terça-feira, 5 de agosto de 2025

JOVENS OLHEM PARA A ESCOLA , OLHEM PARA O FUTURO.

 


                                                                                






Aos jovens.

"Os jovens têm que saber onde pisa e conhecer o melhor caminho para um  futuro promissor."

Iderval Reginaldo Tenório


Tenho visto muitas crianças até os 16 anos, com elevadíssima  sede pelo consumo exacerbado, que é uma doença para os humanos e um desastre para a natureza. Querem comprar o que os olhos veem, o que o nariz cheira, o que as propagandas mostram e  o que a compulsão manda  e fixa na   mente.

Jovens que abrem a boca e falam, "eu não gosto de comer isso ou aquilo", jovens   de todas as classes sociais, notadamente das  média e baixa da pirâmide social, aqueles  que convivem no nosso meio. 

Querer consumir produtos caros e  de grifes,  sem olhar para dentro de casa, sem observar a força que os pais fazem para manter o mínimo necessário para uma vida digna(Escola, alimentação, água, luz, aluguel, condomínio, IPTU, transportes, emplacamento do carro, seguro e combustíveis), não deixa de ser uma agressão às finanças da família, uma vez que os jovens não são  geradores de  renda e sim consumidores.

Falo para os mesmos, que grande parte dos homens e mulheres, que brilham na sociedade por esforço próprio e persistência, notadamente no Brasil, vêm das classes média e baixa do país, e que a  vida atual  é bem diferente da vida dos seus pais, que ganharam a vida na enxada, foice, roçadeira e peso nas costas, não conheciam água encanada, geladeira, liquidificador,  micro-ondas, telefone, fogão a gás, transporte coletivo e nem Escola.

Reforço que os seus pais para chegarem aonde estão, lutaram muito e seguiram as orientações  dos pais.

Acreditaram nos seus pais e enxergaram a força em ganhar a vida. Mesmo sem direito à escolaridade, fizeram de tudo para educar os seus filhos, foi esta a ferramenta utilizada para sair do fosso no qual nasceram. 

Tiveram na família o seu porto seguro, pois somente a família está do seu lado  em todas as horas, notadamente os pais, os avós, os tios  e os irmãos, já os demais são apenas parentes. Tem exceções, alguns amigos atuam tal qual   a família, coisa    rara, porém  existem, vai depender do seu comportamento para com eles durante  a  convivência.

Reitero que o homem não faz, veste   e nem come o que gosta, o homem  come e veste o que tem, mora na casa que pode e compra  as coisas de acordo com o  nível social, exatamente  para não se endividar.

Lembro que muitos  ricos já nascem ricos, porém  para não descer  na escala da pirâmide socioeconômica, têm que  saber se comportar com as finanças e a escola.

Enfatizo que  para realizar os sonhos  de vestir, comer, morar, viajar e constituir uma família equilibrada, tem que priorizar a Escola e os conhecimentos em todos os níveis. Seja técnico,  superior  ou seguir os ensinamentos dos pais numa profissão, muitas vezes passada de pais para filhos, de geração em geração, porém  sem se esquecer da Escola, pois só e somente só a escola pode proporcionar conhecimentos capazes de mudar para melhor  a condição de vida de toda a família.  

Lembro que noutros modos como no esporte, na música e nas artes só prosperam as exceções, mesmo assim os mais   escolarizados conquistam melhores espaços. Nada impede que tenham uma profissão de nível técnico  ou superior  para que, em concomitância ou no fim da carreira principal, possam  atuar na mesma ou noutros segmentos com sucesso, conhecimento e equilíbrio.  

Em relação aos amigos, reforço que as exigências devem ser com esmero, reciprocidade   no respeito  e cumplicidade nos atos construtivos.   

Atentar bem para a Escola, esta é  a continuidade  do  lar, os professores  os  substitutos  dos  pais e  cada colega, mais do que um amigo,  um irmão. Os jovens só terão esta confirmação quando na fase adulta relembrar cada colega da infância, adolescência, início da fase adulta e da formação profissional. 

Finalizo dizendo que, para uma vida próspera e bem sucedida, é primordial uma boa escolarização,  respeito aos pais e aos professores. Deve-se plantar o bem sem olhar a quem para angariar bons amigos, colegas de escola e de trabalho. 

