|
O NORDESTINO PABO
HISTÓRICO DO NORDESTE EM QUATRO ETAPAS.A Asa Branca .
Luiz Gonzaga, Humberto Teixeira, Zé Dantas e João Silva . |
PARTE I- 1947
ASA BRANCA
Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga
O
Nordeste Brasileiro sempre foi uma região esquecida pelos poderes
públicos e sapecada pelo causticante sol nas grandes secas.
Os
dois pensaram , qual seria a figura nordestina
que poderia ser o seu símbolo e quais os acordes a serem
entoados?
Matutaram
e de comum acordo chegaram à seguinte conclusão: o animal que previne ,
que se protege e que foge da seca para escapar da fome, como também
sabe quando ela terá o seu fim , é o pássaro ASA BRANCA,
ela foge do sertão nas épocas ruins e volta nas grandes aguadas, foge da
fome e da tristeza , só retorna na alegria e na fartura, é o maior
orientador deste povo, ela voa ,porém jamais abandonará o seu povo e o seu
torrão, como disse o grande Ednardo, compositor cearense em, Água
Grande: ”ESTÁ CHOVENDO PRAS BANDAS DE LÁ” .
Não
foi difícil, de um estalo o descamisado Luiz falou para o experiente
advogado cearense Humberto e ao mesmo tempo o Humberto
falou para o Luiz , foi uma verdadeira transmissão de pensamento. “Existe uma
música folclórica de domínio popular cantada há mais de 300
anos e a sua melodia continua na memória do povo”.
Não
deu outra, ambos de cátedra e simultaneamente pensaram a
mesma coisa, na Asa Branca , nos seus costumes e nos seus
ensinamentos.
Ressuscitaram
a ASA BRANCA , ao arcabouço da música folclórica
centenária deram nova letra, novos acordes, novos sentimentos e
nascia ali o maior hino do Nordeste documentando a seca, o sofrimento e o êxodo
do nordestino para o Sul, para escapar da “fome feroz”, como dizia o mestre
Patativa do Assaré, em A Triste Partida.
Em
1947, Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira bateram o martelo e ali
nascia o hino ASA BRANCA, colocando no miolo da
discussão , colocando na história do Brasil e tornando visível a
existência de grandes problemas, a seca, a fome , o sofrimento e o êxodo de um
povo sofrido e castigado pelo esquecimento, o nordestino passou a fazer parte
do Brasil depois desta denuncia.
PARTE II -1950
A VOLTA DA ASA BRANCA
Do Pernambucano e Médico Zé Dantas
O
tempo passou , o mundo deu uma melhora , as chuvas chegaram, o capim nasceu, o
cheiro de chão molhado saiu do solo, os pássaros voltaram a cantar, os sapos e
as rãs coaxarem e toda paba a Asa branca retorna ao seu
lar numa salva de alegrias , com o bucho cheio de comida e com
muita água convoca todos os retirantes retornarem ao seu torrão.
Com este cenário, o Pernambucano e Médico Zé Dantas
escrevinhou A VOLTA DA ASA BRANCA , tudo verde, tudo belo , muita fartura
na Serra do Araripe e no Cariri. Isto foi em 1950 , para 02 anos
depois a Asa Branca anunciar mais um período de seca, mais um
período para esturricar o sertão, sabe o sertanejo que um
ano de seca acaba com dez anos de fartura.
Está
nesta musica a segunda fase do Rei do Baião Luiz Gonzaga , fase
interrompida de 02 em 02 ou de 03 em 03 anos com uma nova seca, mostrada
na tristeza da música ASA BRANCA de 1947.
III PARTE
A RODOVIA ASA BRANCA
De João Silva
João
Silva o maior parceiro do velho Lula e que vivia ao seu lado, resolveu junto ao
Rei documentar a chegada do progresso na terra de seu Luiz, nesta
época de 1984 a 1986 os Governos do Ceará e de Pernambuco resolveram
pagar uma dívida ao maior símbolo musical do Nordeste , para este
intento decidiram asfaltar o trecho que vai da Cidade do Crato no
Ceará ao Exu em Pernambuco, mais de 80 quilômetros, a esta estrada
deram o nome- RODOVIA ASA BRANCA .
O João
Silva compôs a música que foi imortalizada na voz mais nordestina dos
nordestinos, na voz do filho de seu Januário e de dona Santana, LUIZ GONZAGA .
FASE IV
PROJETO ASA BRANCA
DOCUMENTADA POR JOSÉ MARCOLINO NA VOZ DO REI LUIZ GONZAGA
A IRRIGAÇÃO, ÁGUA PARA O NORDESTE
Em 1978
assumia o Governo Biônico de Pernambuco o Marcos Maciel e este junto ao Luiz
Gonzaga prometeu levar água ao povo sofrido e criou o Projeto Asa Branca.
Para
homenagear e documentar o fato, o Luiz junto ao Marcolino em 1983
lançaram a música PROJETO ASA BRANCA.
Como
estão vendo é a arte uma das melhores maneiras de documentação desde
os primórdios do mundo, lembro que foram os cordelistas , os repentistas e os
pequenos escritores que documentaram mais de mil anos de história, vide o
cangaço, o Padre Cícero, as grandes batalhas e os diversos fatos que hoje são resgatados
com precisão.
Luiz
Gonzaga foi o maior documentador dos fatos brasileiros, o Brasil está retratado
nas suas obras, cada episódio, cada cidade, cada amigo e cada povo , todos
estão salpicados e reverberados na mais ouvida e suave voz do Brasil, LUIZ LUA
GONZAGA, o IMORTAL. Luiz Gonzaga é gente da gente , é gente
nossa, é a alma do nordeste, foi Luiz que deu voz ao nordestino.
