terça-feira, 3 de setembro de 2024

Tudo sobre Durkheim! O que é Sociologia?

                    

                             Émile Durkheim

A Sociologia é a ciência que estuda a sociedade e os fenômenos que nela ocorrem, sejam eles culturais, econômicos, políticos e  religiosos. É a ciência que estuda as instituições que compõem o corpo e os movimentos sociais, tal qual  a ciência médica que estuda o corpo humano  órgão por órgão, o embricamento entre eles e a importância  do entendimento para um corpo em homeostase.  

Utilizei esta definição para mostrar a similaridade entre o corpo humano e o corpo social, neste, as instituições, como órgãos devem funcionar a contento e dentro de padrões de saúde, para a sociedade  desempenhar as suas tarefas com maestria e satisfazer as necessidade da população.  

A Sociologia cuida das estruturas sociais, os diversos grupos sociais, a família, as classes sociais.  Produz cientificamente conhecimentos para orientar, corrigir e ser aplicado na sociedade, como também moldar  os papéis e as atuações  dos cidadãos, e  das instituições sociais. Chega-se à conclusão que esta ciência estuda a saúde de cada instituição, as suas funções e o entrelaçamento entre elas  para o bem da sociedade.

A sociologia surgiu com o Augusto Comte e foi aprimorada pelo francês Émile Durkheim psicólogo, filósofo e sociólogo francês nascido (1858-1917). século XIX com a industrialização e o surgimento de centros urbanos. 

Sem a sociologia seria impossível a vida nas cidades, uma vez que grandes são as demandas como moradia, transporte, saúde, segurança, educação, racismo  e a luta pela desigualdade, neste item é importante administrar os embates patronal e operariado.

O Sociólogo afirmava que deveria ser estudados os  fatos sociais, as estruturas que compoem a sociedade, as instituições.  Devereia as demandas coletivas e não o individual, deveria ser estudado os Fatos Sociais: Familia, Igrejas, Estado, Suicidio, Crimes, Clubes, tudo que envolvesse a coletitividade, isto para poder atuar no controle social. Enfatuizou que  a coercitividade é a mais importante propridedade dos fatos sociais, primeiro pela coerção( regras impostas) e posteriomente pela coesão( aderência e a defesa da mesma bandeira).

Um dois fatos mais importantes do pensador e filósofo foi desvendar o Suícido. 

 Durkheim estudou as conexões entre os indivíduos e a  sociedade, concluiu que  este episódio  é fruto deste relacionmanto e os fatos exteriores são as principais fontes deste episódio. Classifica o suicídio em quatro tipos:

1-egoísta:acontece quando o ego pessoal sobrepõe-se ao ego social, e o indivíduo passa a sofrer por não ver mais sentido em sua própria vida. Reflete um prolongado senso de não-pertencimento, de não estar socialmente integrado em uma comunidade. Resulta do senso que o suicida tem de total desconexão. Esta ausência pode levar à falta de sentido da vida, apatia, melancolia, e depressão.

2-altruísta: Acontece o inverso do caso apresentado anteriormente, pois o ego social e coletivo é encarado como maior que o ego individual. Caracterizado por um senso de estar totalmente absorvido por  outros objetivos: crenças religiosas e recompensas do além, exemplos os Kamikazes e os homens bombas..

3-anômico: reflete a confusão moral de um indivíduo, e a ausência de direção social, que são relacionados a distúrbios sociais e econômicos dramáticos.Comum em períodos de crise financeira, política e de valores, esse tipo de suicídio é provocado por uma desordem social que leva a uma desordem psíquica no indivíduo.

4-fatalista: ocorre quando uma pessoa é excessivamente regulada, quando seus futuros são impiedosamente bloqueados, e as paixões violentamente estranguladas por disciplina opressiva

 

"O fato social é o instrumento social e cultural que determina a maneira de agir, pensar e sentir na vida de um indivíduo.

Esta definição foi formulada por um dos fundadores da sociologia, o francês Émile Durkheim (1858-1917).

