quarta-feira, 12 de novembro de 2025

NA BEIRA DA ESTRADA –


 NA BEIRA DA ESTRADA – 

Sento-me à beira da estrada para conversar com as pedras e trocar ideias com tantas folhas caídas à sua margem. Pequenos grilos cantam canções que só eles sabem cantar. Poucos, como eu, as entendem.  Borboletas cirandeiam alegres e felizes, colorindo o céu azul, embotado por manchas brancas que alguns chamam de nuvem.

Fico a enxergar grandeza nas pequenices que vejo. Um vento sussurra que a chuva está por chegar e me apresso em busca de proteção. Desisto. Faz tempo que não vejo a chuva cair e estou com saudades. Deixarei que os seus pingos me contem segredos guardados no infinito e só revelados a quem, como eu, não teme futuros e vive presentes. 

O peito nu é minha camisa e os cabelos, brancos, compridos e assanhados, meu chapéu. Chuva finda, peito aberto, corpo molhado, despeço-me das amigas pedras, abraço as folhas e sigo o caminho rumo às alegrias vindouras. Acompanha-me sorridente um raio de sol pós-chuva, se encaminhando para compor o primeiro arco-íris do dia. Ele, o astro-mor, já brilhante no alto, me deseja um bom dia e eu sigo. Feliz e agradecido, acompanhado pelo canto bonito de uma sabiá que se achegou ao meu sonho. Sou feliz. A dúvida é saber se mereço tanto ...

Xico Bizerra

Xico Bizerra, nome artístico de Francisco Bizerra ( Crato, Ceará) é um compositor, poeta e produtor musical brasileiro. [1]

Cearense do Crato e está radicado no Recife desde o final dos anos 60, onde veio estudar e trabalhar. Foi funcionário concursado do Banco Central do Brasil por 28 anos, onde se aposentou, tendo desempenhado diversas funções, inclusive a de Inspetor do Departamento de Fiscalização Bancária. Do ponto de vista artístico, Xico vem desenvolvendo um trabalho voltado para a valorização da nossa mais autêntica música regional, sem fazer concessões aos modismos

Luiz Gonzaga - Eu vou pro Crato

2:29
Luiz Gonzata - "Eu vou pro Crato" (José Jataí / Luiz Gonzaga) Disco: 'Pisa no pilão (Festa do milho)', de 1963.
YouTube · vitrolanoberro · 21 de jun. de 2011

 

  

segunda-feira, 10 de novembro de 2025

Críticas do Zezinho ao curso fundamental

                     .

                          Reflexões (necessárias) sobre o sistema educacional brasileiro - Práxis O que aconteceu com o Zezinho - O Legislativo para crianças - Câmara dos  Deputados

A escola era excludente e agora precisa dar conta de todos", diz educadora  - 15/01/2016 - UOL Educação               

      Críticas do meneino  Zezinho, ao curso fundamental.

Queridos professores, venho da roça e tenho 14 anos. A minha primeira escola foi no campo.  Os meus pais e os fenômenos da natureza foram os meus professores. As formigas, as abelhas,  os repteis e todos os animais foram  meus   colegas e   também professores. 

Brinquei com todos eles.   Levei muitas carreiras de galinhas chocas,  cadelas e vacas  paridas. Corri de abelhas, carneiros e de bodes pais de chiqueiro.

Nenhum deles sabia ler, escrever ou contar. Até os humanos  não tinham boa leitura. Graças a eles percebi a grandeza da vida, natureza e  cidadania.

Os fenômenos  da natureza  me ensinaram a importância  de cada um. Os demais animais passaram a ideia  de  que  cada ser merece respeito. Ficou claro que todos contribuem para a formação do cidadão.

Os animais classificados como irracionais, brutos e simples me ensinaram a importância da vida, do bem estar, como me comportar diante da natureza, viver em sociedade harmoniosamente  com as diferenças e as diversidades, tanto dos seres animados e  inanimados, precisamente  os morros, as águas,  as florestas  e tudo quanto emana da terra,  inclusive ela própria.

Ao entrar nesta escola, imaginava encontrar um ambiente livre  que deixasse o meu cérebro voar como um pássaro, brotar miríades de perguntas sobre a complexidade da vida e do universo, como também perseguir as  respostas. 

Imaginava que a escola dos humanos  me orientasse a concatenar as minhas ideias, mostrasse novos caminhos e como desenvolver  novos pensamentos.