É primordial compreender que o homem é um ser social, que o bem coletivo suplanta o individual e que para  o pobre, o melhor caminho é   a escola, e sem perder o foco. Não deixe ser enganado pelas  tentações no seu trajeto, que são muitas e provocantes. 

Este artigo não é para ensinar, é para mostrar o quão importante é a vida e o quão  importante é saber que na raça humana, filho de gato não será sempre  gatinho e nem filho de peixe,  peixinho. Esta propriedade se aplica aos irracionais, onde um gato jamais será um leão ou um lambari jamais uma baleia,  porém nos racionais, filho de lavadeira, engomadeira, pedreiro, carroceiro, porteiro, pequeno agricultor, motorista, professor primário, gari ou carteiro poderá galgar postos altos na sociedade, basta não perder o foco e nem atuar com subserviência.

Salvador, 10 de Agosto de 2025

Iderval Reginaldo Tenório


GONZAGÃO & FAGNER BMG - 1987 ABC DO SERTÃO (Zé Dantas e Luiz Gonzaga)  no meu sertão pros caboclo lê Têm que aprender um outro ABC O jota ...

 

Luiz Fidelis - Meio dia

Luiz Fidelis - Seis cordas

Luiz Fidelis - Flor do mamulengo


 

 

 

sábado, 2 de agosto de 2025

Umas palavras sobre a cultura e pirâmide social.





 



        Umas palavras sobre a cultura e a pirâmide social.

 

Ao escrever ou fazer o uso da palavra, depara-se  com diversos  ditames para o direcionamento e entendimento do que está escrevendo ou falando, o que induz o autor a saber para quem está dirigindo a sua obra.

A língua portuguesa  chegou ao Brasil com os colonizadores da península ibérica, notadamente  pelos portugueses e  recheada pelos espanhóis e os holandeses no século XVII. "Boia", "bule", "cachimbo", "chafariz" e "fubá" têm origem holandesa e são usados até hoje em algumas áreas do Nordeste), "guerrilha", "hombridade", "moreno", "novilho" e "palmilha" têm origem espanhola.  

No decorrer dos anos de colonização, foi ricamente mesclada com as línguas dos indígenas, os humanos autóctones, como também pelas línguas do continente africano, os  escravizados e comercializados  humanos da África. 

No  Brasil colônia, a junção  da  população negra e indígena era maior do que a branca, composto pelos  colonizadores oficiais, os agregados e os degradados. No decorrer dos tempos, com a falta de cuidado, o abandono para com as outras etnias,  a política de adoção de branqueamento com a imigração europeia e  a miscigenação, as populações negras e indígenas foram perdendo força. 

Frisa-se           que tantos os Indígenas como os Negros não eram considerados seres humanos, recebiam a alcunha de gados ou selvagens, e como todos os gados e selvagens, não possuíam línguas e sim dialetos, o que apontava para milhares, uma vez que cada tribo e cada povo possuía o seu. Estes pensamentos eram os adotados pelos  europeus nas suas colônias, seja nas Américas, África ou Oceania, o que justificava o termo : "Caça de indígenas" no Brasil colonial  e o "Genocídio dos povos indígenas dos Estados Unidos durante o século XIX."


No século XVIII, o Marques de Pombal (Sebastião José de Carvalho e Melo),  a maior autoridade portuguesa à época, enxergando falta de clareza  na comunicação entre os povos, proibiu quaisquer  outros tipos de línguas  no Brasil, oficializando o Português,  de  Portugal, como a oficial.

Proibiu o Espanhol, as línguas Indígenas e Africanas, consideradas dialetos, e outros idiomas que por acaso tivessem invadido ou atracados, oficialmente,  o território nacional. Esta medida foi tomada para homogeneizar a comunicação entre os que habitavam  o país.

Argumentava o  português Marques de Pombal, o responsável  pelo "Período Pombalino",  que daria fim a torre de babel na língua de sua colônia,  ao mesmo tempo quebraria o espírito de cidadania e de pertencimento do seu povo ao matar a língua nativa, o Tupi Guarani e as matrizes africanas, uma vez  que, "a língua é a alma de um povo" 

Esta medida  deu origem a uma série  de línguas portuguesas no Brasil, estas mantinham o esqueleto principal e eram mescladas pela  resistência do regionalismo. Enquanto mais distante das metrópoles, a predominância de um povo e o grau de miscigenação mais mescladas iam ficando. Até  mesmo dentro das metrópoles, as diferenças continuaram, pois só os que tinham direito à escola, que eram poucos, somente os apaniguados, sabiam como escrever,  falar e acompanhar as mudanças no idioma oficial.  Ainda hoje, em pleno século XXI, devido a sua grande área,  existem diversas línguas portuguesas no Brasil e para a homogeneização são necessárias mudanças por decretos federais.

