EDUCAÇÃO BÁSICA, O ALICERCE DE UMA GRANDE SOCIEDADE.
EDUCAÇÃO BÁSICA, O ALICERCE DE UMA GRANDE
SOCIEDADE.
CAPITULO I
Quando a pauta é educação, vem à cabeça a
educação familiar, na qual é a família o bastião mor da sua condução.
A
educação de berço é
socialmente heterogenia e núcleo dependente, significa que é
responsabilidade da família a primeira fase educacional do cidadão.
É hermética e atrelada ao nível social de
cada núcleo, o que se configura umas das maiores causas de
exclusão social, uma vez que é transmitido aos descendentes os costumes
de cada família, torna-se mais excludente no sistema patriarcal ,
neste modelo a mulher é uma nulidade, não opina, não participa e nem
tem voz.
No modelo patriarcal a regra são as civilizações medievais, onde as
crianças e as mulheres não possuíam peso, eram consideradas simples
componentes, poderiam ser castigadas ao extremo ou até serem vendidas como
escravos ou mercadorias, eram prorpriedades do tutor, este não exercia liderança e sim a tirania.
Com a evolução social, tantos as mulheres como as
crianças passaram a possuir alma , nome e serem aceitas como
cidadãs. A família ganhou outra face , foi se adaptando a um mundo realmente
humano e se afastando do mundo quase que irracional, isto é, do mundo
animal no qual a força e a testosterona eram as molas propulsoras
.
Na atualidade ainda existem nações que seguem o arcaísmo
social, as mulheres e as crianças não possuem voz , cidadania e são
propriedades do provedor, tal qual acontece no universo dos
animais irracionais, notadamente dos predadores.
Muitos povos ainda rezam nesta cartilha, são patriarcais e geralmente administrados pelo regime ditatorial,
neste sistema as crianças, as mulheres , os subalternos e todas as comunidades LGBTs são jogadas
no ostracismo e tratadas com extremo rigor.
CAPÍTULO II
BRASIL
No Brasil a educação familiar , a de berço, era mais
presente nas comunidades mais longínquas dos centros desenvolvidos,
notadamente nas regiões isoladas e apegadas aos ditames dos
antepassados que, como amálgama engessava e blindava aos novos
conhecimentos e costumes .
Modelos que levavam a heterogeneidade educacional, originando
vários Brasis, uns do primeiro mundo e
outros abaixo da linha de pobreza,
fruto do desnível socioeconômico e da ausência do Estado , primordialmente na
Educação e na saúde, os pilares de uma sociedade desenvolvida e livre.
Com a formação educacional
da criança a mercê de cada núcleo familiar, o fosso entre as classes
tendia a aumentar, filho de gato , gatinho será e filho de peixe peixinho será, neste sistema
as dificuldades para evoluir na escala social eram sempre progressivas.
CAPÍTULO III
A VISIBILIDADE DA MULHER
O dia 24 de fevereiro de 1932 pode ser considerado o marco desta mudança, neste ano a
mulher brasileira passou a ser considerada cidadã, passou a ter direito ao voto
e o ingresso num mundo igualitário.
No
código eleitoral Provisório (Decreto 21076), de 24 de fevereiro de 1932,
durante o governo de Getúlio Vargas, após intensa campanha nacional
pelos
direitos das mulheres, o direito de votar e serem eleitas para cargos no
executivo e legislativo foi assegurado parcialmente, mesmo com algumas
pendencias para o futuro. Somente as mulheres casadas, com
autorização dos maridos, as viúvas e solteiras que tivessem renda
própria foram contempladas com este decreto.
CAPÍTULO IV
A ASCENSÃO DA MULHER
Em 1934, as restrições ao voto feminino
foram eliminadas do Código Eleitoral, embora a obrigatoriedade do voto ainda fosse um
dever masculino. Somente na Constituição de 1946, em seu artigo 131, a obrigatoriedade do voto foi estendida a todos os brasileiros maiores de 18 anos que se alistarem na forma da lei”, incluindo as mulheres.
Este marco tendo como fulcros
a
igualdade, a fraternidade e a liberdade elevou a importância da
mulher. Porém, a criança continuou sob a tutela da educação familiar,
contudo, com uma grande diferença, a perspectiva de melhoras, uma vez
que foi introduzido o sistema matriarcal até mesmo nos distantes
rincões, desbancando paulatinamente o tradicional, arcaico e histórico
patriarcalismo.
A
mãe passou a ser personagem de suma
importância no seio da família, inicialmente uma eminência parda, para
depois assumir em muitas regiões as rédeas da família . A matriarca
introduziu uma
educação rígida, porém maleável, dura, porém amorosa,
com muitas exigências e regras , porém compartilhada , implantou uma
educação respeitosa
, solidária e mais organizada, na qual o Ser passou a ter a mesma
importância do Ter ou até mesmo suplantá-lo no decorrer do tempo. Com
este modelo a sociedade tomou outro rumo.