Imaginava que nesta escola  iria encontrar  muitos orientadores,  tais quais os meus amigos de infância,    que  sem  saberem falar, contar ou escrever,  me orientaram  para a vida. 

Imaginava que cada colega  passasse  os seus conhecimentos e  experiências. Que  num contínuo compartilhamento fôssemos somando  e  no  coletivo  aperfeiçoando a capacidade de viver em comunidades.

Ao saber que existia  o estudo de diversas disciplinas fundamentais, como a língua pátria, a aritmética, a história, a ciência   e  outras,    iria  compreender  as suas importâncias, a necessidade de me aprofundar e entender a participação de cada uma na vida.

Acreditava que além deste esqueleto quase pétreo, mergulharia  sozinho ou em equipe nos mistérios sociais e culturais da humanidade e, de  posse dos conhecimentos geográficos, filosóficos e antropológicos,  iria procurar maneiras de explorá-las e aplicá-las na vida real como um todo.

Voaria como um alado livre  por todos os recantos, procurando respostas  para os mistérios  da vida e para a conquista da liberdade. O que encontrei foi uma prisão, uma gaiola, um engessamento e tendo que seguir literal e obrigatoriamente  as demandas do imaginário humano.

A proibição excessiva da  formalidade natural, freios excludentes das criatividades individuais que contribuiriam  para o bem da coletividade, se não inibidos, seriam  libertadores e democráticos.  Clausura que levará ao desaprendizado  dos atos de voar, cantar, pensar,  de liberdade e  discernir  o que é bom ou ruim para a vida. Confesso que este sistema de ensino fez em minha pessoa  nascer a vontade de transgredi-lo, abrir as porteiras da liberdade e colocar o cérebro livre a serviço da humanidade.   

 Os engaiolados e prisioneiros, em todos os vieses, não são donos de si e nem dos seus pensamentos. Possuem donos e estes tutores  os levarão para onde quiser, principalmente os presos pela consciência. 

Aqui, com todas as artificialidades e  o intuito de colocar o cidadão no topo ou pelos menos encontrar um lugar ao sol neste mundo desigual,   fazem   refletir  sobre o futuro da humanidade, afastando ainda mais os homens e selecionado-os  em castas. 

A impressão é que o modelo desta escola fundamental contribuirá para a exclusão  e criará mais degraus na estratificação social, distanciando mais ainda  a base do cume, pois existem diferenças nos conteúdos escolares nas classes sociais.

Enquanto maior o poder aquisitivo, mais ênfase no ensino das disciplinas basilares, menos nas disciplinas sociais, distanciando-os das coisas básicas da natureza.  

Este  tipo de escola  faz com que cada  um aprenda  a ser um desagregador, um concorrente ou um eterno adversário.  Irá despertar  no Eu  de cada um  a propriedade de ser o melhor, o mais competente, um eterno ganhador  e o primeiro  em tudo, mesmo que tenha  que puxar o tapete do próximo. 

Não tenho cerimônia  de falar para os senhores que o mundo com este modelo, a cada dia, ficará mais desigual. É assim que se constroem as pirâmides  sociais  em todas as demandas da vida.

Professores,  peço  que apenas  mostrem o melhor caminho para a vida, que apontem a melhor maneira de utilizar o cérebro, pois a de raciocinar, todos são capazes.  Com   estas ferramentas  cada um saberá encontrar a verdadeira importância da vida. Tenham certeza que cada um continuará o aprendizado sem se afastar dos princípios morais, naturais, sociais, filosóficos, éticos e  de como participar de um mundo mais justo, gozando   de  plena cidadania. 

Deixem as crianças  raciocinarem, se desenvolverem e se posicionarem. A mente de uma criança é como um vulcão em ebulição. As coisas brotam do âmago e das profundezas. Cada criança é um   fenômenos da natureza.

Cada  uma tem e vem de um mundo diferente. Todas as crianças estão cheias de conhecimentos pertinentes ao nível social e da convivência com os que lhes  rodeiam.  Está no compartilhamento de suas vivências e ideias  a chave  para um mundo mais equânime. Sempre escutei dos meus antepassados e ainda escuto que cada cabeça é um mundo.

Deixem as crianças criarem, pensarem, se comunicarem e contribuírem para encontrar  muitas respostas para o bem desta civilização.