Para Durkheim, o fato social é o conjunto de regras e tradições que estão no centro de uma sociedade. Assim, o fato social obriga o ser humano a se adaptar às regras sociais.

Exemplos de fatos sociais são as normas de convivência, valores e convenções que existem independente da vontade e da existência do indivíduo, como explica Durkheim.

Características do Fato Social

Segundo Durkheim, o fato social está na percepção do indivíduo. Por isso, o comportamento do ser humano será condicionado por realidades sociais que limitam as atitudes aceitas pela sociedade.

O fato social deve atender a três características: a generalidade, a exterioridade e a coercitividade.

Generalidade

Os fatos sociais atingem toda a sociedade e, portanto, são coletivos e não individuais. Desta maneira dizemos que os fatos sociais acontecem com a maioria e alcançam a todos de forma geral.

Exemplo: num jogo de futebol, os torcedores cantam incentivando seu time, vestem-se com o uniforme da sua equipe e gritam quando sai o gol. Todas estas ações são esperadas e não precisaram ser previamente explicadas, pois já fazem parte de um evento esportivo.

Exterioridade

Os fatos sociais são exteriores ao indivíduo, ou seja, existem antes dele nascer e também acontecem de forma independente da ação individual.

Exemplo: tomando o jogo de futebol novamente. Se um indivíduo desejasse impedir os torcedores de gritar gol, quando o seu time marcasse, dificilmente conseguiria ou seu comportamento seria visto como estranho. Afinal, já é esperado que fãs de uma equipe comemorem um gol desta maneira.

Coercitividade

A coercitividade é usada com dois significados pelo sociólogo francês.

Primeiro, a coercitividade está relacionada ao poder que os padrões culturais de uma sociedade são impostos aos integrantes.

Essa característica obriga os indivíduos a cumprirem os padrões culturais e sociais que nem sempre estão de acordo, mas que são convenções e existem apesar do indivíduo concordar com elas ou não.

O segundo significado da palavra coercitividade é utilizado para descrever o poder que a lei exerce na vida de um indivíduo, coerção e a propriedade de aproximação, de união e de ter o mesmo objetivo, o poder da a coesão. Desta maneira, o ser humano pode não concordar com o modo que a sociedade funciona, mas aceita, por medo de ser punido pela lei.

Na coercitividade cultural, o ser humano pode passar vergonha ou constrangimento, caso não cumpra o comportamento social relacionado ao fato social onde esteja inserido.

Já a coercitividade da lei é punitiva, no sentido que o indivíduo pode sofrer multas e privação de liberdade.

Exemplos de Fato Social

Fatos sociais são comportamentos simples do cotidiano, como tomar banho, pagar os impostos, ir a encontros sociais ou fazer compras.

Todos sabemos que devemos tomar banho diariamente, a fim de conservamos nosso corpo limpo, evitar doenças e o mal cheiro. Da mesma forma precisamos pagar impostos para que o governo possa manter os serviços sociais funcionando.

Todas essas ações são organizadas e obedecem a uma rotina, são respeitadas e têm poder real sobre o indivíduo. O fato social, conforme Durkheim, afeta toda a sociedade.

Outro exemplo clássico de fato social que foram estudados em profundidade por Durkheim é a educação, pois está presente na vida do indivíduo desde a infância e o afetará durante toda sua trajetória, moldando seu comportamento social." Juliana Bezerra Professora de História

 O francês Émile Durkheim é considerado o pai da sociologia. Nasceu em 15 de abril de 1858, em Épinal e morreu em 15 de novembro de 1917, em Paris. Seus estudos permitiram a classificação da sociologia como ciência.

