. 

A medicina e o médico caíram na vala comum, é  uma contenda entre a Medicina e o poder ,  na qual um dos lados tem como arma a ética , e esta   é mansa, educada, paciente, benevolente, caridosa, responsável  e respeitadora, enquanto o outro , tem a força, a truculência , a  política, a saga da enganação e um povo propositadamente desprovido de informações, consequentemente vence o lado da pecúnia.

A Medicina e o Médico precisam seguir de  mãos dadas, precisam  difundir a humanização, a benevolência, a beneficência e mostrar que são simples, humildes e emanam do povo para o povo. 
 
A medicina é a mais sagrada das ciências, ela entra na vida de cada um dos cidadãos que a procuram  da cura ,  do remediar ou do  paliar os seus sofrimentos.
 
Salvador 18 de março de 2011

Iderval  Reginaldo Tenório

 

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