quinta-feira, 29 de novembro de 2012

PATATIVA DO ASSARÉ-A MORTE DE NANA


                                                           
                                                                                     

                                                                           
                                                                           


                                                                               


                                                                           

                                                                       
                                                                         


Querido leitor   deste blog cultural,não consigo ficar calado diante de tão fidedigna narrativa do Patativa do Assaré em 1932,quando mostra a importância de um filho, a insignificância de um ser humano, a fragilidade de um homem,a maldade de um explorador,o abandono de um povo ,o fechamento dos olhos daqueles  que deviriam cuidar,o  descaso de quem não vive e não conhece aquela desvivida vida , a desigualdade social entre um mesmo povo e a grande pergunta:Como exigir que cada cidadão independente do nível sócio-econômico-cultural conheça a Constituição Federal se os direitos são desiguais,secularmente desiguais.

                Algumas Estrofes de A Morte de Nana de Patativa do Assare.

Veja como descreve na primeira estrofe a sua NANÃ,sinta o valor atribuído a  NANÃ,sofra o que sofre este Pai na hora do enche bucho, quando NANÃ via o Angu.,se contamine e transporte esta cena para os dias de hoje,viva  os movimentos da boca,a palidez do rosto,o encatracado movimento das mãos,os balbuciar do sofrimento,o fechamento dos olhos e a libertação da fome com o pior:  A MORTE DA FILHA NANÃ.

Todos os dirigentes atuais conhecem o recado do Patativa e nada de novo acontece. Eu sou do Ceará.
                                                    Iderval Reginaldo Tenório
                                                       Quero a sua opinião


A Morte de Nanã
Patativa do Assaré.


Nanã tinha mais primô
De que as mais bonita jóia,
Mais linda do que as fulô
De un tá de Jardim de Tróia
Que fala o dotô Conrado.
Seu cabelo cachiado,
Prêto da cô de viludo.
Nanã era meu tesôro,
Meu diamante, meu ôro,
Meu anjo, meu céu, meu tudo,

Todo dia, todo dia,
Quando eu vortava da roça,
Na mais compreta alegria,
Dento da minha paioça
Minha Nanã eu achava.
Por isso, eu não invejava
Riqueza nem posição
Dos grandes dêste país,
Pois eu era o mais feliz
De todos fio de Adão.

Quando ela via o angu,
Todo dia demenhã,
Ou mesmo o rôxo beju
De goma de mucanã,
Sem a comida querê,
Oiava pro dicumê,
Depois oiava pra mim
E o meu coração doía,
Quando Nanã me dizia:
Papai, ô comida ruim!

Por ali ninguém chegou,
Ninguém reparou nem viu
Aquela cena de horrô
Que o rico nunca assistiu,
Só eu a minha muié,
Que ainda cheia de fé
Rezava pro Pai Eterno,
Dando suspiro maguado
Com o rosto seu moiado
Das água do amó materno

Na sua pequena bôca
Eu via os laibo tremendo
E, naquela afrição lôca,
Ela também conhecendo
Que a vida tava no fim,
Foi regalando pra mim
Os tristes oínho seu,
Fêz um esfôrço ai, ai, ai,
E disse: "Abença, papai!"
Fechó os óio e morreu

Esta poesia completa o amigo lê neste mesmo blog em:A MORTE DE NANÃ. Procure em postagens mais antigas.



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de alfredopessoa13  1 ano atrás  606 exibições



A Morte de Nanã (Patativa do Assaré)A Morte de Nanã (Patativa do Assaré)






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A Triste Partida

Videoclip da música A Triste Partida de Patativa do Assaré, interpretada por Luiz Gonzaga e 

PATATIVA DO ASSARÉ


PATATIVA DO ASSARÉ


Ingém de Ferro - Patativa do Assaré (1909 - CE - 2002), do livro Cante Lá Que Eu Canto Cá - filosofia de um trovador nordestino








                
Ingém de Ferro
Ingém de ferro, você
Com seu amigo motô,
Sabe bem desenvorvê,
É munto trabaiadô.
Arguém já me disse até
E afirmô que você é
Progressista em alto grau;
Tem força e tem energia,
Mas não tem a poesia
Que tem um ingém de pau.

O ingém de pau quando canta,
Tudo lhe presta atenção,
Parece que as coisa santa
Chega em nosso coração.
Mas você, ingém de ferro,
Com este horroroso berro,
É como quem qué brigá,
Com a sua grande afronta
Você tá tomando conta
De todos canaviá.

Do bom tempo que se foi
Faz mangofa, zomba, escarra.
Foi quem espursou os boi
Que puxava na manjarra.
Todo soberbo e sisudo,
Qué governá e mandá tudo,
É só quem qué sê ingém.
Você pode tê grandeza
E pode fazê riqueza,
Mas eu não lhe quero bem.