Durkheim definia a escola e sua influência nestes termos:

"O indivíduo só poderá agir na medida em que aprender a conhecer o contexto em que está inserido, a saber quais são suas origens e as condições de que depende. E não poderá sabê-la sem ir à escola, começando por observar a matéria bruta que está lá representada."   Émile Durkheim

"A educação escolar é um fato social que está presente na maioria das sociedades e molda o indivíduo". Émile Durkheim

Como se  presencia, este filósofo, pensador, psicólogo e o maior sociólogo de todos os tempos, ao desenvolver uma ciência para estudar a humanidade, os seus comportamentos e as suas atitudes, contribuiu para um mundo eqüanime, civilizado e que possui as ferramentas para diminuir as desigualdes entre os homens.

                    Salvador, 02 de Setembro de 2024

                        Iderval Reginaldo Tenório

 

 


sociologia

 

O que é Sociologia?

Thiago Souza
Revisão por Thiago Souza
Professor de Sociologia, Filosofia e História

A Sociologia é a ciência que estuda a sociedade e os fenômenos que nela ocorrem, sejam eles culturais, econômicos, religiosos.

Ela se ocupa basicamente de cinco elementos: a estrutura social, os grupos sociais, a família, as classes sociais e os papéis que o indivíduo ocupa em sociedade.

O que a Sociologia estuda e seu objeto de estudo

A sociologia busca explicar os vários fatores que diferenciam o comportamento humano ou, pelo contrário, porque grupos sociais diversos tendem a comportar-se de maneira semelhante.

Para o estudo sociológico, se considera o grupo social, as interações entre os indivíduos e os meios usados para a comunicação destes no grupo.

Assim, o objeto de estudo do sociólogo pode ser as diferentes organizações humanas como igrejas, empresas, escolas, hospitais, times esportivos, etc. Ou seja, todas as instituições sociais.

Igualmente, analisa grupos culturais, a forma e o impacto da gestão governamental em um determinado grupo.

Assim, a Sociologia parte de um determinado conceito de sociedade para investigar sua estrutura social e as relações sociais neste meio.

Como surgiu a sociologia?

A sociologia como disciplina separada das demais ciências humanas surgirá com o francês Auguste Comte (1798 - 1857) que cunhou o termo.

Ele foi o autor do primeiro estudo sistemático sobre sociologia e para ele, esta ciência é a culminação do método científico.

Os estudos relativos à sociedade ganharam força após o fim da Revolução Francesa e o advento da sociedade dominada pelo modo de produção industrial.

Por isso, mais que buscar a resposta na teologia ou na política, vários pensadores preferiram entender as mudanças econômicas a partir dos grupos sociais.

Comte defendia o racionalismo diante de tudo, mas quis transformar as matérias científicas numa nova religião, o Positivismo.

No entanto, outros pensadores já tinham analisado as relações humanas de um ponto de vista do grupo como Saint-Simon (1760-1825) e Alexis de Tocqueville (1805-1859).

Além disso, Karl Marx (1818-1883) fará uma contribuição primordial com a teoria das classes sociais.

Pioneiros da Sociologia como ciência foram Émile Durkheim (1858 - 1917), Vilfredo Pareto (1848-1923), Max Weber (1864-1920) e Marcel Mauss (1872-1950).

Sociologia
Émile Durkheim, Max Weber e Karl Marx

Áreas da Sociologia

Sociologia da Educação

Estuda a relação de aprendizagem e sociedade, o impacto da escola em diferentes âmbitos sociais, as relações de poder dentro da escola enquanto instituição e o papel do professor.

Explora o tema do professor como agente educativo, mas também a estrutura de uma sala de aula e da comunicação aluno-professor.

Sociologia Jurídica

A Sociologia do Jurídica ou Sociologia do Direito tem como fim entender o conjunto de leis jurídicas que regem uma sociedade a partir da ação social de partidos políticos, grupos de pressão, elites econômicas, etc.

Entre seus campos de pesquisa estão a diferença entre a lei e sua aplicação à sociedade onde ela se circunscreve.

Desta forma, o Direito pode ser questionado se é justo, se protege determinado grupo social e prejudica outro, se contém elementos que favorecem a inserção de extratos desprotegidos, etc.

Sociologia do Trabalho

A Sociologia do Trabalho analisa as relações do ser humano e a natureza, seja por meio de atividades físicas, seja por intelectuais.