Sei que este modelo não é da lavra  dos professores. Faz parte da conjuntura, da vontade política, da educação formal, homogênia e hegemônica.  Aos  senhores  cabe apenas executarem  a engessada grade curricular num pequeno espaço de tempo, num ambiente muitas vezes inadequado, sem segurança, sem remuneração condizente e a valorização pertinente à  função.

Mestres, não falei mais porque ainda sou rude, capiau e quase um animal do campo. Quase um analfabeto nas coisas da vida. Enfim, um ignorante. 

Trago impregnado e sedimentado  na mente os ensinamentos da natureza.  Acredito que ao entrar no curso do ensino médio darei continuidade  a esta simples missiva.  

                                             Zezinho

.                      Brasil,  18 de Março  de 2019

                            Iderval Reginaldo Tenório

sexta-feira, 7 de novembro de 2025

VIDA E OBRA DA MENINA BENIGNA - A PRÓXIMA BEATA BRASILEIRA.

Segunda matéria sobre a Beata Bernigna, são 19 minutos. 

Entrevistas, relatos e demonstração da região e da cidade Santana do Cariri. Ceará .

 

Iderval Reginaldo Tenório 

Menina Benigna: conheça a história da primeira beata do Ceará

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Quem foi a menina Benigna, que será beatificada no Ceará - 24/10/2022 -  Cotidiano - Folha 

SÃO 04 MINUTOS SOBRE A MARIA BENIGNA

Iderval Reginaldo Tenório 

kefir é o alimento chamado de ‘ouro branco’. ENTENDA.

 

Por
Sol Valls
, Em La Nacion

Embora sua história remonte a práticas ancestrais no Cáucaso, foi apenas nos últimos anos que o kefir passou a ser estudado com o rigor da ciência. Pesquisas publicadas em bases como PubMed e BioMedCentral (BMC) o descrevem como uma matriz complexa de microrganismos vivos que interagem com os sistemas digestivo, imunológico e metabólico.

E, ainda que as pesquisas em humanos ainda sejam limitadas, os resultados preliminares sugerem que seu consumo pode ajudar a restabelecer o equilíbrio microbiano, aliviar sintomas digestivos e modular certas respostas imunológicas. 

O kefir é produzido a partir de grãos de aspecto gelatinoso e branco que contêm uma comunidade simbiótica de bactérias lácticas e leveduras, podendo reunir até 60 cepas distintas. Ao fermentar açúcares, esses grãos geram ácido lático, etanol, dióxido de carbono e compostos bioativos que transformam a composição do líquido original. Como resultado, obtém-se uma bebida com alta concentração de microrganismos vivos, valorizada por seus efeitos sobre a saúde digestiva, imunológica e metabólica. 

— O conceito é o de uma comunidade de bactérias e leveduras que vivem em simbiose; ou seja, elas se beneficiam da convivência — explica César Casavola, presidente da Sociedade Argentina de Médicos Nutricionistas (SAMENUT). 

A história do kefir remonta às montanhas do Cáucaso, onde camponeses preparavam uma bebida chamada ayrag, deixando o leite em odres de pele de cabra que não eram lavados. Com o tempo, descobriram que a película branca formada na superfície interna gerava uma nova bebida, mais estável, com sabor peculiar e maior durabilidade. Chamaram-na kefir, palavra de origem turca que significa “sentir-se bem”. 

Tipos de kefir 

Existem duas variedades principais:

Kefir de leite: ácido, espumoso e semelhante ao iogurte.  

— Fornece proteínas, vitaminas do complexo B, vitamina K2, cálcio, fósforo e outros minerais essenciais — observa Casavola. 

Kefir de água: fermentado com açúcar, frutas e culturas específicas.  

— Possui menor teor de proteína e calorias, mas retém probióticos e metabólitos bioativos — afirma o especialista. 

Benefícios comprovados do kefir 

Diversos estudos, principalmente in vitro e em animais, associaram o consumo regular de kefir a indicadores positivos, tais como: 

  • Melhor digestão e tolerância à lactose 
  • Efeito antibacteriano 
  • Redução do colesterol 
  • Controle da glicemia 
  • Efeito anti-hipertensivo 
  • Efeito anti-inflamatório 
  • Atividade antioxidante 
  • Ação anticancerígena 
  • Efeito antialérgico 
  • Propriedades cicatrizantes 

Os principais benefícios do consumo desta bebida fermentada incluem: 

1. Equilibra a microbiota intestinal 

A combinação de bactérias e leveduras presentes no kefir — como Lactobacillus kefiranofaciens, L. plantarum, L. acidophilus, Saccharomyces cerevisiae e Kluyveromyces marxianus — favorece processos como a produção de ácidos orgânicos, enzimas e kefiran (um polissacarídeo que constitui a matriz do kefir). Casavola explica que esses compostos alteram o ambiente intestinal, reduzem o pH, inibem bactérias oportunistas e atuam como prebióticos, promovendo a estabilidade e diversidade da microbiota. 

