quarta-feira, 29 de setembro de 2021

A Invenção da Infância- A INFANCIA ESTÁ DESAPARECENDO? Milagre na Rua 34

Vetores de Crianças Alegres Em Um Salto e mais imagens de Criança - iStock 

Especialista afirma que será possível conversar com animais em 10 anos – Ah  Duvido

 A Invenção da Infância.

A infância está desaparecendo ?

Assim falou o  jovem Zezinho, hoje com 18 anos.

"Amigos , quando escutei um adulto, uma Ministra de Estado,  falar que quando criança, aos 05 anos de idade, viu Jesus sentado no galho de uma goiabeira,  logo  me reportei à primeira infância, quando até os 06 anos de idade o mundo real, para o ser humano, se confunde com o mundo irreal, com o mundo da fantasia. 

Segundo os estudos da neurociência,  para uma criança nesta fase da vida  tudo é real , ela não sabe fazer a diferenciação  dos fatos, tudo é possível no seu imaginario , é nesta propriedade que se encontra a inocência de uma criança. Como adulto não achei estranho.

Outro dia, uma criança, de 05 anos de idade,   falou que viu o Homem Aranha escalando uma grande Torre ,   estava  pendurado na parede das torres gêmeas  da avenida Tancredo Neves em Salvador,  dois imponentes prédios empresariais de 30 andares revestidos de grandes e prateadas placas de vidro a refletir pomposidade .

Pediu que  não falasse para os seus pais, pois eles não viram e não acreditaram quando  falou  que viu o Homem Aranha.  Na sua mente  eles são adultos e os adultos não enxergam tudo, só as crianças têm a capacidade de ver e conviver com o mundo como um todo.

Nada mais era do que um trabalhador de uma   empresa contratada para consertar as janelas ou limpar os vidros, a farda era azul e vermelha,   para o mundo da criança era o Homem Aranha em carne e osso, inclusive balançou as mãos para o seu herói .


O Mundo de uma criança está na sua cabeça, é como o PAPAI NOEL.   Ele existe , tem a barba branca, veste vermelho, tem um saco nas costas , fala, brinca e   viaja no seu trenó pelo mundo na entrega de presentes . O Papai Noel tem sido tema de muitos filmes ao redor do mundo, muitos com a seguinte pergunta: PAPAI NOEL existe?

Quem, mesmo depois de adulto, nunca conversou com o seu cachorro, gato,  cavalo, papagaio ou outro animal de estimação? quem nunca conversou com a mangueira, a laranjeira , a goiabeira do quintal de sua casa ou do sítio da familia? .

Atire a primeira pedra aquele que não conversou com o seu travisseiro, sua rede ou sua cama, aquele que não bateu aquele papo com a sua bicicleta, seu carro,  sua bola, sua boneca , seu boneco, seu espelho ou a sua motocicleta, aquele que nunca olhou para o alto e falou com Deus ou o seu santo preferido, aquele que nunca  enxergou nas nuvens o rosto de Jesus ou na lua a imagem de São Jorge com o seu imponente cavalo a perseguir o dragão. Atire a primeira pedra, atire.

Eu, do árido Nordeste, por exemplo,   nunca fui visitado por um Papai Noel de verdade. Na minha terra natal,  no Natal,  o Papai Noel  só visitava os filhos dos ricos, os que moravam na cidade, os mais apaniguados.  Eu não entendia aquele despreso aos menos privilegiados, aos menos estudados, aos que trabalhavam na lavoura no cabo da enxada desde pequenos , nunca entendia o seu comportamento para todos daquela região,  só depois dos sete anos compreendi o que era o Papai Noel.

Foi aí que enxerguei o verdadeiro Papai Noel, o meu pai e a minha mãe, que  tão bem souberam conduzir os seus filhos , afilhados, sobrinhos  e os filhos dos funcionários    os colocando na escola e não deixando faltar o pão de cada dia . Foi assim que passei a compreender e a viver todas as fases da vida com afinco, respeito , muita coragem e sem perder a esperança de dias melhores."  

Abraços , do seu amigo Zezinho.

Iderval Reginaldo Tenório 

Assistam a entrevista da Rosely Sayão (38 muinutos)  

A INFÂNCIA ESTÁ DESAPARECENDO?