Falar de trabalho significa estudar as mudanças provocadas pelo homem na natureza, pois dela é que retira materiais para transformá-la. Com sua criatividade, o homem usará sua inteligência para sobreviver na natureza.

Como em tudo na Sociologia, o conceito não é estanque e também a ideia de trabalho mudará de acordo com o momento histórico.

Por exemplo: nas sociedades escravistas há uma clara divisão em quem realiza o trabalho pesado e quem faz o trabalho mais leve.

Alguns intelectuais foram fundamentais para pensar as relações de trabalho como Adam Smith (1723-1790), Karl Marx, Frederick Taylor (1856-1915) e Henry Ford (1863-1947).

Sociologia no Brasil

A criação da Sociologia no Brasil ocorreu de maneira paralela ao seu desenvolvimento na Europa, mas com as especifidades que marcam os países subdesenvolvidos.

Se na Europa se avaliava a constituição de uma sociedade capitalista, após uma sociedade medieval, no Brasil, o primeiro objetos de estudo não poderiam deixar de ser a própria formação da nação.

Como definir o brasileiro? Que papel caberia ao Brasil no "concerto das nações"?

A questão vai ocupar todos os pensadores brasileiros como Manoel Bonfim (1868-1932), Eduardo Prado (1860-1901), Gilberto Freyre (1900-1987), Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982)

 

O que é Fato Social?

Juliana Bezerra
Juliana Bezerra
Professora de História

O fato social é o instrumento social e cultural que determina a maneira de agir, pensar e sentir na vida de um indivíduo.

Esta definição foi formulada por um dos fundadores da sociologia, o francês Émile Durkheim (1858-1917).

Para Durkheim, o fato social é o conjunto de regras e tradições que estão no centro de uma sociedade. Assim, o fato social obriga o ser humano a se adaptar às regras sociais.

Exemplos de fatos sociais são as normas de convivência, valores e convenções que existem independente da vontade e da existência do indivíduo, como explica Durkheim.

Características do Fato Social

Segundo Durkheim, o fato social está na percepção do indivíduo. Por isso, o comportamento do ser humano será condicionado por realidades sociais que limitam as atitudes aceitas pela sociedade.

O fato social deve atender a três características: a generalidade, a exterioridade e a coercitividade.

Generalidade

Os fatos sociais atingem toda a sociedade e, portanto, são coletivos e não individuais. Desta maneira dizemos que os fatos sociais acontecem com a maioria e alcançam a todos de forma geral.

Exemplo: num jogo de futebol, os torcedores cantam incentivando seu time, vestem-se com o uniforme da sua equipe e gritam quando sai o gol. Todas estas ações são esperadas e não precisaram ser previamente explicadas, pois já fazem parte de um evento esportivo.

Exterioridade

Os fatos sociais são exteriores ao indivíduo, ou seja, existem antes dele nascer e também acontecem de forma independente da ação individual.

Exemplo: tomando o jogo de futebol novamente. Se um indivíduo desejasse impedir os torcedores de gritar gol, quando o seu time marcasse, dificilmente conseguiria ou seu comportamento seria visto como estranho. Afinal, já é esperado que fãs de uma equipe comemorem um gol desta maneira.

Coercitividade

A coercitividade é usada com dois significados pelo sociólogo francês.

Primeiro, a coercitividade está relacionada ao poder que os padrões culturais de uma sociedade são impostos aos integrantes.

Essa característica obriga os indivíduos a cumprirem os padrões culturais e sociais que nem sempre estão de acordo, mas que são convenções e existem apesar do indivíduo concordar com elas ou não.

O segundo significado da palavra coercitividade é utilizado para descrever o poder que a lei exerce na vida de um indivíduo. Desta maneira, o ser humano pode não concordar com o modo que a sociedade funciona, mas aceita, por medo de ser punido pela lei.

Na coercitividade cultural, o ser humano pode passar vergonha ou constrangimento, caso não cumpra o comportamento social relacionado ao fato social onde esteja inserido.