São 8,5 milhões de quilômetros quadrados de área,  210  milhões de habitantes, 5% de analfabetos,  40% de analfabetos funcionais, 13 % sem escolas e um  seleto grupo de 10%  que falam e escrevem o português  moderno, além do uso de milhares de palavras e frases estrangeiras sem traduções, frutos do predomínio do império americano.  

É de bom alvitre se inteirar  do Português Clássico, com fortes influências do Latim, o desenvolvimento literário e as  influências de Camões, a transposição da língua para outros continentes devido as viagens marítimas a cortar os oceanos. 

Como a língua é viva, não  olvidar a metamorfose da gramática, o português arcaico, o seiscentista e o português moderno. Não seguir  estas propriedade é desconhecer a trajetória da língua. De suma importância  é atentar  para o léxico, com a incorporação  de muitas palavras de outros povos. 

Estas propriedades apontam para uma língua de exclusão e   repleta  de preconceitos linguísticos,   o que leva à inibição daqueles que não têm  a chance de frequentar os bancos escolares de excelência.

Deste modo, é primordial o respeito às expressões linguísticas  de todos os cidadãos, pois muitos só conhecem o português básico, o coloquial e necessário para a comunicação em todo o território nacional, considerado  o português democrático, o de domínio popular, a língua de todas as classes sociais.

Cabe a quem fala e a quem escreve, o autor, conhecer todas  estas propriedades com o intuito de    escolher  e dirigir os seus pensamentos.  O autor possui  varias vertentes na pirâmide social e cultural, além das mudanças regionais escalonadas do litoral aos mais longínquos arraiais  do país: Os causticados sertões e as caatingas  nordestinas,  a floresta amazônica, os pântanos e as águas  do norte do país.

Aos brasileiros privilegiados, cabe entender  o  português  de cada povo que habita o seu vasto território, a língua básica e essencial como também ater-se  ao Português clássico e  institucional  moderno.  Fazer uso do  português básico no cotidiano, de acordo com o nível cultural;  o clássico nos debates filosóficos, sociológicos, antropológico   e universitários,  e o  português institucional moderno nos  contextos formais e oficiais, como documentos governamentais, textos jurídicos, artigos científicos e comunicação em órgãos públicos. 

Falar e escrever é um direito de todos os humanos e de  acordo com os seus conhecimentos e nível sociocultural. Só com  isonomia no ensino e equidade é  que todos poderão falar  e escrever a mesma língua   TIN TIN POR TIN TIN.

O desafio nacional é promover  a inclusão de todos os brasileiros na língua institucional moderna e não a institucionalização da exclusão linguística  exacerbada pelos preconceitos linguísticos e regionais, pelo   escalonamento da pirâmide social e econômica, como também pelas etnias. 

Não seguir este modelo, é como  amputar, tal qual a miscigenação racial na formação do seu povo, a riqueza da mais plural, poética e linda  língua do globo terrestre.

                Salvador, 03 de Agosto de 2025

                     Iderval Reginaldo Tenório 

 

                     ADENDOS PERTINENTES

1-
 "Numa verdadeira democracia, cada cidadão deve ter o direito de ter direito" 

 Hannah Arendt

2-

Para reflexão linguística

" É melhor escrever certo com palavras erradas"

Patativa do Assaré

3-

"Educar a mente sem educar os valores é criar uma ameaça à sociedade." 

Theodore Roosevelt

4-

"A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo para melhor." 

Marian Wright Edelman

5-

"A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo."

 Nelson Mandela

Salvador, 03 de agosto de 2025

Iderval Reginaldo Tenório

GONZAGÃO & FAGNER BMG - 1987 ABC DO SERTÃO (Zé Dantas e Luiz Gonzaga)  no meu sertão pros caboclo lê Têm que aprender um outro ABC O jota ...

 

Luiz Fidelis - Meio dia

Luiz Fidelis - Seis cordas

Luiz Fidelis - Flor do mamulengo