 

O curta metragem (30 minutos)

A Invenção da Infância-  , um dos curtas mais premiados do Brasil 

  

 O Filme Milagre na Rua 34. 

 Uma bela comédia americana, um clássico do Cinema sobre o Papai |Noel  .

                                      "Milagre na Rua 34"   

Sinopse

A mãe de Susan, seis anos, contou a ela vários anos atrás sobre o Papai Noel, mas Susan duvida que ele realmente exista. Em uma loja de departamentos, Susan (Mara Wilson) encontra o Papai Noel e fica realmente convencida que ele é real, dando a ela algo em que acreditar, que os sonhos se tornam reais quando você realmente acredita.

 

1-Milagre na Rua 34 - Filme 1994 - AdoroCinema


É a melhor história de natal que existe. Um ótimo filme para assistir na véspera de natal. Além disso, o ...
18 de dez. de 2014

 

A infância está desaparecendo? Rosely Sayão fala sobre ser criança nos dias de hoje Dia das Crianças é ...
há 1 dia

 3-A Invenção da Infância-

segunda-feira, 27 de setembro de 2021

HISTÓRIA DO BRASIL. Há 56 anos, o pai de Fernando Collor matava um senador dentro do Congresso

 

 

HISTÓRIA DO BRASIL.

Há 56 anos, o pai de Fernando Collor matava um senador dentro do Congresso

Em 1963, o senador Arnon de Mello disparou contra um adversário, errou o alvo e acabou por matar o colega José Kairala

Rodrigo Casarin Publicado em 04/12/2019, às 10h38

Arnon de Mello, governador de Alagoas de 1951 a 1956
Arnon de Mello, governador de Alagoas de 1951 a 1956 -

“Senhor presidente, com a permissão de Vossa Excelência, falarei de frente para o senador Silvestre Péricles de Góes Monteiro, que me ameaçou de morte.” Com essas duras palavras, o também senador Arnon de Mello, de Alagoas, inaugurou os serviços no Senado no dia 4 de dezembro de 1963.

Os desentendimentos entre Arnon e Silvestre se arrastavam havia tempos, desde que tentaram medir quem era mais influente em Alagoas, estado de origem de ambos. O presidente da Casa, o paulista Auro de Moura Andrade, já dava evidências da preocupação que tinha com o clima de tensão que ali vinha se instalando. A fala de Arnon diretamente dirigida ao seu inimigo político foi o estopim para que se iniciasse um faroeste caboclo no Senado.

Silvestre não aceitou o desaforo e atacou verbalmente Arnon, que, por sua vez, sacou o revólver que carregava consigo – um Smith Wesson 38, ou três-oitão, na linguagem popular, de cano longo e cabo de madrepérola – e disparou várias vezes. Nenhum dos tiros atingiu Péricles, que também estava armado, mas que “jogou-se no chão e rastejou entre as fileiras de poltronas com seu revólver na mão”, como relata reportagem do Jornal do Brasil, antes de ser amparado e desarmado pelo colega paraibano João Agripino.

Dois projéteis, no entanto, acertaram José Kairala, senador do PSD do Acre, que, junto com Agripino, procurara conter os “excelentíssimos senhores” de armas em punho. Kairala tinha 39 anos e substituía momentaneamente José Guiomard, do mesmo partido. Eram suas horas derradeiras no exercício da função, pois devolveria o cargo no dia seguinte ao titular. Ele foi baleado na frente do filho pequeno, da esposa e da mãe, que haviam ido prestigiá-lo no último dia de tão nobre trabalho. O disparo acertou seu abdômen. Embora tenha sido socorrido rapidamente e levado ao Hospital Distrital de Brasília, ele faleceu no mesmo dia, pouco depois das oito horas da noite.

Inocentes

Nascido em setembro de 1911 no estado pelo qual foi eleito, Arnon de Mello tornou-se jornalista já quando morava em terras fluminenses, para onde mudou aos 19 anos. Pouco depois, se formou em direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Sua carreira política começou em 1945, com o fim do Estado Novo, quando entrou para a UDN, partido pelo qual foi eleito suplente de deputado federal e, em 1950, governador de Alagoas, cargo que ocupou ao longo de cinco anos. Depois, em 1962, um ano antes de cometer o assassinato, foi eleito senador pela mesma unidade federativa.