Já a coercitividade da lei é punitiva, no sentido que o indivíduo pode sofrer multas e privação de liberdade.

Exemplos de Fato Social

Fato Social
A educação escolar é um fato social que está presente na maioria das sociedades e molda o indivíduo

Fatos sociais são comportamentos simples do cotidiano, como tomar banho, pagar os impostos, ir a encontros sociais ou fazer compras.

Todos sabemos que devemos tomar banho diariamente, a fim de conservamos nosso corpo limpo, evitar doenças e o mal cheiro. Da mesma forma precisamos pagar impostos para que o governo possa manter os serviços sociais funcionando.

Todas essas ações são organizadas e obedecem a uma rotina, são respeitadas e têm poder real sobre o indivíduo. O fato social, conforme Durkheim, afeta toda a sociedade.

Outro exemplo clássico de fato social que foram estudados em profundidade por Durkheim é a educação, pois está presente na vida do indivíduo desde a infância e o afetará durante toda sua trajetória, moldando seu comportamento social.

Durkheim definia a escola e sua influência nestes termos:

"O indivíduo só poderá agir na medida em que aprender a conhecer o contexto em que está inserido, a saber quais são suas origens e as condições de que depende. E não poderá sabê-la sem ir à escola, começando por observar a matéria bruta que está lá representada."

Émile Durkheim

O francês Émile Durkheim é considerado o pai da sociologia. Nasceu em 15 de abril de 1858, em Épinal e morreu em 15 de novembro de 1917, em Paris. Seus estudos permitiram a classificação da sociologia como ciência.

Nascido numa família tradicional judia, tendo o pai, o avô e o bisavô rabinos, Durkheim decidiu não seguir os passos dos seus antepassados. Abandonou a escola judaica, para onde foi muito cedo, e quis estudar a religião do ponto de vista agnóstico.

Émile Durkheim
Durkheim é considerado o pai da sociologia

Em 1879, Durkheim entrou na École Normale Supérieur e ali demostrou interesse científico na sociologia, mas o campo ainda não existia como disciplina autônoma nas universidades.

Voltou-se para a psicologia, a filosofia e a ética e, a partir de seus estudos, ajudou a reformar o sistema de ensino francês.

Sua primeira obra e uma das mais importantes da sociologia foi publicada em 1893, "Divisão do Trabalho na Sociedade". Neste livro, ele introduz o conceito de anomia, termo utilizado para descrever a fraqueza das instituições sociais.

Frases sobre Fato Social

  • "É fato social toda maneira de agir, fixa ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior; ou então ainda, que é geral na extensão de uma sociedade dada, apresentando existência própria, independente das manifestações individuais que possa ter."
  • "A construção do ser social, feita em boa parte pela educação, é a assimilação pelo indivíduo de uma série de normas e princípios — sejam morais, religiosos, éticos ou de comportamento — que balizam a conduta do indivíduo num grupo. O homem, mais do que formador da sociedade, é um produto dela."

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segunda-feira, 2 de setembro de 2024

iderval

 

 

As relações de gênero, raça/etnia e classe e as suas conexões formam um nó e que juntos constituem o alicerce do domínio do homem sobre a mulher. Nó dificil de ser disfeito, apesar de ser frouxo, exatamente para proprocionar a flexibilidade da situação.  

Estas três propriedade se entralaçam, se embricam e fortalecem-se segundo a Heleieth Saffioti, acrescenta ainda:  "Reforçado pelo  sistema Patriarcal".

O sistema Patriarcal enterfere diretamente nas relações sociais da sociedade, uma vez que domina o setor econômico e o gênero por dupla propriedade:  A exploração de classe e a dominação de genero, induzido e aplicado por centenas de anos, principalmente aqui no Brasil, desde otempo da colônia. 