Três
homens imortais, um pássaro, uma chapada, a seca, a chuva, uma
estrada e depois a irrigação, estes fatos só poderiam acontecer no Nordeste
Brasileiro e não poderiam ficar engasgados na goela deste simples mortal.
Eu sou
fruto da Chapada do Araripe, sou pequeno , sou quase nada, mas nascer naquelas
plagas já está bom demais, se tivesse de nascer outra vez , levaria a
cegonha para o mesmo pasto.
Sou nordestino , sou retirante com muita
honra, no meu tempo onde nasci, de cada quatro morriam dois,
só ficavam os fortes, os que comiam pedra, pau, mandacaru, tanajura,
sibito, peba, calango, preá , berdoega, beiju de forno,
doce de gergelim , folha e raiz de umbu, poeira, cabo de faca
e parafuso, matavam a sede com água barrenta de barreiros, água tratada
com pedra hume e depois coada na boca do pote, café torrado no pilão adoçado
com rapadura, mel de engenho ou de abelha, só escapavam os fortes,
os resistentes como dizia o Euclides da Cunha em “OS SERTÕES” “O
sertanejo é, antes de tudo, um forte.”
Só escapavam aqueles que passavam 04 meses
numa farinhada, arrancando mandioca, cortando e carregando lenha no lombo dos
jegues, brigando com as formigas, com as lagartas e com as
cascavéis, vencendo os bichos de pé, pulgas, mutucas, espinhos e carrapatos, tendo
direito apenas um banho por semana, aos domingos, com uma cuia de
cabaça, nos outros dias apenas lavava os pés para não sujar a preciosa rede.
Três
dias sem água, trinta dias sem carne e três anos sem pão. É o feijão, a farinha
e o toucinho de porco o seu mais saboroso prato, é a rapadura o
complemento predileto , depois uma caneca d’água, isso é o Nordeste, isso
é a Asa Branca .
Iderval Reginaldo Tenório
ESCUTEM AS QUATRO
FASES
Quando oiei a terra ardendo
Qual fogueira de São João
Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação
Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação
Quando oiei a terra ardendo
Qual fogueira de São João
Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação
Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação
Que braseiro, que fornaia
Nem um pé de prantação
Por falta d'água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão
Por farta d'água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão
Inté mesmo a asa branca
Bateu asas do sertão
Entonce eu disse, adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração
Entonce eu disse, adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração
Hoje longe, muitas légua
Numa triste solidão…
Espero a chuva cair de novo
Pra mim vortar ai pro meu sertão
Quando o verde dos teus olhos
Se espalhar na plantação
Eu te asseguro não chore não, viu
Que eu voltarei, viu
Meu coração
Eu te asseguro não chore não, viu
Que eu voltarei, viu
Meu coração
Compositores: Humberto Teixeira / Luiz Gonzaga
www.youtube.com/watch?v=cWiJL0_yj9c
26 de out de 2009 - Vídeo enviado por Breno Alves
Asa-Branca é uma canção de choro regional (popularmente conhecido como baião) de autoria da dupla ...
Letras
Já faz três noites
Que pro norte relampeia
A asa branca
Ouvindo o ronco do trovão
Já bateu asas
E voltou pro meu sertão
Ai, ai eu vou me embora
Vou cuidar da prantação
A seca fez eu desertar da minha terra
Mas felizmente Deus agora se alembrou
De mandar chuva
Pr'esse sertão sofredor
Sertão das muié séria
Dos homes trabaiador
Rios correndo
As cachoeira tão zoando
Terra moiada
Mato verde, que riqueza
E a asa branca
Tarde canta, que beleza
Ai, ai, o povo alegre
Mais alegre a natureza
Sentindo a chuva
Eu me arrescordo de Rosinha
A linda flor
Do meu sertão pernambucano
E se a safra
Não atrapaiá meus pranos
Que que há, o seu vigário
Vou casar no fim do ano.
Compositores: Luiz Gonzaga / Ze Dantas
www.youtube.com/watch?v=whKGCQiD7iY
17 de mai de 2009 - Vídeo enviado por didiloureiro
essa musica como as demais de Luiz Gonzaga são obras- primas dignas de figurarem em todos os ...
Rodovia Asa Branca
Luiz Gonzaga
COMPOSIÇÃO -JOÃO SILVA
Eu vi um dia
Dois homens fazer um trato
De ligar Exu ao Crato
Pernambuco ao Ceará
O homem de cá
Trabalhou chegou primeiro
E o de lá também ligeiro
Num dançou eu chego lá
Olha o homem aí
É gente da gente
Olha o homem aí
Alegre e contente
Olha os homen aí
É o povo que diz
Olha os homen aí
Juntos com Luiz
Roda, rodada
Rodando, roda rodeia
Rodovia, Asa Branca
Tá todinha prá você
Olha o homem aí....
Rodovia Asa Branca - YouTube
www.youtube.com/watch?v=4l6FdSyAzBY
17 de mar de 2012 - Vídeo enviado por Pedro Macedo
Música Rodovia Asa Branca com Luiz Gonzaga. ... Asa Branca no aniversário de 75 anos de Luiz ...
Projeto Asa Branca - YouTube
www.youtube.com/watch?v=NHkL54Gugjc
17 de mar de 2012 - Vídeo enviado por Pedro Macedo