segunda-feira, 26 de maio de 2025

A RISADA É UMA PODEROSA TERAPIA, VIVA O HUMOR SADIO.

 


Canal Viva relembra personagens icônicos com a estreia de 'Estados Anysios  de Chico City'


Nos 25 anos do 'Casseta & planeta', relembre histórias e veja como estão os  humoristas - TV e Lazer - Extra Online

Clássicos do humor da TV Globo: relembrando bordões que marcaram gerações1.2

 

No blog cultural iderval.blogspot.com.br  recebo muitas coisas boas da atualidade e do passado. Recebo também  comparações e preocupações com o comportamento da sociedade, publicarei a última que chegou ao meu conhecimento.

Veio de uma cidadã inteligente, trabalhadora, mãe de família que lutou muito para chegar ao posto que ocupa. Do zero chegou ao nível superior e é espelho para todos da família.

Iderval Reginaldo Tenório 


A CARTA

 

                    Dr Iderval Reginaldo Tenório, Meu querido amigo e médico. Eu sinto tanta falta dos programas de TV de antigamente, especialmente os de humor, sabia? Viva o Gordo, Os Trapalhões, Chico City,  Balança mas não cai, Toma Lá Dá Cá,  Casseta e Planeta. Os humoristas abriam a boca e a gente caía na gargalhada.

Não temos mais programas assim e a maioria daqueles humoristas já se foram. Os que temos hoje, não chegam nem aos pés deles. Hoje me bateu uma nostalgia, e eu chorei de saudade. 🥹🥹. A vida é  uma grande roda, ela vai girando, girando, e a gente quando menos espera, cruza a linha do tempo e ela acaba.

Na Autarquia Federal na qual trabalho, todos os dias somos chamados a atenção por conta de tratamento com os colegas de trabalho e com o público. Não podemos mais nos abraçar, acarinhar os cabelos, chamar de bonito ou bonita,  um olhar de soslaio, um sorriso descontraído, e   até o aperto de mão é suspeito de assédio. Um horror.

Não podemos mais falar neguinha, morena, moreno, lindona, lindão, princesa  e meu amor que é racismo. Não sei aonde vamos parar. Não podemos fazer gestos com as mãos, que é símbolo de facção. Enfim. Éramos felizes e não sabíamos!

Hoje Dr.Iderval, o humor virou para os atores políticos. Um humor trágico, de usurpação do erário público, o povo rindo para não chorar, cheio de de máguas, sem forças e amarrado. É um humor prejudicial. 

Na Roma antiga, o público ria com a morte de muitos gladiadores e escravos, em combate com outros gladiadores ou com animais ferozes vindo do continente africano, o COLISEU recebia o nome de ARENA.  Será que hoje o Brasil não é uma ARENA??/!!!/???.   

 A vida hoje doutor, é engessada, não tem sorrisos naturais, a vida perdeu a alma, tudo é dinheiro.

Achei tão importante e esclarecedor que resolvi publicar no  BLOG para todos os leitores.

Salvador, 26 de maio de 2025

Iderval  Reginaldo Tenório

 

Urubu Tá Com Raiva do Boi (Ao Vivo)

3:08
Provided to YouTube by ONErpm Urubu Tá Com Raiva do Boi (Ao Vivo) · Baiano e os Novos Caetanos Baiano e os Novos Caetanos ℗ CID ...
YouTube · Baiano e os Novos Caetanos - Topic · 9 de out. de 2018

domingo, 25 de maio de 2025

O PISTOLEIRO E A LIÇÃO DE MORAL DE UMA VELHA PISTOLEIRA

 



Foto de Mulher Velha e mais fotos de stock de Arma de Fogo - Arma de Fogo,  Mulheres Idosas, Adulto - iStock



UMA VELHA SENHORA SE APROXIMOU E AMARROU SUA MULA A UMA ESTACA.

ENQUANTO ELA FICAVA ALI, TIRANDO A POEIRA DO ROSTO E DAS ROUPAS, UM JOVEM PISTOLEIRO SAÍU DO SALOON COM UMA ARMA EM UMA MÃO E UMA GARRAFA DE UÍSQUE NA OUTRA. O JOVEM PISTOLEIRO OLHOU PARA A VELHA SENHORA E DISSE RINDO: "EI, VELHINHA, VOCÊ JÁ DANÇOU ALGUMA VEZ?"

A VELHA OLHOU PARA ELE E RESPONDEU: "NÃO... NUNCA DANÇEI... NUNCA TIVE VONTADE."

UMA MULTIDÃO SE REUNIU ENQUANTO O PISTOLEIRO, COM UM SORRISO IRÔNICO, DISSE: "BOM, SUA VELHA ENCHERIDA, AGORA VOCÊ VAI DANÇAR!" E COMEÇOU A ATIRAR PERTO DOS PÉS DELA.