Nas duas variantes (de água ou de leite), o kefir aumenta a diversidade de espécies benéficas no intestino e pode ajudar a restaurar o equilíbrio após o uso de antibióticos ou períodos de alto estresse. 

— Isso ocorre porque aumenta a abundância de gêneros benéficos como Lactobacillus e Bifidobacterium, enquanto inibe o crescimento de bactérias patogênicas, restabelecendo um equilíbrio saudável no intestino — comenta Casavola. 

Além disso, ao otimizar o ambiente intestinal, melhora a absorção de nutrientes importantes.  

— Isso facilita que o corpo aproveite melhor vitaminas e minerais dos alimentos, como cálcio e magnésio — acrescenta Milagros Sympson, nutricionista. 

Um estudo publicado na BMC Medicine avaliou o impacto do consumo de kefir em pacientes internados em unidades de terapia intensiva e concluiu que esse alimento fermentado tem capacidade de reduzir a disbiose intestinal (o desequilíbrio microbiano associado a diversos problemas de saúde). 

2. Melhora a digestão 

O kefir ajuda a regular o trânsito intestinal e está associado a melhoras em casos de diarreia, constipação e síndrome do intestino irritável. Além disso, o processo de fermentação também gera enzimas que quebram a lactose, facilitando sua digestão. 

— Graças ao seu efeito probiótico e à regulação do pH do cólon, o kefir contribui para normalizar o trânsito intestinal, aliviar episódios de diarreia ou prisão de ventre e reduzir os sintomas da síndrome do intestino irritável. E diversos estudos associam o kefir à redução dos sintomas de diarreia aguda e crônica, constipação e síndrome do intestino irritável — afirma Casavola. 

Os ácidos orgânicos e peptídeos bioativos sintetizados exercem efeito anti-inflamatório local: — Ao reforçar a barreira intestinal, reduz-se a entrada de toxinas e patógenos no organismo — explica Sympson. 

3. Fortalece o sistema imunológico 

— As propriedades imunomoduladoras do kefir podem ser resultado da ação direta da microbiota ou indireta, por meio de compostos bioativos produzidos durante a fermentação — declara Casavola. 

Entre esses compostos, destacam-se os peptídeos gerados na fermentação (tanto em água quanto em leite). 

— Eles são capazes de estimular a resposta imunológica mediada por células contra infecções e patógenos intracelulares — completa. 

Já Milagros Sympson lembra que “aproximadamente 70% das células imunológicas do corpo estão localizadas no intestino”. 

Diversos estudos relacionam o uso do kefir à melhora do trânsito intestinal e à redução dos sintomas da síndrome do intestino irritável — Foto: Freepik
Diversos estudos relacionam o uso do kefir à melhora do trânsito intestinal e à redução dos sintomas da síndrome do intestino irritável — Foto: Freepik

Receita e recomendações 

Fazer kefir em casa é simples, mas requer cuidado. Colocam-se os grãos em um frasco com leite (animal ou vegetal) ou com água açucarada, dependendo da versão, e deixam-se fermentar por 24 a 48 horas em temperatura ambiente. Depois, coa-se, reutilizam-se os grãos e a bebida está pronta para refrigerar e consumir. 

Casavola recomenda esterilizar utensílios e recipientes antes do uso, evitar o uso de metais, optar por ingredientes de boa qualidade e consumir o kefir refrigerado em até sete a dez dias.  

— É importante manter a cozinha limpa, higienizar bem as mãos e separar produtos crus dos cozidos na geladeira. Em caso de dúvida, é melhor descartar o produto e reiniciar o processo — aconselha. 

Quanto à quantidade, não é necessário muito. 

 — Segundo evidências científicas, para obter benefícios na microbiota intestinal e na saúde geral, uma dose diária de 100 a 200 ml de kefir é suficiente. A chave, para maximizar os efeitos, está na constância, na qualidade do kefir (de preferência caseiro ou com cultivos vivos) e em uma dieta equilibrada — conclui Milagros Sympson.  

Sol Valls
, Em La Nacion