Mode esta suberba sua
Ninguém vê mais nas muage,
Nas bela noite de lua,
Aquela camaradage
De todos trabaiadô.
Um falando em seu amô
Outro dizendo uma rima,
Na mais doce brincadêra,
Deitado na bagacêra,
Tudo de papo pra cima.

Esse tempo que passô
Tão bom e tão divertido,
Foi você quem acabô,
Esguerado, esgalamido!
Come,come interessêro!
Lá dos confim do estrangêro,
Com seu baruio indecente,
Você vem todo prevesso,
Com históra de progresso,
Mode dá desgosto a gente!

Ingém de ferro, eu não quero
Abatê sua grandeza,
Mas eu não lhe considero
Como coisa de beleza,
Eu nunca lhe achei bonito,
Sempre lhe achei esquesito,
Orguioso e munto mau.
Até mesmo a rapadura
Não tem aquela doçura
Do tempo do ingém de pau.

Ingém de pau! Coitadinho!
Ficou no triste abandono
E você, você sozinho
Hoje é quem tá sendo dono
Das cana do meu país.
Derne o momento infeliz
Que o ingém de pau levou fim,
Eu sinto sem piedade
Três moenda de sodade
Ringindo dentro de mim.

Nunca mais tive prazê
Com muage neste mundo
E o causadô de eu vivê
Como um pobre vagabundo,
Pezaroso, triste e pérro,
Foi você, ingém de ferro,
Seu safado, seu ladrão1
Você me dexô à toa,
Robou as coisinha boa
Que eu tinha em meu coração!

“Patativa, apelido que (...) ganhou por analogia à mais canora das aves nativas da Chapada do Araripe, (...) escritas no que ele próprio qualifica de linguagem cabocla, o linguajar da rude gente sertaneja, tão crivado de erros, mutilações e acréscimos, de permutas e transposições que os vocábulos, com frequência, se desfiguram completamente. Mas, no dizer de Arrais de Alencar, tais adulterações constituem uma fonte inesgotável de ensinamentos no estudo do idioma, na apreensão de sua índole (...)
O autor tem em inúmeros folhetos de cordel e poesias publicados em revistas e jornais. Estudado na Sorbonne, na cadeira de Literatura Popular Universal, sob a regência do Professor Raymond Cantel.
- Nota: o presente livro é em 8ª edição; em co-edição com Fundação Padre Ibiapina e com Instituto Cultural do Cariri; Crato: Ceará, 1992 -
O Centro de Documentação Estudos e Pesquisas (CENDEP) da Fundação Padre Ibiapina, do Crato, no Ceará, inclui também entre seus objetivos manter estreita colaboração com os artistas populares, grupos folclóricos e artesãos da região dos Cariri¹, (...) tem procurado efetuar levantamentos para catalogação destes artistas (...) Esse trabalho tem se mostrado penoso e atraente. Penoso, enquanto dificultado pelo isolamento, dispersão e asfixia a que os modernos meios de comunicação estão submetendo os traços culturais da gente do povo. Atraente, cada vez mais, quando se descobre a riqueza expressiva e mensagem do conteúdo que se transmite. Contudo, há um estímulo permanente: a certeza de melhor alcançar a alma do povo ao se identificar seu código de valores, suas formas expressivas e as ocasiões marcantes de comunicação intensa. (...) o Cendep procurou compilar sua obra poética e enfeixá-la neste volume que contém parte antológica (...) a ele mesmo foi confiada a tarefa de selecionar e ordenar os poemas (...) o leitor poderá senti-lo em sua força original e o estudioso procurar compreendê-lo in natura, sem comentários nem interpretações (...)”

Antonio Gonçalves da Silva, dito Patativa do Assaré ou Ave Poesia. Poeta, agricultor, nasceu a 5 de março de 1909 no pequeno sítio chamado de Serra de Santana, distante três léguas do município de Assaré, no sul do Ceará e faleceu aos noventa e três anos de idade em 08 de julho de 2002 no mesmo município.


Em Autobiografia refere que (...) “quando completei oito anos fiquei órfão de pai e tive que trabalhar muito (...) com a idade de doze anos, frequentei uma escola muito atrasada, na qual passei quatro meses (...) daquele tempo pra cá não frequentei mais escola nenhuma, porém, sempre lidando com as letras quando dispunha de tempo para este fim. (...) De treze a quatorze anos comecei a fazer versinhos que serviam de graça para os serranos, pois o sentido de tais versos era o seguinte: Brincadeiras da noite de São João, testamento do Juda, ataque aos preguiçosos, que deixavam o mato estragar os plantios das roças, etc. Com 16 anos de idade, comprei uma viola e comecei a cantar de improviso (...) Perdi a vista direita, no período da dentição, em consequencia da moléstia (...) conhecida por Dor-d’olhos.”