A VELHA CAMPONESA — PARA NÃO TER OS DEDOS DOS PÉS ARRANCADOS — COMEÇOU A PULAR. TODOS RIAM.
QUANDO A ÚLTIMA BALA FOI DISPARADA, O JOVEM PISTOLEIRO, AINDA RINDO, GUARDOU A ARMA NO COLDRE E VIROU PARA VOLTAR AO SALOON.

A VELHA SE VIROU PARA A MULA, PEGOU UM COLT 45 NA SELA ARMOU O 'CACHORRO'. O CLIQUE ALTO ECOOUBNO AR DESÉRTICO, E A MULTIDÃO PAROU DE RIR IMEDIATAMENTE.

O JOVEM PISTOLEIRO OUVIU O SOM E SE VIROU LENTAMENTE. SILÊNCIO TOTAL
E A PLATEIA OBSERVAVA ENQUANTO ELE ENCARAVA O CANO IMENSO DA ARMA.

O CANO NÃO TREMEU NA MÃOS DA VELHA, QUE DISSE CALMAMENTE: "FILHO, VOCÊ JÁ BEIJOU A BUNDA DE UMA MULA?"

O PISTOLEIRO ENGOLIU SECO E RESPONDEU: 

        "NÃO, SENHORA. NÃO, SENHORA... MAS SEMPRE TIVE VONTADE."

MORAL DA FÁBULA

1. Nunca seja arrogante.
2. Não desperdice munição.
3. Uísque faz você se achar mais esperto do que é.
4. Sempre saiba quem tem o poder.
5. Não mexa com mulheres velhas; elas não chegaram à idade avançada sendo burras.

Desconheço o autor.  Da página do Dr. e Professor  Estacio Ferreira Ramos- Salvador  Bahia 
Foto do perfil de estacioramos

sábado, 24 de maio de 2025

ZEZINHO NO MERCADO MUNICIPAL A DIALOGAR

 





Zezinho dialoga com uma feirante sessentona.

"Tú é índio menino"?

_Não senhora, sou gente. Sou filho de dona Jovem, sou gente.

_"E o qui faiz aqui na fêra sozim, cum  deiz anos de idade minino?

_Vir comprar carne de porco, peixe salgado, alho, cebola, tomate, pimentão e laranjas da Bahia, aquelas que tem um grande umbigo e são as mais  doces.

_Adonde você mora?

_Na praça da Igreja N.S do  Socorro, perto do tiro de guerra, no bairro do  socorro.

_"Já está na escola"?

_Sim senhora, no grupo escolar padre Cícero, minhas irmãs são professoras de lá, e meus irmãos mais velhos estudam no Salesiano.

_ "Nasceram aqui mesmo?".

_Não senhora, nascemos na Serra do Araripe, só os dois mais novos nasceram aqui.

_"Tá bom minino, vá pra casa, a sua mãe precisa fazer o armôço.

_Tá minha senhora, vou primeiro no mercado, esqueci que tenho que comprar uma lata de banha de coco lá em seu Gentil, a mercearia dele fica dentro do Mercado Municipal, vou lá agora.

Com a cesta de carnaúba na mão direita e com o corpo troncho, devido o peso só de um lado, tomou o rumo do mercado pra comprar a banha, de lá o caminho de casa. 

No caminho para casa, pára na rua São Pedro, defronte a uma grande loja de utensílios domésticos. Passa meia hora, de pé, ouvindo o cego Oliveira e a sua rabeca artesanal a entoar o bendito da Beata Mocinha:

 "Meu Padim fez uma viagem e  deixou Juazeiro sozinho". 

 

O documentarista, músico, cantor, compositor e pedinte, cego Oliveira, no final deste romance, dá uma pausa e explica para a sua pequena plateia: 

"Este foi o bendito da Beata Mocinha. Feito em 1898, quando meu Padim foi a Roma falar com o Papa Leão XIII "

Esta pausa, além de ser para o descanso do mestre Oliveira, era para ouvir o tilintar das moedas na sua surrada azia, uma lata  de embalagem de flandres, de um  famoso doce da região. Lata velha, arredondada, amassada de tanto uso e quase sem as cores originais, vencidas pelas grossas mãos do gênio sem valor, quase oculto, um cidadão invisível como todos os pedintes de RUA, quase sem cidadania.

Zezinho e mais umas duas pessoas jogam um níquel nesta lata, ao ouvir o tilintar, o cego as recolhe. Pelo tamanho, tamanho  e os números em alto relevo, sabe de imediato o valor de cada uma, guarda  no seu bisaco de couro e volta a entoar um novo bendito,  geralmente para uma nova plateia, constituída de curiosos, de idosos, analfabetos, romeiros do meu Padim e da mãe das Dores. Finalmente o menino entra da rua da Conceição e toma o caminho de casa.