Sua trajetória, evidentemente, não apagou seu crime, mas ajudou a contorná-lo. Pressionados pela população, logo os demais parlamentares aprovaram, por 44 votos a 4, a prisão dos dois colegas pistoleiros. Apesar de serem presos em flagrante, assim como ocorre hoje, os outros senadores precisavam dar o aval para que Arnon e Silvestre fossem encarcerados – mesmo com o segundo garantindo ser uma “vítima desprevenida”, conforme registra o Jornal do Brasil na época. No entanto, não demorou para que ambos estivessem soltos novamente. Antes do meio do ano de 1964, tanto Arnon quanto Péricles foram declarados inocentes pelo Tribunal do Júri de Brasília.

Revólver na cintura

Ainda que Arnon tenha desmentido, histórias contadas e recontadas na época garantem que, enquanto permaneceu na cadeia, o senador mantinha o seu Smith Wesson 38 sempre consigo, o que intimidava os policiais responsáveis por garantir a segurança do presídio – que se recusavam a se aproximar da cela do parlamentar detido.

Na época, curioso também foi um dos editoriais do jornal O Globo a respeito da prisão de Arnon, então amigo e sócio de Roberto Marinho, proprietário do periódico. “A democracia, apesar de ser o melhor dos regimes políticos, dá margem, quando o eleitorado se deixa enganar ou não é bastante esclarecido, a que o povo de um só estado – como é o caso – coloque na mesma casa legislativa um primário violento, como o senhor Silvestre Péricles, e um intelectual, como o senhor Arnon de Mello, reunindo-os no mesmo triste episódio, embora sejam eles tão diferentes pelo temperamento, pela cultura e pela educação”, publicou o jornal, deixando claro o lado que apoiava, ao usar adjetivos como “primário violento” para Péricles e “intelectual” para Arnon, e fazendo questão de também separá-los pelo temperamento”, pela “cultura” e pela “educação”, ainda que fosse o incensado o responsável direto pelo crime.

Crime, aliás, que voltou a ser notícia em Brasília em 2009, pelas lembranças do senador Pedro Simon, que, após uma discórdia com Fernando Collor de Mello, afirmou: “É incrível! Me veio a imagem do pai dele, que atirou no senador Kairala e o matou. O pai do Collor errou o tiro, mas ontem [parecia] que ele estava na minha frente, na minha reta! Foi assustador, saía fogo dos olhos do senador Fernando Collor (...). E eu não falei nada demais dele, quando o vi entrar correndo, completamente transtornado”. Sim, Arnon de Mello era pai do ex-presidente do Brasil Fernando Color de Mello, que renunciou ao cargo em 1992 durante processo de impeachment e atualmente é senador por Alagoas, como o pai havia sido.

Depois de deixar a prisão, Arnon foi nomeado novamente em 1970 para o mesmo cargo que ocupara antes. E, quando faleceu, em 1983, ainda representava o estado de Alagoas no Senado.



Renan Calheiros e Jorginho Mello trocam xingamentos na CPI da Covid

Estes sãos os políticos do Brasil. Será que são corruptos confesso? Será que são exemplos para a população? O que dirão os jovens que vivenciam estes debates?

 

Iderval Reginaldo Tenório

Ministra do STF participa de live com pessoas que defendem a liberação d...

Drogas no Brasil e no mundo, um gargalo difícil de se resolver. Ningúem sabe como conduzir, como orientar e como sanar esta grande demanda. 

Trata-se de doenças para os usuários, crimes  e usuras para os traficantes , demanda desconhecida pela justiça. 

A justiça na berlinda e a população refém dos três-  DA JUSTIÇA , DOS USUÁRIOS E DOS USURÁRIOS.     

   Ninguém sabe de nada . O que se sabe é que são  as drogas um dos maiores desequilibradores da honestidade, da economia e da família mundial. 

O entretenimento no mundo precisa das drogas, notadamente das psicodélicas. 

Os maiores ícones do cinema, do teatro, da musica e das artes  são os seus principais  defensores , elas mexem com o cérebro e com a criatividade, porém diminuem o tempo de vida.

Ninguém sabe de nada. 

Por muito tempo continuarão sendo incógnitas . 


