Histórias de um Cirurgião
SERÁ QUE DEUS É UMA LENDA?
Tem horas que o ser humano pergunta a si ou a outro ser humano: Será que Deus existe? será que é apenas uma lenda? como se explica tantas riquezas nas mãos de poucos e tantas pobrezas nas mãos de muitos? Como explicar tantas riquezas nas mãos de muitos desonestos e poucas nas mãos de muitos honestos?
Estas perguntas geram reflexões no seu inconsciênte, até o dia em que, este indagador depara-se com a pura certeza que Deus existe, que é o criador e o responsável por toda a natureza.
Relato de um Cirurgião em pleno ato operatório.
Relata um cirurgião experiente, 58 anos de idade, 33anos de atividade em emergências e em procedimentos eletivos. Estudioso da propedêutica e da terapêutica aplicada na clínica médica, propriedades soberanas na medicina.
Refere que numa tarde nublada, no Hospital Espanhol da Bahia, ele e a sua equipe colocaram um paciente no Centro Cirúrgico para um procedimento de grande monta. Tratava-se de uma colecistectomia complicada realizada a céu aberto.
Ao estudo ultrassonográfico foi evidenciado uma grande massa heterogênea perivesicular, uma vesícula grande, repleta de cálculos e paredes grossas, massa que englobava toda a região. Um quadro de repetição e que a única solução era a cirurgia.
Primeiro ato:
Paciente bem preparado e sob a tutela de um grande anestesista da Bahia, professor renomado, responsável por milhares de anestesistas brasileiros e dos estrangeiros, chefe incontestável das princinpais residências do Estado. Equipe posta, constituída do titular, cria de um dos ícones da cirurgia de emergência da Bahia, professor da UFBA e que fez escola em todo o país. O auxiliar, um cirurgião com 25anos de experiência em emergências, filho de outro grande cirurgião, o instrumentador, um interno do sexto ano de medicina.
Segundo ato
Inicia-se o ato operatório, incisão de 15 cm no abdôme, abaixo das costelas, no lado direito, conhecida como Incisão de Koche. Realizado afastamnento dos músculos; pela grandeza da massa, a incisão foi aumentada. No inventário tratava-sde de uma grande massa sem forma, colada ao estomago e ao ângulo hepático do cólon, incluía o duodeno e mergulhava no parênquima hepático.
Silêncio total, a equipe se olha e conversa por um pequeno período, o titular baixa a cabeça, o primeiro assistente também e ficam os três congelados diante do paciente, este com as vísceras expostas e cobertas por compressas umedecidas, as mãos dos cirurgiões petrificadas a confabularem dentro do abdome à espera do comando cerebral.
Terceiro ato
Cirurgia parada, toda a equipe plantada e em silêncio, o mestre anenstesista vendo aquela cena, levanta de sua cadeira, atento, como sempre foi, calmamente olha para o titular e pergunta:
___O que houve? Por que pararam? O que aconteceu?
O cirurgião, perplexo pelas imagens encontradas, falou para o
perqueridor: Dr.Waldeci, o caso é muito
sério e nós estamos desorientados, a técnica cirúrgica não funcionará para este
quadro, vou utilizar a velha tática, para isto estou me concentrando e pedindo
ajuda a um dos maiores cirurgiões que a Bahia já teve, e que faleceu no mes
passado, o Dr.A.Pesqueira, como também solicitando o parecer do criador dos
céus e da terra, Deus. Sei que eles irão intercerder por este senhor que está
na mesa, o mestre se recolheu, ficou de
olhos no paciente e de vez em quando levantava a cabeça para a equipe, numa
destas, viu um sorriso nos lábios do titular e brilho nos olhos do dois ajudantes, abaixou a cabeça e num ato de solidariedade também sorriu, o ambiente mudou de cenário.
Quarto ato
O quadro teve uma mudança fenomenal, mesmo sem visibilidade, o tato encontrou o pulsar de uma artéria, o limite entre os órgãos, a localização da vesícula biliar e do canal colédoco, cadencialmente com aos mãos de Deus e do mestre cirurgião, que o titular trabalhou por mais de 20 anos, a cirurgia transcorreu sem nenhum obstáculos ou sequelas, numa prova cabal para todos que estavam na sala, que foi as mãos de Deus e do grande esculápio falecido dias atrás, que se somaram àquela simples equipe cirúrgica, trazendo luz e salvando mais uma vida.
No fim do ato operatório, o primeiro ajudante de olhos marejados falou:
__Doutor, Deus existe.
Foi assim que três médicos de gerações distintas, um estudante de medicina prestes a colar grau, duas experientes auxiliares de sala e um cidadão, em busca de sua saúde, entenderam aqueles momentos de aflições passadas por todos e que magistralmente foram conduzidos com sucesso.
Num ato fenomenal, os três da equipe ao olhar um para o outro, em uníssono expressaram-se :
__Deus existe e está nesta sala a nos conduzir.
O titular e o seu ajudante negam, porém o grande anestesista jura que viu lágrimas nos olhos de todas da equipe e tem provas .
São nestes momentos, que o homem tem a certeza da presença do Criador no seu dia a dia e tem-se a certeza que, todos os médicos que são verdeiramente médicos, já passaram por momentos desta envergadura, e humildemente, só para si, pedem a ajuda de Deus e são socorridos.
Deus não é uma lenda, Deus é tudo neste desconhecido Universo e no infinito Multiverso.
Iderval Reginaldo Tenório
J. S. Bach - "Jesus bleibet meine Freude" BWV 147 - YouTube
Segundo
o cirurgião, os fatos foram verídicos. Os nomes sofreram mudanças
para não expor os grandes mestres. ambos já estão no céu e que o titular guarda memoráveis
recodações que ficarão para toda a sua existência.
Aos três: Deus, Dr Waldeci e o Dr A.Pesqueira, o cirugião titular tem muita gratidão.
Feliz é o médico que teve a felicidade de aprender com estes dois mestres da medicina da Bahia e ser conduzido pelo Médico dos médicos em todos os seus anos de atuação.