ASSARÉ, Patativa. Cante lá que eu canto cá. 8ª edição; Crato; Vozes; 1992
em co-edição com Fundação Padre Ibiapina e Instituto Cultural do Cariri - Crato - Ceará

INGÉM DE FERRO - PATATIVA DO ASSARÉ ~ RADIO CAIO ...

www.radiocaioprado.com.br/.../ingem-de-ferro-p...28 fev. 2012
INGÉM DE FERRO - PATATIVA DO ASSARÉ Ingém de ferro, você. Com seu

sábado, 24 de novembro de 2012

BELCHIOR O GÊNIO, O ARTISTA, O CANTOR ,O GRANDE COMPOSITOR




                               
                          
Queridos amigos que acessam este blog cultural, este meu universo internético, cibernético  e intergaláctico.

 Tenho vivido nos últimos dias na mídia  o avacalhamento, o desrespeito  e  o denegrir aviltante de um dos ícones da cultura brasileira, fato que me deixou perplexo diante da calmaria  e do não posicionamento daqueles que realmente entendem do assunto.

O  cidadão Antonio Carlos Gomes Belchior  Fontenelle  Fernandes, cearense  de Sobral  e que logo na primeira fase da vida devido o seu alto grau de humanismo , de inteligência  e   já cursando medicina,   mergulhou no mundo das artes  e hoje nada mais é do que,  no rol dos cinco, talvez  seja o mais importante poeta, compositor, cantor  e musicista brasileiro, artisticamente conhecido como BELCHIOR. 

Das dez  mais importantes músicas do século XX , é da lavra do Belchior pelos menos cinco. Citarei algumas destas pérolas universais, músicas estas que estão guardadas , arquivadas, encastoadas na mente  de  duas ou três gerações para a eternidade, músicas  que falam  do homem, da vida, das dificuldades e que traçam um paralelo histórico de todos que, abençoadamente, privilegiadamente tiveram  sorte ao  acesso  a tão  importantes presentes, presentes  enviados pelo Criador , por intermédio do cérebro e da voz do grande BELCHIOR.

1-Rapaz Latino Americano
2-Como nossos pais
3-Coração Selvagem (Todo sujo de baton)
4-Fotografia 3X4
5-Populus
6-Divina comédia humana
7-Alucinação
8-Pararelas
9-Hora do almoço
10-Comentário a respeito de John

Então senhores , entendo que ninguém   pode e nem tem o direito de denegrir a imagem deste ícone maior, a imagem de um poeta , de um humano sensível que, simplesmente prega o bem.

Não sei qual a intenção e  qual o objetivo de tão feia divulgação de um fato pessoal, quem está sob júdice não é o iluminado artista BELCHIOR   e sem o Cidadão Antonio Carlos Fontenelle que  pela constituição tem todo o direito protegido de não ter o seu nome veiculado na mídia por qualquer motivo puramente pessoal, nestes casos,  procurem os credores os canais competentes, e só depois de apurado e julgado,  tomem uma posição,  a depender da decisão dos julgadores. 

Mais uma vez sou claro na minha posição de mortal, não pode,  não deve e não existe nenhum posicionamento legal que permita que a honra de um cidadão seja jogado aos leões  sem uma explicação por parte do acusado.

Convoco a mídia  a se posicionar, convoco os conhecedores do direito para se pronunciarem , e ao mesmo convoco toda a NAÇÃO BELCHIORNIANA  a se posicionar diante deste desastre moral, na da tentativa de manchar uma das mais brilhantes mentes brasileiras de todos os tempos.

A Nação cearense, Nordestina e Brasileira não pode se calar diante destes fatos. Que acionem o Antonio Carlos nos canais competentes e deixem o gênio, o poeta e o homem que vive perto de Deus  em paz ,deixem  livre  para ajudar este povo com as suas belas e inebriantes obras, deixem o poeta sonhar, pois só fala a verdade e toca cada um dos brasileiros que saboreiam as suas palavras e os seus acordes. Deixem o poeta voar. 
É o que penso sobre o assunto.

Iderval Reginaldo Tenório
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PARALELAS - 51- BELCHIOR. - WMV

de Erigilson Goncalves  2 anos atrás  262 views
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Belchior- Medo de Avião.

de amelia luz  3 meses atrás  52 views
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Hora do Almoço - Belchior

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Belchior - Apenas Um Rapaz Latino Americano (1976) Áudio HQ

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