_"É quage  dez horas menino, por que atrasou tanto? Vá catar o feijão e cortar o toicim", reclama a  sua mãe.

_Fiquei conversando com a velha que vende jatobá e depois parei para ouvir o cego Oliveira tocar alguns benditos na  sua rabeca.

_"Tá bom. Cate o feijão, corte o toicim e depois vá estudar, enquanto eu ajeito os outros alimentos. Depois almoce e vá pra escola.

A casa do Zezinho, além dos móveis, possuía muitos livros. Os seus pais sempre falavam que no futuro, os conhecimentos, os livros, os lápis, os cadernos  e as leituras seriam os instrumentos para se ganhar vida. As enxadas, enxadecos, carros de mão e foices seriam utilizadas apenas pelos que não estudaram. Diziam os  pais de Zezinho: 

" No futuro nem os animais irão pegar peso. Os homens irão utilizar máquinas e motores para pegar peso, eles vão usar o cérebro."   

_Tá bom mamãe.

Vai se aproximando a hora do almoço.

É Zezinho estudando, gente chegando para visitar sua mãe, outras para pedir alguma coisa emprestada, geralmente um caldeirão, um serrote, um martelo, uma vara de espanar e até o ferro de passar roupa. Nada tira sua atenção. Perto do almoço escuta a voz de sua mãe.

_"Vá lá em dona Mocinha e compre uma penca de bananas com 12 unidades, da boa e da casca amarela.

Mais do que depressa, pega a mesma cesta e corre para a casa de dona Mocinha. No caminho sempre encontra um ajudante,  este sabe que vai comprar as doces bananas. Maria, a filha de dona Mocinha, sempre doa duas ou três bananas das pequenas, de agrado,  para o pequeno Zezinho e o seu colega. Os dois voltam alegres e saltitantes, saboreando as gostosas bananas nanicas. Como era bom a vida das crianças dos sertões do Ceará, principalmente a convivência com os grandes injustiçados culturais como o Cego Oliveira, muito são estes injustiçados  que recebiam a alcunha de MENDIGOS,  classificados como ESMOLÉS. 

Para muitos, naquela época, Zezinho não era gente, Zezinho era índio. Índio cariris, xucurus ou tupinambá, Zezinho era um COREMBÊS.

Um COREMBÊS que furou a grossa bolha social, frequentou a escola, sorveu o máximo em aproveitamento e foi aos limites humanos da alfabetização interiorana, sem chegar ao artificialismo da vida. Não deixou ser atingido pelos modismos e nem pelos afastamentos da sua ancestralidade. A alfabetização foi um instrumento para conhecer  as coisas do mundo, uma ferramenta para socializar-se num mundo moderno, um equipamento para desvendar e usufruir de muitos fatos negados aos excluídos.

O Zezinho se transformou em  gente, um cidadão indígena, um cidadão com direitos e deveres, inclusive o de votar e de ser votado. Não saia de sua cabeça uma célebre frase dos seus pais: 

                    "Viva do suor do seu próprio rosto".

O Zezinho hoje é um cidadão indígena e não foi contaminado pelos pensamentos mesquinhos, maldosos, falsos e oportunistas  dos líderes mundiais e regionais. Apesar das agruras, Zezinho não perdeu a sua essência e diariamente ovaciona, valoriza e se orgulha de sua ancestralidade.

Zezinho é um cidadão de raízes fortes, tronco robusto, fronde ampla, seguras  e muito difícil de idolatrar.   Traz na mente outra frase  repetida por seus pais: 

"Não baixe a cabeça e nem  idolatre nenhum comedor de feijão aqui na terra, se comem meu filho,  também C...m".

 A sua personalidade é muito resistente aos pensamentos deletérios dos pesados líderes da atualidade. 

O Zezinho é um CIDADÃO.

Salvador, 18 de Março de 2025

Iderval Reginaldo Tenório


ESCUTEM O CEGO  OLIVEIRA E SINTAM A DEFINIÇÃO DE SUA RABEQUINHA. É ELA, JUNTA AO SEU TALENTO DADO POR DEUS, QUE LHE PROPORCIONA UMA VIDA DIGNA.  VIVE DIGNAMENTE DO SEU PRÓPRIO SUOR

 Iderval Reginaldo Tenório

Cego Oliveira - MINHA RABEQUINHA - repente de Cego Oliveira. Álbum: Cego Oliveira - coleção Memória do Povo Cearense - volume II.
YouTube · luciano hortencio · 10 de nov. de 2019