Durante séculos os   meninos eram forjados para serem homem no falar, andar, nas brincadeiras, nas atitudes, para seren chefes e substituírem os pais como as cuminheiras da família, enquanto as mulheres para serem donas de casa, cuidar dos filhos e servirem ao homem da casa. Este era um sistema de dominação, de subserviência e de anulação total como cidadã. Exemplos fidedignos são os coronéis do gado,  do café e da Cana-de-açúcar.

A Heleieth Saffioti é uma das teóricas do campo do feminismo que vai na contramão dessa tendência, pois ao mesmo tempo que absorve o conceito de gênero insiste na utilidade do patriarcado para análise das relações entre homens e mulheres.

"O patriarcado deve ser situado historicamente e pensado como uma forma específica de relações de gênero dentro de um sistema", segundo a autora. 

"Na base do julgamento do conceito como histórico reside a negação da historicidade  do fato social. Isto equivale a afirmar que por trás desta crítica esconde-se a presunção de que todas as sociedades do passado mais próximo e do momento atual comportaram-se/comportam-se a subordinação das mulheres aos homens "(SAFFIOTI, 2015,
p. 111).


Para Saffioti (2015) o conceito de gênero não explicita, necessariamente desigualdade entre homens e mulheres; assim como o patriarcado da forma como foi cunhado não pressupõe uma relação de exploração. Para a autora estas duas dimensões constituem faces de um mesmo processo de dominação-exploração ou exploração-dominação. Isso porque para Saffioti a dimensão econômica do patriarcado não repousa apenas na desigualdade salarial, ocupacional e na marginalização dos importantes papéis econômicos e políticos, mas inclui o controle da sexualidade e a capacidade reprodutiva das mulheres. Por isso, o abandono do uso do patriarcado é inconcebível e Saffioti argumenta da seguinte forma:


Por que se manter o nome patriarcado? 

"Sistematizando e sintetizando o acima exposto, porque: 

1) não se trata de uma relação privada, mas civil; 

2) dá direitos sexuais aos homens sobre as mulheres, praticamente sem restrição. 

3) configura um tipo hierárquico de relação, que invade todos os espaços da sociedade; 

4) tem uma base material; 

5) corporifica-se; 

6) representa uma estrutura de poder baseada tanto na ideologia quanto na violência" (SAFFIOTI, 2015, p. 60). 

Heleieth Iara Bongiovani Saffioti (Ibirá, 4 de janeiro de 1934 - 13 de dezembro de 2010) foi uma socióloga marxista, professora, estudiosa da violência de gênero e militante feminista brasileira.

Nasceu no dia quatro de janeiro de 1934 em uma família humilde em Ibirá, na região de São José do Rio Preto, interior de São Paulo. Sua mãe era costureira e seu pai marceneiro. Sua família morava na zona rural, onde à época não havia acesso à escola, fato que a fez, desde cedo, morar longe de seus pais para que pudesse estudar. Primeiramente foi alfabetizada em casa por suas tias professoras até ingressar na escola. Heleieth Saffioti morou com diversos familiares até concluir seus estudos na tradicional Escola Caetano de Campos, em São Paulo, onde se formou normalista.

            No ano de 1956 ingressou no curso de Ciências Sociais na Universidade de São Paulo (USP) e se casou com o químico Waldemar Saffioti, de quem herdou o sobrenome. Em decorrência do trabalho de Waldemar, assim que se casou foi morar nos Estados Unidos. Na sua volta ao Brasil, um ano depois, retornou ao curso de Ciências Sociais e se formou no ano de 1960. Dois anos depois de sua formatura, Heleieth Saffioti mudou-se para a cidade de Araraquara, no interior do Estado de São Paulo, para acompanhar Waldemar na formação do curso superior de Química, que mais tarde iria se transformar na Universidade Estadual Paulista. Na mesma cidade também se consolidava a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, lugar em que Heleieth Saffioti atuou por 21 anos, tendo começado a lecionar em 1962, a convite de Luis Pereira. Do seu casamento com Waldemar teve um filho, que veio a óbito precocemente, aos 17 anos de idade.

 

 

Gênero, raça e classe