Iderval Reginaldo Tenório

domingo, 26 de setembro de 2021

De quanta água você realmente precisa? Cai o mito de beber 2 litros por dia

 


Para a maioria das pessoas saudáveis, dizem os especialistas, o correto é só beber quando estiver com sede Foto: Freepik
Para a maioria das pessoas saudáveis, dizem os especialistas, o correto é só beber quando estiver com sede Foto: Freepik

 

De quanta água você realmente precisa? Cai o mito de beber 2 litros por dia

Para a maioria das pessoas saudáveis, dizem os especialistas, o correto é só beber quando estiver com sede. Cerveja, café e chá também hidratam

Símbolo da moderação, era Merkel se encerra com eleição apertada Líder alemã comanda o país desde 2005

 



Publicado em 26/09/2021 - 12:34 Por Léo Rodrigues - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro 

AGENCIA BRASIL 

Nos últimos 16 anos, Angela Merkel foi o rosto à frente da estabilidade da Alemanha. Chanceler do país desde 2005 e membro do partido de centro-direita União Democrata-Cristã (CDU), ela se manteve no poder durante um período em que outras potências europeias tiveram quatro, cinco e até sete chefes de Governo. Mas as eleições que ocorrem neste domingo (26) marcarão o fim do seu ciclo como principal líder da nação.

Embora não houvesse impedimento legal, Merkel anunciou em 2018 sua decisão de não concorrer novamente ao posto. Sua sucessão agora depende de dois fatores: a votação de cada partido e como serão os arranjos no Parlamento para se formar uma nova maioria. Armin Laschet, atual líder do CDU, está na disputa como um dos dois favoritos. Mas as pesquisas têm apontado ligeira vantagem para o atual ministro das Finanças, Olaf Scholz, do Partido Social-Democrata (SPD), legenda que compõe a coalizão em torno de Merkel. O último debate na televisão antes das eleições no país ocorreu na quinta-feira (23).

Segundo o cientista político Mauricio Santoro, professor do curso de Relações Internacionais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), essa é a eleição mais disputada da história moderna da Alemanha. "A votação será muito fragmentada. Então, o partido que vencer vai precisar fazer alianças com pelo menos outros dois partidos. Temos um voto que ficou mais volátil. É possível que o CDU, partido da Merkel, tenha sua menor votação em muitos anos. Ele costumava ter cerca de 40% dos votos. Mesmo que ganhe, pode ser que não chegue a 25%", disse.

Embora nascida em Hamburgo, na Alemanha Ocidental, Merkel mudou-se com a família para a Alemanha Oriental ainda criança. Formou-se em física e trabalhou com pesquisas científicas de química quântica até 1989, ano em que o muro de Berlim foi derrubado. Sua carreira política foi impulsionada nesse contexto. Ela foi por um curto período porta-voz do primeiro governo democraticamente eleito na Alemanha Oriental, liderado por Lothar de Maizière em 1990. 

Com a reunificação alemã, Merkel foi eleita já no final de 1990 para o parlamento alemão e tem sido reeleita desde então. Foi por meio de uma grande coalizão que ela se tornou a primeira mulher a assumir o posto de chanceler da Alemanha em 2005. De lá pra cá, seu mandato foi renovado quatro vezes. Nesse período, ela lidou com diversas crises, como a desvalorização do Euro em 2011; a onda migratória que alcançou a Europa em 2015; o Brexit, que marcou a saída do Reino Unido da União Europeia e, mais recentemente, a pandemia da covid-19.

Para o professor Santoro, seu principal legado é manter a tradição alemã de centrismo, equilíbrio e moderação em um período atravessado por crises. "Merkel levou o partido conservador bem pro centro. Incorporou demandas dos sociais-democratas em questões trabalhistas e demandas dos verdes na agenda ambiental. Também por isso ficou tanto tempo no governo, porque foi capaz de oferecer algo a diferentes setores da população alemã".

Símbolo

Na visão de Ricardo Ghizzi, professor de Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), Merkel se tornou um símbolo de estabilidade porque soube fazer uma boa síntese dos anseios da população. "O trauma da Segunda Guerra Mundial ainda está muito vivo na sociedade alemã. Embora muitos que viveram aquele período já tenham morrido, os filhos guardam essa memória. Muitos perderam seus pais. E a Merkel representou o desejo da sociedade alemã por tranquilidade, por paz, por estabilidade".