Da década de 60 até a década de
80 a mulher começou a tomar as rédeas da educação infantil e domiciliar,
trazendo cristalinos e inovadores avanços em todas as
propriedades pertinentes à vida , principalmente na do humanismo , da
tolerância, da igualdade , da solidariedade, da compreensão, do
amor e da coesão familiar.
A família entrou no ciclo realmente humanitário, mostrando que a
ascensão da mulher e a sua decisiva participação na educação de sua prole foi
uma das alavancas da família brasileira da atualidade. Famílias
matriarcais guardam ligação com o sucesso dos seus componentes .
CAPÍTULO V
A IMPORTÂNCIA DA MULHER
Com a ascensão da mulher, esta passou a ser o foco da sociedade,
passou a ocupar cada vez mais funções antes exercidas pelos homens,
principalmente no parque fabril, no comércio, nos serviços públicos e privados da saúde e da educação .
Com a participação da mulher no mercado de trabalho surgiu uma
grande demanda na educação dos seus filhos. Ficou em aberto quem cuidaria
das crianças quando as mães estivessem na labuta e ausente de casa.
Muitas lutas e plausíveis argumentos
foram criados por parte das mulheres intelectualizadas em movimentos
paredistas para proteger as trabalhadoras . Todos nos modos das grandes nações, como os movimentos do Martin Luter
King, de 1955 a 1968; Rosa Parks, a partir
de 1955; e Elizabeth Eckford em 1957.
No Brasil
foram elencados diversos programas sociais , dentre eles e um dos mais importantes a
criação de creches com a preocupação do cuidar, uma vez que a mulher no
mercado de trabalho já era uma realidade e os seus rebentos não poderiam ficar
sem um norte. Sem este acolhimento as mulheres não poderiam crescer na escala educacional, social , econômica e da liberdade.
Aos poucos as reivindicações foram contempladas e a mulher
passou a ser o sustentáculo moral e muitas vezes econômico de muitas familias.
A esta altura e com as conquistas a mulher não era mais o foco social e
sim a condução educacional da criança, que se configurava como a
esperança e o futuro da nação. Nesta fase o ser humano infantil passou a
ser a maior preocupação da sociedade brasileira. Foi quando realmente
adquiriu alma , nome , sobrenome e nos dias de hoje até uma carteira de
identidade com CPF .
CAPÍTULO VI
A CRIANÇA CIDADÃ
A partir de 1980 a criança passou a ser o fulcro da sociedade e
dos movimentos reivindicatórios, principalmente na educação, passando a ser
o Estado o responsável por uma formação homogenia em todas as classes
sociais, sem desprezar a boa formação familiar que jamais será descartada.
Foi instituído por lei um ensino básico de qualidade com
isonomia para todos dos 0 aos 6 anos; sendo dos 0 aos 3 creches
, dos 4 aos 6 pré-escola . Em 1990 com o Estatuto da Criança e do
Adolescente, dos 0 aos 18 anos, o jovem, independente do sexo, passou a ser o foco principal ,
principalmente com a municipalização do ensino infantil.
Por
lei foi
instituído que dos 0 aos 3 anos de idade , creches ; dos 4 aos 5,
pré-escola sob a batuta do governo municipal e a partir dos 06 anos
todas
deveriam ingressar no primeiro ano do curso fundamental sob a tutela do
Governo
Estadual.
Nos dias de hoje, mesmo com todas as leis e sob a
tutela dos municípios, mais de 6 milhões de crianças dos 0 aos 5
estão fora da escola por diversos fatores, sendo um deles e o principal as
precárias condições sociais das famílias, além do não cumprimento
constitucional por parte dos gestores.
Trabalhos mostram que enquanto mais baixo o
nível social, mais baixo a adesão ao ensino infantil. Isto tem repercussão em
toda a formação até os 18 anos, atingido o curso fundamental , médio, técnico e superior.
Os mesmos trabalhos mostram que mais de 2
milhões de jovens, entre os 14 e 16 anos, estão fora das salas de aulas e mais de 2
milhões, dos 17 aos 18 anos, abandonaram ou evadiram para
ingressarem em subempregos por total falta de condições financeiras. É bom frisar que estes subempregos são precários
em tudo e sem perspectivas de futuro . Muitos são criados pelo governo com o nome de
menor aprendiz, nos quais os menores nada aprendem, apenas perdem o precioso tempo
nos transportes, no ir e vir, quando deveriam ficar em casa para as tarefas escolares. Para isto acontecer perceberiam dos cofres governamentais,
os mesmos valores recebidos nos falsos estagios . Um benefício justo
que sairia da labuta de todos os brasileiros e que salvaria muitos
jovens da marginalidade.
Os trabalhos concluíram que estes jovens
terão dificuldades de retornarem à escola, pela descontinuidade, desânimo, a necessidade de um trabalho
para o sustento e por falta de escolas técnicas gratuitas que os capacitem para o futuro.
O
modelo brasileiro é criminoso, excludente e olha
para os jovens com descasos, totalmente diferente dos países que
ascedenram no rol dos desenvolvidos. Estes resolveram cuidar da sua
prole com isonomia e qualidade desde meados do século XIX.
Iderval Reginaldo Tenório