Ghizzi pontua que, após a Segunda Guerra Mundial, a sociedade alemã desenvolveu uma aversão aos radicalismos. "Também não tinha outra opção. Os alemães se afastaram de todo tipo de radicalismo político e religioso e passaram a representar a estabilidade. Nos últimos anos, a Alemanha representou na Europa e no mundo um bastião da democracia, dos direitos humanos, do acolhimento aos refugiados, da defesa do meio ambiente, da ponderação", acrescentou.

A Alemanha é uma das principais protagonistas das articulações da agenda ambiental no mundo e é o único país desenvolvido que abriga mais de um milhão de refugiados. A política humanitária de concessão de asilo adotada durante a onda migratória de 2015 impulsionada principalmente pela guerra na Síria trouxe dificuldades para Merkel, que sofreu críticas de setores conservadores da população e de seu próprio partido. Outro momento que gerou debate interno e externo foi a decisão de não enviar soldados para a intervenção militar na Líbia em 2011, embora ela tenha mantido a participação na ocupação do Afeganistão, iniciada antes de seu governo e encerrada no mês passado após quase 20 anos.

Em reação às posições progressistas no campo dos direitos humanos, também houve um crescimento da legenda de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD), que se apoia no discurso anti-imigração e que deverá ser uma das cinco principais forças nesta eleição. Outra dificuldade enfrentada por Merkel envolve atritos relevantes com outros países sobre questões econômicas, os quais giraram em torno da implantação de ajustes fiscais rigorosos e contenção de gastos públicos como pré-requisitos para se obter apoio da União Europeia em épocas de crises.

Apesar das divergências internas e externas, Santoro avalia que a capacidade de diálogo e de composição permitiu que Merkel atravessasse os momentos mais difíceis de seu governo. Em 2012, seu índice de aprovação chegou ao máximo histórico de 77%. No ano passado, voltou a pontuar alto: em meio à gestão da pandemia da covid-19, sua popularidade alcançou 74%. Apoiando-se em sua própria formação científica, ela adotou medidas afinadas com orientações da comunidade de pesquisadores. "Na comparação com os Estados Unidos, por exemplo, onde a pandemia foi uma catástrofe humanitária, a Alemanha adota uma posição mais moderada, mais estável", observa Santoro.

Para Ricardo Ghizzi, o comportamento da população também contribuiu para que o controle da crise sanitária gerasse resultados mais satisfatórios do que nos países vizinhos. "Eles estão muito vinculados às normas e regras. Há um índice maior de obediência. Se é pra ficar em casa, eles ficam".

Futuro

Qualquer um dos dois favoritos que vencerem a disputa será visto como representante de uma continuidade do governo Merkel. A diferença, segundo Santoro, é que os sociais-democratas poderiam fazer algumas mudanças pontuais no perfil do governo, como na relação com a China. O cientista político aponta esse como um tema sensível do debate político. "Há uma discussão se a Alemanha deveria ser um pouco mais dura, levando em conta a questão dos direitos humanos e das relações sociais".

Segundo ele, o futuro governo enfrentará novos desafios, pois o cenário europeu pós-Brexit e pós-pandemia está longe de ser estável. A liderança alemã será, portanto, exercida em um contexto mais complexo. Ainda assim, Santoro não vê o país perdendo protagonismo com o fim da era Merkel.

"Não há outro país europeu com a mesma capacidade de influência da Alemanha no continente, seja pelo seu peso econômico, como pelo seu peso populacional. Isso será mantido, ainda que suas posições nem sempre sejam consensuais na União Europeu e já tenham passado por muitos questionamentos. A Alemanha tem uma visão das finanças públicas bastante conservadora, muito preocupada com a inflação por razões históricas. E nem sempre isso é algo que outros países estão de acordo", pondera.

Para Ricardo Ghizzi, com o Reino Unido fora da União Europeia e mais focado em suas relações com os Estados Unidos, a liderança alemã fica ainda mais consolidada pelo seu peso econômico e comercial. "A Alemanha possui uma posição geográfica privilegiada e central na Europa, tendo fronteira com nove países. E além de ser a maior economia da União Europeia, tem relações próximas com a Rússia. Então acaba funcionando também como um ponto de amortecimento das tensões entre a Rússia e os países ocidentais".

Edição: Fernando Fraga

AGENCIA BRASIL